Fanfic: Era pra ser você e eu | Tema: Primeiro Amor e primeiro beijo
CAPÍTULO I
CHUVA DE VERÃO
Bota a camisinha,
Bota meu amor!
Hoje tá chovendo
Não vai fazer calor!
Bota a camisinha,
Bota meu amor!
Hoje tá chovendo
Não vai fazer calor!
Andando na calçada entre poças de água, a roupa ensopada, cabelo encharcado e os lábios escorrendo aquela água da chuva gelada, meu coração se mantinha acelerado.
Ah! O carnaval! Eram quatro dias de matinê no Sport Clube Corinthians Paulista e já estávamos no último.
Dentro do salão, coincidências e esbarrões aconteciam. Alguém piscava, outro tirava seu chapéu, trenzinhos se formavam e as mãos no ombro eram mais uma desculpa para sentir seu corpo.
Fingíamos estar simplesmente gostando daquela azaração de várias pessoas, sorríamos o tempo todo em cada encontro distraído, mas o que eu realmente desejava era a sua atenção só para mim.
O sentimento de que as oportunidades de estar só com você estavam acabando aumentavam e era sufocante a sensação de olhar no relógio e constatar que ele não parava de acordo com a minha vontade.
Como eu queria congelar o tempo, te olhar, te tocar, te beijar e falar que não suportava mais não ter você, mas me faltava a coragem, as palavras e a confiança.
E então a banda começou a tocar a tão fatídica última música que encerraria aquele carnaval de 1988.
Eu tinha 15 anos, era magra, cabelos com permanente (porque eu os detestava lisos), quase transparente de tão branca, não me achava nem bonita e nem feia, estudava e fazia ballet (minha outra grande paixão). Além disso, nunca tive muitas amigas e nessa época estava sempre com a minha prima Chris, que era quase como uma irmã, e a amiga dela Kátia, que também era legal, mas não muito, mas tínhamos objetivos em comum.
Eu paquerava o André e a Kátia o Jefferson, dois garotos lindos do clube que havíamos conhecido a quase 3 anos na piscina daquele mesmo clube.
Naquele momento em que a música parou de tocar, pensei que seria apenas mais um carnaval. Mais uma tentativa sem sucesso e mais um longo tempo de sofrimento. Sim, eu sofria por não conseguir dizer a ele tudo que sentia, sofria por nem ao menos ter seu telefone, seu endereço, saber mais sobre ele.
Como era possível, nem sequer conhecer alguém por quem se está apaixonada por 3 anos? Platônico? Talvez sim, talvez não.
E foi então que algo aconteceu repentinamente. Nós três, eu, a Chris e a Kátia saímos do salão e vimos que chovia sem parar. Era uma daquelas chuvas de verão, misturada com aquele bafo quente que convida a gente a se molhar.
E eu realmente precisava me molhar. Eu estava triste, desesperada e aquela chuva seria meu remédio. Lavaria minha alma e renovaria minhas esperanças.
Olhei para as meninas e elas tiveram a mesma ideia. Vamos na chuva mesmo!
Saímos cantarolando a música da camisinha, que era muito famosa na época, e pisando em poças de água suja que se juntavam pelo caminho.
Foi nesse momento que senti seus dedos entrelaçarem na minha mão. Me assustei e congelei por um instante até que me dei conta de que era ele. Exatamente naquela fração de segundos em que olhei em seus olhos, saí de mim, flutuei, parei de respirar, morri do coração, sofri o ataque de mil borboletas e por fim, sorri e naquele momento tive a certeza de que era para ser você e eu.
Autor(a): belasonhadora22
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