Fanfics Brasil - O cavaleiro da Armadura Dourada O Rugido do Leão

Fanfic: O Rugido do Leão | Tema: Game Of Thrones


Capítulo: O cavaleiro da Armadura Dourada

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01. O Cavaleiro da Armadura Dourada


Senti um calafrio percorrer por minha pele ao perceber que me casaria com Jaime Lannister. Não há muito tempo ele era juramentado para a Guarda Real, desprovido de posses e havia aberto mão da possibilidade de um dia gerar filhos, deitar-se com qualquer mulher – ou homem – e obter qualquer vantagem por ser filho de quem era e servir a quem servia.


Claro que desde a infância eu ouvira falar do galante cavaleiro de armadura dourada: o Regicida que traíra seu próprio rei tirando-lhe a vida para salvar a todos. Em hipótese alguma eu teria imaginado que estaria ali, vestida nas cores da minha pequena casa esperando pelo momento em que Cersei Lannister me entregaria - de bom grado - para casar-me com seu irmão gêmeo.


Há apenas algumas luas que a Rainha Dourada ascendera ao trono depois da trágica morte de seu último filho vivo e da explosão acidental do Septo de Baelor que tirara a vida de Margaery e Loras Tyrell. Eu ainda sentia enormemente a falta de Margeary com seus sorrisos fáceis, conselhos duros e certeiros. Ela saberia o que me dizer naquele momento de minha vida onde eu fora vendida sem cerimônia pelo meu tio para que ele cedesse todos os cavaleiros que possuía, soldados entre libertos e cativos, que dariam suas vidas para proteger Porto Real e suas fundações.


Cersei soubera por meio de um mercador Tyrosh que a última Targaryen viva havia se unido à Olenna Tyrell e às Serpentes de Areia e naquele mesmo momento atravessava o Mar Estreito para reivindicar o trono que acreditava ser seu. Isso deixara todo o Pequeno Conselho em alerta e mais do que nunca Cersei precisava de aliados que lhe dessem não somente espadas, mas também lealdade. Minha união com Jaime garantiria pelo menos parte desses homens e alguma lealdade.


Vi Sor Gregor cambalear ladeando a Rainha que se vestia meticulosa numa mistura de armadura e vestido negro.


— Pronta? – Perguntou-me de modo rude.


— Sim Vossa Graça. – Respondi hesitante, segurando no braço que ela me oferecia.


Agarrei-me a Cersei como outrora havia me agarrado à Margeary, a única diferença era que eu desejava que aquele fosse nosso último contato físico. Cersei era assustadoramente bela e estarmos tão próximas me deixava ainda mais ansiosa e nervosa. Ajeitei meu vestido enquanto puxava de modo cuidadoso sobre os ombros o manto da minha casa: uma enorme serpente prateada num campo verde.


— Jaime é um bom homem. A fará muito feliz, eu garanto. – Cuspiu ela, olhando-me de esguelha e sorrindo sem mostrar os dentes. Claramente irritada com a situação.


— Eu me esforçarei para fazê-lo muito feliz também Vossa Graça. – Sussurrei na esperança de que o assunto morresse antes mesmo de começar.


— Ah, eu tenho certeza de que tentará.


Paramos diante das portas do grande salão. Empertiguei-me a seu lado, tentando parecer bem mais corajosa do que me sentia. Minhas pernas pareciam ter virado pequenas tortas de limão e por um instante achei que não fossem me suportar. Cersei, calma como águas paradas, exibiu seu olhar mais felino, porém por um instante senti seu toque vacilar e seu rosto demonstrar incerteza. Seu olhar perdeu-se vago, e por um momento achei que fosse receio de nao ter mais perto de si seu último ente familiar.


— Não se preocupe Vossa Graça, tenho certeza que Jaime jamais lhe abandonará. – Confortei-lhe, me arrependendo logo em seguida ao notar a raiva retornar para suas belas feições e no minuto seguinte as portas de abriram e um alaúde tocou.



 – Confortei-lhe, me arrependendo logo em seguida ao notar a raiva retornar para suas belas feições e no minuto seguinte as portas de abriram e um alaúde tocou



Suspirei longamente ao lado de meu marido enquanto os lordes nos presenteavam e nos davam as honras devidas. Estava nervosa com os ritos e sentia cada vez mais próximo o momento em que os homens me tomariam nos braços e rasgariam minhas roupas preparando-me para as núpcias.


Jaime voltou seu olhar para mim e notando meu desconforto colocou minha mão sobre sua mão de ouro fria, e logo em seguida cobriu-a com a mão boa.


— Não deseja que lhe toquem? – Perguntou-me.


— Não é isso, meu senhor, apenas sinto que comi doces demais. – Inventei, ciente de seu toque e seu olhar.


— Nada de meu senhor – Ele sorriu – Fique tranquila, não permitirei que passemos pelos ritos. – Disse ele nada convencido com minha desculpa esfarrapada e se ergueu rapidamente, pedindo para que eu fizesse o mesmo.


Olhei ao redor, esperando que todos notassem que tentávamos fugir, mas a maioria dos presentes já estavam bêbados e absortos em suas próprias mulheres e nas serviçais. Cersei nos observou calada levando uma taça de vinho vagarosamente aos lábios. Seu olhar queimava sobre o irmão que devolvia na mesma intensidade. Rápido e habilmente, Jaime me conduziu por entre as portas até chegarmos ao aposento designado para nós. Havia dois guardas na porta que se entreolharam curiosos, mas abriram passagem sem questionamentos.


O quarto estava inteiramente decorado com flâmulas vermelhas, leões de ouro enfeitavam as mesas e uma enorme cama de dossel coberta com tecido dourado se erguia majestosa para nossa noite. Caminhei devagar sob o olhar vigilante de meu marido, enquanto tentava acalmar a bagunça em minha barriga.


— Podemos adiar a consumação. – Disse Jaime calidamente.


— Não podemos. Se não consumarmos o casamento, tudo terá sido em vão. As bodas, os planos... sua irmã...


— Esqueça Cersei! – Disse feroz.


Ele coçou distraidamente o local onde a mão de ferro encontrava-se com sua pele.


— Ela lhe incomoda. – Afirmei, tomando-lhe rapidamente a mão dourada entre as minhas. Ele nada disse enquanto eu desfazia as amarras que a prendiam.


Soltei os nós com cuidado e o objeto de ferro desprendeu-se com facilidade. Jaime me observava trabalhar, não esboçou protesto.


— Assim está melhor? – Repousei a mão de aço dourado sobre umas das mesinhas e sorri, recebendo apenas um olhar angustiado em troca.


— As únicas pessoas que me tocaram assim foi o Meistre e... você.


Eu não sabia o que pensar. Teria feito eu algo errado? Será que Jaime ficara tão em choque com minha atitude que não sabia como reprovar a mesma? Afastei-me dele um pouco ofendida e confusa, mas ele apenas puxou-me pelo ombro e envolveu seus braços ao meu redor. Arfei surpresa e em poucos minutos retribuía o gesto com lágrimas nos olhos, encostando minha cabeça em seu peito.


— Nem tenho ideia do que esteja passando por sua cabeça agora Adara, imagino que esteja assustada e até com um pouco de raiva de todos que a estão fazendo passar por essa situação, mas garanto a você que nenhum mal lhe acontecerá. – Sussurrou Jaime em meus cabelos. – Jamais farei qualquer coisa que você não queira.


Delicadamente desvencilhei-me de seu abraço sem jeito e passeei pelo quarto respirando fundo, acalmando as pequenas mariposas em minha barriga. Parei perto de uma pequena mesinha que dispunha de frutas variadas, dois cálices de vinho e uma jarra repleta do líquido ainda morno. Rapidamente enchi uma taça e sorvi tudo de um só gole.


Jaime encaminhou-se visivelmente exausto para uma das enormes janelas e afastou com cuidado e delicadeza uma cortina para ver o pátio do lado de fora do castelo. Passei as mãos por meus cabelos soltando os fios e observando-o de costas para mim. Os pensamentos impuros inundaram minha mente como se fossem feitos de água. Eu estava casada com o homem considerado mais bonito de toda Westeros, o cavaleiro dourado: o Regicida. Apesar do dano à sua mão da espada, ele ainda parecia maravilhoso. Era alto e os cabelos dourados ainda lhe deixavam com uma aparência de menino. Seus olhos esverdeados pareciam se derramar sempre que me fitavam, ou talvez eu que tivesse a sensação de me desmanchar sob seus olhos.


Soltei as fitas que prendiam meu penteado. Jaime se virou e percebendo meu gesto olhou-me com cautela antes de se retirar rapidamente, me deixando sozinha. Nem sequer tive tempo de perguntar-lhe para onde iria. Ele apenas saiu! Alguns minutos depois uma garota que devia estar aproximadamente no décimo terceiro dia de seu nome entrou de cabeça baixa.


— Com licença milady, Sor Jaime pediu para que a ajudasse com suas roupas e seu banho. Sou Mariah, sua aia. – Apresentou-se ela com as mãos entrelaçadas a frente do corpo.


— Olá Mariah, tudo bem? Venha mais perto de mim, obrigada por sua disposição. – Agradeci com um sorriso tímido.


Mariah corou e se aproximou para me ajudar a desatar os laços do corpete. Sozinha, ela carregou os baldes de água que encheram minha banheira de bronze. Ela me limpou e lavou meus cabelos com óleos e perfumes que faziam uma espuma delicada e de um aroma adocicado. Com cautela, pôs em mim uma camisola branca de tecido leve e esvoaçante que me fazia ter mais ciência da pequena virgem que eu era, depositando algumas gotas de essência em meus pulsos, meu pescoço e em minhas partes íntimas. Eu estava pronta para que meu marido reclamasse minhas obrigações de esposa.


Assim que Mariah saiu, deitei-me sob as cobertas nervosa, diria que até feliz, e esperei pele retorno de Jaime.


A luz lá fora se fora há muito quando ele abriu a porta do quarto. Seus cabelos estavam bagunçados e sua aparência era a de quem havia acabado de ganhar uma guerra. Contive-me em perguntar onde ele estivera, esperei que me dirigisse a palavra.


Jaime desfez-se de seu gibão vermelho e o jogou no chão sem cerimônia. Lavou o rosto com a água que Mariah deixara em uma pequena bacia sob a mesinha onde repousava a mão de ferro e então voltou seu olhar para mim.


— Achei que já estivesse dormindo ou eu a acordei? – Perguntou-me com a voz rouca.


— Não, meu senhor. Estive a sua espera. – Respondi calmamente, afastando-me para dar espaço para ele na cama.


Jaime suspirou e observou esse pequeno gesto com curiosidade, retirou as peças de roupa restante, ficando apenas com sua camisa branca e os calções que usara por baixo das vestes. Meu coração deu um pequeno salto ao vê-lo em tão pouco traje, fazendo com que as pequenas criaturas em meu estômago acordassem agitadas.


Afastando as cobertas ele se deitou ao meu lado sem me tocar e observou-me por alguns segundos.


— Não precisa fazer isso. Não precisa fazer nada que você não queira. – Disse-me estranhamente doce.


— E não estou. – Respondi enchendo-me de coragem e aconchegando meu rosto em seu peito largo enquanto ouvia seu coração bater descompassado.


Jaime demorou alguns segundos até depositar sua mão esquerda sobre meus cabelos. Ele parecia ter um cuidado excessivo para não me tocar com o que restara de seu antebraço. Levantei o rosto e olhei em seus olhos, suplicando aos deuses antigos e novos para que não nos tornássemos estranhos um ao outro, pois viver ao lado de alguém dessa maneira pelo resto da vida, eu não suportaria.


— Passaremos a vida inteira juntos. – Falei.


— O que pode não significar muito tempo. – Retrucou Jaime – São tempos conturbados.


— Então precisamos usar toda e qualquer oportunidade para concebermos nosso herdeiro. – Comentei sem pensar nas palavras me sentindo envergonhada logo em seguida.


Não que eu estivesse desesperada por entregar-me a Jaime. Acabara de passar pelo décimo sétimo dia de meu nome e não há muito eu ainda corria pelo castelo com Loras e Margaery fingindo que éramos valentes soldados que defendiam nossas terras, mas esse era o principal motivo pelo qual haviam me escolhido. Eu tinha sido constantemente avisada que deveria dar tão logo pudesse um herdeiro para a casa Lannister, já que todos os três herdeiros de Cersei tinham encontrado finais trágicos para suas breves vidas.


— Teremos diversos momentos de intimidade ao longo de nosso casamento. Não quero que sinta pressionada pelos anseios políticos de minha irmã. Como seu marido devo prezar por seu bem estar e não a deixar em situações que possam constrangê-la.


— Você não me constrange, meu senhor. – Tomei seu antebraço direito entre as mãos, para que Jaime soubesse que eu seria uma boa esposa para ele. Que lhe daria fortes herdeiros de cabelos dourados e olhos tão verdes quanto os seus.


Jaime beijou-me na testa e fechou os olhos. Eu o acompanhei.



Olá, espero que estejam curtindo e gostando de O Rugido do Leão



Olá, espero que estejam curtindo e gostando de O Rugido do Leão.



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Autor(a): maymeenezes

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