Fanfic: Ripping

Assim que acordei, me lembrei de mais um dia de escola, e lembrando de uma intensa enchaqueca do dia anterior. Me levantei e fui direto tomar um banho, ali fazendo minhas necessidades para começar mais um dia. Assim que terminei entrei dentro do meu closet procurando alguma coisa que pudesse me deixar irreconhecível, - afinal aqueles garotos provavelmente estudavam na escola - logo achei uma calça jeans escura apertada, coloquei uma blusa de malha de manga cumprida branca, e uma blusa preta de moletom com capuz. Fechei ela, coloquei meu Ipod e o capuz por cima. No pé, meu all star preto, e sujo de sempre. Desci as escadas correndo, torcendo para que não encontrasse minha mãe por ali, para me dar mais e mais esporros como sempre. Para minha sorte não encontrei. Corri para fora daquela mansão, e logo avistei o carro de Jully estacionado ali me esperando. Pulei pra dentro dele, e ela arrancou sem dizer uma palavra, era o que acontecia todas as manhãs, a tremenda enchaqueca que nos afetava.

***

Havia nos esquecido que as duas primeiras aulas seriam vagas hoje, por conta daquele professor ridiculo que faltava por causa que seu filho fumava maconha. Nos sentamos nos dois bancos que davam uma de frente pra outra, e ali fechamos nossos olhos tentando dormir, mas não foi possível. Senti um beijo molhado na minha boca, e acordei assustada, mas logo vi Dylan na minha frente fazendo o mesmo com Jully.

- Eca que nojo! - ela disse limpando a boca, e logo ficando de pé correndo atrás dele.

Comecei a rir, e fiquei ali esperando a interminável cena que sempre ocorria quando estavamos de ressaca. No meio disso, avistei um grupo de meninos que me lembrava alguma coisa: O dia anterior. Coloquei meu capuz rapidamente, tentando me esconder ao máximo. Eles passaram do meu lado, e pude ver o garoto que me ajudara a não atropeçar ontem, ele ainda usava aquele capuz, mas agora com uma blusa de frio diferente. Um de seus amigos abaixou seu capuz, - e pude ver a linda e maravilhosa feição de seu rosto extremamente lindo. Cada canto era perfeito, ele era pálido, e seus olhos brilhavam destacando seu rosto e seu perfeito cabelo castanho escuro - mas ele logo puxou seu capuz novamente em seu rosto.

- O que você tá olhando? Hum... Tá afim de conhecer eles é?

- Não... Ontem eu acho que vi eles andando por aí.

- Eles são extremamente lindos, mas eles não pegam meninas da escola! - disse Jully se deitando no banco e fechando os olhos.

Dei um suspiro de alivio, assim eles não me conheceriam.

Depois de algum tempo, bateu o sinal e fui em direção ao refeitório para comer, - já que minha barriga estava totalmente vazia, mas minha cabeça já não latejava tanto - entrei na fila e peguei meu lanche, indo em direção á mesa que Jully e Dylan estavam sentados.

- Nossa, que tédio imenso.

- É, a cara de vocês parecem de zumbi, sinceramente. - disse Dylan abaixando o meu capuz. - É falta de educação comer com capuz sabia!

- Ah pára! - eu disse tentando puxar o capuz de volta, mas Dylan não deixou.

- Você é tão linda, e ainda usa capuz? Por favor. - disse ele olhando um grupo de meninas "gostosas" entrarem e ele continuou: - Eu ainda vou pegar aquela de blusa roxa.

- Boa sorte. - disse Jully se levantando e saindo da mesa.

- O que ela tem hoje?

- Eu não sei, não fui embora com ela ontem!

- Tudo bem, vou ir atrás dela. - disse Dylan se retirando da mesa, e me deixando ali sozinha.

Fiquei ali terminando meu hamburguer delicioso com um copo de refrigerante coca-cola enorme. Mas quem eu temia logo apareceu: o grupo de garotos muito muito sinistros. Logo reconheci o menino que me chamou de puta, ele andava na frente de todos, se sentando em seguida na mesa atrás de mim. Assim que um deles me olhou, logo me esqueci do meu capuz, e coloquei rápidamente, tentando me esconder, dando uma mordida imensa no hamburguer. Eles conversavam sobre conversas indiferentes.

- Aí, essa escola é uma bosta! - disse um garoto de cabelos louros.

- Eu também acho, as meninas daqui são totalmente metidas, e patricinhas! - disse o "chefe".

Eles continuaram conversando, mas a única voz que eu não ouvia era do menino de capuz especialmente lindo, mas interrompendo meus pensamentos, ouvi algo sobre mim.

- Na mesa daquela menina ali tem catchup. - disse o menino louro.

Tremi, e logo me levantei, abandonando meu hamburguer e meu refrigerante enorme. Peguei minha bolsa mas não foi a tempo.

- Pode me passar o catchup por favor?

Peguei o catchup e me virei devagar, olhando o menino de cabelos louros, e em seguida entregando o mesmo. Olhei todos eles e meu olhar se encontrou ao menino de capuz, ele me olhava tentando me reconhecer, e logo abriu a boca para falar, mas fechou em seguida desistindo. Saí dali depressa, indo em direção á minha sala, torcendo para que eles não tenham me reconhecido.

As aulas passaram devagar, e minha vontade de sair dali era imensa. Abaixei a cabeça na mesa e fechei meus olhos, tentando ter um sono para o tempo passar mais rápido.

- Senhorita Foxter, não deu para dormir de noite? - perguntou o senhor Feelton.

Abri meus olhos e olhei-o com uma cara entediada de muito muito sono, então inventei uma mentira qualquer:

- É que estou tendo insônia, e sonhando uns sonhos terríveis senhor Feelton.

- Nossa, a coisa está feia então! Vá beber um copo de água, e volte só na minha próxima aula.

- Isso é uma punição ou...?

- Vá para casa dormir, essa já é a útima aula mesmo. - disse ele pegando minha bolsa no chão e me dando.

- Obrigada senhor Feelton! I love you! - eu disse dando um beijo em sua bochecha e pegando minha mochila.

Fui em direção aos corredores, a procura da saída, mas quando chego até lá, dou de cara com a turma do terceiro ano fazendo um trabalho com a professora de Física. - Não teria como ir embora agora também, eu estava sem carro, e Jully não tinha saído ainda - Me encostei na porta de saída do corredor e fiquei olhando os alunos fazerem seus trabalhos para a escola, e logo avistei Dylan. Ele me viu e veio correndo falar comigo.

- O que faz aqui?!

- O senhor Feelton me liberou para ir pra casa, mas como eu faço isso?

- Estou indo pra casa agora. - disse uma voz irreconhecível atrás de mim.

Me virei para olhar e era o garoto de capuz, mas agora ele estava sem capuz e eu podia ver bem cada canto de seu rosto.

- N-não precisa, eu posso ficar aqui esperando.

- Tem certeza? - ele perguntou mechendo na sua bolsa.

- Claro que não! Ela vai sim. - disse Dylan me dando um beijinho na bochecha e me arrastando para perto do garoto.

- Vamos então. - disse ele indo em direção ao estacionamento.

Eu o segui, passamos pelo pátio onde todos estavam fazendo trabalhos e rezei para ninguém me ver, mas foi totalmente impossível, os meninos do terceiro ano me gritaram:

- Sam! E aí!

Sorri disfarçadamente para eles, e acenei, e sussurrei um "e ai".

O carro dele era um porsche preto, era um dos carros mais lindos que havia ali naquele estacionamento. Quando eu ia abrir a porta do carro, ele pegou a maçaneta primeiro, e puxou abrindo a porta.

- Por favor. - ele disse segurando a porta para eu entrar.

- Obrigada. - eu disse me sentando no banco do carona.

Ele girou o carro e abriu a porta do motorista entrando em seguida. Ligou o carro e deu partida, entrando na estrada.

- Tenho a leve impressão que te conheço de algum lugar. - ele disse me olhando depois olhando para o trânsito.

- Sério? - tremi e comecei a suar. - Ahm estranho.

- Você me conhece, mas não quer falar de onde certo?

- Está afirmando ou perguntando? - eu disse tentando fugir do assunto.

- Afirmando. - ele disse com os olhos fixos na estrada.

- Bom, pode ser. É que se eu dizer você terá uma má reputação de mim.

- Então eu vou adivinhar. - ele disse virando a esquina, e estacionando em frente a minha casa.

- Quando você descobrir venha falar comigo. - eu disse abrindo a porta do carro e saindo em seguida.

- Eu sou bom de memória.

Saí andando em direção á porta da minha casa e percebi uma coisa, como ele sabia onde era a minha casa? Me virei para o carro e ele ainda estava ali estacionado, cheguei perto da janela, e fiz uma cara estranha para ele, ele riu.

- Minha tia mora aqui do lado, todas as sextas feiras te vejo saindo com um sobretudo preto e entrando no carro da sua amiga...

- Jully.

- Isso mesmo.

- Tudo bem. Então... Tchau.

Me virei para minha casa e andei em direção á porta, ouvi os pneus do carro do... Daquele garoto cujo o nome ainda não sabia.