Fanfics Brasil - Ciúmes e saudades Jiyuuni

Fanfic: Jiyuuni | Tema: Free!


Capítulo: Ciúmes e saudades

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O tempo corria célere e antes que se percebesse já estava chegando à semana de provas, essa que seria a primeira semana de provas da universidade para Makoto. Seus estudos sobre os conteúdos para os testes estavam bastante adiantados, mas Makoto ainda queria fazer uma revisão antes das provas, para garantir que tudo corresse bem.


Já era final da tarde e Makoto estava saindo da aula quando encontrou Kisumi. Havia se tornado um hábito encontrá-lo e o rapaz parecia ser o tipo de pessoa que não tinha dias ruins, ele tinha ares de viver eternamente em uma agradável manhã de primavera sob o céu azul e um campo de flores.


— E aí, Makoto? Já está indo para casa?


— Oi Kisumi! Sim, estou indo, já que as atividades do clube foram suspensas por causa das provas — respondeu com um ar bem alegre —, e você?


— Hum... Você parece mais animado do que o normal. Alguma coisa boa deve ter acontecido... — Kisumi estreitou os olhos num sorriso malicioso — Oh! Algo bom ainda vai acontecer, acertei? — disse enquanto passava o braço pelo pescoço de Makoto, puxando-o para perto.


Makoto riu diante da observação perspicaz de Kisumi.


— Está tão na cara assim? — perguntou, ficando sem jeito.


— Você nem imagina o quanto! — respondeu Kisumi rindo — E eu sei quem é o responsável por tanta animação, não é? Haru.


Foi só ao ouvir o nome do responsável por sua felicidade que Makoto percebeu a presença de Haruka, que estava parado perto deles com uma expressão meio aborrecida, fulminando o sorriso brilhante de Kisumi com os olhos.


— Haru! Você veio! Achei que você fosse direto para o meu apartamento! — Makoto sorria de um jeito que ofuscava até o sol.


— Saí mais cedo — respondeu apenas.


— Ah, Makoto! Então eu não vou poder ir à sua casa hoje? — perguntou Kisumi com a voz mostrando uma carência fingida.


— Desculpe, Kisumi, hoje não vai dar. — Makoto deu uma risada sem graça — Haru e eu vamos estudar juntos.


— Estudar, sei. — Kisumi começou a rir divertido.


— Vamos, Makoto — disse Haruka, já se virando para ir.


— Que frio, Haru! Faz tempo que não nos vemos e você nem me cumprimenta direito —falou Kisumi, fazendo bico.


— Até mais, Kisumi. — Haru se virou e disse essas palavras por cima do ombro. Kisumi sabia que aquilo era o máximo que conseguiria arrancar dele naquele instante, mas já estava bom, afinal, desta vez ele fez por merecer.


— Até mais, Haru! — finalmente Kisumi soltou Makoto e acenou para Haru, mesmo que ele já estivesse de costas. — Até mais, Makoto! — e despediu-se de Makoto dando uma piscadela.


Makoto não entendeu porque Kisumi estava piscando para ele, mas se despediu também e correu para alcançar Haruka.


* * *


Makoto e Haruka fizeram o caminho todo em silêncio.


Mas Makoto estava tão feliz com a visita de Haruka que mal percebia o quanto ele parecia aborrecido, ou talvez, estivesse subestimando o humor do namorado, sendo esse iludido por sua própria aura de alegria, que se pudesse ser materializada, seria tantas flores que sufocariam os outros passageiros do metrô.


Na verdade, a expressão de Haruka não o denunciava de fato, ele apenas permanecia olhando pela janela, enquanto ponderava sobre os pensamentos de Makoto a cerca de várias coisas, mas que ficavam em sua maior parte concentrados em Kisumi e suas visitas à casa de Makoto.


Depois de ruminar esses pensamentos durante o percurso feito confinados no vagão do metrô, somando à caminha da estação ao apartamento de Makoto, disparou uma pergunta assim que entraram e Makoto fechou a porta:


— Então, o Kisumi vem sempre à sua casa? — questionou Haruka com sua voz fria.


— Eh? Sim, ele vem... — Makoto fora pego de surpresa pela pergunta repentina e objetiva de Haruka.


Haruka ficou encarando-o, uma porção de coisas passando por sua cabeça, enquanto mantinha a expressão séria e fechada. Era claro que Haruka não estava gostando de alguma coisa, Makoto só não sabia do quê exatamente ele não estava gostando.


— O que foi, Haru? — perguntou apreensivo.


— Nada — ele respondeu, virando o rosto bruscamente, fazendo seu cabelo se agitar.


Será que Kisumi estava certo? Havia alguma possibilidade daquela ideia louca dele ser verdadeira? Kisumi dizia que apesar de Makoto ter uma boa percepção sobre Haruka, ela era péssima quando se tratava de algum assunto relacionado a si mesmo. Se sua intuição sobre Haruka era falha nesse sentido, só havia um jeito de saber.


— Eh... Haru, será que você... poderia estar... com ciúmes? Com ciúmes do Kisumi? — perguntou Makoto, titubeante.


Haruka não respondeu com palavras, mas a forma como ele olhou nos olhos de Makoto era mais do que o suficiente para saber a resposta. Um acesso de ciúmes do namorado poderia abater o ânimo de qualquer pessoa, mas não o de Makoto.


— Haru, é verdade?! Você está com ciúmes de mim? — perguntou Makoto, apontando para si mesmo muito mais animado do que Haruka gostaria.


Haruka apertou os lábios e franziu a sobrancelha sem querer admitir aquilo verbalmente.


— Quando o Kisumi disse que você era ciumento eu não acreditei! Nunca teria imaginado que ele tivesse razão!


— Kisumi disse isso?! — perguntou Haruka sem conseguir evitar que o rubor tomasse seu rosto.


Foi só nesse instante que Haruka se deu conta que havia caído em uma armadilha do Kisumi. Ele sempre havia desconfiado que o rapaz fizesse isso de propósito, toda aquela proximidade desnecessária com o Makoto, mas ele acreditou que fosse só o jeito dele, já que também vivia tocando em Haruka. Mesmo pensando assim, isso não deixava de irritá-lo profundamente.


— Ele disse que eu devia ter percebido antes.


Haruka só conseguia pensar que o tiro com a arma de água que havia dado nele durante o jogo de sobrevivência no festival cultural da Samezuka era muito pouco para o que ele merecia.


— Vou fazer o jantar — E se virou indo para a cozinha.


— Eh?! Haru?!


A repentina virada na conversa surpreendeu Makoto, que seguiu Haruka até a cozinha e sorriu ao ver a expressão contrariada no seu rosto corado.


Haruka estava indo lavar as mãos na pia quando sentiu Makoto o abraçando pelas costas, envolvendo sua cintura com os braços.


— Haru-chan é uma gracinha. — A voz de Makoto era quase um ronronar em seu ouvido.


— Já disse para não me chamar de “chan” e “gracinha” é ainda duas vezes pior. — Haruka pensou que tipo de homem iria ficar feliz ouvindo uma frase daquela, mas ainda assim, aquilo intensificou o rubor de suas maçãs.


Haruka achou que Makoto o estava abraçando apenas para acalmá-lo, mas então, Makoto começou a falar.


— É verdade que Kisumi costuma vir aqui em casa.


Em resposta à afirmação de Makoto, Haruka se agitou, tentando se desvencilhar dos braços do namorado, mas sem sucesso algum. Ele não tinha muitas chances contra aquele corpo forte que o envolvia ternamente, como um gato que se assusta e tenta fugir de quem lhe acaricia.


— Ele está me ensinando a cozinhar. Eu queria fazer um jantar para você. — Makoto falava com o rosto encostado nos cabelos de Haruka, podia sentir o cheiro do seu xampu. — Você sempre cozinha para mim, eu queria cozinhar para você também.


— Eu poderia ter te ensinado — disse Haruka, depois de um tempo que havia parado de se debater, mas ainda parecia um pouco emburrado.


A risada de Makoto parecia ser transmitida através de uma doce vibração que vinha do corpo dele e era absorvida pelo corpo de Haruka. Ouvindo-a agora, reverberando em si, percebia o quanto sentia a falta dela.


— Eu queria fazer uma surpresa. Você me ensina a fazer outro prato para o almoço amanhã?


— ...Sim.


Não havia como recusar algo quando Makoto lhe pedia assim.


Recentemente, Haruka estava aprendendo muita coisa sobre saudade, especificamente, sobre a saudade que sentia de Makoto. Ter o amigo e namorado em seu cotidiano sempre fora algo tão normal que foi um verdadeiro choque quando a ideia de ficarem separados se tornou eminente. Agora, sentia sua respiração em seus cabelos, seus braços ao redor de seu corpo e seus batimentos se infiltrando em seu peito. Sentia tanta falta disso tudo, de cada ínfimo detalhe sobre ele, que muitas vezes nem faziam parte de sua consciência, mas quando os sentia sabia que sempre estiveram ali e que era daquilo que também sentia falta.


Também havia a forma como ficava mais consciente da presença dele. O modo como esperava ansioso pelo primeiro toque. Parecia que suas peles se atraíam e até que se tocassem, era como se lutassem contra essa atração. Parados em um estado de latência, havia expectativa, ansiedade, necessidade e amor. Havia apenas o desejo de voltar para onde deveriam estar. Agora que o primeiro contato havia sido feito, sentia-se em casa, acolhido.


Haruka era quase todo feito de sutilezas, inclusive a forma como seduzia o namorado, com beijos de lábios entreabertos e insinuações veladas. Teve um pensamento ousado, que há muito rondava os cantos de sua mente, porque a saudade também era um poderoso afrodisíaco. Se Makoto reagia tão ardentemente ao seu modo de beijar, como reagiria a um movimento mais claro e aberto?


Haruka encostou mais seu corpo em Makoto, aconchegando suas costas no peito dele e depois, fazendo um leve movimento com seu quadril contra o dele. A reação de Makoto foi instantânea: Haruka percebeu claramente como seu corpo se retesou, talvez de surpresa, e sua respiração ficou presa na garganta por um breve instante, saindo depois descompassada. Quem sabe devido à surpresa, Makoto apenas ficou paralisado sem fazer um único movimento. Já Haruka tinha a respiração acelerada pelo nervosismo e pela expectativa, mas ainda assim, repetiu o movimento suavemente.


A mudança na respiração de Makoto foi perceptível, embora sútil. Ele sentia o corpo de Haruka contra o seu, naquele movimento discreto, porém, insinuante. Aquilo era coisa da sua cabeça? Enquanto sua consciência tentava dizer-lhe que era apenas um gesto involuntário, ela também tinha que lutar contra seu corpo que se agitava a cada pequeno movimento de Haruka. Teve o impulso de soltá-lo e se afastar antes que ele percebesse o efeito devastador daquele toque, mas antes, reuniu coragem para perguntar:


— Haru...? Está fazendo isso... de propósito? — sua voz saiu menos firme do que ele desejava.


Haruka fez um movimento mínimo de cabeça para olhá-lo de canto de olho e mesmo que seu olhar não confirmasse, o rosado delicado em rosto o teria denunciado.


Makoto arfou ao olhar nos olhos dele e sua boca secou na ânsia de beijá-lo, e foi o que ele fez no movimento seguinte, inclinando-se para provar seus lábios macios. Apertou mais o corpo dele junto ao seu, mergulhando naquele beijo necessitado e um pouco desajeitado devido à posição em que estavam. Haruka suspirava enquanto seus lábios eram tomados, se agitando nos seus braços, mas não para fugir deles, e sim para se aconchegar, para provocá-lo, agora mais abertamente. Sentia o volume se formando nas calças de Makoto e aquele contato o excitava.


Makoto passou a beijar seu pescoço, enquanto suas mãos o acariciavam sobre as roupas, uma delas subindo pelo peito e a outra descendo para o quadril. Ficou um pouco maravilhado ao perceber como Haruka também estava animado com aquela brincadeira. Prendia o corpo dele contra o seu em um gesto um tanto possessivo, mas se não se permitisse ser possessivo em um momento como esse, quando o seria? Haruka queria que ele o tomasse, então, ele desfrutaria desse sentimento.


Seus dedos soltaram o botão e o zíper da calça de Haruka, para que sua mão pudesse explorar dentro dela, deslizando sobre o membro ereto e úmido, sentindo o calor familiar. O espaço era limitado, mas o resultado foi satisfatório. O movimento de sua mão fazia com que Haruka esfregasse ainda mais o quadril contra sua própria ereção, num desejo crescente e desenfreado.


Foi só naquele momento que se lembrou de que estavam de pé na cozinha, com a mão molhada com o pré-gozo de Haruka e o ar cheio de arfadas que escapam por lábios entreabertos. Talvez devessem ir para o quarto, mas era difícil pensar em um jeito de chegarem até lá enquanto Haruka pressionava e friccionava sua bunda sobre o membro dele. Olhou para a mesa e engoliu em seco. Mas não tinha jeito, ainda precisava do lubrificante, então tentou conduzi-lo para o quarto.


O que Makoto não esperava era que Haruka o detivesse, e como se também estivesse lendo sua mente, se inclinou sobre a mesa. Aquilo devia ser algum tipo de delírio, um fetiche masculino tomando contornos tão claros à luz do crepúsculo.


Era raro ter Haruka tão proativo em outra coisa que não fosse natação, mas talvez fosse o efeito do afrodisíaco da saudade, ele apenas queria sentir Makoto, queria que ele o arrebatasse com urgência, com aquela necessidade desvairada que se vê em histórias de amor, onde as pessoas se amam no chão da biblioteca ou no piso do corredor. Makoto começou a movê-lo, conduzindo-o para o quarto, quando ele viu a mesa da cozinha, será que isso seria suficiente para enlouquecer Makoto? Para onde havia ido a sua vergonha e o seu recato? Para onde quer que tenham ido, Haruka não sentia a mínima falta deles agora, só sentia falta de Makoto e nada mais.


O gesto foi simples, menos vulgar do que um Haruka em perfeito estado de lucidez acreditaria que fosse, mas muito mais eficiente do que o Haruka daquele momento, embriagado por sua libido havia calculado.


A mão de Makoto buscou a pele de suas costas, empurrando a blusa num gesto amplo, beijando a tez exposta enquanto descia suas calças, exibindo mais do corpo de Haruka, suas pernas, suas coxas, suas nádegas. Makoto acariciava essas partes também, ávido por contado. Faminto por aquele que era seu único objeto de desejo.


Repetia seu nome como uma conjuração que fizesse dele realidade.


— Haru... Haru...


Haruka sentia a pele arder sob os toques como se entrasse em combustão, queria mais daquele Makoto cheio de volúpia, queria enlouquecê-lo.


— Makoto... Rápido... — disse, instigando-o, mas ele mesmo estava quase sem fôlego.


— Mas, Haru... eu não preparei você e o lubrificante está lá no quarto. — disse, como se lamentasse. Que droga, por que eles não tinham lubrificante na cozinha?


Em resposta, Haruka empurrou o quadril contra ele, e Makoto pensou que se aquilo fosse um teste, ele definitivamente estaria reprovado. Foi então que se lembrou dos temperos que ficavam sobre a bancada da pia, talvez aquilo servisse.


Esticou o braço para alcançar o vidro de azeite, e o derramou na fenda que separava as nádegas de Haruka, deixando-o melado e escorregadio. Haruka se contraiu ao sentir o líquido gelado em um lugar tão íntimo, mas logo começou a relaxar ao ser acariciado pelas pontas dos dedos cuidadosos de Makoto. Não demorou para  que os dedos molhados conseguissem penetrá-lo, massageando-o até o desconforto inicial se transformar em uma sensação quente na base da espinha que fazia Haruka empurrar o quadril contra aqueles dedos, desejando que fossem mais fundo, fazendo o ar escapar em gemidos quando tocava aquele lugar especial.


Mas era claro que apenas os dedos de Makoto não seriam suficientes. Haruka queria mais, queria senti-lo dentro de si, acolhê-lo, ser preenchido por ele, ter o corpo dele envolvendo o seu.


— Makoto... — ele arfou com urgência.


Makoto abriu a calça, libertando seu membro e o primeiro toque dele contra a pele de Haruka foi como eletricidade. Começou roçando-o na entreperna de Haruka, na parte interna de suas coxas e sua virilha. Podia sentir o corpo de Haruka estremecendo àquelas provocações. E ele que queria enlouquecer era quem perdia a sanidade, mas logo aquela frustração seria transformada em prazer, quando, finalmente, Makoto começou a penetrá-lo.


Era difícil fazê-lo lentamente. Tomava cuidado para não feri-lo, para não exigir mais do que seu corpo suportaria, mas ao mesmo tempo isso aumentava a expectativa. Foi mais fácil do que havia imaginado, adentrá-lo assim, talvez a posição estivesse ajudando. Podia ouvir Haruka gemendo baixinho enquanto o fazia, não um gemido de dor, mas de êxtase. A sensação de ser preenchido pelo calor de Makoto era inebriante.


Inclinou-se sobre as costas de Haruka, abraçando-o e beijando sua nuca. Sabia como ele era sensível ali, deixando sua pele arrepiada. Precisava de um pouco de tempo para se concentrar e não perder o controle, mas ele não poderia imaginar que Haruka queria que ele o perdesse. Haruka queria libertá-lo do seu medo, entre tantos, do seu medo de machucá-lo, pelo menos isso deveria estar em seu alcance.


Ouvindo a respiração de Makoto se acalmando abraçado a si, Haruka voltou a mover seu quadril quando Makoto beijou seu pescoço novamente, e isso o fez arfar.


— Ah... Haru...


Haruka moveu mais uma vez, sentia-se contrair em torno dele numa onda de prazer. A pele quente da virilha de Makoto roçava na base de suas coxas, tão fundo dentro dele.


Quando Makoto tomou controle da situação, e perdeu o controle de si, foi a vez de Haruka arfar. Ele retirou-se e depois o penetrou um pouco mais rápido do que a primeira vez. O gesto foi se repetindo, ficando mais rápido e urgente, cada estocada enviava uma onda através de Haruka, arrebatando-o, fazendo-o derreter. Haruka respirava seguindo seu ritmo, soltando o ar em forma de gemidos. Makoto sentia um frenesi inundando seu corpo em meio àquelas sensações entorpecentes, havia algo de incrível naquele ato, na forma louca que faziam amor impulsivamente na mesa da cozinha, mas tinha algo que sentia falta. Deu-se conta disso quando o corpo de Haruka estremecia quase chegando ao cume. E, então, ele parou.


Por quê? Será que Makoto tinha uma natureza são sádica assim para recusar-lhe um orgasmo? Foi o que passou pela mente turva de Haruka.


O motivo era outro, Makoto virou Haruka e olhou dentro dos seus olhos azuis, seus olhos verdes queimando com todo seu desejo e sua paixão.


— Eu quero olhar para o seu rosto. — disse, respondendo a expressão na face corada de Haruka.


Naquele momento, Haruka ficou feliz por Makoto segurá-lo com firmeza, ou suas pernas trêmulas não suportariam, fazendo seus joelhos cederem sob o peso de seu corpo.


— Pervertido... — Haruka disse, sentindo o rosto esquentar mais.


Makoto riu diante da sua resposta. Um riso sedutor que o deixou ainda mais desorientado.


Makoto tomou seus lábios em um beijo lascivo, enquanto apoiava parte do seu peso sobre a mesa. O próximo movimento surpreendeu Haruka, quando Makoto puxou uma de suas pernas, segurando-a sob o joelho, e voltou a penetrá-lo, ali, ainda de pé.


A surpresa veio acompanhada por um choque de prazer, e ele não se importava mais se dependia da ajuda de Makoto para se manter de pé, nada mais importava. As estocadas tinham uma sensação diferente por causa da posição, mas que de modo algum eram ruins. Era excitante e revigorante, e além disso, surpreendente. Mas o que era mais magnifico era descobrir, em meio ao seu orgasmo, que aquele era o Makoto que se escondia por traz do seu cuidado excessivo.


Makoto chegou ao seu ápice pouco depois, mas quando tentou se retirar de dentro dele, Haruka usou toda sua força que restava para se prender a ele, os braços que estavam em torno do pescoço seguraram com força e a sua perna erguida se prendeu no quadril dele, obrigando Makoto a ir até o fim dentro dele.


— Haru... por quê? — ele questionou, mas sem obter resposta.


Depois daquele momento alucinado, acabaram deslizando para o chão, enquanto Makoto puxava Haruka, aninhando-o no seu colo, a cabeça de Haruka pousando no seu ombro. Suas respirações demoraram um pouco para normalizar, mas assim que a fizeram, Makoto voltou a questionar:


— O que foi isso, Haru? — perguntou suavemente.


— O que foi o quê? — respondeu ele fracamente, enquanto ainda voltava à vida.


— Haru?!


Makoto se agitou com a resposta evasiva de Haruka, mas em vez de continuar evitando a pergunta, Haruka se moveu de modo que pudessem se olhar no rosto e respondeu.


— Você se segura demais. — respondeu com os lábios ainda úmidos dos beijos de Makoto.


— O qu...?!


— Eu sei que você se segura, acho que tem medo de me machucar ou algo assim. Eu aprecio a sua preocupação, mas você não deveria se forçar assim. — disse calmamente.


Makoto ficou olhando para ele, meio boquiaberto, sem palavras para responder a observação de Haruka. Um rubor começou a tomar conta de seu rosto, chegando até as orelhas e ele colocou uma das mãos no rosto.


— É verdade, não? — Haruka insistiu.


— Haru, se eu perder a cabeça e for muito bruto com você, eu sei que você não vai se queixar e vai aguentar isso sozinho. — disse por fim.


Haruka franziu a sobrancelha e pensou no que responder.


— Você perdeu a cabeça hoje?


Makoto teve outro ataque de timidez ao ouvir aquela pergunta, lembrando-se do que tinham acabado de fazer. Era Haruka quem estava nu da cintura para baixo, sentando no seu colo enquanto o seu sêmen ainda estava quente entre as pernas dele. Haruka apenas achou que era um pouco tarde para sentir vergonha.


— Makoto, não tenha vergonha de mim. — ele tentou dizer com o tom mais suave possível.


Makoto claramente estava tendo algum tipo de luta interna, mas por fim respondeu, a voz saindo um pouco esganiçada.


— Sim, eu perdi! Mas foi culpa sua, Haru!


— Eu não estou negando que a culpa seja minha. E você vai negar que gostou disso tanto quanto eu?


— O quê?!


— Faz um tempo que eu queria tentar algo assim, mas sempre deixava para a próxima vez — então, olhou de forma intensa para Makoto —, mas agora, a próxima vez pode levar semanas.


Makoto retribuiu seu olhar, um aperto no peito se formando. Era claro que Haruka também sentia sua falta, ele mesmo já havia dito isso. Mas essas palavras eram outra confirmação de que ele esperava pelo dia que se encontrariam tanto quanto Makoto o fazia.


— Haru...


Haruka se ergueu levemente e depositou um beijo em seus lábios. Makoto, então, acariciou seu rosto com as pontas dos dedos, e o beijou do mesmo modo.


— Espere! Quer dizer que eu fiz errado esse tempo todo?! — Makoto perguntou aflito depois de interromper o beijo.


— De onde você tirou isso, Makoto? — perguntou Haruka, sem entender a linha de raciocínio insana que levou Makoto a essa conclusão.


— Você disse que gostou e... — começou ele meio afobado.


— Uma coisa não exclui a outra. — respondeu.


— Mas...


— Makoto — interrompeu Haruka novamente —, você se preocupa demais.


E o beijou outra vez.


O beijo agora era mais intenso e íntimo, afinal, faltaram beijos naquele fim de tarde. O toque dos lábios, o hálito quente, a carícia das línguas. As mãos que envolviam os rostos, descendo pelo pescoço, o carinho evidente até no ar que espiravam.


Haruka pôde começar a sentir os feitos do beijo em seu corpo, mas principalmente no de Makoto. Abriu os olhos, vendo o rosto dele tão perto do seu, e falou ainda com sua boca encostada na dele:


— Makoto, dessa vez eu quero ir para o quarto.


— Hã? — Ele estava tão concentrado naquele ato de beijar.


— O quarto. — repetiu Haruka, então, Makoto entendeu num sobressalto. — Depois vamos jantar e estudar. — continuou ele, e depois voltou a beijá-lo.


— Ah... Precisamos estudar... — Makoto disse distraidamente.


— Vamos estudar... Depois... — respondeu Haruka e pôde sentir o sorriso de Makoto se formando sob o beijo. Outra coisa que sentia saudade, os beijos misturados aos sorrisos dele.


Naquela ocasião mágica, a intimidade os submergiu, foi possível deixar para trás os grilhões criados por suas próprias mentes e deleitar do doce e valioso momento que tinham um ao outro. Logo a realidade estaria de volta, mas por enquanto, eles eram apenas Haru e Makoto. E o mundo todo era apenas deles.



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Autor(a): hokutoritsuka

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