Fanfic: Karina Andréia - Uma heroína das pistas | Tema: Automobilismo; Mulheres nas pistas; Histórias

Uma semana depois, o circo da Fórmula 1 deixa a Austrália e atravessa o Oceano Pacífico. Albert Park é passado para nossos heróis e agora é pensar na sua segunda corrida, em Auckland, na Nova Zelândia. É um circuito parecido com o anterior, com algumas curvas travadas e os pilotos estão treinando bastante para a corrida.

O circuito também tem um painel interessante na reta dos boxes onde mostram o retrato dos heróis locais de todos os tempos na Fórmula 1 e em diversas categorias: Bruce MacLarem, Dennis Hulme, Chris Amon, Alan Stacey, Howdy Ganley, Mike Thackwell, Brendon Hartley, Prester Johnstone do Rally WRC e Scott Dixon da Indy são alguns pilotos que foram eternizados neste painel. É realmente uma forma de homenagear os seus pilotos.

Enquanto isso na Melanesian, a equipe vai estrear carro novo e a expectativa é que possa ser diferente da corrida anterior. Nos boxes, eles avaliam os resultados.

Karina Andréia López, ao descer do carro, dá informações boas sobre o carro:

– O carro é muito bom mesmo, parece se adaptar melhor nas condições de tanque cheio, mas acho que precisa colocar um pouquinho mais de asa traseira para ele ficar mais estável.

Os mecânicos e integrantes da Melanesian anotam tudo o que a espanhola falou e fazem as mudanças necessárias. É hora de ir para a sessão de treinos classificatórias.

A Melanesian andou bem e Karina conseguiu se manter mais estável na pista, parecendo se adaptar melhor ao circuito local. Mesmo com o último tempo no treino oficial de classificação, eles sentiram melhoras e estão ansiosos para a hora da corrida.

– Essas mudanças foram bastante produtivas mesmo e amanhã andaremos bem. To ansiosa pela corrida.

Chega o dia da corrida, toda a movimentação presente no Paddock e na formação do grid para a largada. Enquanto Karina cuida do carro, seu pai e manager dá algumas entrevistas, falando da sua pupila. Vários repórteres cercam o Vander, que apenas responde a eles, confiante:

– A Andréia está muito bem, sentimos isso nos treinos e ela vai fazer uma boa corrida. Confio muito bem nela!

Sobre a vida de Vander e perguntas sobre o tapa-olho de pirata dele, o próprio manager de Karina resolve cortar o assunto:

– Estamos aqui é para falar das corridas e da piloto Andréia López. Qualquer outra pergunta fora dessa linha será ignorada!!!!

Bom, os carros já estão alinhados e a contagem regressiva para os carros partirem para a volta de apresentação e aquecimento de pneus. Bom, eles se alinham e se preparam para a largada.

Os carros largam assim que as luzes vermelhas se apagam. Karina Andréia larga bem e tenta ganhar posições. Os carros partem para a primeira curva e antes de contorná-la, um toque resultante numa batida. Ryan Morsa da Skoddan e Lewis Herrington da Willdans Marcedes se enroscam, acertando a Euro Team de Eduardo Branquello. No mesmo ponto, Christopher Fisichella com a outra Euro Team se afoba e acerta a lateral do carro da Karina Andréia López, que ainda é abalroada pelo carro desgovernado de Eduardo Branquello. A piloto espanhola perde o controle, virando passageira de seu carro, roda e acaba acertando a pilha de pneus. Todos os cinco carros acabam batendo e terminaram suas participações nesta curva.

Nos boxes da Melanesian, Vander observa toda a cena e num misto de desolação e raiva, bate a mão na testa e desabafa!!!!

– PQP!!!! TNC, Pôrra!!!! Mais essa agora!!!!

Na pista, no local do acidente, Karina desce do carro e abre os braços, talvez reclamando da batida. Felizmente todos os pilotos estão bem e isso é o que importa.

Christopher Fisichella chega na Karina e diz alguma coisa para ela, que apenas encosta sua mão nas costas dele, talvez aceitando as desculpas do piloto italiano. Todos os pilotos voltam a pé para os boxes e vão dar entrevistas para as emissoras de TV. E a espanhola ganhou uma quase unanimidade. Vamos ver o que os pilotos dizem sobre a batida:

Ryan Morsa:

– Fui tentar colocar para a esquerda, mas aí vi a Karina tentando forçar e tentei recuar, mas acabei sem querer acertando o Herrington, talvez se ela não estivesse ali, teria feito a curva sem problemas. Ela não fez por má-fé, mas tem que ser mais responsável nessas horas.

Lewis Herrington:

– Não sei o que aconteceu, essa garota, a Karina López, veio com muita força na largada, queria decidir logo na primeira curva, isso não foi certo. Ela foi com muita sede ao pote mesmo, tem que ter calma nessa hora.

Christopher Fisichella:

– Eu fui acelerar, a Karina me passou, mas por causa da batida, não vi ela freando e acabei acertando-a. Já pedi desculpas a ela e foram aceitas. Fica para a próxima.

Eduardo Branquello:

– Eu estava contornando a curva e a Karina foi com muita sede ao pote mesmo, ela não tinha que fazer nada disso. Talvez ela querendo aparecer um pouco mais, tenha agido assim...

E o piloto brasileiro acabou criando uma polêmica logo depois:

– Isso aqui é competição. É corrida. Não é um concurso de beleza para uma pessoa vir aqui e achar que está com tudo. A FIA precisa ver alguns critérios a respeito disso...

Para que, né???? Antes de chegar aos boxes da Melanesian, Karina Andréia deu entrevista, falando sobre a batida. Vamos ouvir o que ela fala:

– Bom, fui tentar contornar a primeira curva por fora, larguei bem e fui para tentar ganhar posições e acabei sendo acertada pelos carros desgovernados. Uma pena, pois eu iria me divertir muito mesmo nesta corrida.

Para aumentar mais a polêmica, um repórter brasileiro chamou ela e falou:

– Olha, o Eduardo disse que aqui não era concurso de beleza para uma moça se exibir e se mostrar para o público...

A Karina responde de imediato:

– É muito fácil vir aqui e falar que a culpa é sempre dos outros. Podem ver no teipe o que aconteceu. Não fiz nada de errado na largada. E se estou aqui é para correr e não para disputar um concurso de beleza.

Ela se recolhe nos boxes e o Vander chega perto dela:

– Isso não foi legal o que você disse. Vão pensar que você é arrogante ou convencida. Deixa eles falarem o que quiser e não se abale por causa disso. Depois você conversa com o Eduardo com calma. Não é bom criar polêmica agora...

– O que vamos fazer agora, pai???

– Vamos assistir à corrida. A outra Melanesian está na pista e quero ver até onde vai chegar.

E eles ficam ali, acompanhando a corrida ser reiniciada e a performance de Carlo Chitti V, o outro carro da Melanesian, que fez uma boa corrida e no final de 64 voltas, foi premiado com um oitavo lugar. A Melanesian faz festa com esse resultado, que mostra confiança para a equipe. Vander vai lá perto, feliz com a corrida do piloto.

– Opa!!!! Ele pontuou. Vou lá ver ele mostrar a marca da empresa...

Realmente uma grande festa para o piloto italiano. Vander e demais integrantes da Melanesian cumprimentam Carlo, que mostra a marca da empresa de Vander para as câmeras de TV. De longe, nos boxes, Karina apenas assiste à comemoração e diz para si mesma:

– Sei que minha hora vai chegar. Vou fazer um bom trabalho para conquistar aos poucos o meu espaço. Podem ter certeza disso...

Em tempo: a vitória nesta corrida ficou novamente para Mikhail Schumacher, mais tranquila do que a corrida inicial. Com estas duas vitórias, o multi-campeão marca 50 pontos nos 50 possíveis. Thomas Dixon foi o segundo e Alexandre Picos Jr o terceiro colocado.

(...)

De noite, no motor home da Melanesian, o Vander chega na sua pupila e chama ela para deitar. Os dois conversam um pouco enquanto ela está na frente do notebook:

– Filha... já está tarde... vamos dormir que amanhã a gente se ruma para a Malásia...

– Já estou indo, pai. Estou terminando a minha coluna...

O Vander se senta ao lado da filha e resolve então conferir o resultado escrito:

– É... está muito legal mesmo... sempre é bom contar suas histórias que agora vão ser muitas mesmo...

– Eu estou adorando essa nova vida para mim... acho que teremos ainda muitas histórias para contar e estou super empolgada com a Fórmula 1...

– Ihhh, minha filha... você vai ver muita coisa ainda. Vai dar até para publicar um livro de suas corridas no futuro...

– Eu não tinha pensado isso ainda, mas me parece ser uma boa ideia... pronto!!!! Já terminei. Agora é mandar este texto para eles. Vou fazer isso agora antes de dormir...

Ela então pega e salva seu texto, compactando-o e enviando para suas redes sociais onde vai ser publicada a coluna. A primeira de muitas ainda que virão pela frente. O resultado vocês podem ver logo abaixo:

COLUNA CANTINHO DA ANDRÉIA: UMA NOVA EXPERIÊNCIA.

Por: Karina Andréia López

Olá! Estou aqui estreando minha coluna. Nessa primeira coluna estarei comentando sobre as minhas primeiras corridas da temporada de Fórmula 1.

Pois bem, logo que assinei com a Melanesian, sabia que teríamos um trabalho bastante duro e sacrificante. Logo que entrei na pista, o carro escorregava muito de lado e era muito difícil contornar as curvas. Tentamos mexer nos spoilers e nas asas, mas aí tivemos que reduzir a potência e isso prejudicou nossa downforce. Ainda assim consegui o tempo para largar, mas nada satisfeita com o tempo.

Na corrida da Austrália, as coisas não saíram bem e tentei manter-me na pista durante um bom tempo. O carro não aguentou mais e parei na volta 35. Seja como for, valeu como registro de estreia.

Na corrida seguinte, voltamos com muitas perspectivas para a corrida. A sessão de quinta-feira foi muito proveitosa e deu para melhorar bastante. Apesar de novamente ficar na última posição do grid, tinha certeza de que poderíamos fazer uma boa corrida. Pena que na largada as coisas não saíram como planejado e o acidente foi inevitável. Acabei falando algumas coisas impensadas, mas isso já é passado, tanto que procurarei depois conversar com o Eduardo Branquello e assim ficar tudo bem. Na corrida, a equipe ganhou um ânimo com o sexto lugar do Carlo Chitti V e também ficamos muito felizes por esse resultado. Mostra que a equipe está no caminho certo.

Bom, essa foi minha estreia. E daqui a um mês eu contarei mais novidades. Beijos a todos.

(...)