Fanfic: Meu caminho | Tema: Naruto
Dor…
Aquilo doía…
Ele não conseguia nem se mexer. Até mesmo respirar era difícil.
O gosto metálico de seu sangue não havia deixado a sua boca em nenhum momento das longas horas em que ele estava deitado naquele chão frio daquela densa floresta.
Como ele havia sobrevivido àquela queda?
Ele se lembra muito bem a sensação de ser atingido por aquela esfera negra… se lembra bem da sensação que sentiu ao se ver caindo daquele precipício.
Se lembrava das vozes de seus pais o chamando, enquanto ambas suas figuras se afastavam cada vez mais.
Ele não conseguia abrir os olhos… nem queria, para ser sincero com ele mesmo. Tinha medo de que, ao o fazer, a dor aumentaria.
Não fazia sentido como ele ainda estava vivo… talvez tenha sido a copa densa de alguma daquelas árvores que amorteceu a queda.
Com aquela dor que ele sentia, o loiro não sabia se estar vivo era lá algo bom naquele momento. Ele se controlou o máximo que pôde para não chorar.
Não para não demonstrar fraqueza, mas porque doía muito. Seus pulmões pareciam que iam explodir a cada vez que respirava.
E o pior, era a lateral de seu abdome, que latejava furiosamente. Sendo esse, o local em seu corpo onde mais doía.
Ele até tentou chamar pela sua mãe… pelo seu pai, mas ele simplesmente não conseguia. Sua voz não saia, e ele não teve forças para nem abrir sua boca.
A sede se fez mais presente, superando a fome que sentia. Ele não teve outra escolha a não ser beber o sangue que escorria pela sua boca.
Uma experiência desagradável, para dizer o mínimo.
As horas se passaram, e ele ficou cada vez mais assustado com os barulhos aleatórios que ele ouvia ao seu redor. Em alguns momentos, bem abafados, ele conseguiu ouvir sons do que parecia ser animais selvagens.
Seu coração começou a bater rápido com o pensamento de predadores por perto. Ele era uma presa fácil ali.
Mesmo com frio, com dor, com fome, com medo… ele não conseguiu resistir ao cansaço de seu corpo, e acabou cedendo ao sono.
Um dia se passou… ele estava um estado precário, a sede era o que mais lhe preocupava no momento, pois era ainda mais agoniante do que a fome.
Mas, por algum motivo, ele conseguia se mexer… bom, ao menos, se mexer mais do que o dia anterior.
O desespero começou a tomar conta, e apesar de ainda doer muito quando se movia, ele decidiu se levantar.
O garoto não tinha escolha. Se ele ficasse ali, morreria com certeza.
Já se ele se levantasse, tinha uma chance, uma pequena chance, de conseguir sobreviver.
Pela primeira vez desde que havia caído naquele lugar, ele abriu seus olhos.
Sua visão turva foi incômoda no começo, e ele levou um tempo até se acostumar.
A floresta era escura, sendo iluminada apenas pelos poucos raios de sol que passavam por entre as copas das árvores.
Movendo lentamente o seu pescoço para o lado, o loiro encara, por alguns instantes, a “parede” do precipício mais a frente. Era um milagre ele ainda estar vivo.
Virando sua cabeça para o lado novamente, ele olha os seus arredores. Nada além de um mar denso de árvores com corredores mal iluminados a diante.
Gemendo levemente de dor, ele começa a mover os seus braços. Rangendo os dentes ao sentir seu corpo protestar.
Ele havia quebrado alguns ossos, com certeza. Ele não sabia exatamente quais, mas seu braço esquerdo e a região de suas costelas latejavam ao mínimo movimento.
Ele sabia, pois Kakashi já havia o dito algo parecido antes. Em um dos treinamentos que ele fazia com Minato.
Respirando fundo algumas vezes, ele range os dentes com força e vira seu corpo, ficando de joelhos e apoiando seu corpo em seu braço direito.
Algumas gotas de sangue se juntaram com a mancha vermelha no chão, exatamente no local em que ele estava.
Seu corpo tremia, e de repente, ele sentiu uma forte vontade de vomitar. O mundo ao seu redor girou, e ele ficou parado na mesma posição por algum tempo.
Sua mente pairou sobre o momento em que ele havia se chocado contra os galhos de alguma daquelas árvores. As folhas amorteceram bastante a queda antes de suas costelas se chocarem contra um dos grossos galhos acima de si.
Ele foi descendo, não podendo fazer nada além de deixar seu corpo cair e se chocar contra todas aquelas superfícies duras, até que, antes de cair no chão, ele usa seu braço para tentar amortecer a queda em puro instinto.
De certa forma, funcionou.
Respirando fundo mais algumas vezes e tentando ignorar a dor em suas costelas ao o fazer, ele se apoia em uma de suas pernas e força seu corpo para cima, rangendo os dentes conforme ele se levantava lentamente.
Assim que o fez, ele teve que se controlar muito para não ir de encontro ao chão ao sentir, novamente, o mundo ao seu redor girar.
Por sorte, havia uma árvore por perto que lhe serviu de apoio até ele se recuperar.
Respirando com certa fraqueza, ele encara a floresta escura.
Não sabia para onde ir, o que fazer… como voltar.
E no momento, ele não tinha forças para gritar por ajuda.
Ele ficou parado novamente, apenas encarando o caminho no qual ele supostamente deveria seguir. Não tinha nenhum outro caminho de qualquer forma.
A passos lentos, mancos e hesitantes, ele começou a caminhar por entre a floresta, se apoiando em cada árvore que conseguia conforme se movimentava.
-
- Droga de escravos. Quanto mais nós teremos que caminhar por esse lugar, porra?
Um homem, não muito alto, cabelo preto curto liso, olhos castanhos, cicatriz no pescoço perguntou para um outro logo a frente do grupo em que ele estava.
Dez homens no total, todos com roupas parecidas, um sobretudo verde escuro, calças pretas, azuis ou cinzas com uma blusa simples.
Todos eles tinham algumas espadas e/ou kunais atreladas a suas roupas, alguns com mochilas em suas costas.
O homem mais a frente era o mais alto, o líder do grupo. Cabelo castanho curto, feições mais severas em comparação com os outros, cicatrizes pelo seu rosto, e esse era o único que vestia um sobretudo preto.
- Semanas, meses, cacete, anos se for preciso. Eu juro, quanto mais saímos em missões juntos, mais você reclama.
O líder respondeu, guardando o mapa que estava em suas mãos em um dos bolsos laterais de seu sobretudo.
- Não é duvidando do senhor, chefe, mas, você tem certeza que esse lugar é seguro?
Um dos homens perguntou, olhando ao redor com olhos deveras desconfiados, e até mesmo receosos.
Chefe- Seguro? Nenhum lugar nessa merda de floresta é seguro. Esse é o caminho “menos perigoso” que podemos usar. Alguma mensagem dos outros grupos?
Ele olhou para um homem em específico por cima do ombro.
- Não. Eles ainda não encontraram nada.
O homem respondeu.
Eles continuaram caminhando por algum tempo, até que foram forçados a pararem subitamente assim que o chão tremeu de repente, e eles sentiram uma presença de alguém, ou algum ser, incrivelmente forte por perto.
- M-mas… o que é isso?! Uma presença tão forte…
Chefe- Em posição!
Ele ordenou, e eles ficaram em posição de batalha, um cobrindo as costas do outro e eliminando todos pontos cegos que eles tinham.
O chão tremeu novamente, a presença pareceu ficar ainda mais forte, além de mais próxima.
Chefe-… Nós temos que sair… essa presença… não é de um humano.
Ele disse com a voz levemente trêmula, já com a intenção de sair dali.
Mas, antes que eles pudessem se mover, o som de algumas árvores se quebrando chamou a atenção deles.
A presença era tão forte que eles simplesmente não conseguiram se mover. Seus olhos se arregalaram ao ver o ser que os olhava com uma face um tanto… desinteressada.
A floresta ficou em silêncio, e eles juraram que eles conseguiam ouvir o bater de seus próprios corações.
- É… é-é a… K-Kyuubi…
Um deles mal conseguiu falar, a voz trêmula saiu quase que em um sussurro enquanto seus olhos arregalados estavam focados na enorme e bela raposa a frente. Todos a conheciam… todos a temiam.
A Bijuu mais forte de todas as Bijuus. Era dito que apenas o balançar violento de suas caudas poderia destruir um país inteiro.
Suas belas caudas balançavam vagarosamente enquanto ela apenas observava aquele grupo.
Kyuubi- Humanos… aqui… que surpresa.
Sua voz grossa causou calafrios pelos corpos dos homens, que começaram a tremer assim que a ouviram. Todos eles surpresos e assustados com o fato de que aquela besta conseguia falar.
Kyuubi-… Saiam… essa floresta não é o lugar de vocês.
A raposa os encarou por mais algum tempo, até que ela se virou na intenção de se afastar.
O alívio se tornou geral, e a sensação de medo foi vagarosamente recuando conforme a raposa se afastava, o que permitiu a eles pensarem de uma maneira mais racional.
Todos conheciam a raposa, todos a temiam… todos queriam seu poder.
E assim como as outras Bijuus… ela tinha um prêmio grande para quem a capturasse.
Tudo que era necessário, era um selamento forte o suficiente para prendê-la. Da mesma forma que a Bijuu de uma cauda foi capturada a alguns anos atrás.
E, naquele grupo de mercenários, estava um dos homens que participaram do selamento da Bijuu. Sendo esse o maior motivo de ele estar ali.
E como todo ser humano, a ganância começou a substituir seu medo.
Memórias de quando ele ajudou a selar a Bijuu de uma cauda pairaram pela sua mente, e lentamente, ele colocou sua mão em sua mochila, que continha todos os seus itens de selamentos.
O líder do grupo foi o primeiro a se mover de forma livre, e ao se virar, ele arregala os olhos ao perceber a intenção do homem.
Chefe- Não-
Tarde de mais.
O homem abriu sua mochila e logo pegou dois bastões negros não muito grandes.
Imbuindo-os com seu chakra, enormes correntes prateadas surgiram dos bastões e avançaram em direção a raposa. Uma cópia das poderosas correntes adamantinas dos Uzumaki, embora não chegava perto das originais, ainda eram fortes o suficiente para prender uma Bijuu.
As caudas da raposa ficaram envoltas pelas correntes, assim como todas as suas patas(?).
O homem avançou em direção a raposa enquanto concentrava ainda mais chakra nas correntes, se preparando para lançar o selo de contenção.
O grupo de mercenários ficou parado por algum tempo, e logo, mais deles decidiram agir também. A visão da raposa “presa” pelas correntes apenas alimentou a ganância.
Assim como o primeiro, eles pegaram bastões negros nos quais, logo, surgiram correntes prateadas que avançaram em direção a raposa.
Chefe- Seus idiotas!! Vocês não-
E novamente, ele foi interrompido.
Foi apenas um instante, um mísero instante, apenas alguns milésimos de segundos, talvez, mas foi o suficiente para o local ficar manchado de sangue e membros espalhados ao redor.
Os mercenários restantes apenas puderam encarar quando as correntes que prendiam o corpo da raposa foram destruídas, e os restos daqueles corpos caiam no chão.
O medo, novamente, adentrou seus corações.
A presença da raposa se tornou ainda mais forte, ao ponto de que eles estavam até mesmo tendo dificuldades para respirar.
Kyuubi- Eu dei a vocês uma chance… por que vocês humanos nunca escutam?
Ela disse em uma voz deveras mais ameaçadora do que antes, se aproximando vagarosamente do grupo de mercenários.
Seus olhos vermelhos pareciam brilhar, pareciam encarar fundo em suas almas.
Era impressão deles, ou o ar ficou mais frio?
Kyuubi- Essa arrogância… essa ganância que os impede de evoluir como raça… isso me irrita. Eu tentei me afastar de vocês para que não tivesse necessidade de ter mais sangue derramado, mas vocês… vocês parecem procurar por problemas.
Ela se abaixou a frente deles, seus dentes a fiados literalmente bem a frente de suas faces.
Kyuubi- Essa é a última chance… saiam… daqui.
O poder por trás daquelas palavras… os mercenários começaram a correr imediatamente, o mais rápido que puderam e não pararam até terem se afastado o suficiente.
A raposa suspirou e retraiu seu chakra.
Se virando, ela encarou todo aquele sangue no chão com uma pequena parcela de culpa em seus olhos. Diferente dos rumores, ela odiava matar.
Mas, naqueles milênios que ela havia vivido, ela foi forçada a isso inúmeras vezes. A raposa não se orgulhava de todas aquelas vidas que ela havia tirado.
Com frequência, ela desejava voltar no tempo e desejar nunca ter feito aquilo. Mas, ela havia aprendido a conviver com aquele peso.
Seus pensamentos foram interrompidos ao sentir uma fraca, mas perseverante presença se aproximando de alguns arbustos ao lado.
A presença era diferente de mais para ser de algum daqueles homens, além de fraca e pequena de mais para ser de algum homem.
Seus olhos vermelhos encararam, surpresos e curiosos, o pequeno garotinho que se aproximava a passos lentos.
Kyuubi- Uma criança humana? Aqui?… Ei, garoto, você-
A raposa parou de falar ao prestar atenção no garoto.
Roupas esfarrapadas, sangue seco por todo seu corpo, um braço quebrado assim como algumas de suas costelas. Uma expressão cansada e olhos desesperados.
A Kyuubi ficou incrédula com o estado do garoto, especialmente ao sentir aquela energia tão fraca, que se esvaia cada vez mais. Era surpreendente que ele ainda se movimentava, mesmo naquele estado.
Ela não pôde impedir de se sentir incomodada com aquela visão. Uma criança, tão jovem, tão pura, naquele estado… quem mais a deixaria daquela forma?
Que outra criatura naquele mundo era tão cruel para fazer isso com uma criança?
Ela não parou naquela floresta porque se perdeu de seus pais.
A raça humana sempre se mostrou ser um lixo, desde o começo dos tempos. Lixo, até mesmo com sua própria espécie.
A raposa, então, não pôde impedir, também, de se sentir surpresa.
O garoto não se incomodou com todo aquele sangue, ou com aquele braço ou perna que estava jogado no chão não muito longe dali.
Não havia medo em seus olhos, apenas desespero.
E pela primeira vez em muito tempo, a raposa não soube reagir quando o garoto abraçou sua pata.
Autor(a): louiz_st
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Comentários da Fanfic 2
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newpopularbook Postado em 22/03/2022 - 03:25:29
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newpopularbook Postado em 22/03/2022 - 03:25:00
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