Fanfic: Karina Andréia - Uma heroína das pistas | Tema: Automobilismo; Mulheres nas pistas; Histórias

Chega finalmente o dia da corrida. Tempo bom, ensolarado. São 500 milhas num total de 200 voltas. Toda a festa que contagia o público presente no autódromo e também os pilotos apresentados um a um sendo ovacionados. E a jovem Karina é um deles. Assim que seu nome é anunciado, ela acena para o público, que responde com uma saraivada de aplausos.

Depois, carros alinhados, uma festa todinha para esta corrida tão especial. Hino americano tocado, show de caças americanos, e anuncia-se a ordem para que eles possam iniciar os procedimentos de largada. O dono do autódromo anuncia:

– Senhoras e senhores, liguem seus motores!!!!

O público agita as arquibancadas, todo mundo alvoroça e lá dentro da pista, nossos heróis partem para a disputa:

– Bom, agora é com você, Andréia., disse o Vander.

Estela a incentiva:

– Boa sorte, filha. Faça o que puder e tenha uma boa corrida.

Ela acena depois de colocar o capacete e diz:

– Brigada, gente... bom, estamos aí... até mais...

Ela entra no cockpit do Darland Handa Turbo de número 56 pintado de amarelo, azul e preto na última fila. Os carros saem para a volta de apresentação. Tensão na pista é constante enquanto o público fica em estado de êxtase. Algumas voltas depois, o diretor de prova agita a bandeira verde, anunciando o início da corrida. Os carros partem e inicia-se a disputa.

Pelo rádio, Karina Andréia fala sua primeira impressão na largada:

– Pai... estou com os olhos ardendo... lacrimeja muito...

O Vander a tranquiliza:

– Isso é só no começo, filha. É o cheiro do etanol acumulado exalado nos carros. Depois normaliza tudo...

Lá no pit Lane da Karina, Vander e Estela observam o desempenho dela e conversam enquanto isso:

– Nunca tinha visto tanta gente por causa de uma corrida, querido...

– Eu nem pensava que poderia vir aqui também e hoje vemos nossa filha correndo nesta pista. Como o mundo dá voltas mesmo...

– Você acha que nossa filha tem chances, Vander??? É diferente de ver nossa filha no kart...

– Bom, vamos ver até onde ela aguenta nessa prova. Isso serve como aprendizado para ela...

O tempo vai passando e algumas batidas costumeiras acontecem, algumas assustadoras como um carro que decolou e acertou a grade de proteção do autódromo. O piloto saiu andando, mas foi encaminhado para o Centro Médico do autódromo. Estela se assusta com a batida.

– Minha nossa, Vander. E nossa filha lá dentro da pista... é assustador e impressionante essas batidas...

O Vander apenas abraça sua esposa, levando o rosto dela para seu ombro...

As equipes aproveitam a bandeira amarela agitada e a presença do Pace Car e param nos boxes para trocar pneus e reabastecer.

Karina vai para os boxes, fica sem se mexer, tranquila, esperando o trabalho da equipe. Ela volta para a pista, perde algumas posições, mas se mantém. A corrida é reiniciada e os carros voam baixo, trocando posições e disputando espaço nas curvas e retas.

As voltas vão se sucedendo e pela volta de número 57, o carro da piloto espanhola começa a ficar muito para trás. Karina fala pelo rádio:

– Pai, o carro está saindo muito de frente e os freios estão falhando.

– Então, Andréia, recolha devagar e venha para os boxes agora. Acabou!!!!

Ela obedece e vai para os pits. Lentamente, a espanhola recolhe seu carro e para no seu pit Lane. Ela tira o volante do carro, os mecânicos se aproximam para ajudá-la a sair. Fim de prova para ela. Mas como compensação, escreveu o seu nome na corrida como a mais jovem mulher a participar das 500 milhas de Indianápolis.

Depois de conversar com o seu spotter, ela vai para a entrevista para a TV americana:

– Como você avalia sua participação na corrida, Andréia???

– Bem, estávamos bem na corrida, ganhei algumas posições, mas aí os problemas começaram e por segurança, resolvemos parar. É uma pena, mas tudo bem.

– E você vai disputar outras corridas ainda???

– Eu gostei da corrida, do clima de festa e das disputas. Ano que vem quero voltar aqui e correr de novo a prova... e o meu pai vai estar junto comigo, né mesmo, pai???

O Vander faz uma cara de perplexidade e ironicamente, responde para o repórter:

– Sabia que ia sobrar para mim...

Esse comentário é recebido com risos do repórter, da Estela e da Karina. Mas logo depois, o Vander completa:

– Nós fizemos muito nas coxas a nossa preparação e em Indianápolis não podemos ser assim. Se voltarmos ano que vem, nós faremos um planejamento melhor para a prova e vai ser numa equipe com carro competitivo. Queremos andar bem no ano que vem e nós vamos brigar por isso.

O repórter se despede dos nossos heróis e a Karina ainda acena para o público presente, que retribui o carinho da piloto espanhola. Realmente fica mais uma boa corrida na memória de nossos heróis.

A corrida segue sem os nossos heróis, com a disputa na pista e mais alguns acidentes corriqueiros e assustadores e disputas de posição. Fim de corrida depois de 200 voltas, a festa do vencedor. E temos um inédito: o porto-riquenho Robert Casamassa obteve seu trunfo, guiando para a equipe de Chip Ganassi. No pódio, ele se esbalda muito no leite da vitória, entre um gole e outro, fazendo muita festa neste dia.

Isso sem falar também na festa de encerramento da prova no dia seguinte, no salão nobre do circuito. Apenas o Vander apareceu, representando sua filha na festa. Assim que recebeu o cheque da premiação da corrida e ser aplaudido, ele o repassou para Danica Stenhousen, com o qual comprou o carro que a Karina disputou a prova.

– É... foi muito bom ter feito esse negócio contigo, Vander... o que vocês vão fazer com o carro???

– Bom, agora ele vai virar peça de museu lá na Espanha. Olha, foi bom mesmo ter corrido a prova...

– A gente se encontra no ano que vem. Precisando de uma equipe, é só falar com a gente...

– Bom... quem sabe, né??? A Andréia já disse que quer voltar até aqui... nós vamos pensar com calma até lá...

Missão cumprida em Indianápolis, por hora, agora nossos heróis voltam para a realidade da Fórmula 1...

(...)