Fanfic: Por acaso | Tema: Shingeki no Kyojin

O gesto contínuo dos dedos batendo na mesa, denotavam o seu estado de ansiedade e impaciência. Não conseguia acreditar que estava realmente indo a essa tal balada. Hanji praticamente implorou para que ele fosse. Ela alegou que seu aniversário estava próximo e que seria impossível saírem no dia 25 de Dezembro para comemorar. Então ali estava Levi Ackerman, trajando vestes simples que em nada lembravam o seu terno de trabalho.

- Anda logo, quatro olhos! - gritou da sala.

- Calma, Levi! Já estou terminando.

Levi revirou os olhos e amaldiçoou a mulher. Não bastava ele não gostar muito de ir em baladas, ainda tinha que esperar a boa vontade de Hanji para que ela ficasse pronta, com uma hora de atraso ainda por cima.

Finalmente ela saiu do quarto. Levi bufou e já saiu de dentro do apartamento com sua paciência no limite. Hanji alongou os passos para não ficar para trás. Debochou das reações dele e correu quando viu que a porta do elevador se fecharia.

Hanji ficava mais animada a medida em que eles chegavam até a tal boate. Queria que aquela fosse uma noite divertida para Levi, que há semanas não fazia outra coisa além de trabalhar em sua empresa.

O lugar estava lotado, mas obviamente Hanji se prontificou a falar com os seus contatos e eles entraram sem nenhum problema. Reservou uma mesa na área vip e tão logo se sentaram, Levi já encheu o seu copo de bebida. Acreditava firmemente que só conseguiria passar aquela noite afogado em álcool.

De onde eles estavam, conseguiam ter uma visão ampla da boate. Ackerman apreciava a sua cerveja com calma, aproveitando a sensação de relaxamento que ela trazia. Enquanto isso, Hanji paquerava as pessoas ao seu redor, cheia de sorrisos e flertes.

Hanji chamou o amigo para dançar,mas ele recusou, dizendo que ficaria sentado bebendo. Deu de ombros e se levantou para dançar, mais tarde quando o baixinho estivesse mais alcoolizado, torcia para que ele cedesse e dançasse com ela.

Levi mantinha sua expressão de tédio, até que decidiu que pelo menos aproveitaria a noite, estavam ali por conta de seu aniversário afinal. Terminou de encher o seu copo com o que faltava da cerveja e se levantou. Fumaria um pouco antes de ir procurar a amiga que certamente devia estar dançando em algum canto.

Entrou no espaço destinado aos fumantes e agradeceu que pelo menos por agora, o lugar estava tranquilo, sem muitas pessoas.

Procurou um espaço no canto do sofá, sentou-se e cruzou uma das pernas sobre o seu joelho. Acendeu o cigarro e quase que de forma aliviante, levou o cigarro aos lábios.

No canto da sala, um homem observava Levi e toda a sensualidade que exalavam dele. Sorriu descrente que naquele lugar ele achou um ser tão sexy e lindo. Com um sorriso insinuador, despediu-se de seus amigos, avisando que depois os encontraria. O rapaz achou alguém interessante e por sua cabeça, apenas se passava a ideia de que ele precisava ter aquele homem.

- Boa noite, tem um isqueiro? - abordou da forma mais informal que conseguiu pensar.

Levi estava pronto para dispensar quem quer que fosse que estava sendo tão folgado para cima dele. Quer fumar? Trás suas coisas, inferno!

Lentamente Levi tirou o cigarro dos lábios, liberando a fumaça em uma direção que respeitosamente não atingiria quem quer que estivesse lhe perturbando. Só que Levi travou por breves instantes. Sua vontade de ser mal educado e expulsar o homem se esvaindo na mesma hora em que os seus olhos viram um homem deslumbrante em sua frente.

Se ele fosse um pouquinho mais dramático, seu queixo estaria no chão. Os olhos verdes do rapaz eram hipnotizantes, os cabelos castanhos que iam longos até os ombros. E para completar, ele estava com uma blusa em gola V que mostrava bem mais do seu corpo do que seria aceitável para a sanidade mental de alguém. Claro, uma nota mental para a calça escura que marcava e muito bem as coxas torneadas.

Era oficial! Levi Ackerman estava babando por um homem desconhecido, tendo alguns pensamentos nada castos com a figura misteriosa a sua frente.

Se ajeitou no sofá e imbuído de desejo por aquele homem desconhecido, tragou o seu cigarro mais uma vez e com um gesto sugestivo, ofereceu o próprio para que o homem acendesse o seu.

Eren sorriu com gosto, satisfeito por ter sido correspondido em seu flerte prontamente. Curvou-se depois de pegar uma unidade da droga, apoiou o joelho no sofá, claramente dando em cima do intrigante homem.

Enquanto um joelho ficava ao lado da perna de Levi, a outra ainda ficou no chão. O empresário apoiou uma das mãos na cintura esguia, apertando levemente ali, em uma clara provocação. Ambos levaram o cigarro até os lábios e o cigarro do desconhecido foi finalmente acendido. Levi apreciou os movimentos sensuais do homem ao tragar. Ele ainda estava perto e aproveitou-se disso para segurar o seu rosto e o trazer para um beijo.

O rapaz não apenas correspondeu com vigor, como também sentou-se no colo do homem. Os cigarros queimavam em seus dedos, mas eram ignorados, as línguas se provavam e se deliciavam. Até que o ósculo se encerrou para que Levi tragasse mais um pouco. Ato que foi imitado.

O olhar nebuloso de Levi engolia o homem que sorria provocativo.

- Levi! - disse simplesmente.

- Eren!

Apresentaram-se e nada mais foi dito, Levi o trouxe pela nuca novamente para o beijo com gosto de nicotina e aquela foi a primeira vez que o empresário se incomodou com o cigarro. Sua vontade era a de sentir a boca de Eren completamente.

Eren rebolou de forma provocante, arfou em seu ouvido e mordeu o pescoço de Levi. Este que puxou os fios longos, deixando uma leve mordida na boca carnuda.

Deu mais dois selinhos no empresário, até que se separou dele e sussurrou:

- Te vejo por aí, Levi! - despediu-se com um forte e gostoso beijo, deixando um empresário boquiaberto e excitado para trás.

Ackerman viu o moreno desaparecer da área de fumantes com os amigos e ele ficou para trás. Não sabia se ficava irritado por ter sido deixado duro e necessitado ou se apenas se levantava e ia atrás daquele provocante homem.

Foi tirado de seus pensamentos por sua escandalosa amiga que dramatizou alegando que estava quase ligando para a polícia achando que ele tinha sido sequestrado. Levi nem discutiu com a amiga e para a surpresa dela, aceitou o seu convite para ir dançar.

Vários corpos se movimentavam de maneiras diferentes, uns seguiam mais o ritmo da música e outros menos. Levi vagou o seu olhar entre as pessoas, para quem sabe achar mais uma vez o cara gostoso com quem ele trocou alguns beijos.

Tão logo viu o moreno, que parecia estar dançando com os amigos. Ele indicou para Hanji que queria parar por ali e dançar. O que apenas arrancou uma brincadeira maliciosa da amiga que viu que ele secava de forma descarada um homem.

Ackerman se aproximou de forma sorrateira, tentando um passo ou outro para se misturar na multidão. Ele se fez notar pelo moreno, que assim que viu ele, sorriu e se aproximou, rebolando para ele.

O empresário não curtia muito dançar, mas ele se saía bem, então não foi difícil entrar naquela dança sensual. E apesar de Eren ser relativamente mais alto que ele, os dois dançavam de forma a atiçar o outro.

Eren virou o seu rosto para beijar Levi, que sentia o quadril dele ondular sensualmente bem em cima de seu pênis. Com toda a certeza Eren podia sentir que ele estava duro.

O moreno quis exigir mais do empresário e o puxou pela mão, até alguma parede daquela boate. Beijou-o de forma necessitada e discretamente começou a desabotoar a calça dele. Em outra situação, Ackerman pararia aquilo, mas estava tão enlouquecido com o outro, que apenas se insinuava mais, inclinando sua pélvis em direção a mão de Eren.

O empresário agarrou a nuca dele para mais um beijo e enquanto finalmente sentia os dedos longos do moreno tocarem em si, gemeu rouco. Ele estava sendo masturbado, mas nem por isso deixaria de agradar a Eren. A blusa larga do homem revelou um mamilo e Levi não exitou em levar a boca até ele em uma gostosa sucção.

De onde estavam, ninguém conseguiria ver com clareza o que estavam fazendo. Pensando nisso, Levi também começou a desabotoar a calça do mais alto. Quando o tocou sentindo o seu membro duro, implorando por alívio.

Sons de garrafa soaram, atrapalhando o casal. Levi parou tudo o que fazia, pois viu Hanji encarando um homem maior que ela.

- Seu escroto! - ouviu ela gritar – Acha que pode passar a mão em mim e ir embora assim?

É, esse cara estaria morto se Levi não interferisse.

- Hanji, vamos, não vale a pena… - tentou acalmar a amiga.

- Levi! Esse cara passou a mão em mim! Ele deve tá querendo perder a mão.

Ackerman suspirou, sabia que a amiga estava certa em achar ruim, mas não gostaria que ela brigasse ali.

- Só um soco, Levi! Deixa eu dar só um soco? - implorou.

Levi revirou os olhos e deixou de segurar a amiga que partiu para cima do homem. Este que se surpreendeu, porque ele até então estava xingando ela de louca e duvidando que ela conseguisse bater nele.

Quando os seguranças chegaram, infelizmente eles passaram um pano para o homem e Levi e a amiga fomos expulsos da boate por arranjar briga.

- Desculpa, Levizinho! Eu estraguei a nossa noite… - pediu Hanji já no carro enquanto se lamentava por eles não poderem continuar o resto da madrugada lá.

- Aquele cara mereceu o soco… E você não estragou minha noite – olhou para ela – Mas, se quer tanto se martirizar, saiba que estragou minha foda. Eu estava numa pegação hard lá dentro…

Os olhos de Hanji brilharam em expectativa.

- Sério? Me conta! Ele era gostoso? Pegou o número dele?

- Sim, ele era gostoso. E não, não peguei… Alguém arrumou confusão antes… - repreendeu em tom matreiro – Estou brincando. Não se preocupe Hanji. A nossa noite foi boa. Mas confesso que se eu pudesse ver o Eren novamente, não me importaria nem um pouco.

Como teoricamente eles estavam comemorando o aniversário do amigo, pararam em um posto 24h para comprar bolo e sorvete. O resto da noite foi dos amigos comendo e conversando na casa do empresário.

***

Era a semana que antecedia o Natal. Os dias foram corridos e finalmente a véspera de Natal chegou. O dono da empresa trabalhava mais que todos. Alguns poucos funcionários fariam plantão em troca de uma boa bonificação de hora extra, portanto, o prédio estava vazio.

Hanji estava de folga, viajou para passar a data natalina com a família. E pensando em agradar ao amigo, encomendou lindas flores para ele. Um lindo buquê de rosas amarelas e brancas. Ela fez o pedido em uma linda loja que era referência em paisagismo e por suas belíssimas flores.

Assim como na empresa Ackerman, a floricultura funcionava com poucos funcionários. Coube ao dono do lugar ir pessoalmente entregar sua última encomenda do dia.

O porteiro foi muito gentil ao indicar que o destinatário era o dono da empresa e que seu escritório era no último andar. O rapaz agradeceu e seguiu para o elevador.

Cantarolava uma música qualquer e quando o elevador se abriu, suspirou firme, pensando em reunir um pouquinho mais de energia para a sua última entrega do dia.

Bateu na porta já que a secretária já havia ido embora e ouviu uma voz grossa indagar:

- Sim?

- Senhor, Ackerman? Entrega da senhorita Hanji para o senhor. - o florista se anunciou sorrindo para si mesmo, como em uma piada interna. O homem que receberia a entrega, tinha o mesmo nome do homem mais gostoso que ele já tinha pego em toda a sua vida, dias atrás.

O CEO disse que o rapaz poderia entrar, que a porta estava aberta. Ele o fez, de forma tranquila andou pelo espaço e percebeu o empresário assinando documentos. Esperou em silêncio o homem pegar as flores, mas nada dele levantar a cabeça. Sua paciência estava se esvaindo, ele só queria entregar as flores e ir embora.

- Levi? - chamou o empresário pelo nome, este que na mesma hora reconheceu a voz do outro.

O empresário ergueu sua cabeça com uma expressão estarrecida.

- Eren…?