Fanfic: Era pra ser você e eu | Tema: Primeiro Amor e primeiro beijo

Alguma vez você já teve a impressão de que fez algo que não deveria ter feito, mas que por algum motivo não conseguiu “não fazer”?

Foi exatamente isso que senti naquele dia no ponto de ônibus em frente à minha casa.

Naquela época, eu estudava num colégio na Penha, um bairro próximo a minha casa e pegava um ônibus que passava do outro lado da rua em frente à minha casa.

Estávamos no inverno e estava friozinho naquele dia. Eu ficava ali sentada num pequeno degrau por pouco tempo pois o ônibus sempre passava em poucos minutos, mas não naquele dia.

E foi exatamente nesse meio tempo que tudo aconteceu. Um motorista dirigindo um carro de cor cinza, parou no ponto de ônibus, abaixou o vidro e me perguntou se eu sabia onde ficava a Rua Manoel Rosa.

E eu tenho que confessar para vocês que eu sou muito sem noção com relação a espaço, direção e pior ainda para guardar nomes de rua. Mas numa coisa eu sou boa, reconhecer um homem lindo. E sim, ele era um lindo e total desconhecido.

Nem sei por que eu me aproximei da porta de um estranho e reparei que ele estava sozinho no carro. A rua sobre a qual ele havia perguntado era paralela a minha, mas eu nem lembrei. Talvez se eu tivesse lembrado, acharia estranho ele perguntar daquela rua, mas eu tive um lapso de memória.

E então ele me perguntou se eu estava esperando o ônibus, e eu respondi, ele perguntou aonde eu estava indo, e eu respondi, perguntou onde eu morava e eu respondi. Porque eu respondi? Não sei. Eu estava enfeitiçada porque respondia sem pensar.  Não sabia quem ele era, de onde vinha, seu nome, mas eu continuava respondendo suas perguntas.

Nada daquilo fazia sentido, perdi a noção do tempo. Tudo estava se desenrolando ali de uma maneira louca como eu jamais imaginaria, O ônibus já estava atrasado e não sei quantos minutos se passaram até que visualizei o ônibus virando a rua lá embaixo.

Disse a ele que meu ônibus estava chegando e involuntariamente me abaixei para me despedir com um beijo no rosto, quando senti aquele hálito quente encostando no meu rosto.

Numa fração de segundos aqueles lábios escorregaram pra minha boca e sua língua se introduziu na minha boca de maneira voraz, se movimentando de forma rápida buscando a minha e eu respondia. Ele entrelaçou seus dedos no meu pescoço, sem me dar chances de me afastar, meu corpo fervia e relutava, correspondia e minha cabeça atordoada não tinha forças para questionar o que estava acontecendo ali.

Aquele frenesi durou alguns segundos até que ele me soltou quando o ônibus parou no ponto. Ele sorriu, desejou boa aula e partiu. Entrei no ônibus tropeçando, ainda recuperando o fôlego, senti nojo, repulsa e me senti roubada. Sim ele roubou um beijo meu e a minha paz.