Fanfics Brasil - Capítulo 2 - Reencontros Saint Seiya: Big Will - A Saga dos Deuses

Fanfic: Saint Seiya: Big Will - A Saga dos Deuses | Tema: Saint Seiya, Cavaleiros do Zodíaco, Mitologia grega, cdz


Capítulo: Capítulo 2 - Reencontros

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Santuário de Atena – Grécia



Pouco antes dos acessos mais próximos do Santuário, inúmeros turistas vagueiam por locais famosos e populares de Atenas. O trajeto torna-se cada vez mais inacessível para pessoas comuns conforme se aproxima do Santuário. Desfiladeiros e penhascos intermináveis são apenas alguns dos obstáculos encontrados no caminho. Ao chegar no Santuário, uma das rotas levam diretamente ao pátio principal. Ele é dividido em diversas sub-localidades. Uma delas, é a área de treinamento para Amazonas e o alojamento dos Cavaleiros e aspirantes que geralmente treinam naquela região.


Seiya caminhava lentamente, observando o treinamento dos jovens aspirantes e de um pequeno grupo de soldados. Era possível ouvir de longe o som dos golpes nos rochedos, os gritos, orientações e broncas dos mestres em seus alunos. Com a urna da armadura de Pégaso nas costas, Seiya é reconhecido por diversos aspirantes a Cavaleiro e soldados rasos. Eles cochichavam entre sí.


— Aquele é o lendário Seiya de Pégaso?— Perguntava um deles, interrompendo o seu treinamento.


— Eu tenho certeza que é! Olhe a urna da armadura de Pégaso!— Apontava o outro.


Seiya aparentava estar procurando por alguém. No entanto, ele é abordado por vários jovens que treinavam no local. Todos eles fizeram um círculo ao redor de Seiya, puxando sua camisa e o empurrando. Sem entender a situação, Seiya se mostrava confuso e inquieto.


— Mas o que é que está acontecen...


— Voltem para os seus treinamentos!— Ordenou um Cavaleiro de Prata com firmeza na voz. Ele era um Homem alto, negro e com um corte de cabelo americano. As suas vestes eram básicas de treinamento. A confusão se desfez e os garotos voltaram a treinar depressa. — Desculpe pela confusão.


— Obrigado. E você é?


— Eu me chamo Edward. Sou o Cavaleiro de Prata de Corvo. É uma honra conhecê-lo. – Edward se ajoelhou e curvou a cabeça. Seiya rapidamente fez questão de o levantar.


— Não é preciso nada disso, Edward. Você poderia me explicar o que é que está acontecendo aqui?


— Está confuso, Seiya?


O Cavaleiro de Pégaso apenas balançou a cabeça. Edward olha para o lado e direciona sua atenção para os jovens que treinavam.


 Seiya, observe aqueles garotos. Todos eles te admiram. Não só eles, mas todos os Cavaleiros de Atena. Você serve de exemplo para a nova geração. A revolta de Saga de Gêmeos, Poseidon, Hades...Seus feitos são extraordinários.


— Eu...exemplo?— Seiya encontrava-se desorientado. Jamais viveu situação semelhante. Quando se tornou um Cavaleiro, foi por um motivo totalmente diferente do que aqueles jovens, provavelmente, possuiam. A sua pior lembrança é o dia em que foi separado de sua irmã, Seika. Os treinamentos eram um verdadeiro inferno. Então, como aquelas pessoas, por livre e espontânea vontade, almejavam uma vida dessas? Seiya não conseguia processar tal coisa. Incrédulo, essa é a melhor maneira para defini-lo no momento.


— Como podem...


— Eu me pergunto a mesma coisa sempre. – Respondeu Edward, sem ao menos deixar Seiya concluir. — Hoje em dia, nem em sonhos esses garotos realizariam metade de tudo que você e seus amigos fizeram. Os Cavaleiros de Prata e de Bronze são praticamente um peso morto para o Santuário. É algo...— Edward, abruptamente, se cala. Aparentemente, falou algo que não deveria.


— Como assim? Do que é que você está falando?— Indaga Seiya.


— Não é nada, esqueça. – Diz Edward, desviando o olhar.


— Eu preciso falar com a Saori, a Atena. Pode me levar até ela?— Pergunta Seiya, ignorando o silêncio repentino de Edward.


 Creio que não será possível, Seiya. Desculpe. – Retruca Edward, de forma bem curta e grossa.


— Como disse?— Seiya cerra os punhos.


Edward abaixa a cabeça e respira bem fundo. Era nítido o seu receio. Seiya o encarava sisudamente. – Recebemos ordem para, caso você retornasse ao Santuário, te dispensar.


— Como assim me dispensar? Deve haver algum engano!— Exclamava Seiya.


Edward continuou de olhos fehados, com a cabeça baixa. Da mesma forma que Seiya, ele cerra os punhos. – Eu compreendo, é só que...— Ele hesita.— Eu não posso fazer nada, me perdoe.


Ao notar a sinceridade em Edward, Seiya tenta amenizar a situação. — Ora, vamos...não é pra tanto. Eu só preciso falar com a Saori.— Diz Seiya, enquanto coloca uma das mãos no ombro do Cavaleiro de Prata com um fino sorriso. — Poderia pelo menos me dizer onde está Marin de Águia? Ou uma mulher chamada Shaula, você conhece?


Subitamente, Edward questiona Seiya. — Shaula? Shaula de Escorpião?


— Escorpião? Então, agora ela é uma...


— Amazona de Ouro, está correto! Faz pouco tempo. Como você a conheceu?


— Bem...— Seiya esfregava a nuca. — É uma longa história.


— A sua mestra, Marin, está em uma ronda no momento. E pelo horário, Shaula deve estar treinando os seus alunos no mesmo lugar de sempre.


— E onde seria?


 



Em algum lugar do Santuário


Em um espaço isolado do Santuário, cinco jovens treinavam arduamente. As suas roupas estavam esfarrapadas e sujas. O suor escorria em seus corpos enquanto arfavam demasiadamente. Eles treinavam na beira de um penhasco. Do alto, sentada em uma grande pedra com as pernas cruzadas, uma mulher de cabelos escarlate parecia estar os orientando. Torturando seria a descrição correta. Ela usava uma máscara dourada que a cobria até o nariz, deixando seus olhos visíveis por conta do visor transparente. Aquele era o novo modelo de máscaras para Amazonas.


— Mestre Shaula, nós não aguentamos mais.— Alegava um deles. Os meninos faziam flexões.


— Vocês são uns fracos.— Respondia com desdém. — Apenas sete horas de treino e já estão cansados? Eu preciso urgentemente de novos alunos.— Shaula salta da pedra e pousa diante dos garotos.


Ela pega o que tinha feito a reclamação e o coloca contra uma das rochas, apertando seu pescoço com o seu braço. Shaula chega bem perto de seu ouvido e pergunta — Você quer se tornar um Cavaleiro, não quer?— Assustado, ele confirma com a cabeça.


— Então, pare de choramingar e comece a treinar com mais empenho. Mesmo com muitas responsabilidades, eu separo um tempo enorme para treiná-los e tudo que ouço é "Eu não suporto mais"? Vocês me enojam.


Shaula o joga longe e olha para os outros meninos. — O futuro do Santuário é preocupante. – Seus olhos eram da mesma cor do seu cabelo. Sua pele, bem clara. Shaula usava uma malha roxa com um pequeno decote e calça, justa na cintura, de cor preta. O seu corpo era bem proporcionado, a tornando uma mulher muito formosa.


— Sumam daqui. – Exigia a Amazona.


— Não seja tão severa com eles. – Em pé, na mesma pedra que Shaula estava, um Homem de camisa vermelha e calça lilás chega repentinamente. Como estava em uma parte alta, Shaula se esforçou para enxergar a pessoa em questão. O sol atrapalhava sua visão.


— Aquele é Seiya de Pégaso? Não pode ser! – Gritou um dos alunos euforicamente.


O sujeito saltou da pedra e aterrissou diante deles.— A quanto tempo, Shaula!


Atônita, ela responde — M-m-mestre?


Ao escutarem Shaula chamar Seiya de Mestre, os garotos ficaram pasmos. Até então, não sabiam dessa informação. Sua mestra não era de se abrir ou contar sobre o seu passado.


— Não sabiamos que seu mestre é Seiya de Pégaso!— Com os olhos brilhando e as duas mãos fechadas como se estivesse comemorando, o menor do grupo não continha a alegria. Shaula o fitou no fundo dos olhos, de cima para baixo. A expressão era tenebrosa. A felicidade do garoto se converteu em medo do que viria a seguir.


— Eu mandei vocês sumirem.— Shaula falou lentamente, com muita frieza. Todos eles saíram correndo enquanto olhavam para trás continuamente. Um deles levou um tombo no caminho. Seiya deu um sorriso abafado.


 



Vilarejo de Rodorio


O vilarejo de Rodorio situa-se na encosta do Santuário. Sendo assim, é muito beneficiado pela proteção dos Cavaleiros de Atena. Diversas familias habitam no vilarejo e sabem da existência dos Cavaleiros, ao contrário da maioria da pessoas do mundo. É um belo local para viver. Na verdade, nem tanto. Quando o Santuário é atacado, Rodorio fica exposta e em perigo. Inimigos se aproveitam do lugar e muitos acabam feridos. Atena tem se certificado de manter o vilarejo totalmente seguro. É possível notar a presença de Cavaleiros de Prata e de Bronze fazendo escoltas, principalmente na parte da noite. Existe um vasto campo verde e florido que é usado, geralmente, para alguns tipos de treinamento. É bastante arejado e tranquilo.


Sob a sombra de uma grande árvore, trajando mantos hindus, discipulos meditavam serenamente. Aproximadamente, eram quinze pessoas com um Homem a frente de todos. Possivelmente, o mestre. Ele possuia cabelos castanhos. Uma borboleta o rodiou e pousou em seu ombro. No entanto, permaneceu imóvel. O silêncio pairava. O único som que se esutava era o do vento soprando pelo extenso campo.


Kin, uma jovem que recentemente conquistou a armadura de Andrômeda, se aproximava do local com a urna da sua armadura nas costas. Ela vestia um vestido marrom claro, de mangas longas, e que ia até a sua coxa. Calçava botas da mesma cor do vestido. Por ser uma Amazona, Kin usava uma máscara. No entanto, o modelo de máscaras para Amazonas no Santuário mudou. A máscara agora vai até o nariz e possui um visor transparente. Dessa forma, é possível enxergar os olhos da Amazona. A máscara de Kin é rosa. Ela percebe que um treinamento estava sendo realizado, então parou de caminhar e observou por um momento com as mãos na alça da urna.


Os ventos balançaram seu cabelo e ela os tirou dos seus olhos. Ao prosseguir, se dirigia até o Homem de cabelos castanhos como os seus. Aparentemente, o que treinava o resto dos jovens presentes.


— Mestre Shun?— Kin o chama com uma voz bem suave. Todos permaneceram em silêncio e continuaram meditando. Shun levantou sua cabeça, ainda de olhos fechados e mantendo a mesma posição.


— Kin, é você?


— Sim, Mestre.— Ela responde com um sorriso no rosto e dando mais uns dois passos.


— Vejo que conseguiu. – Shun não olhou para Kin em nenhum momento. Ela ficou confusa por uns segundos, tentando entender o comentário de seu mestre mas logo se deu conta.


— É, eu consegui...— Kin colocou a urna de sua armadura no chão e sentou em cima dela, apoiando suas mãos nos joelhos.


— Sinto que algo está te incomodando, me diga, o que foi?— Shun a indaga, mostrando uma genuína preocupação.


— Eu...queria te fazer uma pergunta.


— Pergunte.


— Por que o senhor não foi ver a minha luta?— Kin desviou o olhar para o chão com certa tristeza. — Eu fiquei te esperando...


Ainda sem olhar para a aluna, Shun responde.


— Você passou pelo ritual do sacrifício de Andrômeda. Essa luta foi apenas um último teste. Eu sabia que conseguiria, não tinha dúvidas disso. Treinei você por anos, era o seu momento de se provar. No entanto, você é muito insegura, Kin. Sei que ficou chateada pelo fato de ter que batalhar pela armadura após ter suportado o ritual, porque é uma tradição, mas foi necessário. Como seu Mestre, eu precisava aplicar esse último desafio.


— Compreendo. – Disse Kin, ainda um pouco cabisbaixa. — Prometo que vou honrar sua antiga armadura.


— Não pense em honrá-la por minha causa. Seja você, Kin.


Quando Kin iria responder Shun, uma garota trajando a armadura de Bronze de Camaleão interrompeu a conversa com um grito que assustou até mesmo os alunos de Shun, os desconcentrando da meditação. — MESTRE SHUN, KIN!— Ela corria na direção deles.


— Quantas vezes eu tenho que pedir para você não gritar dessa forma quando eu estiver em treinamento, Sophia?— Shun se levantou, mas continuou de olhos fechados. — Voltem ao treinamento, rapazes.


Extremamente exausta, Sophia tentava falar mas estava com falta de ar.


— Só...um...momento.— Ela se abaixou, tentando puxar o ar e gesticulou com as mãos. Shun e Kin esperavam pacientemente para saber do que se tratava tanto alarde. Parecia ser uma situação normal para os dois. A jovem que usava a armadura de Camaleão, era loira, de pele branca e olhos azuis.


— Sophia, o que aconteceu dessa vez, outra das travessuras de Hugo?— Perguntou Kin.


— Um garoto foi encontrado inconsciente nos arredores do Santuário com diversos ferimentos!


— Nos arredores?— Shun a indagou – Se realmente for nos acessos do Santuário, devemos descobrir como ele conseguiu chegar tão próximo daqui.


— Exato. Não deve ser um garoto comum. O caminho até o Santuário possui inúmeros obstáulos, desfiladeiros e penhascos.— Acrescentou Kin.


— Pode nos levar até ele, Sophia?— Perguntou Shun.


— É claro, venham comigo.


 Em um quarto como qualquer outro, no dormitório dos Cavaleiros, um rapaz descansava tranquilamente. Ele estava deitado em uma cama com lençóis brancos. O lugar era bem simples e o chão era de madeira. No corpo do jovem, diversos curativos. Aos poucos, ele abria os olhos. Sophia, Shun e Kin entraram no quarto.


— Lá está ele — Apontou Sophia.


— Onde eu estou?— O garoto se perguntava.


— Você está no Santuário. Eu me chamo Kin e você?— Ela se sentou na beira da cama.


O garoto permaneceu em silêncio e ficou observando a menina. Shun e Sophia entraram no quarto.


— Como ele está?— Indagou Shun.


— Está bem. Eu já havia cuidado de seus ferimentos antes, não era nada demais. – Concluiu Sophia.


— Até agora ele não disse como se chama?— Perguntou Kin.


— Não...— Quando Sophia respondeu Kin, o garoto falou.


— Eu me chamo Satoru. – Ele sentiu uma forte dor na cabeça logo após dizer seu nome.


— Satoru, não é?— Se aproximou Shun. — O que veio fazer no Santuário?


Satoru iria responder mas olhou novamente para Shun, parecia ter visto um fantasma. — Shun?? Shun de Andrômeda?


Shun sorriu e Kin se adiantou. – Na verdade esse título agora é meu.— Ela riu. – Mas Satoru, como chegou até aqui? Sophia nos disse que te encontraram machucado e inconsciente nos arredores do Santuário.


Satoru respirou fundo e direcionou seu olhar para o teto. — Eu fui treinado pelo meu avô por sete anos. Meu sonho é ser um Cavaleiro de Ouro, por isso vim até aqui. Eu acho que acabei caindo de uma certa altura do penhasco.


— Compreendo. – Shun caminha até uma cômoda e enche um copo de água.


 E como seu avô te treinou? Que tipo de habilidades ele possuia?— Perguntou Sophia.


— Meu avô é o antigo Cavaleiro de Prata de Taça. Geralmente ele não permite que revelem isso. Mas antes de eu sair de casa, ele disse que caso alguém estivesse duvidando de mim eu poderia falar. — Disse Satoru.


— Cavaleiro de Taça?— Se assustou Shun que engoliu a água rapidamente. — Kazuo? Aluno de Shion e Dohko?


— Exatamente. – Confirmou Satoru.


— Incrível.— Disse Kin. – Ele é um Cavaleiro lendário. Falando nisso.— Kin vira para Shun. Mestre, você não tem uma reunião agora?


— É verdade. – Confirma Shun. — Satoru, vou te deixar nos cuidados de Kin. Ela é a melhor pessoa para te apresentar o Santuário e te guiar aqui. Espero que esteja preparado para começar a treinar.


Satoru balança a cabeça, ainda deitado. Kin e Sophia sorriram.


 


Casa de Áries – Santuário de Atena


Áries é a primeira casa zoadical. A arquitetura do telhado dessa casa lembra muito a do Taj Mahal. São diversos estilos arquitetônicos que formam as estruturas das casas do zodíaco, é impossível algum invasor se teletransportar entre elas devido a barreira de Atena. Algumas horas depois de se encontrarem, Seiya e Shaula estavam sentados na escadaria que dá acesso a entrada.


— Eu não te vejo a quase dez anos. Desde que me encontrou abandonada na Ilha de Taketomi e me treinou.— Shaula parecia distante, olhando pro nada.


— Você se saiu bem. – Respondeu Seiya com as mãos atrás da cabeça. — Se tornou uma Amazona de Ouro. Eu te treinei por um ano, nunca me imaginei treinando alguém. Não queria te forçar a ser uma Amazona, mas no final era a sua vontade não é?


— Eu não tinha ideia de como era ter uma família. Quando passei a viver com você e a Seika, finalmente descobri por mim mesma. Depois que a Marin me levou para o Santuário, nunca mais tive notícias suas.— Shaula virou o rosto, tentando evitar que Seiya percebesse seu momento de fragilidade.


— Você poderia ter me visitado.— Seiya sorriu. — É brincadeira. Te ver assim é péssimo, você não é de demonstrar os seus sentimentos.


Shaula passou a encarar Seiya e o perguntou. — Mestre, você vai voltar a ser um Cavaleiro? Por que retornou?


— Sobre isso...— Seiya deu uma pequena pausa. — Eu e minha irmã fomos atacados por Anjos Celestes. Seika quase morreu. Eles disseram que o Olimpo quer que eu pague pelos meus pecados. Por isso eu vim até aqui no Santuário, achei que alguma coisa estivesse acontecendo mas...


— Anjos Celestes?— Shaula cruzou os braços. — Isso é muito estranho. O Santuário vive um periodo de paz. Nenhuma grande ameaça surgiu nos últimos anos. É no minímo curioso que esses tais Anjos estejam atrás de você.


Antes de responder Shaula, Seiya reparou no símbolo da Casa de Áries estampado bem na entrada. — Então, o Kiki se tornou o Cavaleiro de Ouro de Áries? Mu ficaria orgulhoso.


Shaula estranhou a inesperada mudança de assunto de seu mestre e avistou o símbolo de Áries, percebendo o porquê de Seiya ter mencionado Kiki.


— Isso mesmo. Eu te disse, não foi? No momento ele deve está na reunião dos Cavaleiros de Ouro no templo de Atena. Falando nisso, estou atrasada.


— Reunião?— Perguntou um curioso Seiya.


 Sim, mestre. Vamos, eu vou te levar até Atena.


Seiya se levantou mais rápido do que nunca. No entanto, alguma coisa ainda o intrigava. — Shaula, o Cavaleiro de Corvo me disse que os Cavaleiros foram ordenados por Atena para me dispensarem do Santuário caso eu voltasse. Isso é verdade?


Shaula estava em dúvida. Não era boba, sabia muito bem dos sentimentos de Seiya por Saori. Ela não queria ver seu mestre magoado. Porém, não podia mentir e só restou contar a verdade.


— Sim, é verdade. – Shaula suspirou . — Atena tem tomado muitas atitudes precipitadas.


Seiya recuou, um tanto quanto perplexo. — O que disse?


— Como eu falei antes, o Santuário vive um período de paz. Mesmo não admitindo, Atena parece estar com muito medo de que outra Guerra Santa aconteça e seus Cavaleiros morram. O que é muito incoerente pois, é para isso que estamos aqui. Por esse motivo, raramente Cavaleiros de Prata ou de Bronze saem em missões. Todos os aspirantes a Cavaleiros estão ficando mal acostumados. A verdade é que o exército de Atena tem se enfraquecido demais.


Indignado, Seiya tentava compreender tudo o que estava acontecendo. Jovens almejando se tornarem Cavaleiros por vontade própria, ordens de Atena para o manter afastado do Santuário, Anjos celestes o caçando a mando do Olimpo e sua irmã quase faleceu. Seiya colocou as mãos no peito e se sentou novamente. A sua dificuldade para respirar era nítida, logo ele lembrou dos surtos de ansiedade que sentia. O seu semblante era de desespero. Shaula imediatamente foi em seu socorro e o segurou.


— Mestre, o que aconteceu?— Shaula segurava o corpo de Seiya, deitado, nos seus braços e pegou na sua mão. Seiya não disse uma palavra, apenas respirava lentamente, com uma expressão de cansaço. Ele se recuperava aos poucos, foi apenas um recaída.


— Não é nada, Shaula. – Ele se sentou.— Faz algum tempo que eu venho sofrendo com esses ataques repentinos de ansiedade. Sinto uma dor enorme no meu peito. Comecei a sentir isso após a Guerra contra Hades. Eu já estou bem, não se preocupe.


— Você me assustou. – Disse Shaula enquanto soltava a mão de Seiya. — Vamos indo, se apoie em mim para subir as escadas.


— Não é preciso, eu já estou melhor.— Seiya continuou. — E não tem problema você me levar até o templo da Saori? Afinal, receberam ordens para...


— Não se preocupe.— Shaula respondeu. – Toda vez que a Saori, digo, a Atena ouve seu nome, ela fica diferente. Tenho certeza, quando te ver, ela vai falar com você. É melhor aproveitarmos agora que os outros Cavaleiros de Ouro estão no templo, para a reunião.


— Então vamos. – Seiya e Shaula subiam as escadas da Casa de Áries. — Shaula, você tem noticias do Shun, Shiryu, Hyoga e do Ikki?


— Bem, eles...— Antes que respondesse, uma rajada de cosmo dourado atinge um pilar na frente de Seiya e Shaula. Ambos se assustam e olham para trás.


— O que pensa que está fazendo, Shaula?— Perguntou um Homem extremamente alto, imponente e trajando a armadura de Ouro de Touro. Ele possuia a pele parda e longos cabelos negros com grossas sobrancelhas. O capacete da sua armadua estava de baixo dos seus braços. Era possível perceber um dos chifres partido ao meio.


Shaula revira os olhos e se queixa— Eu é que te pergunto, Híades. Você poderia ter nos acertado.


Seiya ficou estupefato ao ver o Híades, o Cavaleiro de Touro. — Aldebaran?— Perguntou.


— Está enganado, Seiya. Esse é o meu antecessor. Eu me chamo Híades. Sou o Cavaleiro de Ouro de Touro e é um prazer conhecê-lo. No entanto...— Ele coloca o capacete e cruza os braços. — Não poderá passar deste ponto.


— O que está dizendo?— Questiona Seiya.


— É isso mesmo.— Afirmou Híades. – Atena foi bem clara ao ordenar que não poderiamos permitir o seu retorno ao Santuário.— O Touro olha para Shaula e continua — Me impressiona você, Shaula, uma Amazona de Ouro indo contra as ordens de Atena.


Shaula o ignora e sobe mais alguns degraus até se sentar no último. Ela cruza as pernas e confronta Híades. — Eu digo o mesmo para você. O que está fazendo fora da casa de Touro? Acho que Atena não iria gostar nada se soubesse disso.


Híades sorri e retruca. — Você sabe muito bem que eu estou voltando de uma missão e me dirigindo a reunião dos Cavaleiros de Ouro no templo de Atena. Inclusive, você já deveria estar presente. E para completar, está ajudando Seiya a atravessar as doze casas.


Shaula arruma seus cabelos e permanece na mesma posição.


— Não se esqueça que nós dois somos Cavaleiros de Ouro. Eu não devo satisfação alguma a você. Atena é a única a quem devo explicações. Eu mesma me responsabilizarei por meus atos.— A Amazona de Escorpião estava sentada no último degrau da escadaria de Áries, Seiya se encontrava no meio dela e Híades alguns metros antes do primeiro degrau.


— Vamos nos acalmar. Híades, a única coisa que eu quero é falar com a Saori. Minha irmã quase foi morta por Anjos Celestes e eu quero impedir que isso aconteça novamente. Por isso, estou atrás de respostas. – Comenta Seiya.


— Sinto muito, Seiya. As ordens de Atena são absolutas. E eu costumo obedecê-las, diferente de outras pessoas.— Ele olha para Shaula, sutilmente. — Só porque você é um Cavaleiro lendário, não significa que o mundo se curvará para você. Se quiser avançar, terá que me derrotar.


Seiya começa a ficar impaciente. Precisava urgentemente descobrir o motivo de ter sido alvo dos Anjos. Nesse tempo, quem sabe o que poderia acontecer com a sua irmã? Ele não podia demorar mais.


— Está ficando louco, Híades?— Indagou Shaula veementemente. — Seiya é um Cavaleiro, mesmo não lutando a muito tempo. Você não tem permissão para isso.


Seiya faz um sinal para Shaula. — Está tudo bem, não se preocupe. Eu já estou acostumado. Vamos, Híades. Eu serei o seu oponente.


Híades eleva seu cosmo. — Não vai conseguir quebrar outro dos chifres da minha armadura. Venha, Pégaso!


Seiya pensou em usar sua armadura, mas desistiu. Ele a coloca no chão e encara Híades.


— Vai lutar comigo sem a sua armadura? Espero que não esteja me subestimando. – Avisa o Touro.


Seiya não esboça reação alguma e Shaula apenas observava de longe com muita curiosidade. Híades parte para cima de Seiya desferindo um soco em alta velocidade. O golpe passa de raspão e acerta as escadas, abrindo uma pequena cratera. Seiya rapidamente aplica uma sequência de chutes, mas Híades segura sua perna e o joga para o alto. Na sua queda o Cavaleiro de Touro o golpeia na barriga, arremessando Seiya para longe. Ele se levanta e começa a fazer os movimentos que recriam a consteção de Pégaso.


— Meteoro de Pégaso!


Os meteoros não surtem efeitos e Híades continua parado de braços cruzados. Ele usa sua velocidade para golpear Seiya mais uma vez e aparece ao seu lado pronto para o acertar, mas recebe um soco no seu rosto tão forte que seu capacete é jogado longe. Os dois vão para cima um do outro em uma velocidade impressionante. A luta estava acirrada. Ambos se acertavam inúmeras vezes. Híades toma distância e se prepara para usar sua técnica.


— Você pediu por isso. Prepare-se!


Shaula se levanta. — Essa é a técnica suprema de Touro.


— Grande chifre!


Uma poderosa rajada de cosmo é disparada na direção de Seiya, logo após Híades cruzar e descruzar os braços.


— Conheço essa técnica— Pensa Seiya com um sorriso no canto da boca. Ele segura a rajada de cosmo e a joga para o lado, pulando imediatamente em seguida. Novamente, Seiya usa seus meteoros. Dessa vez, estavam mais poderosos. Híades pensou que não receberia nenhum dano mas se surpreendeu ao testemunhar os meteoros se transformando em um enorme cometa. Ele desfaz os braços cruzados e tenta se defender do golpe. É inútil. O Cavaleiro de Touro é arremessado por uma longa distância e se choca com uma grande pedra. Antes que Seiya pudesse falar algo, Híades eleva seu cosmo e um grande Touro dourado aparece atrás.


Seiya fica com os olhos arregalados. Era uma incrível manifestação de cosmo. Ele salta e acerta um chute na barriga de Seiya, o fazendo cuspir sangue. Híades não perde tempo e acerta vários socos seguidos no rosto de Seiya e o pega pelo pescoço. Ele estava em agonia, mais alguns segundos e Seiya seria sufocado. A situação era delicada e Shaula se preparava para interferir, mas Seiya eleva seu cosmo e aos poucos consegue afastar os fortes braços do Touro.


— Que força é essa?— Híades se pergunta. Seiya acerta um forte chute no queixo do Cavaleiro de Touro e se distancia. Os dois estavam de joelhos, se apoiando no chão com uma das mãos e arfando. Quando iriam se atacar novamente, um ar gelado começa a permeiar o lugar.


— Essa pessoa é...— Diz Shaula


Um Cavaleiro de Ouro, trajando a armadura de Aquário, inesperadamente surge. Ele possuia os cabelos loiros e olhos azuis. — Já chega. – Ele ordena


Seiya não acreditava no que estava vendo. — H-hyoga??


— Está fora de forma, Seiya.— Ele sorri. — A quanto tempo, amigo. – Hyoga ajuda Seiya a se levantar e coloca um do seus braços no seu ombro. Shaula desce as escadas para ver o estado de seu mestre. Com muita dor, Híades também se levanta.


— Por que interfiriu, Hyoga?— Pergunta o Cavaleiro de Touro.


Hyoga o olha com o canto do olho, sem mover a cabeça. — Porque sim, Híades. Você não tem direito algum de lutar com Seiya. Ele também é um Cavaleiro.


— Atena nos ordenou...— Sem deixar Híades concluir, Hyoga continua.


— Tenho certeza que Atena não apoiaria essa luta desnecessária. Se Seiya voltou ao Santuário, é porque existe algum motivo. Pode deixar que eu mesmo me responsabilizo.


— Obrigado, Hyoga. É muito bom te ver. Eu preciso falar com a Saori. – Diz Seiya.


— É verdade, Hyoga. Seiya e sua irmã foram atacados por Anjos enviados pelo Olimpo, ela quase perdeu a vida. Por isso ele retornou.— Completou Shaula.


— Anjos? Do Olimpo?— Perguntou o Cavaleiro de Aquário. — Isso é muito grave, precisamos o quanto antes avisar a Atena. Vamos!


 


Sicília – Itália


Em uma forja situada no monte Etna, na Sicília, um Homem trabalhava incansavelmente. Era possível ouvir a quilômetros de distância o barulho dos metais sendo forjados. Uma figura misteriosa, trajando algum tipo de armadura, se aproxima e se ajoelha.


— E então, Cedálion? Você já enviou a mensagem para Atena?— Perguntou o Homem que trabalhava na forja, de costas.


— Eu me certifiquei de tudo, senhor Hefesto. A mensagem acaba de ser enviada. – Respondeu Cedálion.


— Muito bem. O reinado do Olimpo chegará ao fim em breve.



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Autor(a): wellington_junior_

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