Fanfic: His Personal Assistant (Uckerroni) | Tema: RBD,Maite Perroni, Christopher Uckermann
MAITE POV
"Eu não acredito que nós estamos discutindo isto de novo," Christopher rolou seus olhos para mim, espalhando seu jornal ostentosamente enquanto eu afundava na baqueta ao seu lado, me inclinando e ficando entre seu quadril e o balcão da cozinha.
"Bem, se você simplesmente me escutasse, nós não precisaríamos passar por isso toda manhã." Eu respondi com a voz abafada de quem recém acordou, bebericando da sua xícara gigante de O.J e lhe lançando um olhar confrontante.
Isso era difícil – teria sido mais natural se eu tivesse comido ele com os olhos. Especialmente como ele estava agora, em sua camisa impecavelmente branca e seu terno cinza, tudo isso às sete horas da manhã.
Certo – sete horas da maldita manhã. Abri a boca para lhe dizer o que pensava, mas pressentindo o que vinha pela frente, Christopher abruptamente deu seguimento à nossa discussão.
"Eu só não vejo por que nós precisamos pedir dois jornais iguais." Ele argumentou suavemente, largando o supracitado jornal para passar o braço em volta da minha cintura, sua mão convenientemente tocando meu seio.
"Porque você leva uma eternidade para ler, e eu tenho sempre que te esperar. Vamos lá, apenas peça dois malditos jornais." Rosnei para ele, ignorando a forma como sua mão estava apertando e relaxando, esfregando e beliscando meu peito.
"Isto é gastar com besteira, meu amor." Christopher declarou, em seu melhor tom de chefe mão-de-vaca. Como se o bastardo não fosse bilionário. "Se você simplesmente acordasse mais cedo como deveria acordar, o jornal estaria aqui te esperando quando você levantasse."
Lancei a ele um olhar indignado, que provavelmente foi anulado pelo fato de eu estar me inclinando contra sua mão. Para me estragar de vez, sua mão deslizou sob minha camiseta tocando diretamente meus seios, que responderam imediatamente ao seu toque nu.
"Alguém", eu sibilei, "decidiu passar os dez minutos depois que o despertador tocou com suas mãos no meu estômago e sua boca nos meus seios. Agora eu estou excitada e perfeitamente acordada."
"Bem, é que eles estão tão maiores agora." Christopher me olhou maliciosamente, tentando tocar tanto quanto podia em mim e se virando no seu assento para poder esfregar o nariz em meu pescoço. "Agora me deixe te levar de volta para cama antes de ir trabalhar."
"Você quer dizer levar "até" a cama, certo?" Perguntei afetada, deixando que ele me puxasse para seu colo gentilmente.
"Certo, claro... uma das duas." Ele concordou, rindo, beijando a ponta do meu nariz enquanto me erguia em seus braços e ficava de pé. Eu sabia que ele gostava que eu o imaginasse como um homem de ferro, mas não pude evitar rir da maneira com que ele vacilou sob os nossos pesos combinados.
"Eu sou mais pesada do que a sua mochila de viagem." Provoquei enquanto ele me carregava no maior estilo recém-casados até o quarto. E enquanto eu ignorava o fato de ele ter dado joelhadas em meu traseiro durante todo o caminho.
"Ha!" Ele riu, me equilibrando para conseguir afastar os cobertores da nossa cama. "No momento eu sou obrigado a concordar, Anjo."
Christopher arrumou tudo de modo a me deixar deitada no meu lado da cama, e puxou as cobertas até meus quadris. Ele então levantou meu top e beijou meu umbigo e meus seios.
"Gah. Eu não sei o quanto mais eu vou agüentar disso." Gemi em pura frustração com o desejo que seus lábios despertavam em mim.
"Paciência, querida. O médico disse que você não pode fazer sexo por apenas mais alguns meses." Na verdade o médico havia dito que eu não poderia fazer sexo envolvendo penetração por alguns meses, mas entendi o que ele estava dizendo.
"Como você está lidando com isto tão bem?" Indaguei enquanto ele alegremente beliscava meu mamilo, igual a uma criança com o seu brinquedo favorito.
Christopher pareceu pensativo, considerando seriamente minha pergunta. "Bem," ele disse solenemente, "eu me masturbo bastante."
"Que ótimo," eu bufei, o deixando passar a língua em meu seio, "Que cara sortudo você é, por poder se masturbar."
Christopher sorriu com impertinência e subiu para beijar meus lábios suavemente, se afastando com um gemido quando eu tentei usar a língua. Hee. Acho que a frustração sexual está afetando a nós dois.
"Vá dormir, esposa," ele mandou; serpenteando para beijar meu estômago rechonchudo. "Vá dormir, Spawn."
"Spawn?" Perguntei, ofendida. "Você está chamando o nosso bebê de Spawn?"
Agora era Christopher quem parecia magoado, olhando mal-humorado para mim. "Bem, se você deixasse o médico nos contar qual o maldito sexo, eu poderia chamar o nosso filho pelo seu nome apropriado – CJ."
"CJ?"
"Christopher Junior." Ele rolou seus olhos, como se aquilo fosse uma coisa óbvia. A sua irritação era arruinada pela forma como ele delicadamente traçava meus lábios com seu dedo mindinho.
"E se for uma menina?" Eu quis saber, mordendo a ponta do seu dedo e recebendo um olhar de reprovação dele.
"Então é melhor nós tentarmos de novo." Christopher falou, beliscando meu nariz e sorrindo. "Eu não acho que conseguiria dar conta de duas garotas Perroni me fazendo de gato e sapato por aí."
Eu tentei responder. Dizer a ele que eu estava aos seus pés, também. Mas Christopher desapareceu, e minha mãe Maite estava parada ao pé do meu berço, de volta em meu quarto em Guardalajara.
"Maite," ela me disse carinhosamente, "eu estou tão orgulhosa de você."
Acordei com um sobressalto, felizmente sem esbarrar em Anahi ou Dulce. Eu estava na cama de Christopher; com minhas melhores amigas adormecidas de cada lado meu. Através da janela o sol estava recém nascendo no céu de Nova Iorque. Que ótimo jeito de começar uma manhã. Eu estava sonhando sobre estar casada com Christopher e esperando um filho dele. Um sonho que provavelmente nunca se tornaria realidade.
Era sexta-feira, quatro dias antes da data marcada para meu vôo para Londres. Bem... tecnicamente, três dias. Meu vôo partiria na meia-noite de terça-feira. Incrivelmente dramático. Embora ligeiramente menos dramático se considerarmos que eu preciso estar lá três horas mais cedo para fazer o check in e passar pela inspeção da Alfândega.
Cuidadosamente, um centímetro de cada vez, deslizei para fora da cama e desastradamente tropecei para o corredor, atravessando os resquícios da festa de despedida da noite anterior.
Que diabos tinha acontecido? Christopher havia entrado em colapso de joelhos à minha frente e despido sua alma, dizendo que ele me amava, que ele queria passar o resto da sua vida ao meu lado. Como aquilo podia ter terminado tão horrivelmente mal, e tão rápido?
Eu estava errada porque as palavras dele me ofenderam?
Porque eu não passei os últimos quinze anos da minha vida ralando na escola para simplesmente me transformar em uma "dona de casa"?
Eu sabia que Christopher tinha as melhores intenções, mas isto não tornava o que ele disse menos irracional. Ele tinha 24 anos, havia se formado cedo tanto na escola quanto na faculdade, e foi sempre o melhor da sua turma. Se alguém devesse entender esse meu desejo ardente em ter sucesso, esse alguém deveria ser ele.
Mas ele imaginou que do nada eu me tornaria uma Mulher Perfeita*, desistindo dos meus estudos e carreira para descansar por seis meses, dormindo e acordando com ele.
Ao invés de aceitar a "bolsa de estudos estúpida.
Não.
Isto ofenderia qualquer um.
Mas isto não significava que eu estava certa e ele errado, também. Agora eu entendia que Christopher estava simplesmente se oferecendo para cuidar de mim, apesar de estar fazendo isso da forma errada. Eu não deveria ter ficado com raiva em reação a raiva dele, mas no momento eu não estava pensando racionalmente. Tudo o que eu pensava era que Christopher não queria me apoiar, que ele me achava uma idiota, que ele acreditava que minhas realizações eram banais.
A forma como eu joguei as coisas na cara dele foi a mesma como eu discutia com minha mãe quando eu era uma garotinha. Quando eu terminava uma briga – seja ela sobre meninos ou roupas ou o estado do meu quarto – era sempre com lágrimas nos olhos e um "eu te odeio". Eu sempre me arrependia de ter dito isso mais tarde, mas este fato nunca impediu as palavras de escaparem.
Pensando sobre Maitê – e com meu sonho ainda fresco na memória –, apanhei meu Blackberry da mesa da cozinha e me dirigi ao que havia se tornado um tipo de santuário para mim. Assim que eu estava encolhida no tapete em frente à lareira da biblioteca, disquei um número que eu raramente usava.
"Bebê?" Minha mãe atendeu sonolenta na oitava chamada. "É muito cedo. O que ouve?"
"Você acha que eu estou fazendo a coisa certa?" Perguntei sem rodeios. "Aceitando essa bolsa de estudos? Mesmo que isso signifique deixar o Christopher por um ano?"
Ouvi o som das cobertas, e pude visualizá-la levantando da cama silenciosamente para não acordar meu pai, Javier..
"Certo." Ela disse finalmente. "Me conte o que está acontecendo."
Expliquei para ela brevemente sobre a briga que tivemos na noite anterior, deixando de fora os detalhes do casamento. Eu não precisava ser nenhuma telepata para saber que o conhecimento do lindo anel em meu dedo deixaria Maitê subindo pelas paredes.
Demorou um minuto inteiro antes que ela respondesse, e mesmo assim eu podia ver que ela estava sendo muito cuidadosa com o que falava.
"May, em primeiro lugar eu quero que você saiba que, sinceramente, eu acho que esta bolsa de estudos é a melhor coisa que já lhe aconteceu. Eu sei o quanto você deu duro na escola, e então na faculdade, para chegar onde está agora. Mas deixe eu te fazer uma pergunta; se isto tivesse acontecido há alguns meses atrás, antes de você começar o namoro com Christopher, o que você teria sentido quando recebeu esta oportunidade?"
"Orgulho," respondi francamente, "felicidade, satisfação, entusiasmo. E eu estou sentindo todas estas coisas... na maior parte do tempo. Mas eu não esperava me apaixonar, mãe."
Mamãe suspirou, obviamente tendo esperado exatamente aquela resposta. "Amor não significa desistir dos seus sonhos, bebê. Você conhece aquele velho ditado? 'Se você ama alguém, deixe-o ir; se ele voltar para você, então você saberá que é real'?"
"Eu sempre odiei este ditado."
Ela riu baixinho enquanto uma chaleira começava a chiar ao fundo, "Isto é porque você é jovem e está apaixonada pela primeira vez, e você foi parar no meio deste redemoinho de emoções e acredita que, se for embora, então tudo estará acabado. Mas não é bem assim, bebê. O verdadeiro amor esperará por você."
Esta ligação não estava ajudando. Passei os punhos em meus olhos e desejei apenas que ela agisse com uma mãe ao invés de uma amiga, que ela pudesse me dar a porra de uma resposta definitiva. "Então você acha que eu devo ir?"
"Sendo completamente honesta... sim. Eu acho que largar esta bolsa de estudos seria um grande erro, querida. Converse com Christopher novamente e diga a ele como você se sente depois dessa briga. Se for para as coisas acontecerem, elas darão certo no final."
Certo.
Ok, então.
Não exatamente o que eu esperava ouvir, mas pelo menos agora eu tinha um objetivo. Conversar com Christopher. Nós poríamos um fim nisto – de um jeito ou de outro.
CHRISTOPHER POV
Ouvi a porta do meu escritório se abrir e a chave girar quando ela foi trancada. Eu sabia que Ana Brenda não estaria no trabalho por pelo menos uma hora mais, e quando ergui a cabeça me deparei com a mulher responsável pelo abismo de desespero e dor em que eu me encontrava.
Maite estava parada diante de mim, vestindo minha camiseta – aquela que ela havia colocado depois do banho na noite anterior –, e uma justa saia jeans. O cabelo dela estava bagunçado, seus olhos estavam vermelhos e ela parecia como eu me sentia.
Bem, exceto pelo fato de que ela ainda parecia incrivelmente conflituosa, enquanto eu não tinha nenhuma dúvida de que minha expressão era de alguém resignado e derrotado.
Tomei minha decisão esta manhã, deitado no sofá de Christian e pensando sobre cada coisa estúpida que eu havia dito para ela durante a nossa briga. Pensando sobre o olhar de dor em seu rosto enquanto ela dizia, "Acho que a diferença é que eu nunca seria egoísta o bastante para pedir."
Eu tinha dito a verdade quando falei a ela que eu não era nada mais do que um bastardo egoísta. Quando Maite aceitou meu pedido de casamento, eu estupidamente presumi que isto significava que ela estava largando sua bolsa de estudos. Depois de eu ter presenciado todas as preparações que ela tinha feito para a sua partida nestas últimas semanas.
Então quando ela me corrigiu, o meu medo, minha conexão obsessiva com ela, me fez falar aquilo, me fez admitir a verdade – que eu era um imbecil ganancioso, que era incapaz de ser feliz por ela e querê-la ao seu lado; sempre. Que eu não queria que ela partisse, porque isto seria como se ela estivesse me abandonando.
Um imbecil ganancioso. É isto o que eu sou, o que eu tenho sido durante todo o nosso relacionamento. Eu era tímido, tinha medo da sua rejeição. Eu nunca admiti que a amava até ela falar primeiro. Eu nunca pensei no que poderia oferecer a ela – apenas no que eu poderia ter dela.
Quando Maite explicou os empecilhos técnicos para a sua permanência, eu me ofereci para pagar para ela. Na verdade, eu cheguei a usar o termo "mulher livre". Por deus, qual era o meu problema? O quão estúpido eu tive de ser para dizer uma coisa daquelas para alguém tão independente quanto Maite Perroni?
Bastardo egoísta. Eu tinha arruinado tudo para ela. Arruinado o que deveria ter sido o momento mais excitante da sua vida com meus medos e palavras imprudentes.
Bem, agora não mais.
Não mais.
Eu iria consertar esta situação para ela, mesmo que meu coração seja partido no processo.
Maite pigarreou, chamando minha atenção para ela enquanto passava uma mão nervosa pelos cabelos.
"Christian disse que você viria para o trabalho mais cedo," ela falou num jorro, "nós podemos conversar, por favor?"
Gesticulei para uma das cadeiras à frente da minha mesa. Maite imediatamente afundou em uma delas, sua perna balançando com nervosismo.
Me inclinei preguiçosamente em minha cadeira, meus olhos vagando por seu rosto e corpo, queimando-os em minha memória porque, embora ela não soubesse, isto era um adeus. Meu coração se apertou e minha cabeça ficou pesada, mas ordenei a mim mesmo que me controlasse até que aquilo estivesse terminado.
Mas porque eu ainda era malditamente tímido, Maite foi quem teve de quebrar o silêncio.
"Você não deveria ter me menosprezado daquela forma." Ela acusou, respirando fundo e falando em um tom sem vida. Eu tinha a sensação de que ela havia ensaiado isto na sua caminhonete no caminho até aqui. "Eu não estou te pedindo para estar feliz com isso, porque como você mesmo disse, eu estou tão dividida sobre a minha partida quanto você. Mas você não tem o direito de fazer isto soar como se eu pudesse ser comprada. Isto foi insultante, Christopher."
"Você não deveria ter se chamado de prostituta. Você deveria ter percebido o quanto estava me matando ver você ir embora." Disparei, querendo vê-la com raiva para que isto pudesse ser minimamente mais fácil.
"Você não deveria ter me tratado como uma." Maite rebateu, fechando os olhos e respirando fundo em seguida. Era óbvio que ela estava tentando manter sua raiva controlada. "Mas este não é o ponto. Não vamos brigar sem motivo."
"Você está certa." Dei de ombros, tentando parecer indiferente e sem dúvidas falhando miseravelmente. Apenas a lembrança de que eu estava fazendo isto por ela fez as palavras frias e cruéis deixarem minha boca. "As pessoas não deveriam brigar sem motivo. Nós temos um motivo para brigar. Eu lhe ofereci uma solução para os nossos... problemas... e você recusou. Foi isso."
Maite estava de pé, os pequeninos punhos apoiados em seus quadris. Ela era tão linda quando ficava zangada – seus olhos castanhos brilhando, seu peito subindo e descendo sob a minha camiseta – que eu senti minha respiração parar. Como eu iria viver sem ela?
"Nossos problemas?" ela repetiu com os dentes trincados. "Esta bolsa de estudos é a melhor coisa que já aconteceu pra mim. Você sabe o quão duro eu trabalhei na escola e na faculdade para chegar onde estou agora?"
"Cristo," eu rebati, "você fala como se estivesse citando um livro-texto. Esta bolsa de estudos é a melhor coisa que já aconteceu pra mim. Esta é uma oportunidade maravilhosa. Bom pra você."
Maite se encolheu com minhas palavras cruéis, e eu odiei a mim mesmo um pouco mais, embora isto fosse necessário. Na noite passada eu havia tentado ligá-la a mim; primeiro através da culpa e então através do dinheiro. Agora eu estava usando a raiva e a amargura para libertá-la.
"Pare. Apenas... pare." Ela rugiu para mim, marchando para lá e para cá em frente a minha mesa. "Pare de tentar me afastar e apenas fale honestamente comigo."
É claro que Maite viu através de mim. Como ela não poderia, quando eu não tinha dúvidas de que o meu amor por ela era claro como o dia, estampado em meu rosto?
Me pus de pé e andei até o seu lado da mesa, me apoiando no móvel e cruzando meus braços na altura do peito. Eu sabia que o gesto fora agressivo, mas na realidade eu senti como se estivesse tentando conter a dor excruciante no meu coração. Minha expressão se endureceu conforme eu tentei desesperadamente esconder minhas verdadeiras emoções.
"Tudo bem," falei, enquanto ela parava a minha frente. "É isto o que eu penso. Eu acho que isto obviamente não vai funcionar. Eu acho que você simplesmente deveria ir na porra dessa viagem, e se nós dois estivermos solteiros quando você voltar – e se você quiser –, nós podemos retomar as coisas do ponto em que as deixamos."
Não era para eu ter acrescentado aquela última parte, mas não pude evitar me entregar ao mais evidente, ínfimo e patético pedaço de esperança.
Eu vi a dor e o choque tomarem as feições de Maite quando lhe disse a última coisa que ela esperava ouvir. Mas isto era necessário; eu havia prometido a mim mesmo uma vez que eu não deixaria meu próprio sofrimento lhe causar confusão ou um remorso infundado em relação à viagem. Eu havia dito a mim mesmo uma vez que meus próprios desejos mesquinhos por ela não tinham o direito de ficarem no caminho do seu futuro.
Eu havia quebrado aquela promessa. Ao invés de encorajá-la, eu a tinha sufocado com a minha aflição, deixando-a se sentir culpada por algo quedeveria lhe trazer nada além de orgulho. Bem, agora eu sabia o que significava colocar meu amor por ela em primeiro plano; significava libertá-la, permitir que ela fosse e deixasse toda a sua culpa desnecessária para trás.
"Você... Você..." Maite estava engasgando com suas palavras, e eu me senti aliviado ao ver a sua mágoa se transformar em raiva. A sua raiva a deixaria logo, e então ela poderia seguir com a sua vida. Sua vida sem mim. "O que foi toda aquela merda sobre não ser capaz de pensar em sair com outra mulher? Está claro que foi tudo mentira."
E o que foi pior foi que eu pude ver que ela realmente acreditava naquilo; realmente acreditava que eu poderia querer outra mulher além dela. Eu não lhe tinha dito centenas de vezes o quanto eu a queria, e apenas ela? A sua aceitação iria me machucar mais tarde, quando eu me deitasse sozinho e sentisse nada além da minha dor entorpecente.
"Bem, agora eu estou lhe dizendo a verdade. Eu te dei opções noite passada; uma porção. Você não escolheu nenhuma. Então qual é a porra do objetivo de fingir que você e eu chegaremos a algum lugar?" falei asperamente para ela, descruzando meus braços e agarrando seu ombro para reforçar minhas palavras. "Além do mais, eu sou um bastardo egoísta, não é? Você pode cortar as suas amarras agora, também. Apenas vá, considere-se livre. Tenho certeza de que isto vai deixar o seu querido William feliz."
Maite sacudiu seu ombro para escapar do meu toque e eu previ o que ela faria em seguida. Eu tinha tempo de sobra para impedi-la, mas aquilo foi bem-vindo; recebi bem a sensação da sua mão atingindo meu rosto.
"Acho que mereci isso," ri impiedosamente, minha mão indo esfregar o local.
"Sim. Você mereceu." Maite concordou. Suas próximas ações me chocaram tanto que meu corpo inteiro congelou. Ela deu um passo brusco em minha direção até estarmos perfeitamente alinhados e próximos, sua respiração irregular aquecendo meu pescoço.
"E isto," ela falou em um sussurro acalorado, sua mão subindo para agarrar minha nuca, "Eu mereço ter isto. Uma. Última. Vez."
Então ela puxou minha boca de encontro à sua. Eu estava paralisado até que sua língua famintamente adentrou minha boca, e em seguida eu a estava beijando de volta, espelhando seu desespero enquanto tentava memorizar o seu gosto.
Maite gemeu assim que minhas mãos agarraram seu rosto, lutando comigo, e então finalmente cedendo quando assumi o controle do nosso beijo. Meus pulmões gritavam por ar, mas eu morria de medo de que ela fosse fugir no minuto em que nossos lábios se afastassem. Senti Maite arfar por ar também, e desesperado para manter a intensidade do momento, eu toquei seus seios e comecei a beijar seu pescoço, levando-a até o sofá enquanto ela puxava meus cabelos.
"Uma última vez," concordei – implorei a ela.
Por favor, me deixe ter você; amor, por favor, apenas uma vez mais.
Ela deve ter concedido, pois puxou meu rosto de volta para o dela, ignorando o som soluçante de alívio que eu fiz enquanto duelava com minha língua.
A empurrei de encontro ao sofá, a saia que ela estava usando indo parar na altura do seu estômago quando me posicionei entre suas pernas. Mantive o ritmo frenético de minha língua em sua boca e procurei o ponto sensível entre suas pernas com meus dedos. Escorreguei ambas as mãos para dentro de suas calcinhas, usando uma para descê-las por suas pernas e a outra para estimular sua pele nua, capturando toda a umidade na região. Como sempre, senti uma satisfação primitiva por tê-la excitado, satisfação por ela apressadamente terminar de tirar suas calcinhas por mim, satisfação pelo seu toque agressivo enquanto tirava minha camisa.
Deslizei dois dedos para dentro dela, e Maite arranhou meus bíceps com suas unhas enquanto nosso beijo frenético continuava. Eu podia sentir minha testa se vincar com a dor, meus olhos fortemente fechados para evitar que as lágrimas caíssem. Eu não iria chorar agora. Quando senti que ela estava pronta o suficiente para minha invasão, interrompi nosso beijo e abri meus olhos. Fiquei desconcertado ao encontrar Maite me fitando, deixando claro que ela havia estado me observando o tempo inteiro.
"Faça isso logo, Christopher." Ela disparou; raiva e dor em seus olhos decididos. Suas mãos lutaram com meu cinto e o zíper, enganchando seus pés em minhas calças e boxers para arrancá-las por meus quadris.
"Uma última transa, não é?" Retorqui, terminando de tirar minhas roupas, querendo magoá-la e odiando a mim mesmo por isso. Na minha mente irracional, era como se ela tivesse partido meu coração quando, na realidade, eu havia feito isso comigo mesmo. Com nós dois.
As mãos de Maite se prenderam aos meus ombros, e por um segundo apavorante eu pensei que ela iria me afastar. Não, por favor, eu queria implorar. Eu teria implorado a ela. Por favor, eu preciso disso uma vez mais, mesmo que me machuque. Eu não quis dizer isso... eu nunca só transei com você. Eu sempre fiz amor com você.
Quase como se tivesse ouvido meu apelo silencioso, Maite ergueu seus quadris, enrolando suas pernas fortemente ao redor da minha cintura e alinhando nossos corpos. Meu membro a penetrou facilmente, e só então percebi que havia impulsionado com meus quadris em um movimento inconsciente assim que senti o calor da pele dela. Assim como ela sabia que eu faria.
Aquilo era perfeito, como tinha sido todas as outras vezes em que eu tive a honra de ser envolvido pelo calor do seu corpo. Exceto que desta vez eu não conseguiria olhar para ela. Doía muito olhar para ela. Afundei a cara em meu braço enquanto estocava fora de ritmo, esfregando o rosto contra minha pele para esconder as lágrimas.
Cada investida era como um adeus. Cada investida era pura agonia. Eu não podia suportar isso. Eu simplesmente não podia suportar o prazer físico quando na verdade estava cheio de tanta dor emocional e mental. Eu não podia suportar o toque de suas mãos, apertando freneticamente diversas partes do meu corpo.
Então era assim o sexo de despedida? Como diabos as pessoas recomendavam isso? Era angustiante saber que eu não estaria em seu corpo outra vez. Deus, pensar em qualquer outro homem tendo este mesmo prazer me fez desejar morrer.
"Christopher?" A voz afogueada de Maite quebrou minha concentração e eu olhei para ela, ainda estocando, embora este fosse o pior tipo de tortura imaginável. Ela parecia preocupada, e levou apenas um segundo para eu me dar conta de que estava fazendo um som horrível de ganido, como um animal preso em uma armadilha.
Rangi meus dentes para parar com os sons de dor, determinado a, pelo menos, dar prazer a ela esta última vez. Escondi meu sofrimento uma vez mais ao esconder meu rosto, e não demorou muito até eu sentir os dedos de Maite estimulando seu clitóris, a guiando até o orgasmo. Eu teria feito isto por ela, mas o gesto teria requerido descobrir meu rosto. Para ajudá-la a chegar lá, me certifiquei de tocar minha pélvis na dela ao final de cada estocada, mantendo meu ritmo enquanto meu estômago se contraía.
Nós gozamos juntos – ela soluçando sob mim enquanto eu rugia com a dor, meu braço abafando qualquer som. Não lembro de ter feito isto, mas rolei nossos corpos até que Maite, com seus quadris ainda firmes à minha volta, estivesse em cima de mim. Ela imediatamente afundou o rosto em meu peito, e eu pude sentir suas lágrimas se misturarem ao meu suor.
Não chore por minha causa.
"Eu machuquei?" Perguntei, minha voz soando aterrorizada e rouca para os meus próprios ouvidos"Eu machuquei você?"
"Não." Maite não explicou muito mais, e ela não olhou para mim enquanto saía de cima do meu corpo e parava próxima ao sofá, com as pernas bambas. O aperto em meu peito se tornou insuportável quando me perguntei se esta seria a última vez que nos tocávamos.
"Eu posso ficar com o Christian até você partir." Suspirei, vendo seus olhos correrem até a porta e sabendo que ela desejava ir embora naquele momento. Me sentei sem entusiasmo, totalmente despreocupado com a minha nudez. Parte de mim queria que Maite me visse assim, inteiramente despido para ela – tanto no sentido literal quanto figurativamente.
"Eu não posso pedir para você fazer isso," Maite protestou veementemente, olhando para meu ombro ao invés de para o meu rosto. "Anahi disse que eu posso ficar com ela."
A raiva inflamou dentro de mim, e por um momento absurdo eu desejei gritar com ela por estar me deixando, muito embora isto fosse minha inteira culpa. A derrota seguiu minha raiva, a abafando até eu sentir que seria capaz de desmaiar com a exaustão mental e emocional.
"Tudo bem." Concordei no mesmo tom duro que ela estava usando, meus punhos se cerrando em cada lado do corpo. O olhar de Maite desceu até eles com o movimento. "E eu espero que nós possamos terminar de maneira amigável. Provavelmente eu até vou ao aeroporto para ver você embarcar."
Aquela era uma mentira descarada, e eu mereci a mentira que recebi como resposta, "Eu adoraria isso." Maite falou no mesmo tom morto. E para o meu horror ela começou a tatear o anel de noivado até que ele caiu em sua palma, e ela o estendeu para mim. "Acho melhor te devolver isto."
Irracionalmente, eu tinha esperado que se não mencionasse isto a ela, Maite iria esquecer que estava usando o anel. A ideia de aquela jóia estar em qualquer outro lugar além do seu dedo me fez querer vomitar.
"Fique com ele." Eu ri uma risada morta, lutando contra meu pânico ilógico. Ilógico porque fazia perfeito sentido Maite querer devolver aquela aliança. "Uma pequena lembrança do nosso tempo juntos."
Pude ver o protesto se formando em seus lábios e me levantei de imediato, meu corpo fatigado reclamando com o súbito movimento. Dei uma longa olhada em como ela estava agora – seu cabelo bagunçado, seus lábios vermelhos por conta dos meus beijos, seu rosto corado pela sensação do meu corpo unido ao dela.
Suas lágrimas descendo por suas bochechas.
Então dei minhas costas a ela e andei até o banheiro, pausando diante da porta.
"Adeus, Maite, Anjo. Eu realmente espero que você seja feliz no que desejar fazer." Minha voz falhou, e eu pigarreei para conseguir fazer ao meu amor um último pedido. "Por favor, fique com o meu... Por favor, fique com o anel. Por favor."
Fechei a porta ao passar.
A esperança – dolorosa, perigosa esperança – não iria me permitir pegar meu anel de volta.
Autor(a): Hemsworth45
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MAITE POV “Então... o que dizer sobre esse tempo, hã?” Christian brinca, rompendo o silêncio desconfortável. Anahi, Dulce, Alfonso e eu nos viramos para encará-lo. Nós deveríamos estar tendo um jantar de despedida na casa de Alfonso. Mas, na verdade, sentados em sua sala de estar, com comida nos, olhando u ...
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