Fanfic: Ripping

Desci do meu carro e fui em direção aos corredores lotados daquela escola horrorosa, entrando em seguida na porta que havia no final do corredor: a minha sala. As aulas  passaram extremamente devagares, mas até que enfim chegou ao recreio.

- Samantha! Vou passar na sua casa ás nove horas da noite tudo bem? - disse Jully se aproximando e jogando sua bandeja do lanche em cima da minha mesa.

- Tudo bem, vou estar pronta!

- Vamos pegar todos, sexta feira! Aquela balada que nós vamos é a melhor que tem aqui!

- Com certeza amiga. - eu disse tocando em sua mão e colocando minha língua pra fora.

Começamos a rir, e voltamos a comer. Aquele refeitório era desagradável, era calmo demais. E os meninos do terceiro ano não estavam ali para nós  conversarmos, já que só andavamos com os meninos do terceiro ano. As pessoas nos chamavam de estranhas, talvez porque nos divertiamos bastante, ou até mesmo porque frequentávamos as baladas todas as noites, e bebiamos bastante.

***

Depois de tomar banho, entrei no meu closet e procurei alguma roupa que combinasse com a night, e logo achei. Coloquei minha meia-calça arrastão, uma saia preta de couro colada e bem curtinha, um espartilho preto todo rendado com um decote nos seios, que deixaram meus seios fartos e bonitos. E coloquei uma bota de salto preta até o joelho. Penteei meus cabelos louros que iam um palmo abaixo dos ombros, e deixei-os soltos, passei uma forte maquiagem preta nos olhos, e um brilho labial na boca. Eu estava pronta. Vesti meu sobretudo preto e fechei ele, deixando somente as botas aparecerem no meu modelito night e fui em direção ao corredor, seguindo pela escada para sair daquela monstruosa mansão que moravam meus pais e meu irmão mais velho Tyler. - Ele tinha 19 anos, e eu tenho 16 - Enfim saí daquela casa monstruosa, e sentei nas escadinhas da enorme porta da mansão, e fiquei ali esperando Jully.

- Onde você vai agora? - ouvi a voz da minha mãe soar pelos meus ouvidos, e vi ela encostada na enorme porta assim que me virei para olhá-la.

- Vou sair com Jully.

- Para onde?

- Não te interessa. - eu disse me levantando e dando um passo para fora da escadinha.

- Como assim não me interessa? Eu sou sua mãe! - ela disse colocando ênfase em algumas palavras.

- Me poupe ok? Pode deixar que até amanhã eu estarei viva... Infelismente. - eu disse avistando o carro de Jully vindo em direção a mim.

- Não fale assim Samantha!

- Sam! Meu nome é Sam! - eu disse tirando aquele enorme sobretudo e jogando-o na escada, e em seguida pulando para dentro do carro de Jully.

- O que foi Sam? - perguntou Jully me olhando e em seguida olhando para minha mãe.

- Nada, vamos! - eu disse olhando pra frente, e colocando o cinto. - Vamos para night! - eu disse dando um grito de comemoração e jogando meus cabelos para trás.

- Vamos! - ela disse arrancando com o carro.

Assim que chegamos na balada, fomos direto para o bar de drinks, pedimos dois copos de vodka, e começamos a beber.

Fomos para a pista de dança e começamos a dançar as músicas eletronicas que tocavam. Jully era muito rápida e muito atraente com alguns caras, ela estava beijando um, e eu me senti uma segura-vela. Mas até que enfim um garoto veio falar comigo.

- E aí gatinha, tudo bem? - disse o garoto alto que logo estava me acompanhando na dança.

- Achei que não iria vir falar comigo nunca! - eu disse me aproximando dele.

- Assim você me deixa sem graça. - ele disse colocando a mão em minha nuca, puxando meu rosto pra perto do dele.

- É o propósito. - eu disse encostando meus lábios nos lábios macios dele.

Nosso beijo estava em perfeita sincronia, sua língua percorria em cada canto da minha boca, a procura de algum lugar que já não tivesse tocado, enfim nosso beijo se selou, e continuamos dançando.

- E aí você tem quantos anos? - ele perguntou susurrando no meu ouvido.

- 16. E você?

- Tenho 22. Nossa você é tão novinha, como entrou aqui? É permitido só para maiores de idade.

- Eu sei, dei um jeito. - eu disse dando uma piscadinha com o olho, e beijando ele novamente.

***

Eu estava completamente bêbada, minha cabeça latejava fortemente gritando por um remédio ou algo parecido, e minhas pernas estavam bambas de cansaço. Jully havia ido embora com seu carro e com um cara que eu não sei. Tive de pegar um táxi, mas aonde tem táxi ás 4 horas da manhã? Saí andando pelas ruas desertas de Virginia Beach..

Mas eu estava tão tonta, tão bêbada, que não sabia o que eu estava fazendo ali. Avistei um grupo de garotos vindo em minha direção, eles conversavam alegremente, empurrando um aos outros. Então para não passar por uma de bêbada, me sentei num banco e fiquei ali em silêncio, os garotos já estavam passando á minha frente quando um sentou do meu lado e começou a dizer:

- Não conseguiu arranjar ninguém pra pagar seus serviços putinha? Eu pago...

Ele estava me chamando de puta? Ou eu estava surda?

- Puta? Do que você está me chamando? - eu disse me levantando e empurrando ele.

- Achei que fosse... Com esses trajes aí...

- Eu uso o que eu quiser, agora vaza!

- Não vazo não. - ele disse se sentando no banco.

Eu estava com muita raiva, mas não conseguia expressá-la, nem fazer alguma coisa, eu estava muito tonta. Saí andando mas atropecei em alguma coisa, e um garoto que estava de capuz me segurou.

- Desculpa. - eu disse tentando enchergar cada canto do seu rosto, devido ao escuro.

Ele tinha os cabelos castanhos, e olhos azuis extremamente lindos. Ele usava uma calça jeans escura, um tênis branco, e uma blusa de frio preta de moletom.

- Você está bem? - ele disse me deixando de pé.

- Estou, obrigada. - Continuei andando, ignorando sua preocupação.

- Qual é, vai defender a putinha? - perguntou o outro ainda sentado no banco.

- Não enche cara! - ele disse com a voz abafada, ou talvez distânte.

Continuei andando, e para minha grande e enorme sorte, encontrei um táxi.