Fanfic: Karina Andréia - Uma heroína das pistas | Tema: Automobilismo; Mulheres nas pistas; Histórias

Dois dias depois, estamos de volta para Santander, na casa de Vander e Karina. Na televisão, os nossos heróis assistem o canal de corridas. E o Highlights entra na programação. De começo, o seguinte anúncio:

– 500 milhas de Indianápolis, a maior prova do automobilismo mundial. Em maio.

Nisso, a espanhola começa o diálogo:

– 500 milhas de Indianápolis, pai??? O senhor não me falou sobre essa corrida...

– Bom, é uma corrida norte-americana muito famosa. Não falei antes porque a meta nossa era seguir carreira na Europa e essa corrida estava fora de mão nos nossos planos.

– Eu queria conhecer mais essa prova, pai.

Pensativo, Vander toma uma atitude:

– Bom, onde está aquele velho vídeo cassete e as fitas VHS que trouxe do Brasil...

Uma hora depois, está tudo pronto. O vídeo é montado no conversor de mídia e é apresentado. Vander começa a explicar enquanto sua pupila assiste atenciosamente momentos da prova.

– Bom, 500 milhas de Indianápolis. O que é essa corrida??? Bom, eu escrevi uma coluna num fórum de debate sobre essa prova há uns 20 anos atrás. Não é uma corrida qualquer, você tem que estar focado integralmente nela durante um mês inteiro.
Por quê??? Ela é diferente das demais. Os treinos livres são disponibilizados durante o mês de maio inteirinho e muitos pilotos se inscrevem, querendo disputar a prova.
A classificação também é diferente. Você treina para dar quatro voltas e a média dessas voltas é o seu tempo. Ganha a Pole quem tiver a melhor média no Pole Day, é claro.
Agora, a corrida: veja esse mundaréu de gente assistindo a prova. Os fãs compram seus ingressos com quase um ano de antecedência querendo assistir a 3 ou 4 horas de corrida e sempre lota o autódromo.

– É muita gente para uma prova só, pai. Nem uma corrida de Fórmula 1 lota tanto...

– É isso mesmo, Andréia. Continuando... Bom, claro que tem suas desvantagens. Com chuva, a corrida não acontece e ela é adiada até ter o tempo bom. E os acidentes na corrida também assustam... veja as pancas que ocorrem durante os treinos e a prova...

Karina Andréia olha cada batida e engole em seco, surpresa...

– Mas no final vem a recompensa: o vencedor escreve seu nome na história da corrida. Bebe o leite da vitória, lá não tem champanhe, diga-se de passagem, e o troféuzão que fica de posse com ele por um ano, passa a ter o seu rosto estampado nele. Ah, os prêmios em dinheiro também são interessantíssimos. O vencedor ganha uma senhora duma bolada. Mas até o último colocado recebe seus trocadinhos numa festa de gala um dia depois da corrida. Tem prêmio para tudo por lá. Até quem mijar primeiro fora da bacia antes da largada recebe dinheiro em pila... Bom, é isso.

Ele desliga o vídeo e a Karina comenta:

– É muito impressionante mesmo... talvez um dia eu possa estar lá. Se pudesse, iria lá agora. Deve ser muito interessante esse clima que envolve a corrida.

– Correr a prova... hummmm...

Três dias depois, nossos heróis estão em Indianápolis, no circuito que é disputada a corrida. Os dois visitam várias equipes, mas poucas vagas estão abertas. Eis que surge uma boquinha numa equipe brasileira. O dono da equipe Fittipetro Racing se apresenta:

– Muito bem, temos um carro livre. Se vocês quiserem testar, podemos prepará-lo para vocês.

– Bom, é um começo. Vamos ver como é que a Andréia vai se sair nessa...

Mas eles sentem que estão perdidos e buscam mais informações sobre os treinos. O carro está pronto, é um Darland Handa vermelho de Indy com o número 20T, ou seja, um carro reserva, um tanto batido e obsoleto de outras temporadas. Vander, ao olhar o carro, balança negativamente a cabeça e quase ia desistindo quando uma mulher chega nele e inicia uma conversa:

– Bom, eu estou vendo que você está perdido na pista... você vai correr, amigo???

– Bom, eu...

Ele para para olhar a mulher e pensa:

– Parece que eu já te vi antes, mas não to te reconhecendo...

– Ah, sim. Danica Stenhousen. Sou uma das sócias da equipe Rahal Lettermann. Mas o que você veio fazer por aqui???

Vander arregala o olho quando ela se apresenta e logo depois, abre o jogo:

– Bom... é a minha filha. Ela está querendo testar um Indycar, mas estamos um tanto perdidos aqui...

Nisso, Danica fecha a cara e responde:

– U quê???? Por que que não me falaram antes??? Cadê a garota... vamos lá correndo...

Nisso, Vander chama sua pupila para apresentá-la à ex-piloto e chefe de equipe. Danica vê a piloto espanhola chegando e inicia a conversa:

– Bom, então você é a estrelinha que quer correr aqui...

– Bom... para mim é tudo novo aqui na Indy. Eu nem sabia dessa prova, mas estou querendo muito aprender...

– Bom, entre no cockpit que vou te dar algumas instruções. O Rookie Test com os novatos vai começar daqui a uma hora. Você precisa atingir uma média de 217 milhas por hora para estar apta a correr senão você não prossegue nos treinos. Acha que vai dar conta???

– 217 milhas por hora... é muita velocidade..., mas com sua ajuda já poderemos seguir sim. Então vamos...

Karina ouve atentamente cada palavra de Danica Stenhousen e se sente mais tranquila para entrar na pista. Vander apenas observa as instruções dadas a sua pupila. Danica se despede da Karina e vai para os boxes de sua equipe.

– Bom, eu tenho que ir, mas eu volto para acompanhar a Karina nos testes.

– Tudo bem, Danica. Sua ajuda foi muito bem-vinda...

Ela vai para os boxes, misturando-se com a multidão. E Vander solta uma pérola...

– Eu, hein??? A Danica é quem veio nos ajudar... e pensar que xinguei muito essa mulher quando ela competia na Indy...

Bom, agora é a hora para nossos heróis se resolverem. A pista está liberada para os novatos que querem participar da corrida. Mas antes, o “Exterminador” Vander lhe dá um último conselho:

– Bom, Andréia. Agora você deve estar mais tranquila graças aos conselhos da Danica. É só entrar na pista e conseguir girar a velocidade mínima para ser aprovada. Outra coisa: ouça atentamente o que o instrutor fala sobre as voltas e a pista e pergunte muito mesmo sobre a prova. Ele conhece bem os segredos da pista.

– Certo, pai. Vai dar tudo certo.

– Então Está bem. Boa sorte!!!

O Rookie Test desta edição tem a presença da espanhola Karina Andréia López e de mais cinco pilotos novatos de diferentes equipes, que querem também um lugar ao sol nesta prova. É de se impressionar a pouca idade que ela tem se comparada com outros pilotos que se inscreveram para a corrida.

Chega a vez da espanhola entrar na pista para cumprir os estágios na pista e ela anda no começo para familiarizar com o carro. Depois, mais tranquila, a Karina senta o pé mesmo e acelera bastante.

Durante os testes, Danica e Vander conversam sobre a Karina, olhando para a pista e vendo ela em ação:

– Ela é muito rápida mesmo... vocês competem aonde???

– Ela está na Fórmula 1 pela Melanesian. Nós estamos estudando novas propostas também...

– Eu acho que esse carro dela está muito fraco. Não sei como ela está se mantendo rápida com ele... ela me parece ser boa mesmo...

– Bom, acho que ela gosta do que está fazendo. Ela foi muito bem treinada e é muito disciplinada...

– Se você quiser, nós temos um carro sobrando. Vocês não querem correr para nossa equipe???

– Pode fazer a proposta, nós avaliaremos ela, caso a Fórmula 1 não dê certo.

– Mandaremos uma minuta de contrato para o seu e-mail em uma semana...

– Então está ótimo.

Fim de treino no Rookie Test e Karina Andréia López, de tanto acelerar, estoura legal o motor do carro que estava dirigindo no meio da reta oposta. Mas veio depois uma boa notícia a ela.

– Nós olhamos o seu tempo e você conseguiu cravar 217,543 milhas por hora, Andréia. Nisso você foi a quinta melhor Rookie do treino. Isso quer dizer que você querendo, está apta a disputar a classificação para a prova.

– Que bom. Uma pena o motor ter estourado. Estava indo para melhorar o tempo...

– Não se preocupe com isso. A gente arruma outro motor para você. Agora vamos embora que temos uma corrida de Fórmula 1 para disputar em Malta. Depois, nós voltamos para você tentar a classificação.

Bom, com Karina Andréia López apta a correr em Indianápolis, ainda acompanharemos a saga dela nas 500 milhas. Agora, voltemos para a dura realidade da Fórmula 1.

(...)