Fanfics Brasil - Como as cerejeiras florescem Estocolmo

Fanfic: Estocolmo | Tema: Naruto


Capítulo: Como as cerejeiras florescem

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Não tenho certeza de como as coisas se desenrolaram até aquele ponto. Mas contar uma história do início é a melhor forma de explicar algo. 


  Desde que aprendi a andar me foi ensinado que a primeira impressão marca tanto quanto as suas últimas palavras. 


  A forma de se mover, sua postura, o formato de seu corpo e como ele se desloca pelo ambiente, se você olha ou não nos olhos das pessoas e as palavras que você diz ou deixa de dizer ao encontrá-las. 


  Você é aquilo que você transmite, a energia que você vibra e os sentimentos que expressa no momento. 


  Primeiras Impressões na história já iniciaram guerras, acabaram com conflitos, fizeram florescer paixões e criaram rivais mortais. 


  Quando conhece uma pessoa, em menos de noventa segundos você já determinou se vai ou não gostar dela. Se a acha agradável ou perigosa. Se corre ou se permanece. Está no nosso instinto, na parte em que nossa evolução genética se esforçou através dos milênios para se aprimorar. Não temos mais garras ou dentes afiados, nem ao menos feromônios para nos proteger dos perigos do mundo exterior, então só nos restou um mecanismo de defesa não violento: o julgamento. 


  Cada fio de cabelo fora do lugar em sua cabeça passa uma mensagem sobre você. Do que você estava fazendo antes de se encontrarem, se você se importa como vai ser observada por outros ou se aquele é o seu perfeito estado natural, desarrumado. 


  Mas há claro coisas que você não pode mudar. Como: se a pessoa para qual você se apresenta tenha no passado uma desavença com um alguém com características parecidas com as suas você será pré-julgado. Terá um primeiro contato negativo independente de suas ações. 


  A menos que você crie um laço de confiança. Mas como fazer isso com uma pessoa que acaba de conhecer? 


  Essa era a minha especialidade. Antes de sangrar pela primeira vez eu já tinha toda a teoria de como encantar uma multidão de cor ecoando pela minha mente. Sabia arrancar sorrisos, segredos e favores usando apenas as minhas palavras e gestos. 


  Eu não era uma musicista espetacular, nem uma ótima dançarina e tampouco uma poetisa fluída como as outras irmãs da casa que fui ensinada.  


  Eu me destacava na mais perigosa das artes. Intangível, mas tão afiada quanto uma faca: a persuasão. 


  Ao contrário da maioria das garotas que chegam aqui, compradas ou apadrinhadas para aprenderem as artes, eu fui doada. Uma criança recém nascida, largada entre lençóis em um cesto e deixada nos portões do Okiya em um dia 28 de março. 


  Algo em mim chamou a atenção da "Mãe" da casa, que me apadrinhou naquela noite. Determinou que aquele seria o dia de meu nascimento, me deu o seu sobrenome e um nome em homenagem as árvores que rodeavam a casa. 


  Com dois anos eu já era a Maiko mais jovem da história da casa, uma das poucas que tinham conseguido sobreviver depois da modernização do Japão. A Geiko Mãe tinha grandes expectativas em mim e me doava grande parte de seu tempo e atenção. 


  O que gerava grande inveja em minhas irmãs de casa. Era comum achar sapos entre meus lençóis, terra misturada com a tinta do delineado e ter goma grudada em meus cabelos enquanto estava dormindo. 


  Quando sangrei pela primeira aos onze anos as provocações se intensificaram, se tornando físicas. A Gueiko Mãe não dava atenção aos meus pedidos de ajuda, falava que se eu não aguentasse esse tipo de conduta vindo de dentro da casa eu seria fraca, isso sujaria o meu nome e consequentemente o dela. Como a protegida da Geiko não poderia lidar com a implicância de suas irmãs?  


  E eu lidei com cada puxão de cabelo, tapa e arranhão. Cada pertence meu quebrado pela manhã e pintura arruinada. Aguentei ser trancada no armário de meu próprio quarto. Aguentei todas as provocações com a minha aparência e impropérios contra mim. Aguentei todas as vezes que tive a minha comida emporcalhada e passei fome. 


  Não revidei uma única vez. Não chorei. Não reclamei na esperança de que se cansassem daquilo e me deixassem em paz. O peso do sobrenome Haruno pesava demais em minhas costas e eu não podia ceder. Não para elas. 


  O meu décimo quinto aniversário se aproximava e com ele um marco importante para todos dentro do Okiya. O próximo ano seria o ano da colheita para a maioria de nós, estávamos maduras o suficiente e seriamos finalmente destinadas a alguma Casa ou Senhor para servir. 


  Havia uma agitação geral e apostas já estavam sendo feitas entre os funcionários e as próprias Maikos. Com quais senhores sonhavam em servir, que casas interessadas eram as mais cobiçadas, quem queriam que nos visitasse antes da colheita e o mais importante: 


  Quem continuaria servindo como Gueixa e quem se tornaria Oiran. 


  Eu nunca tinha ouvido a palavra até então, mas a curiosidade em mim foi despertada ao encontrar uma folha de papel dobrada em cima da minha cama, no quarto em que compartilhava com minhas irmãs, era noite e todas estavam reunidas cochichando em suas camas. Na parte de cima da dobra em letras garrafais estava escrito "Para a melhor Oiran da casa Haruno".  


  Eu me ajeitei dentro do meu yukata, me sentindo pequena demais dentro dele por sentir todos os olhares do recinto sobre mim, abri o papel ainda em minha cama e vi o que tinha ali. Eram caricaturas de animais e em baixo de cada animal tinha sua respectiva legenda: "Sakura a Oiran de porco", "Oiran de cavalo voltando pra casa", "Oiran cadela rosada". 


  No papel, muito bem desenhado por alguma das minhas irmãs artistas, representava uma mulher de cabelos rosas embaixo de um porco, montada nua em um cavalo e a mulher de cabelos rosas ao lado de um cachorro que estava... 


  Fiquei completamente vermelha, peguei os papéis e os rasguei com violência. Senti o meu rosto pegar fogo quando as risadas explodiram ao meu redor. Eu queria sair correndo dali. Eu precisava sair correndo dali. 


  Mas eu plantei os meus pés no chão e me forcei a ficar. Não podia ceder as provocações, não podia deixar aquilo me ferir. 


  Tentei me acalmar a amassei os papéis rasgados em minhas mãos como uma bola. Me concentrei para deixar meu rosto menos vermelho e fazer o sangue fluir novamente. suspirei em meio as gargalhadas e tentei dizer: 


  — Realmente muito engraçado, meninas. Pelo que vejo Temari anda aprimorando muito seus desenhos. - Olhei em volta do quarto, passando pelos rostos vermelhos de tanto rir e parando no de Temari, que rolava sobre a cama. — São ótimas noções de anatomia, irmã. - Ela se sentou sobre a cama me encarando com um sorriso maldoso. — Me pergunto de onde vem tanta imaginação, andou praticando? - Então as risadas cessaram. 


  O sorriso murchou em seu rosto. Abriu a boca pra falar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa um barulho alto chamou a atenção de todos para fora de casa. As garotas correram para as janelas e eu aproveitei o momento para sair pela porta sem ser notada.  


  Assim que atravessei as portas para o corredor comecei a correr. Segurei as barras do meu yukata e corri. Corri até sair do Okiya e continuei em frente. Evitei todas as Irmãs mais velhas, Gueixas e funcionários que estavam organizando o templo, agora ocupados demais investigando o barulho alto. 


  Corri tentando separar a vergonha que estava sentindo da minha alma. Tentando esquecer aqueles desenhos horríveis que manchavam a minha honra. 


  Quando parei de correr já estava nos limites do terreno do Okiya, uma pequena floresta cercada, com nada além de árvores, a cerca alta e espinhosa e um pequeno galpão para matérias de reparo.  


  Meus pés formigavam e meu coração martelava no peito. Não sabia dizer em que parte do caminho, mas tinha perdido as minhas sapatilhas e pente que prendia meus cabelos. 


  Tampouco sabia em que parte do trajeto tinha começado a chorar, mas as lágrimas insistiam em rolar pelo meu rosto. Meu coração se apertava e contraia, sentia ele se tornar uma coisa miúda e seca dentro do meu peito. Levei as mãos ao colo tentando suportar a dor da mágoa, mas tentar conter a dor do choro só faziam as brasas em minha garganta queimarem mais forte. 


  Então eu me libertei. Com a certeza de que estava sozinha eu deixei tudo vir a tona. Todos os anos que fui maltratada, humilhada e menosprezada. Deixei que tudo aquilo viesse até a minha mente de novo e coloquei pra fora. Queria que aquilo tudo fluísse para fora de mim e fosse despejado na terra junto com as minhas lágrimas.  


  Eu não queria vingança pelo que me foi feito. eu só queri... 


  Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho que vinha de dentro do pequeno galpão. 


  No mesmo instante eu entrei em alerta e me levantei do chão, que eu nem percebi que tinha desabado, sequei algumas lágrimas que insistiam em correr pelo meu rosto com a barra do yukata e me ajeitei. 


  Se alguma das meninas tivesse me seguido até ali, não poderia me ver assim. 


  Ouvi o barulho vindo de dentro do galpão de novo, como se alguma ferramenta tivesse caído do lugar, havia uma luz tremeluzente de uma lamparina saindo da porta entre aberta. 


  Aquela luz... Estava ali quando cheguei? 


  Passei as mãos pela minha roupa, tentando tirar alguns galhos e folhas presas nela e limpei a garganta antes de falar: — T-Tem alguém aí...? 


  Esperei alguns segundos entre a penumbra da floresta atrás de mim com as luzes do Okiya ao longe e o casebre com sua fraca luz a frente. Para minha surpresa eu tive uma sonora resposta. 


  — Não.  


  Era uma voz masculina. Vindo de dentro do galpão soava uma voz masculina. 


  Me aproximei e ouvi um aviso: — Vá embora. 


  E ainda sim continuei, fui até a porta e a puxei. 


  Por um instante fiquei cega com a fraca luz que vinha da lamparina apoiada em um tonel de tinta. E então vi o dono da voz. Em meio a ripas de madeira e materiais de construção havia um jovem rapaz sentado no chão frio de tábuas. Na sua frente um saco de pano estendido no chão com uma dúzia de pêssegos maduros sobre ele. No momento que eu o vi sabia de duas coisas. 


  Primeiro: Ele precisava de um banho, tinham folhas emaranhadas pelos cabelos loiros compridos e ele tinha manchas de terra na roupa e na pele. Também estava descalço com os pés sujos um sobre o outro, numa pose relaxada. Como se aquele lugar o pertencesse e ela estivesse por ali de passagem fazendo uma visita. 


  Segundo: Aqueles pêssegos eram das árvores da parte da frente do Akiyo. E ele tinha pegado certamente mais de meia dúzia, já que ele tinha um mordido entre as suas mãos e da boca cheia escorria sumo até o queixo. 


  Fiquei desconcertada com a situação. Deveria chamar a Geiko ou gritar pelos seguranças? 


  — O que foi? - Olhou com grandes olhos azuis. — Quer um? Tá docinho, senta aí. - Tentei ver se tinha algo hostil nele. Alguma malícia em suas palavras. 


  — Foi mal. - Ele disse e mordeu mais um pedaço do pêssego, continuou falando de boca cheia. — Eu vi você lá fora quando cheguei, o seu chororô tava forte e eu não queria atrapalhar. 


  Senti o sangue esquentar as minhas bochechas de novo. — Eu não estava chorando. - Tentei ser firme, mas a minha voz falhou e me entregou na última palavra. 


  — Tá, tá. - Colocou o último pedaço do pêssego mordido na boca e abanou a mão em frente ao rosto, como se fizesse pouco caso da minha choradeira, antes de esticar a mão e pegar outro pêssego. — Lavar os olhos por dentro, cortar cebola sozinha no mato. Seja lá como for que vocês meninas chamam. - Ele esticou o braço pra mim e me ofereceu a fruta. — Sério mesmo que não vai querer? Você tá bem magricela. Última chance, hein. 


  Acho que uma veia estourou na minha testa naquele momento. 


  — Magricela é você seu oxigenado. Você roubou isso! - Insinuei exasperada. Dei um tapa em sua mão estendida, jogando a fruta para o outro lado 


  — Eu não roubei nada! - Disse ele esticando a mão para o pano e pegando outra, soltando um risinho como se achasse graça. — Eu furtei, Picolé de fruta. Tem diferença, eles não me viram. - Ele franziu as sobrancelhas — Quer dizer, quase não me viram. Mas não me pegaram. E aquele cara gigante estava armado, então não contou. Se ele tivesse honra e lutasse como um homem não seria páreo para os meus músculos. - Segurou a fruta toda na boca, com uma mão levantou a manga da camisa e com o outro braço fez um "muque" para mostrar a força. — E pra sua informação. - Mordeu o pêssego e falou com a boca cheia. — Eu sou loiro natural. Você também é? Pinta o cabelo com o que? Guache? Iogurte? 


  Fiquei vermelha de raiva, o que aquele garoto estava insinuando?! 


  Marchei até ele e dei um cascudo em sua cabeça, de cima pra baixo. Com uma força que eu nem sabia que tinha, ouvi até mesmo os seus dentes baterem. Ele se encolheu, soltou a fruta em suas mãos e segurou a cabeça para não acertá-lo de novo. 


  — Eu nunca pintei o cabelo! - Gritei. — Você tem que devolver isso! Não é seu! E você é tão magrelo quanto eu...!  Seu... Pivete! Projeto de gaijin! SEU... - Assim que se deu conta do que estava falando pôs as mãos na boca para conter as palavras. 


  Nunca tinha sido tão rude dessa forma, nem grosseira. Achava que nunca nem tinha ouvido aqueles sons saindo de sua boca. Parecia a voz de uma outra pessoa, de uma outra Sakura, não a maiko da família haruno. 


  — Me perdoe! Eu não queria... 


  — Caramba, Picolé de fruta! Você é um monstro! - Ele resmungou enquanto esfregava uma mão na cabeça e com a outra pegava outro pêssego para morder. — Aqui é um Okiya de que? Donzelas pugilistas?!    


  Eu estremeci, não tinha certeza se queria mesmo ter acertado ele. Mas eu lembrei do apelido ridículo que ele me chamava e minha mão coçou pra dar outro soco no garoto. 


  — Sorte sua que eu tenho dentes fortes, ou teria estragado o meu jantar. 


  — Jantar...? - Eu sussurrei  


  — É. A minha janta. - Respondeu simples, acabando com mais um pêssego. —  Se bem que esse aqui tá meio azedo. Talvez você tenha estragado sim a minha janta. - Falou fazendo uma careta engraçada. 


  A compreensão da cena me fez esquecer de rir da sua cara de azedo, que estava bem engraçada, eu liguei os pontos e entendi. 


  Ele tinha roubado os pêssegos para se alimentar. Corrido dos seguranças com o saco de frutas nas costas, fugindo do barulho alto. Foi um tiro. Em alguma parte do caminho deve ter caído e se sujado na terra. Talvez tivesse me visto correndo para fora da casa ou me escutou chorando e me seguiu, chegando até o galpão. 


  Eu encarei os olhos azuis procurando algo. Mas o que eu vi não era o que eu esperava. Eram calmos, amigáveis demais e inocentes demais. 


  Era só um rapaz, muito magro para a idade dele, com roupas gastas pelo uso. Com certeza estava faminto. 


  E atiraram contra ele. Por causa de frutas que caiam aos montes pelos jardins. 


  Me abaixei e sentei no chão ao seu lado, a uma curta distância dele, estendi a minha mão e peguei um pêssego. Rolei ele entre os dedos, realmente parecia suculento. 


  — Você tem que ir. - Cheirei a fruta entre meus dedos, céus como eu estava faminta. Fechei os olhos e mordi um pedaço. Parecia que tinha sido banhada em mel. 


  — E você tem que comer. - Ele me observava enquanto comia também. 


  — Eles já devem estar vindo para cá vasculhar. Vão te encontrar 


  Ele riu tão profundamente que quase gargalhou. Parecia que não tinha medo de ser descoberto. 


  — Eles nunca encontram. 


  E assim continuamos comendo, em silêncio. Hora ou outra eu ria de alguma careta que o loiro fazia, para expressar a quão boa estava a nossa refeição. Ninguém veio procurar por nós. Nenhum segurança, ou maiko nem mesmo a Geiko. Eu só escutava o som dos insetos lá fora e algumas corujas, fora isso só o som de combustão da lamparina e as nossas respirações enchiam o ambiente apertado. 


  — Qual seu nome? - Me escutei perguntando a ele. 


  — Naruto. E o seu? 


  Não me contive e cuspi o último pedaço que estava na minha boca, uma chuva de saliva e suco voou de mim por todo canto, eu ria tanto que o meu corpo sacudia e minha barriga doía. 


  — Ecaa~! - Naruto riu da minha explosão de risos e fez uma careta pelo pedaço de fruta ter voado nele. — Qual a graça, Picolé de fruta? 


  Ele teve que esperar alguns segundos pela resposta, já que eu não conseguia conter o riso. Nem me importei com o apelido. O dele era muito pior. 


  Ainda com as mãos na barriga e tentando respirar, disse: — Naruto? Naruto mesmo? - Ri mais uma vez. — Naruto como o bolo de peixe?! Se eu sou Picolé de fruta você é Cara de peixe! 


  A cara do loiro murchou, fazendo um bico, e eu ri ainda mais encontrando mais semelhanças no seu rosto. 


  Eu me levantei com a barriga cheia por ter comido tanto. Me curvei para ele ainda sorrindo e agradeci a refeição, recebendo um aceno de cabeça dele em troca. Fui até a porta para sair, antes de ir ele me chamou. 


  — E qual o seu nome, engraçadinha? - Perguntou levantando uma sobrancelha. 


  Olhei para ele, e pela primeira vez disse o meu nome com orgulho: ­— Me chamo Sakura. Sakura Haruno. 


  Ele sorriu e eu sorri junto, sabendo que não tinha como ele falar nada depreciativo com o meu nome. Cerejeira da Primavera. 


  — Sakura...- Ouvi ele testar as sílabas do meu nome e fui embora, deixando o galpão iluminado para trás. Mas não sem deixar de o escutar falando enquanto eu partia: — É linda Sakura. E estranha também. 


  Não sabia se ele se referia a minha aparência ou ao meu nome, mas as borboletas em meu estômago me perturbaram por semanas com as lembranças daquela noite. 


  E me atormentaram por anos pelos meses que se seguiram depois daquele.  


 


 



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Autor(a): laresssa

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