Fanfics Brasil - último momento His Personal Assistant (Uckerroni)

Fanfic: His Personal Assistant (Uckerroni) | Tema: RBD,Maite Perroni, Christopher Uckermann


Capítulo: último momento

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CHRISTOPHER POV


“Adeus, Maite, Anjo. Eu realmente espero que você seja feliz no que desejar fazer.” Minha voz falhou, e eu pigarreei para conseguir fazer ao meu amor um último pedido. “Por favor, fique com o meu... Por favor, fique com o anel. Por favor.”


Fechei a porta ao passar.


A esperança – dolorosa, perigosa esperança – não iria me permitir pegar meu anel de volta.


O telefone em meu escritório estava tocando. Meu celular, no bolso de minhas calças jogadas em qualquer canto, no chão, estava tocando “Kiss Off”, da banda Violent Femmes. O toque havia sido escolhido por Maite. Na ocasião ela me dissera que era porque eu a deixava louca e às vezes ela queria me mandar à merda, mas eu sempre podia convencê-la a mudar de idéia com apenas um beijo.


Talvez eu pudesse convencê-la agora. Talvez eu pudesse me levantar, deixar de chorar como um viadinho, me vestir e explicar a ela que sou um idiota inseguro que a repeliu por ser incapaz de fazê-la feliz.


Mas não – eu sou capaz disso, com certeza. Eu poderia fazê-la feliz. Eu poderia lhe dar tudo o que ela desejava antes de eu estragar tudo e fazer com que ela me odiasse. A empresa poderia ir pro inferno, eu arrumaria uma mala, pegaria o avião e apareceria na porta do meu Anjo, a lá Gênio Indomável.


Quer dizer, eu sei que neste momento, ela me odeia pela forma horrível com a qual eu a mandei embora, mas pelo menos ela tinha ficado com o meu anel. Isso tinha que significar alguma coisa.


Eu me levantei, indo até o lavatório e jogando um pouco de água fria em meu rosto. Eu podia ouvir alguém andando pelo meu escritório e nunca antes me senti tão feliz por ter um banheiro e um armário ali, considerando que eu ainda estava completamente nu. Rapidamente peguei a roupa casual que havia ali, um jeans surrado e uma camisa. Eu provavelmente precisava de um banho, mas eu cheirava a uma mistura da fragrância de Maite e de sexo e ainda não estava pronto para deixar que aquele cheiro saísse de mim.


“Christopher ?” A voz cautelosa de Alfonso me alcançou através da porta do closet e eu ri, um som alto e nervoso, sem nenhuma razão.


“Um segundo!” respondi, ainda rindo. Enquanto colocava um par de meias e um tênis, reconheci que estava em meio a um ataque histérico de pânico, um estado onde apenas precisava seguir em frente, eu não precisava pensar no que acabara de fazer e que já lamentava profundamente.


Eu finalmente saí do banheiro, fazendo a porta bater, ruidosamente, na parede, enquanto saía para o outro cômodo. Alfonso , parado perto de minha mesa, se virou, com os olhos arregalados, parecendo em pânico, enquanto eu inspecionava o ambiente.


Em nossa pressa por “uma última transa” (eu estremecia, só de me lembrar daquelas palavras insensíveis saindo de minha própria boca) nós havíamos derrubado minha cadeira e havia documentos espalhados pelo chão. As almofadas estavam reviradas no sofá e meu terno e sapatos estavam espalhados.


Apenas um dia antes, aquela visão teria me deixando extremamente orgulhoso e excitado. Mas hoje aquilo me deixava enjoado... e excitado.


“O que aconteceu com a Maite?” Alfonso perguntou com um tom cuidadosamente neutro, enquanto eu procurava freneticamente as chaves do meu Volvo, em meus bolsos. Eu levei um tempo até perceber que eu estava com aquelas calças há apenas dois minutos e antes que eu pudesse tentar alcançar minhas calças jogadas no chão, Alfonso me agarrou pelos ombros.


“Christopher , eu não vou te deixar dirigir para onde quer que seja neste estado”, ele disse sério, adivinhando que eu procurava minhas chaves. Eu me perguntei o que “neste estado” queria dizer, porque não era como se eu tivesse bebido ou algo do tipo, mas ele respondeu por mim. “Como você pode enxergar alguma coisa através de todas essas lágrimas, hmm, meu irmão? Apenas sente-se por um minuto, por favor.”


Eu ainda estava chorando? Eu levei minhas mãos ao rosto enquanto Alfonso me colocava sentado no sofá. Eu realmente estava chorando.


“Não, mas está tudo bem agora.” Eu murmurei, deixando meus pensamentos saírem em voz alta. Alfonso se agachou na minha frente, me olhando com algo parecido com pena. “Eu apenas tenho que ir e implorar; e ela ainda está usando meu anel, então há esperança e...”


Os olhos de Alfonso cintilaram sobre a minha mesa e de volta para mim, antes que ele se levantasse, de repente, indo se recostar na mesa. Eu pude ver o pânico novamente em seu rosto enquanto ele cruzava os braços e me encarava mais uma vez.


“Me conte o que aconteceu Christopher . Maite apareceu em minha casa, um pouco antes de eu sair, carregada de malas.” Eu vacilei, suas palavras me atingindo como chicotadas.


“Isso foi rápido.” Eu me obriguei a dizer, já que Alfonso parecia esperar uma resposta. “Eu não posso culpá-la.”


“Merda”, Alfonso gemeu, passando a mão pelo rosto, frustrado. “Você fez algo, não fez? Você a afastou.”


“Eu... eu a pedi em casamento de novo, ontem à noite, depois da festa.” Eu admiti, sabendo que contar o que havia acontecido seria a única forma de me livrar de Alfonso . “E então nós acabamos em uma briga enorme porque eu presumi que aquilo significava que ela continuaria em Nova Iorque. Ela me disse que a viagem já estava toda organizada e que ela não podia simplesmente cancelar. E eu, basicamente, a propus que deixasse a faculdade, não trabalhasse e que fosse sustentada por mim pelo tempo que ela quisesse. Eu acredito que o termo particularmente ofensivo usado por mim tenha sido “uma mulher livre”. Ela realmente amou isso.”


Eu não fiquei surpreso quando Alfonso se lançou para a frente, como se estivesse prestes a me agarrar e colocar algum senso em mim à força. Eu me surpreendi, na verdade, quando ele parou de repente e apressadamente voltou a se apoiar na mesa.


“Por favor, me diz que você não foi tão imbecil, Christopher .” Ele rosnou por entre os dentes apertados, parecendo ainda mais frustrado. “Nossa mãe te criou melhor do que isso para você desconsiderar todos os sonhos da Maite porque você precisa de alguém para esquentar sua cama todas as noites. Ela te criou bem o suficiente para que você seja um viado assustado porque acha que a Maite vai te superar.”


Eu estava de pé antes que pudesse me dar conta. Eu podia sentir minhas juntas apertadas enquanto fechava minhas mãos em punho. “Não fale dela dessa forma.” Eu praticamente cuspi sobre ele. “Eu não a quero apenas para esquentar a minha cama. Eu a amo demais.”


“E o que aconteceu hoje, Christopher ?” Ele zombou de mim, com um brilho de determinação em seus olhos. “Por que a mulher que você ama está na minha casa chorando como uma criança?”


Suas palavras e a imagem mental que eu conjurei, da minha Maite com os olhos vermelhos, trouxe uma dor aguda ao meu peito, e eu caí de volta no sofá. “Ela veio falar comigo.” Eu comecei, quando finalmente consegui me controlar. “Mas eu pude ver que eu já tinha magoado tanto ela, que já tinha estragado tudo. Assim eu fiz o que deveria ter feito desde o início, a deixei ir.”


“Exceto pelo fato de que a Maite não é uma idiota, Christopher .” Alfonso rebateu de imediato, me encarando cuidadosamente. “Ela não ia aceitar isso assim. Você deve ter feito algo mais.”


“Eu... eu não fui amável. Eu lhe disse que achava que era melhor que nos separássemos e que se nós dois ainda estivéssemos disponíveis quando ela voltasse, então talvez, pudéssemos tentar outra vez.”


E Maite acreditou em mim. Essa era a parte mais dolorosa. Ela acreditou na minha mentira, mesmo eu tendo lhe dito milhares de vezes o quanto eu a amava. Como ela pôde pensar que eu, algum dia, iria querer alguém mais além dela? Depois de todas as vezes que eu lhe disse que ela era a única que eu sempre amei, poderia amar, e sempre amaria.


“Mas ainda não é tarde demais, certo?” Eu choraminguei para mim mesmo, me colocando novamente de pé, sentindo a adrenalina do pânico novamente. “Ela veio até aqui porque me ama, ela aceitou se casar comigo, ela aceitou se casar comigo, eu posso consertar isto."


Eu não sei o que diabos eu estava pensando. Tinha menos de uma hora e eu mal conseguia suportar o buraco em meu peito. Eu tinha que consertar aquela situação. Eu já devia saber que era muito parecido com o meu pai. Eu o tinha visto, todos os dias, depois da separação dele e de minha mãe. Ele estava infeliz, uma concha vazia, uma bomba relógio ambulante. Eu já podia me sentir afundando na mesma depressão.


Eu estava prestes a procurar novamente as chaves do meu carro quando notei as emoções que passavam por Alfonso . Decepção – isso não me surpreendia, considerando que eu estava me sentindo extremamente envergonhado de mim mesmo. Raiva – eu não tinha nenhuma dúvida de que estava prestes a tomar um soco no estômago. Mas a terceira emoção me confundiu. Receio.


Alfonso estava apavorado, nervoso.


"O que foi?" Eu perguntei roucamente, temendo o pior. Ele tinha visto Maite mais cedo. Talvez eu a tivesse machucado durante o sexo? Afinal de contas, eu a fudi como um animal, querendo me enterrar o máximo possível nela. Tinha sido tudo, menos suave. "Ela está ferida?"


"Além da porra da ferida emocional que você causou a você mesmo e a ela? Não. Mas eu não acho que você poderá consertar as coisas tão facilmente quanto você pensa."


Ele sabia de algo. Eu tinha estado com a impressão de que ele apenas tinha visto Maite rapidamente, mas e se ela tivesse falado com ele? Eu precisava de toda e qualquer informação possível se quisesse tê-la novamente em meus braços.


"O que ela te disse, Poncho?" Eu perguntei avidamente, esfregando meus olhos porque meus cílios estavam colados devido às lágrimas.


Alfonso estava me observando atentamente, e eu podia ver a batalha em curso através dos seus olhos. Eu vi o segundo exato em que a compaixão venceu a crueldade


"Esqueça isso", ele murmurou, balançando a cabeça. "Você já vai ser masoquista o bastante sobre isto, sem que eu precise acrescentar algo mais. Apenas vá para casa, esfrie a cabeça e pense bem antes de ir vê-la."


Ele não estava retendo informações; ele estava bloqueando algo de mim. Minha mente desgastada finalmente absorveu sua postura, a maneira como ele estava bloqueando a minha mesa de vista, a tensão em todo o seu corpo. Eu corri até ele, tentando ver ao redor. Alfonso me agarrou bruscamente pelos ombros, me empurrando para trás, tentando impedir minha visão.


"Seja o que for, eu mereço essa merda!" Eu rebati, puxando meu cabelo com uma mão e o empurrando com a outra. "Eu mereço ser masoquista sobre isto. Minha garota está sofrendo por minha causa. Então, apenas SAIA DA FRENTE!"


Com um último empurrão forte eu consegui empurrar Alfonso para fora do caminho. Meu anel foi a primeira coisa que notei, seguido pelo material branco dobrado. Havia um bilhete debaixo da pilha e eu o apanhei devagar, com os dedos trêmulos. Foram três tentativas até que eu conseguisse entender as palavras em sua caligrafia desalinhada e pelo resto de minha vida eu desejaria não ter visto aquilo.


"Christopher - uma pequena recordação do nosso tempo juntos. Eu posso ver agora o que realmente importava para você - Maite."


Eu desabei sobre meus joelhos em um baque surdo.


A dor me queimando.


A esperança havia se quebrado.


Eu estava quebrado. Horas se passaram. Christian havia me advertido ontem (ou teria sido esta manhã?) que se eu continuasse assim ia acabar morrendo. Eu estava envergonhado em dizer que metade de mim queria que isso acontecesse.


Eu tive fantasias vívidas de Maite surgindo em meu leito no hospital, suas lágrimas caindo sobre mim enquanto ela dizia que me amava e que eu não podia deixar que nada de ruim acontecesse comigo. Eu a agarraria com braços fortes e a puxaria para o meu peito, sussurrando em seu ouvido, shh, Anjo, eu nunca vou te deixar.


Aquela fantasia me manteve de pé por uma ou duas horas antes que a realidade me atingisse novamente. E então, eu apenas bebi um pouco mais.


Christian estava hospedado em meu apartamento, marcando a "contagem para o suicídio" como ele chamava, provavelmente tentando se certificar de que eu não morreria sufocado em meu próprio vômito. Eu não teria me importado, teria até preferido a companhia, mas ele não podia ficar cinco minutos sem se intrometer em algo que não era da sua conta. Se intrometendo – assim como deixando qualquer pessoa entrar em meu apartamento.


Foi assim que acordei com o rosto de Victor, a preocupação gravada em suas feições. Eu tinha quase certeza que era sábado. Embora, com toda honestidade, minha noção de tempo estivesse um pouco comprometida no momento. De qualquer forma, Victor deveria estar em Monterrey, não em meu apartamento na cidade do México.


"O que diabos você faz no meu quarto?" Eu lhe perguntei grogue, limpando o sono dos meus olhos.


"Você está no chão da cozinha, Christopher . Num sábado a noite." Ah, sim. Parabéns à minha capacidade de manter minhas faculdades mentais. "Christian me deixou entrar antes de sair para encontrar a namorada."


Eu me levantei do chão frio, empurrando rapidamente a calcinha de Maite em meu bolso e verificando que o anel ainda se encontrava no outro bolso. Só então eu registrei o tom pouco indulgente que ele usou ao mencionar Dulce e Christian como um casal. "Bem, eu fico tão feliz que você aprova Dulce, mas não minha Ma..."


Um som abafado, como um engasgo saiu de minha garganta e eu engoli a bile que tomou minha boca. Se pensar o seu nome machucava, dizê-lo em voz alta certamente iria me matar.


"Eu queria falar com você sobre a Maite", Victor revelou e eu podia jurar que ele estava nervoso. "Eu penso que há algo que eu preciso te contar..."


"NÃO!" Eu cambaleei até o corredor, pegando minha carteira e as chaves na mesinha perto da porta. "Eu estou cansado de carregar o fardo de todos os seus segredos de merda. Eu já tenho o suficiente para lidar, muito, muito obrigado."


Eu estava furioso quando saí do elevador e me perdi entre o grande fluxo de pedestres. As pessoas me encaravam sombriamente enquanto eu puxava meus cabelos e murmurava furiosamente entre minha respiração. A visita de meu pai me deixara em uma raiva bêbada, cega. Ele não tinha nenhum direito de descarregar mais segredos e mais culpa sobre mim. Eu tinha os meus próprios problemas - e este era apenas o primeiro dia sangrento, sem Maite. Como eu ia estar em uma semana? Um mês? Um ano?


Não havia a mínima chance de eu voltar para a minha cobertura, no caso de Victor ainda estar por lá esperando por mim, e eu sabia que se aparecesse na casa de Christian , eles não me permitiriam beber nada alcoólico. A idéia de ir até a casa de Alfonso onde eu sabia que ela estaria me fez me agarrar em um poste na rua, em busca de apoio.


Então foi assim que eu me encontrei, ainda com a mesma camisa e calça jeans que havia vestido na véspera no escritório, depois que Maite partira, bebendo um drink atrás do outro na área VIP de algum bar. Felizmente o nome Uckermann abria qualquer porta, mesmo eu estando com a aparência de algo entre Unabomber ** e Hobo***. Havia um grupo de mulheres de negócios rindo alto na mesma área que eu, mas elas estavam conversando entre elas e felizmente me ignoraram completamente, assim como eu fiz com elas.


Sem qualquer distração eu me encontrei acariciando o pedaço de pano em meu bolso, me lembrando do quão surpreendente minha Maite parecia vestindo aquilo; como ela podia pensar que eu não queria nada mais do que sexo com ela, como sua nota indicava?


Eu ri amargamente enquanto me afundava ainda mais no confortável sofá. Minha vida seria assim daqui pra frente? De bar em bar, adorando a porra de uma calcinha de renda, querendo abafar o mundo?


Se você está se afogando, não adianta se preocupar com as águas rasas.


Bem, quem era eu para discordar de um velho provérbio irlandês? A dor que eu precisava abafar iria precisar de mais do que alguns poucos copos. E eu definitivamente não queria me afogar sem um salva-vidas.


"Ponchoooo...." Eu murmurei, uma vez que tinha conseguido discar seu número em meu telefone. Eu mal tinha conhecimento das palavras que saiam de minha boca. "Ponchoo... Eu mudei de idéia. Eu sei que eu te disse anteriormente que eu achava que merecia ser um fudido de um masoquista sobre isso, mas dói tanto. Tanto, cara. Eu não acho que eu posso continuar... olhe, apenas venha beber comigo... bem, na verdade, eu acho que já estou bêbado, mas isso ainda não fez parar de doer, entaaaaaão... pegue o Christian e venham beber ainda mais comigo! Por favor, Poncho? Por favor, eu estou tão fudidamente cansado e eu não quero ficar..." A senhora sentada ao meu lado, uma das mulheres que estivera rindo mais cedo, de repente se aproximou e pegou o meu telefone, o tirando das minhas mãos. Meus reflexos estavam tão comprometidos que eu nem mesmo tentei pegá-lo de volta. Ela que ficasse com ele.


"Venha, bonitão, você não sabe a regra sobre não ligar bêbado para as pessoas?" Ela riu de mim, fechando meu telefone na minha cara.


Eu não pude evitar encará-la e erguer minha sobrancelha, porque no momento bonitão era algo que eu certamente não era.


"Certo", ela concordou ao ver o meu olhar, virando-se em sua poltrona de modo a ficar de frente para mim. "Não bonitão e hum... você não cheira muito bem, mas ainda assim, não deve ligar para alguém neste estado. Alguém quebrou seu coração, huh?"


"Eu quebrei meu próprio coração." murmurei de volta, pegando o telefone que ela me estendia.


"Muito melodramático." Ela riu, observando enquanto eu virava o resto de minha cerveja. "Você a traiu?"


"Nunca", eu assobiei em fúria. Eu não conseguia me imaginar tocando outra mulher. Jamais. O pensamento de décadas de celibato à minha frente me fez choramingar. "Ela está melhor sem mim."


Com a minha garrafa de cerveja vazia eu chamei o garçom, sinalizando para que ele trouxesse outra, antes de me virar para minha companheira. Ela era uma mulher mais velha com uma aliança de casamento no dedo, e ela parecia surpresa com a minha raiva.


"Você a tratou mal?" Ela adivinhou, enquanto suas amigas continuavam tagarelando atrás dela.


Eu conseguia entender como ela chegara àquela suposição diante da minha pouca capacidade e vontade de conversar no momento, mas eu não pude evitar cerrar os punhos diante da sua acusação.


"Ela é um Anjo e eu tentei tratá-la como tal." Eu disse duramente, não gostando de ter que examinar meu próprio comportamento. "Quando eu percebi que estava fazendo ela infeliz, eu a deixei ir. Fim da história." Fim da felicidade.


"Bem... ela queria que você a 'deixasse ir'?" Ela perguntou conscientemente, elevando a sobrancelha.


Agora eu estava rindo, esperando que essa mulher apenas aceitasse minha sugestão e me deixasse em paz.


"Não no princípio, mas eu consegui mudar sua mente fudidamente rápido." Eu disse em tom de desafio, sarcástico, antes de acrescentar, sincero, "eu teria feito nós dois infelizes, e não podia fazer isso."


A senhora me olhou da cabeça aos pés – e de volta, dos pés à cabeça –, e eu pude ver que havia sido julgado e a falta considerada grave.


"Querido, eu tenho praticamente certeza que você não salvou nenhum de vocês dois, um pouquinho que seja, da infelicidade. E me deixe te perguntar algo que costumo perguntar ao meu marido toda vez que ele acha que sabe o que é melhor para mim; que direito você tem de tomar decisões por ela?" Ela me desafiou, sorrindo maliciosamente como se ela tivesse acabado de provar a teoria da Relatividade ou que os extraterrestres realmente existem.


Eu evitei a pergunta, sentindo minha cabeça rodar. Ela riu de minha expressão e voltou para suas amigas, me deixando ali, com a cabeça apoiada nos joelhos.


Que direito eu tinha de brincar de Deus? Absolutamente nenhum. Eu tinha lamentado afastar a Maite da minha vida assim que aquelas palavras insensíveis saíram de minha boca. Aproximadamente 20 minutos após eu ter corrido e me escondido eu já estava planejando correr atrás dela. Porém, a calcinha e a aliança de noivado em minha mesa tinham me intimidado em segundos. Uma criatura tão inconstante não deveria tomar decisões que podiam alterar a vida de alguém.


Eu apenas tinha que parar. Tinha se passado apenas um dia e eu sabia que aquilo tinha que terminar. Não porque eu estava sofrendo, mas porque se Maite estivesse sentindo uma migalha do que eu sentia, eu teria que tentar consertar isso. Até mesmo se ela não me quisesse mais, eu tinha que ir até ela e lhe contar a verdade. Eu tinha que contar-lhe tudo e não deixar nenhuma dúvida em sua mente sobre os meus verdadeiros sentimentos por ela. Eu tinha que lhe dizer que eu seria seu, permanentemente, ela me querendo ou não. Que eu sempre estaria esperando por ela.


Ela precisava saber que eu tinha mentido. Que eu tinha agido pensando totalmente que eu sabia o que era melhor para as pessoas.


Eu não sei quanto tempo eu permaneci sentado ali, os planos surgindo em minha mente embriagada, e eu senti a aproximação de alguém ao mesmo tempo em que o plano se solidificava dentro de mim. Eu olhei para cima e vi Christian e Alfonso parados à minha frente, me encarando, e eu sabia que meus olhos deviam estar brilhando com uma intensidade maníaca.


"Christopher , você nos chamou para uma bebida, lembra?" Christian me perguntou cautelosamente, surpreso quando eu me coloquei de pé, determinado. Eu coloquei minha mão no bolso, tateando o pano enquanto o anel deslizava sobre o meu dedo mindinho.


"Sinto muito rapazes", eu disse, "eu tenho que ver uma garota."


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 



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Autor(a): Hemsworth45

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