Fanfics Brasil - Idas e voltas Jiyuuni

Fanfic: Jiyuuni | Tema: Free!


Capítulo: Idas e voltas

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O mergulho partiu do bloco de largada. O barulho da água era o único som naquela parte da escola vazia. O corpo aterrissou na água, ganhando impulso com as pernadas de golfinho.


O estilo era o borboleta. Os braços se projetavam sobre a água, o tronco impulsionado para cima descrevia um bonito desenho com o ondular que descia, percorrendo os quadris e as pernas, chegando até os pés. Voando dentro da água, atravessando a piscina. As duas mãos tocaram a parede ao mesmo tempo, então, com um giro se projetou sob a água.


Uma nuvem tremia no céu azul com o ondular da água, sua forma incerta ganhando contornos mais definidos enquanto a superfície se aproximava, dando início às braçadas do nado de costas. O ritmo era fluido, mas rápido, o corpo deitado em um leito de água em movimento. Deslizando. Uma mão tocou a parede, e o corpo afundou para a segunda volta, fazendo um flip de costas, os pés chutaram a parede tomando propulsão e emergindo para o terceiro estilo.


Uma braçada e uma pernada. Respirar. O nado de peito era o estilo que tinha mais dificuldade, por ser tecnicamente mais lento, havia um nervosismo que bagunçava o seu ritmo, e a tentativa de usar força bruta só acelerava o cansaço. Seus pulmões começavam a arder, exigindo mais ar. Tentava esticar mais os braços, chutar a água com mais força, mas isso não parecia surtir efeito. Não podia se esgotar, precisava se lembrar disso, ainda havia mais uma volta. Finalmente tocou a parede com as duas mãos, fez um flip e dardejou rumo à última volta.


As pernas cansadas não deixaram de fazer uma pernada vigorosa, ganhando vários metros antes de romper a superfície mais uma vez. Aquele era o momento de dar tudo de si, acelerando com as braçadas do crawl. Atravessando a piscina em alta velocidade, cortando a água como se ela mesma lhe abrisse passagem. No último fôlego, na última braçada, a mão se estendendo rumo à chegada, para tomá-la, agarrá-la entre os dedos.


— Então, como foi? — perguntou, afoita, depois de tirar os óculos de proteção e a touca.


— Hum, o tempo total está dentro da sua média, mas o bure ainda está meio bagunçado. — respondeu enquanto olhava para o cronômetro e os tempos que havia anotado em uma prancheta.


— Vou fazer mais uma volta. — disse, colocando as duas mãos na borda da piscina para erguer seu corpo para fora, mas seus braços fraquejaram.


— Não vai, não. Já foram quantas voltas? Você precisa descansar, além disso, prometemos aos senpais que iríamos embora antes que escurecesse.


Dentro da piscina estava Shun Asaba, a única nadadora do Clube de Natação do Colégio Iwatobi. Mesmo fazendo bico, emburrada, isso não deixava seu belo rosto desagradável. Sem a touca, sua franja molhada estava grudada sobre a testa, caindo sobre os olhos castanhos claros. Ela batia os cílios, contrariada, em uma atitude mimada que só tinha com seu irmão gêmeo, Sakuya, que era o novo gerente do clube.


 — Saki-chan, seu chato. — ela resmungou ainda dentro da água.


Sakuya estendeu a mão para ajudá-la a sair, mas ela o ignorou.


— Só vou com uma condição.


Sakuya ainda estava com a mão estendida, e estreitou os olhos, sabendo o que estava por vir, mas perguntou mesmo assim.


— O que seria?


— 100m free!


— Shun-chan, eu não trouxe meu calção. — respondeu depois de um suspiro.


— Mas eu trouxe! Está lá na minha bolsa. — disse ela, triunfante.


Os dois se encararam por um instante. Não tinha como Sakuya negar um pedido daqueles olhos brilhantes cheios de empolgação.


— Está bem — respondeu resignado —, mas você vai descansar enquanto me troco.


— Combinado! — finalmente, ela segurou a mão dele que a içou para fora sem muito esforço.


* * *


Hikari Kamiya caminhava devagar e com a cabeça abaixada, as costas quase curvadas, enquanto olhava atentamente o chão, tentando encontrar algum sinal, algum brilho que tivesse a forma aproximada do seu objeto perdido.


Havia notado, já perto da estação, que o brinco que usava na orelha direita não estava lá. Imediatamente, passou a refazer o caminho que havia feito da escola, na esperança de que tivesse caído e ainda pudesse ser encontrado. Tinha a vaga lembrança de que ainda estava com ele antes do treino. O acessório tinha valor sentimental, havia sido um presente.


Não conseguia se lembrar se havia colocado o brinco depois do treino. Talvez estivesse na sala do clube.


Deu um suspiro de alívio ao encontrar o acessório caído perto dos armários. Foi logo depois de apanhá-lo que Hikari ouviu o barulho de algo caindo na água. Só então percebeu que ainda havia duas bolsas nos armários.


Ouviu Nagisa dizendo mais cedo que ele e Rei não poderiam ficar até tarde. Devia ser algum dos calouros.


Movido pela curiosidade, Hikari saiu para a piscina em tempo de ver dois nadadores fazendo a virada e retomando as braçadas do crawl. Era fácil identificar que um deles era Shun, mas não conseguia identificar a outra pessoa. O nado dele era tão bonito quanto o dela, e nadavam quase em sincronia. Não dava para saber qual deles chegaria primeiro. Devia conseguir identificar o garoto pelo seu modo de nadar, mas não conseguia se lembrar de alguém no clube que nadasse daquele jeito. Os braços longos impulsionando o corpo esguio. Ele era alto, provavelmente mais alto do que Shun, que era bem alta para uma garota, e na verdade, mais alta do que vários dos garotos do clube. Seus olhos se perderam no movimento das omoplatas dele. Havia algo de especial no modo dele nadar. Talvez fosse a fluidez dos movimentos. Desejou ver o rosto dele, saber quem era o dono daquelas braçadas.


Quando estavam se aproximado da chegada, Shun começou a tomar a dianteira, acelerando. Quando ela chegou à borda da piscina havia tomado uma boa distância dele.


— Você está ficando fora de forma. — Shun ralhou assim que ele chegou ao final da corrida.


O garoto riu meio sem fôlego. Tirou os óculos de proteção e a touca em um único movimento, e quando subiu, sentando-se na borda da piscina, Hikari ficou surpreso em ver que era o irmão gêmeo de Shun. Era por isso que não reconheceu o nadador, ele nunca havia visto Sakuya nadar.


Hikari ficou parado sem notar que estava encarando Sakuya, até Shun perceber que ele estava ali.


— Ah, Kamiya-kun, achei que você já tivesse ido embora.


— Eu fui, mas tive que voltar no meio do caminho, porque esqueci uma coisa. — disse, e depois, voltou sua atenção a Sakuya. — Eu não sabia que Asaba-kun nadava.


— Nós dois nadamos juntos desde pequenos. — disse Shun com um sorriso.


— E por que você não nada no clube? O seu nado é lindo!


Sakuya ficou visivelmente desconfortável.


— Eu não nado mais. Não sou muito rápido. — disse ele com um sorriso como se estivesse se desculpando. — Shun-chan, nós temos que ir, está ficando tarde.


Shun não respondeu, mas saiu da água. Sakuya se retirou para o chuveiro depois de um gesto de cabeça. Hikari o seguiu com os olhos sem conseguir pensar em nada que o fizesse permanecer por mais tempo.


— Desculpe o meu irmão, Kamiya-kun. Eu que insisti para que ele nadasse comigo. — disse Shun, justificando a atitude do irmão, e também se retirou.


* * *


Depois do dia em que viu Sakuya nadando, Hikari passou a prestar mais atenção ao rapaz. Ele era naturalmente discreto, mesmo que sua beleza chamasse a atenção. Sakuya era alto e esguio, fazia um belo par com sua irmã, tendo os mesmos cabelos castanhos e os olhos claros que ela. Mas enquanto os cabelos de Shun eram lisos, os de Sakuya eram levemente ondulados. Ela tinha uma beleza exuberante, e ele, uma beleza delicada e elegante.


Gou passava instruções a Sakuya enquanto todos se aqueciam para começar o treino. Shun perguntou algo a Rei, e Hikari percebeu que Nagisa os observava de longe.


Depois que Rei se afastou, Hikari aproveitou para se aproximar de Shun enquanto ainda alongava os braços. Shun era uma garota fácil de conversar, espontânea e direta. Sakuya era mais reservado.


Shun treinava com mais afinco do que qualquer um dos novatos, ela era a única que conseguia acompanhar o ritmo dos senpais, que já eram terceiranistas. Enquanto Sakuya pairava pelos arredores, prestativo, mas quase imperceptível.


Logo, Hikari descobriu a razão por Shun treinar tanto, o objetivo dela era participar do medley individual.


— Ah, queria que Nanase-san e Tachibana-san ainda estivessem aqui — suspirou certa vez —, seria ótimo vê-los nadar! E seria muito enriquecedor!


— Você os conhece? — perguntou Hikari.


— Não pessoalmente. Mas você deve ter ouvido falar sobre eles, né?


— Sim. Acho que todos estão aqui por causa deles e do Ryugazaki-senpai e do Hazuki-senpai.


— Exatamente. — Shun concordou com um sorriso.


— Queria ter podido treinar com eles. Um ou dois anos de diferença é uma coisa brutal com a nossa idade, né?


— Mm-huh. — Hikari concordou com um resmungo.


— Ryugazaki-senpai é incrível! Ele aperfeiçoou meu ângulo de entrada e melhorou muito a minha largada! Também me deu uns conselhos sobre o meu batta! Mas o que eu tenho mais dificuldade é o bure. Não sei como todo mundo fala que é um estilo fácil! Às vezes, parece que nem consigo sair do lugar!


— Você não devia estar falando isso se quer disputar o konme [forma reduzida de kojin medley, medley individual, prova em que um único atleta nada os quatro estilos na ordem: borboleta, costas, peito e livre].


— Eu sei. — ela respondeu com um suspiro.


Naquele momento, estavam começando a tomada de tempo do nado de peito e a primeira leva se encaminhava para os blocos de largada. Nagisa estava na raia cinco, uma das raias nobres.


Shun voltou sua atenção ao seu senpai, observando cada movimento dele. Hikari ficava entre assistir ao nado de Nagisa e as reações de Shun que vibrava a cada braçada. O fascínio que ela tinha por ele era indisfarçado.


— Você está interessada no Hazuki-senpai? — ele perguntou de modo que apenas ela ouvisse.


— É claro que sim! — ela respondeu sem tirar os olhos dele.


Hikari arregalou os olhos de surpresa, não esperava uma resposta tão direta.


Na piscina, Nagisa havia acabado de fazer a volta para a segunda metade da corrida, com uma boa vantagem sobre seus kouhais.


— A segunda parte é a melhor! — exclamou Shun, maravilhada. — Olhe as braçadas do Hazuki-senpai! Elas ficam ainda mais longas na segunda metade, como se ele conseguisse esticar ainda mais os braços!


Hikari ficou observando o final da corrida. Não era de se estranhar que Nagisa tivesse se classificado para na prova individual do campeonato regional, sem contar o nacional com o revezamento.


— Eu queria nadar o bure como o Hazuki-senpai.


Então é esse o interesse que você tem por ele? Hikari quis perguntar, mas se limitou a rir de sua própria precipitação.


— Você já tentou pedir alguns conselhos para ele?


— Eu queria, mas de algum modo, sinto que esse não é um bom momento.


Hikari não entendeu o que Shun queria dizer, mas não teve tempo para perguntar.


— Segundo grupo, em seus lugares! — chamou Gou depois de soar o apito.


* * *


— O que você quis dizer ontem no treino? Sobre esse não ser um bom momento para pedir conselhos do Hazuki-senpai? — Hikari perguntou para Shun no dia seguinte antes da aula.


— Hum — Shun parecia escolher as palavras —, achei o clima um pouco carregado sabe? Talvez o Hazuki-senpai esteja preocupado com alguma coisa.


Apesar de parecer um pouco avoada, Shun era observadora, afinal.


— Entendo. Será alguma coisa com o Ryugazaki-senpai?


— Eh? Por que seria?


— É só um palpite. — respondeu Hikari, se esquivando.


— Será que eles brigaram?! — perguntou Shun, aflita.


— Quem brigou? — perguntou Sakuya, se aproximando dos dois.


— Ninguém brigou, eu espero.


Sakuya não entendeu a resposta, mas deixou estar.


— Vocês vão fazer treino extra hoje? — Hikari perguntou aos irmãos.


— Eu gostaria. — respondeu Shun. — Talvez os senpais fiquem também. Logo devemos começar os treinos focados para o torneio municipal.


— E você, Asaba-kun?


— Provavelmente.


Por que o interesse? Sakuya quis perguntar, mas não deu voz ao seu pensamento.


— Eu vou perguntar aos senpais sobre o treino. — disse Shun animada, antes de se afastar.


Sakuya fez menção de seguir a irmã, mas foi parado pela mão de Hikari em seu braço.


— Você vai nadar hoje? — ele perguntou.


— Não.


— Eu quero nadar com você.


Seu coração disparou ao ouviu a declaração inesperada, e com a surpresa Sakuya se viu incapaz de formular uma resposta. Entreabriu os lábios, mas sua voz não saiu. Hikari sorriu suavemente antes de soltar seu braço e seguir em direção a Shun e os senpais.


No final, todos fizeram um treino prolongado, mas Sakuya não nadou.


Ele conseguia sentir o olhar de Hikari sobre si, enquanto auxiliava o treino dos outros alunos. Era como se Hikari estivesse esperando alguma coisa dele, mas Sakuya fingia naturalidade, fingia não ter ouvido aquela frase. Não conseguia entender porque aquilo havia mexido com ele, tentava negar que estivesse, mas no fundo sabia que aquilo o havia abalado. Não conseguia erguer os olhos para Hikari, na verdade, praticamente o evitou durante a tarde inteira. Não que isso o incomodasse, simplesmente não conseguia lidar com esse tipo de atenção.


Em um canto de sua mente, imaginou como seria nadar com Hikari. Como seria nadar com o garoto de estilo dinâmico e versátil, até um pouco agressivo, e que combinava com sua aparência exótica. O brinco na orelha direita e o cabelo escuro caindo sobre os olhos verdes vibrantes contrastavam com os adolescentes de aparência comum que predominavam na escola, mas a gentileza no seu tom de voz também combinava com a elegância de suas braçadas.


— Asaba-kun.


Sakuya saltou como um gato assustado ao ter seus pensamentos interrompidos justamente por aquele em quem pensava.


— S-Sim?


— Desculpe-me se o deixei desconfortável com o que disse mais cedo. Você já havia dito que não nadava mais, mas eu pensei que...


— Não, isso não me deixou desconfortável. — ele interrompeu.


Hikari pareceu surpreso, e então, ele sorriu. Um sorriso tímido e doce.


— Não?


— Não.


A expressão de Sakuya relaxou e ele sentiu que um sorriso também tomou seus lábios.


— Hum, então você vai nadar comigo? — Hikari perguntou hesitante.


— Sim, mas quando não tiver tantas pessoas aqui.


— Depois do treino?


Sakuya assentiu com a cabeça.


* * *


Obviamente, Shun também ficou depois do treino para a disputa de Hikari com seu irmão. Ela estava, no mínimo, intrigada em como Hikari havia conseguido convencer Sakuya a nadar.


Em pé ao lado da piscina, ela marcaria o começo da corrida deles. Fazia tempo que ela havia assistido o irmão a nadar, e ela sentia falta disso. Embora tivessem aprendido a nadar juntos, eles tinham estilos diferentes, assim como suas personalidades.


Sakuya se alongava perto da piscina, mostrando sua flexibilidade, seu corpo era como uma vara que poderia ser curvada sem se quebrar. Durante o aquecimento, Sakuya se concentrava, o olhar focado, a expressão determinada. Shun gostava de ver como o irmão mudava quando estava prestes a entrar em uma prova, e agora, ele parecia levar essa disputa com Hikari mais a sério do que um simples treino.


* * *


Os dois garotos subiram nos blocos de largada. Nenhum deles se atreveu a olhar para o lado, mas era impossível sentir qualquer outra coisa além da presença um do outro. Sakuya sentia um frio no estômago antes de nadar que há tempos não sentia, uma sensação que se condensava perto do seu centro de massa, o ponto que disparou ao sinal de largada. Ao pular na água era como se estivesse mergulhando na existência de Hikari, a água o envolveu e com ela pôde sentir Hikari em cada ínfimo pedaço de seu corpo. Sentia-o sobre sua pele, nas pontas de seus dedos, percorrendo suas veias, infiltrando-se por seus músculos. Tudo era apenas Hikari.


Tocou na parede da piscina, ainda elétrico pela adrenalina. Saindo do transe lentamente enquanto ofegava, aquela presença o deixava como o ar que saia de seus pulmões.


Silêncio.


Tirou a touca e os óculos, e só então se lembrou de que sua irmã também estava ali.


Shun estava atônita ao lado da piscina, com o cronômetro ainda em punho.


— Eu nunca vi você nadar assim.


O que ela quis dizer com isso?


Então, olhou para o lado, e viu que Hikari sorria.


— Isso foi incrível!


* * *


— Hum... Eu não sei como dizer isso... É que... Eu não queria que meu irmão fosse gerente do clube.


— O quê?! — perguntaram Rei e Gou em uníssono.


— O que exatamente você quer dizer com isso? — perguntou Rei, depois de um momento de silêncio. — Você quer que ele deixe o clube?


— Não! Por favor, não me entendam mal! Eu não quero que ele deixe o clube! O que quero é pedir a ajuda de vocês a convencê-lo a voltar a nadar.


Rei e Gou trocaram olhares.


— E você pode nos dizer por que ele parou e por que você quer que ele volte? —questionou Rei.


— Eu não sei por que ele parou — respondeu Shun —, mas quando entramos no colegial ele disse que não nadaria mais, mas eu sei que ele ainda ama a natação!


Shun havia passado horas ponderando antes de tomar a decisão de falar com seus senpais. Ela havia respeitado a decisão do irmão de deixar a natação, por mais que aquilo lhe doesse, mas ao vê-lo nadando com Hikari de um jeito que ela nunca havia visto antes a fez pensar que talvez ele houvesse se precipitado em parar. Mas agora ele evitava o assunto ainda mais do que antes. Sempre que ela tentava tocar nesse ponto, ele se esquivava.


— Há alguns dias, meu irmão nadou contra o Kamiya-kun. E de algum modo foi... diferente. Agora, ele não quer falar sobre isso, nem comigo, nem com o Kamiya-kun. — Shun fez uma pausa. — “O objetivo desse clube é treinar o nosso corpo e a nossa mente através da natação e melhorar a experiência estudantil” — ela recitou —, lembro de que li isso na descrição do clube e acredito que isso se aplicaria muito bem ao meu irmão. Eu sei que mesmo sendo tão próximos um do outro, eu não tenho o direito de decidir o que é bom ou não para ele, mas eu tenho medo de que um dia ele se arrependa da decisão que está tomando. Eu só quero que ele abra seus horizontes.


* * *


Quase inconscientemente, Rei começou a ponderar sobre as vezes em que Haruka havia expressado querer deixar a natação, sua decisão repentina no ginásio, sua hesitação em seguir a carreira profissional no final do colegial. Cada uma dessas situações tiveram motivações diferentes, e era isso que Rei tinha como parâmetro para tentar lidar com a situação de Sakuya. Apenas ele saberia seus reais motivos.


Rei também tinha seus próprios problemas pessoais para se preocupar nessa época. Com Nagisa o evitando, ele nem conseguia pedir o conselho dele naquele momento. Pediu conselho a Makoto, como ex-capitão do clube e amigo. E como suspeitava, não havia muito que pudesse ser feito. Conversou com Sakuya, buscou entender a situação, analisar situação com ele. Sakuya parecia ter suas dúvidas, e também, seus próprios problemas.


Shun havia contado sobre a disputa que Sakuya teve com Hikari, em como aquilo pareceu despertá-lo, mas por algum motivo ele ainda hesitava.


Já Hikari passava um tempo considerável encarando Sakuya durantes os treinos, enquanto Sakuya olhava furtivamente quando ele não estava olhando. Certamente alguma coisa estava acontecendo.


* * *


Quando Nagisa soube que Rin viria da Austrália para uma competição em Tokyo, ele não pensou duas vezes em organizar uma comitiva para irem torcer por Rin e Haruka.


Nessa ocasião, ele e Rei já eram namorados. Ainda estavam naquela fase de começo de namoro, quando tudo é novo e cada dia existe uma primeira vez para alguma coisa.


Como a primeira vez que Gou perguntou durante o almoço se ele estava se sentindo bem, pois ele poderia estar febril, dado o rubor de seu rosto e o olhar perdido quando sua mão tocou a gravata que usava. Como ele poderia explicar para ela que havia se lembrado de que havia ganhado aquela gravata, que Rei havia lhe dado no dia em que se tornaram namorados?


A primeira vez que sentiu borboletas em seu estômago quando Rei tocou casualmente em seu braço no caminho para estação, ou a primeira vez em que deram as mãos na viagem para casa.


Compartilhavam tantas primeiras vezes: o primeiro beijo, o primeiro encontro, o primeiro presente que trocaram.


Um sorriso bobo se espalhava por seu rosto todas as vezes que olhava para o pingente em forma de borboleta que pendia do seu celular. Haviam comprado juntos no dia do primeiro encontro deles, quando passeava depois do cinema.


— Olha, Rei-chan! Um pingente em forma de borboleta! Ele me faz lembrar você!


— Então ele vai ser um presente do nosso primeiro encontro, para que você sempre se lembre de mim.


— Ah, isso não vai ser possível. — disse Nagisa com uma expressão séria.


— Por que não? — Perguntou Rei, ficando preocupado.


— Porque eu já penso em você o tempo todo.


Rei corou no mesmo instante.


— Ah! Tem um pinguim também! Então esse vai ser o meu presente para você!


Rei sorriu para Nagisa e Nagisa correspondeu com um sorriso igualmente radiante.


Nagisa percebeu o olhar de Makoto sobre aqueles pingentes, no dia do campeonato. Nagisa também percebeu como ele sorriu ternamente, os olhos cheios de compreensão.


Aquele havia sido um dia perfeito e cheio de surpresas incríveis.


Durante seus anos no ginásio, quando a natação havia se tornado apenas uma lembrança de dias felizes, Nagisa não teria imaginado até onde conseguiriam chegar. Ele só queria ter seus amigos de volta e agora tinha não apenas isso, mas havia feito tantos novos amigos.


Também não teria imaginado que chegariam ao campeonato nacional.


Mas agora também tinham outro problema: sem Haruka e Makoto, quem formaria o revezamento com ele e Rei?


* * *


Ultimamente, Nagisa e Rei pareciam mais animados do que o normal, e Sakuya tinha o palpite que isso não era apenas por causa da viagem que planejam fazer para Tokyo. Os senpais haviam falado sobre um torneio importante que aconteceria na capital e que nele participariam Haruka Nanase e Rin Matsuoka, amigos dos membros mais antigos do clube. Quando os senpais perguntaram se alguém tinha interesse de acompanhá-los, Shun imediatamente levantou o braço, quicando de entusiasmo. Em seguida, ela voltou seus olhos de filhotinho para ele em uma suplica silenciosa. Sakuya suspirou e levantou o braço. Quando olhou furtivamente para Hikari, seus olhos se encontraram. Hikari também levantou o braço, olhando diretamente para ele.


Sakuya sentiu um arrepio percorrer seu corpo.


Ele estava entusiasmado em ver pessoalmente a rivalidade amistosa de Haruka e Rin, irmão da Gou, da qual tanto ouvia falar, mas estaria mentindo se dissesse que essa era a única fonte do seu nervosismo.


No torneio, Sakuya percebeu que o que diziam sobre Haruka e Rin não tinha nada de exagero. A disputa pessoal deles nos 100m nado livre foi um espetáculo a parte. Parecia que nadavam exclusivamente um para o outro, a chama que queimava em um era a o que alimentava as braçadas do outro. Sem perceber, se pegou se perguntando se o que sentiu ao nadar com Hikari poderia se transformar em algo tão poderoso que podia ser sentido até por quem estava há metros de distância, assistindo-os da arquibancada. O que sentiu ao nadar com Hikari o fascinava, mas ao mesmo tempo o deixava apreensivo. As pessoas sempre temem o desconhecido.


O torneio ainda duas participações surpresa que fizeram o grupo formado pelos alunos do Colégio Iwatobi e do Instituto Samezuka se agitarem na arquibancada, Makoto Tachibana e Sousuke Yamazaki, estavam fazendo suas estreias também.


No voo de volta, sua irmã pediu para que trocasse de lugar com ele, que como gerente do clube, viajava ao lado de Gou.


— Eu quero conversar com a Matsuoka-senpai sobre o torneio. — foi o que ela disse.


Desse modo, Sakuya viajaria ao lado de Hikari, o que fez voltar seu nervosismo.


— Você sabia que o Colégio Iwatobi foi para o torneio nacional ano passado? — perguntou Hikari, tentando puxar conversa.


— Sim. Acho que o revezamento ficou bem famoso, todo mundo da escola sabe sobre isso. — respondeu Sakuya, tentando soar natural.


— Hum, mas você viu? Digo, a prova do torneio nacional?


— Não. Você viu?


— Sim, e foi incrível. Sabe todas as coisas que as pessoas dizem sobre esse tipo de prova, a forma como a equipe nada unida? Mas isso não chega nem perto do que foi de verdade, da entrega, da sincronia deles. Foi a coisa mais extraordinária que eu já vi.


— Você deve gostar mesmo de natação, até foi assistir o torneio.


A expressão maravilhada de Hikari foi abalada por um rosado em seu rosto, seus lábios entreabertos em surpresa e quando Sakuya achou que ele apenas concordaria encabulado, Hikari começou a falar.


— Na verdade, eu fui ver uma pessoa.


— Ah.


Um sorriso frágil nos lábios tornava seu rosto melancólico. Sakuya não sabia se perguntava quem era essa pessoa. Havia uma ponta de curiosidade, mas isso não era da sua conta. E sinceramente, talvez ele não quisesse saber.


Hikari continuou:


— Fui ver a prova do meu ex-namorado.


Foi a vez do queixo de Sakuya pender em espanto. Um silêncio estranho pairou sobre eles.


— Isso incomoda você? — perguntou Hikari, por fim.


— Não. Só fiquei surpreso que você já estivesse em um relacionamento antes mesmo de entrar no colegial.


— Você quis dizer, que eu já tivesse saído de um?


— Mais ou menos isso... E que você estivesse... namorando um cara mais velho, um colegial.


— Ele é dois anos mais velho.


— Você parece bem resolvido com toda a situação.


— Pareço? — ele perguntou surpreso, e Sakuya confirmou num menear. — Na verdade, não. Foi difícil. Eu achei que seria para sempre, mas nem era sério para ele. Eu fui assistir sem que ele soubesse, sou um idiota, né? — completou um uma risada forçada. — Eu era tão inocente quando o conheci.


Sakuya corou ao ouvir sua última frase.


— Ei, ei! Não fique pensando besteira! Não estou falando de sexo! Eu não cheguei a fazer com ele! Argh!! Por que eu estou dizendo isso?! — Hikari escondeu o rosto vermelho com as mãos. — Desculpa, acho que você não queria saber dessas coisas.


— Não, tudo bem. Fui eu que perguntei. — respondeu Sakuya meio sem jeito.


— Desculpa mesmo. É a primeira vez que eu falo sobre ele, não era uma coisa aberta. Então, isso ficou tanto tempo dentro da minha cabeça, às vezes eu até achava que era alucinação minha...


— Mas foi especial para você...


— Sim. Foi muito especial.


Ficaram um tempo em silêncio, até Sakuya voltar a falar:


— Vocês se conheceram na escola?


— Não, foi no SC, quando erámos crianças. Depois nos reencontramos na escola. Eu continuei frequentando o SC e não entrei para o clube da escola, ele fez o contrário. Um dia ele veio falar comigo e eu me deixei levar. Eu sempre tive um crush por ele — suspirou —, eu faria qualquer coisa que ele me dissesse. Eu acreditei e pulei de cabeça naquele relacionamento, sem perceber que não era tão serio, que não era importante para ele como era para mim. Quando ele percebeu o quanto eu estava apaixonado, ele disse que era só uma coisa de escola, que eu deveria apenas curtir, passar o tempo e dar uns beijos, que era por isso que ele namorava garotos e não garotas, porque elas fazem planos.


Sakuya ficou horrorizado com o que ouviu.


— O quê?! Isso é idiotice! Só porque a mente medíocre dele funciona assim, não que dizer que o todo mundo seja!


Hikari olhou surpreso para o colega, sem esperar que ele tivesse uma reação tão inflamada.


— Ah, desculpe. É que isso foi tão ultrajante! — A raiva de Sakuya acabou cedendo ao ver que Hikari sorria. — O que foi? — ele perguntou.


— Nada, é que isso foi...  — ele não conseguia encontrar palavras. — Obrigado.


— Eu sinto muito que você tenha se envolvido com um babaca desses.


— Ele é um babaca mesmo, né? Acho que nunca tinha pensado assim. Eu achei que eu é que era o babaca da história, por ter caído nessa.


— De forma alguma.


Hikari olhou nos olhos de Sakuya.


— Você é um cara legal.


— Obrigado. — respondeu sem jeito.


— Se você fosse gay, eu me apaixonaria por você.


Sakuya ficou congelado no lugar, chocado com o que ouviu.


— Fica frio! — disse Hikari depois de uma gargalhada. — Estou brincando! Não leve tudo tão a sério!


Sakuya respondeu com uma expressão sisuda.


— Eu levo as coisas a sério. Estou levando você a sério.


Hikari não conseguiu decifrar se o duplo sentido havia sido intencional.


— Ah... Nós fugimos do assunto. Então, você vai voltar a nadar?


— Eu ainda estou pensando nisso, — respondeu Sakuya com uma careta.


— Hum... eu queria perguntar...


— Por que eu parei? — Hikari assentiu com um movimento de cabeça, então Sakuya continuou. — É difícil explicar... e pode parecer até um pouco bobo. Mas eu não via muita razão em continuar. Eu não sou como minha irmã que quer ser profissional. Um dia eu me perguntei se só estava nadando porque ela nadava. Se não estava apenas me deixando levar. É claro que eu quero apoia-la, mas não preciso fazer isso nadando, por isso decidi ser gerente do clube. Isso seria mais eficiente. E eu evito falar sobre esse assunto, porque apenas faz com que as pessoas me questionem e insistam para eu voltar, e desse jeito parece que só estou fazendo isso para chamar a atenção. O que não é verdade de modo algum. Às vezes eu sinto falta, então eu penso na razão de ter parado e parece que voltar não faz sentido. Consegue entender isso? — ele terminou com um sorriso encabulado.


— Você não precisa nadar para ser um profissional. Você pode nadar simplesmente porque gosta.


— Sim, mas eu não preciso competir para nadar. Eu não tenho essa sede de vencer. E competir sem querer vencer é fazer as coisas pela metade.


— Quando você nadou comigo você me pareceu bem mais competitivo do que suas palavras me fazem acreditar agora.


— Bem, aquilo foi diferente.


— Diferente como?


— Foi diferente. Eu não sei explicar. — disse Sakuya desviando o olhar. Ele sentiu seu rosto quente, devia estar corando, então tentou esconder discretamente parte do rosto com a mão.


— Você me sentiu dentro da água naquele dia?


Sakuya não conseguiu evitar olhar para Hikari, tamanha sua surpresa com as palavras dele.


— Pois eu senti você — continuou ele —, senti você em cada pedaço de mim, de um modo que eu nunca havia experimentado antes. Com ninguém.


Ele entreabriu os lábios sem palavras para responder ao que Hikari havia acabado de lhe dizer. Ele havia descrito exatamente o que havia sentido naquele dia. A sensação que o deixou tão intrigado e confuso. Que o fez querer voltar a nadar, mas que depois o fez se sentir insatisfeito e vazio.


— Nade comigo de novo. Eu quero sentir aquilo mais uma vez.


Aquele era um terreno desconhecido, talvez até perigoso.


— Eu não sei o que responder.


— Nade comigo — ele repetiu —, você não quer sentir aquilo de novo?


— Eu não sei. — Eu tenho medo de me perder em você, foi o que ele pensou.


— Eu não quero apenas nadar contra você, eu queria experimentar um revezamento com você. Pense em como seria. Eu quero entrar para a equipe do revezamento medley com o nado de costas. Consegue imaginar isso? Eu começaria a prova e você a encerraria com seu nado crawl. Nadaríamos com os senpais. Consegue imaginar isso? — ele repetiu com os olhos brilhando.


Sakuya pensaria nisso, muito mais do que gostaria. Sua dúvida devia estar transparecendo em sua expressão, pois Hikari inclinou a cabeça para vê-lo melhor.


— Sim? — Hikari perguntou com outro de seus sorrisos doces.


Sakuya apertou os olhos e cobriu o rosto com as mãos.


— Eu sei que vou me arrepender disso! Vou me arrepender no momento em que a Shun ficar sabendo! Ela vai ficar saltitando até a semana que vem. — Sakuya respirou fundo antes de descobrir o rosto e continuar: — Sim, eu vou nadar! Mas não vai ser tão fácil assim eu conseguir entrar para o revezamento.


Quando Hikari fez menção de comemorar, Sakuya fez sinal de silêncio.


— Vamos deixar isso entre nós dois até chegar à Iwatobi, por favor. — ele pediu.


— Claro! O que você quiser! — respondeu Hikari com um sorriso feliz.


* * *


No trem para Iwatobi, Hikari voltou a falar depois de um longo período de silêncio.


— Sabe, Asaba-kun? Meu ex estava participando do torneio.


Sakuya arregalou os olhos de espanto e não pôde evitar se sentir um pouco traído.


— Você foi por que sabia que ele estaria lá?


— Não! — respondeu um pouco mais alto do que devia. — É verdade que havia essa possibilidade, mas eu nem estava pensando nisso!


Sakuya olhou para o lado de fora da janela, onde os campos de arroz passavam ligeiros.


— Esse brinco que uso, eu ganhei dele.


Dessa vez ele não olhou para Hikari, sua boca ficando amarga com a raiva que ele nem sabia ser possível sentir. Teve raiva de Hikari por lhe contar isso, e raiva de si mesmo por se incomodar com as coisas que ele dizia.


— Era algo importante para mim. O único presente que ele me deu, quando achei que ele me amava. Depois que eu o vi no torneio fiquei me perguntando por que ainda uso isso. Porque eu não senti nada quando o vi ali, de pé no bloco de largada. Nada. Nem saudade. Nada.


Hikari suspirou e ficou em silêncio, mas Sakuya ainda não olhou para ele.


— Eu estava acostumado ao brinco, como estava acostumado ao que achavam que ainda sentia por ele. Acho que já passou da hora de eu seguir em frente.


— Por que está me dizendo essas coisas?


— Eu não sei. Acho que sinto que posso me abrir com você. E eu queria que você soubesse.


E se eu não quiser ouvir seus segredos sobre seu ex-namorado? Sakuya quis perguntar.


— Geralmente eu não tenho essa disposição para me aproximar das pessoas. Mas quando vi você nadando eu senti que queria te conhecer, que queria ser seu amigo.


— Não tem nada demais no modo como nado.


— Acho que você não faz ideia de como é fascinante.


— Está brincando comigo? — Sakuya se virou para encará-lo.


— Eu não me atreveria.


Sakuya fungou e voltou a olhar para o lado.


— Falar com você me deixa confuso — confessou Sakuya.


— Confuso bom ou confuso ruim?


— E como confuso poderia ser bom?


— Diga como você se sente confuso e eu digo se isso é bom ou ruim.


Sakuya franziu o cenho. Isso parecia um jogo perigoso de se jogar, mas o que ele tinha a perder?


— Não gosto que você fique me contando essas coisas. Isso me deixa irritado.


— Eu nem sabia que você se irritava.


— Para você ver. Nem eu sabia que poderia me irritar por isso.


— O que mais te deixa confuso?


— O modo como você me encara, não importa onde estamos — Sakuya voltou a se virar para Hikari, como para provar seu argumento e vê-lo encarando seu perfil, mesmo quando Sakuya olhava para os campos de arroz.


Hikari ergueu as sobrancelhas diante das palavras dele.


— E o que mais?


— Como me senti quando nadei com você.


— Isso vale para mim também.


— E o modo como me sinto quando estou com você. — Sakuya disse, olhando dentro dos olhos verdes de Hikari. Sua voz era pouco mais do que um sussurro.


— Isso é ruim?


— Não, mas é assustador.


— Se o seu estado de confusão é bom ou ruim, isso vai depender da resposta que você tiver para o que vou falar agora.


Sakuya não respondeu, mas seus olhos permaneceram fixos em Hikari.


— Sakuya, eu acho que estou gostando de você. — ele sussurrou.


Sakuya entreabriu os lábios. Seu coração palpitava no peito, como um pássaro preso em uma gaiola. Sua raiva poderia ser apenas ciúmes, já havia cogitado essa possibilidade. Seria ruim se ele também gostasse de Hikari? Pela primeira vez ele o havia chamado pelo nome, e era especial o modo como a voz dele formava o som do seu nome.


— Talvez eu esteja gostando de você também. — ele respondeu, por fim.


— E você fica confuso com isso?


— Hum... não.


— Então isso é uma coisa boa. — disse Hikari com sorriso.


Talvez Sakuya estivesse apenas se rendendo à emoção que sentiu no torneio, ao ser testemunha da história de outras pessoas. Ou talvez ele estivesse se precipitando devido a todos os sentimentos novos que Hikari o fazia sentir. Ou talvez aquela fosse uma nova oportunidade para se sentir vivo como nunca havia sentido antes.


Se essa decisão havia sido a certa ou não ele só saberia com o tempo. Se aquele amor floresceria, ele só saberia o vivendo.



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Autor(a): hokutoritsuka

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