Fanfics Brasil - Fique His Personal Assistant (Uckerroni)

Fanfic: His Personal Assistant (Uckerroni) | Tema: RBD,Maite Perroni, Christopher Uckermann


Capítulo: Fique

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MAITE POV


“Victor,” eu disse, me levantando e secando as lágrimas. “Se você me der licença, eu preciso ir me encontrar com meu noivo.”


Dei dois passos determinados antes de Victor pigarrear. “Hum... Gostaria de uma carona?”


Huh. É. Pequeno detalhe. “Sim, eu gostaria.”


Eu podia ver que Victor estava tentando não rir da minha cara enquanto apanhava minha bagagem de mão e me escoltava até a saída. Tentei não pensar nas minhas malas, que estavam partindo naquele momento com ninguém além de William como companhia. Tive um pressentimento de que nunca reaveria meus lingeries novamente.


Eu esperava estar uma pilha de nervos a essa hora. E eu estava nervosa, com medo de que Christopher não me aceitasse de volta, que ele fosse pensar que eu estava voltando só porque Victor tinha me contado a verdade. Mas na verdade, eu não acho que teria conseguido ir adiante com a viagem, de qualquer maneira. O que Victor me contou fora apenas o empurrão que faltava. Eu tinha me sentido... errada a cada passo que dava para longe de Christopher. Agora eu estava ansiosa, é claro, por voltar, mas a expectativa de ficar de uma vez por todas com meus amigos e Christopher superava qualquer desconforto.


Victor, por outro lado, parecia mais e mais impaciente a cada passo que dávamos em direção ao estacionamento.


“O que foi agora, Papai-V?” Perguntei, praticamente trotando até a Mercedes dele e o arrastando pelo braço junto.


“Papai-V?” Ele indagou em resposta, me fazendo corar diversos tons de vermelho – uma reação que eu jurava ter superado.


“É, argh, vá em frente e esqueça que eu disse isso em voz alta, Sr. Uckermann.” Balbuciei, deixando-o pôr minha bagagem no porta-malas enquanto rebolava até o lado do passageiro.


“Que tal ficarmos com um meio-termo?” Ele riu, abrindo o carro e segurando a porta aberta para mim. “Me chame de Victor. Eu insisto.”


Rolei meus olhos para o fato de ele estar evitando minha pergunta, mas entrei no carro e vi pelo relógio no painel que já passava da meia-noite.


“Você tem a chave do apartamento do Christopher?” Perguntei assim que ele saiu da vaga. Eu tinha entregado a minha chave para Alfonso , não querendo ser tentada a ir lá para me esconder na biblioteca ou cheirar alguma loção pós-barba de Christopher. “Ele provavelmente estará dormindo.”


Tenho certeza de que Victor corou enquanto murmurava, “Sim, ele me deu uma cópia quando se mudou para lá. Eu ainda a guardo no meu chaveiro.”


E por isso era tão impossível para mim odiar Victor Uckermann, mesmo depois de todas as decisões equivocadas que ele havia tomado.


“Além do mais,” ele continuou, seu tom hesitante, “eu não quero me intrometer, mas sinto que é meu dever explicar minha parte disto ao Christopher. Eu tentei conversar com ele no sábado...”


“O que?” Guinchei, interrompendo-o com minha surpresa. Christopher sabia que a bolsa de estudos era uma farsa? Se sabia, ele provavelmente estava me achando uma vaca desalmada por tirar o que alguém havia conquistado por direito. “O que ele disse?”


Nós havíamos abandonado as luzes do estacionamento e estávamos em relativa escuridão, mas a iluminação azulada do painel me permitiu enxergar a expressão de dor no rosto de Victor. “Eu não consegui realmente falar com ele,” admitiu em voz baixa, com culpa. “Ele não estava muito bem logo que vocês dois se separaram.”


“Oh.” Parecia que algo estava preso em minha garganta, impedindo que eu engolisse a saliva apropriadamente. Tossi de leve para tentar limpá-la. “O senhor pode conversar com ele primeiro, se quiser. Acho que é melhor resolver tudo de uma vez.”


“Obrigado, Maite. Eu não posso imaginar mulher mais merecedora do meu filho.”


Senti minhas bochechas queimarem (mais uma vez) com o seu elogio, e torci silenciosamente para que ele estivesse certo.


Quando finalmente chegamos ao apartamento, eu estava tomada pela tensão e esperança – quase parecendo cômica se comparada a Victor, que estava começando a ficar um pouco esverdeado. Apesar disso, nós dois estávamos tão determinados a conversar com Christopher, que ignoramos completamente o fato de ser quase uma hora da manhã.


As luzes do foyer e da cozinha estavam apagadas, mas as luzes da cidade que vinham pela janela nos permitiram enxergar alguma coisa. Após checarmos a biblioteca e a sala de estar e constatarmos que ele não estava lá, Victor desmoronou no sofá e eu fui acordar Christopher.


O mais silenciosamente possível, abri a porta do quarto de Christopher – do nosso quarto –, onde as cortinas estavam abertas e eu conseguia ver claramente mais uma vez.


E fui presenteada com “a” visão.


Christopher estava deitado de costas, resmungando baixinho enquanto dormia. Os lençóis tinham escorregado durante a noite, caindo na altura de suas coxas e expondo metade do seu corpo nu. Uma de suas mãos estava pousada no “v” formado pelo seu quadril, como se ele fosse começar a se tocar a qualquer segundo.


Meus hormônios entraram em cena, e eu soube que esta era uma oportunidade boa demais para ser desperdiçada.


Sem pensar no fato de Victor estar esperando na sala – ou que o nosso relacionamento havia tecnicamente acabado e que eu estava pra lá de indignada com a maneira como ele havia me tratado na última vez que conversamos – eu soube que tinha de subir naquela cama e surpreendê-lo.


Descalcei meus tênis e meias, tirei freneticamente os jeans pelas pernas, passei a camiseta pela cabeça e me arrastei até meu lado da cama. Com minha habilidade ninja, baixei meu peso no colchão até que minhas pernas estavam sob os lençóis. Em seguida, prendi a respiração e me curvei de encontro ao seu corpo.


Agora, deixe-me lhe contar uma coisinha a respeito de Christopher Alexandre Uckermann.


O cara era um maldito de um roncador durante o sono. Um grande – se enterrando em seus seios, bufando em seu pescoço – roncador. Eu sabia que não demoraria muito até que o corpo inconsciente dele registrasse o calor do meu e, pode apostar, depois de alguns minutos me esfregando contra ele, Christopher se mexeu.


Suas mãos vieram até mim, envolvendo minha cintura enquanto ele rolava até ficar com seu peito pressionado em minhas costas. O ouvi suspirar melancolicamente quando enterrou o rosto insistentemente em meus cabelos, sua respiração quente em meu pescoço. Me requebrei contra sua ereção, sorrindo vitoriosa quando o senti escorregar na curva do meu traseiro. Também senti uma pulsação em meus músculos internos enquanto relaxava em resposta à sua excitação. Porque em algum lugar dentro de mim havia uma espécie de dispositivo que dizia que, se Christopher tivesse uma ereção, então era melhor eu estar mais do que preparada para ela. Quando rebolei de maneira particularmente brusca, Christopher gemeu em seu sono e sua mão subiu de minha cintura, indo se espalmar em meu sutiã. Sua ereção estava presa entre seu estômago e a base das minhas costas, quase completamente em prontidão, e eu soube que ele estava acordando quando resmungou, "Mai..."


Sem perder nem um outro segundo da sua abençoada ignorância – porque eu sabia que assim que ele acordasse haveria briga, lágrimas e tudo quanto é coisa ruim –, rolei em seu abraço e ergui uma perna em seu quadril, de modo que a sua ereção escorregadia estava pressionada no interior das minhas coxas. Suas pálpebras tremeram e ele rosnou meu nome mais uma vez, e então ele agarrou minha perna com brusquidão e a levou para entre as suas, enquanto ondulava sob mim.


Bem no instante em que eu estava prestes a atacá-lo com minha língua, os olhos de Christopher se abriram abruptamente. Esperei que ele se chocasse com a minha visão ali e saltasse da cama me xingando, ou gritando feito uma mulherzinha... mas ele não fez nenhuma das duas coisas.


Ao invés disso, ele soltou um suspiro entrecortado e um lamento ao me ver deitada em cima de seu corpo. Suas mãos ocuparam meu rosto e ele uniu nossas testas, seus olhos cerrados, fixados em meus lábios. "Eu nunca quero acordar..." Ele murmurou com a voz rouca, umedecendo os lábios e aproximando a cabeça para me beijar. "Fique comigo, por favor, Anjo..."


Ele acreditava que estava sonhando. E então eu soube, simplesmente soube, que tudo o que Christopher tinha dito para mim na sexta-feira havia sido uma mentira. Todo aquele papo sobre ficar com outras pessoas, sobre como era apenas uma última transa... tudo não passava de uma mentira. Christopher estava me olhando como se eu fosse a responsável pelo nascer do sol, como se eu fosse a sua própria salvadora.


Rapidamente desvencilhei meu rosto de suas mãos e me sentei, apesar de que dar as costas ao desejo nu em seu olhar fosse contra todos os meus instintos básicos. "Christopher, você está acordado. Isto é real." Lhe falei suavemente, porque por Deus, eu não queria que o nosso beijo acontecesse quando ele acreditava que eu era produto da sua cabeça.


Quando a consciência o atingiu, Christopher finalmente teve a reação que eu esperava, repentinamente se sentando e me encarando com os olhos arregalados de choque. "Mai?" Ele arfou, como se eu fosse uma aparição que pudesse sumir a qualquer segundo. "O q... O que você está fazendo aqui? O seu voo partiu à meia-noite em ponto, as condições para a viagem estavam perfeitas. Eu estava acompanhando tudo. O que aconteceu?"


Senti meus olhos se encherem de lágrimas ao imaginar que, apesar de nós termos deixado as coisas mal resolvidas, Christopher tinha estado conferindo se eu estava bem. "Eu não pude ir adiante," admiti, secando meus olhos nos lençóis. Vi um lampejo de esperança nos olhos de Christopher, e suas mãos instintivamente me seguraram pelos ombros. "O seu pai foi me encontrar."


Ele fez um som de engasgo e sacudiu meus ombros em um aperto doloroso. Então começou a falar, suas palavras atropelando umas as outras como se ele mal pudesse esperar para pôr aquilo para fora. "Ele fez o que? Ele não tinha o direito! Quero dizer, ele tentou conversar comigo no sábado, mas eu não imaginei que ele iria atrás de você. Além do mais, achei que me... que a sua partida fosse algo certo."


Merda. Eu tive o pressentimento de que Victor iria ganhar outro soco na cara. "Ele está aguardando lá na sala; nós achamos que seria melhor se ele explicasse a situação para você."


Uma das sobrancelhas de Christopher se ergueu, à lá The Rock. "Qual situação?"


Aquela onde eu tenho esperanças de acabar dormindo nesta ama antes que o sol nasça. "Hum, eu acho melhor você conversar com o seu pai..." Repeti, desconversando e evitando seu olhar – o que estava se provando uma tarefa difícil, já que Christopher segurava meu rosto e se inclinava na minha direção, preocupado.


Ele ficou de joelhos e acariciou minhas bochechas com seus polegares, fitando cuidadosamente meus olhos. "Eu honestamente não me importo se meu pai é o responsável pelo Apocalipse ou não. Maite, Anjo," ele soltou um suspiro trêmulo e me perguntou em um tom inflexível, "Você vai ficar na cidade do México?"


Assenti por entre suas mãos grandes e vi a mais fascinante mudança acontecer com ele. Era como assistir o Muro de Berlim ser derrubado. A tensão pareceu se dissipar do seu corpo e suas mãos caíram em seus lados, como se ele não fosse mais capaz de sustentá-las. Ele suspirou longa e ruidosamente, como se acabasse de ser trazido de volta à vida.


Seu alívio óbvio o havia deixado estagnado e roubado sua energia, mas assim que ela retornou, ele pulou e tomou meu rosto em suas mãos mais uma vez. Seus olhos esverdeados se fixaram em meus lábios, e eu juro que pude sentir o sangue pulsar neles em resposta.


"Posso beijar você, por favor, amor?" Ele soprou em meu rosto, ainda com o hálito de pasta de dentes. "Por favor?"


Meus hormônios ordenaram loucamente que eu me inclinasse e atacasse seus lábios macios, mas meu senso comum me repreendeu antes que eu chegasse tão longe. "Eu sei que invadi a sua cama – porque francamente, era uma oportunidade boa demais para ser perdida –, mas você precisa ir conversar com o seu pai primeiro, para depois nós considerarmos fazer qualquer coisa."


Ele me analisou cautelosamente mais uma vez, seus olhos fitando os meus como se tentando capturar os pensamentos diretamente do meu cérebro. Finalmente ele me soltou e beijou a ponta do meu nariz. "É a sua cama, também." Murmurou enquanto se levantava. "Sempre."


Eu teria lhe dado uma resposta àquilo, mas ele estava parado, nu, bem diante de mim, coçando seu estômago com uma mão e esticando o outro braço atrás da cabeça. Tenho plena certeza de que derreti naquele lençol egípcio antes de me levantar também.


Christopher relutantemente foi até seu guarda-roupa pegar algumas peças, lançando olhares para mim por sobre o ombro o tempo inteiro, como se eu fosse desaparecer em uma nuvem de fumaça a qualquer instante. Quando voltou usando calças de pijama e uma camiseta surrada, ele caminhava decidido, pronto para resolver esta história tanto quanto eu.


"Tente não bater nele, está bem?" Pedi cuidadosamente, me apoiando no batente da porta do quarto e resistindo à vontade de enterrar minhas mãos em seus cabelos, o que só nos levaria de volta para a cama. "Lembre-se que, apesar de ele ter feito muito, fui eu que tomei a decisão final."


Eu havia ligado a luz quando coloquei minhas roupas novamente, então agora podia facilmente discernir os olhos de Christopher se estreitando predatoriamente com a raiva. Não o tipo de olhar predador que ele havia me mostrado antes, quando eu o havia provocado e ele estava a ponto de me atacar, mas o tipo de olhar raivoso que um leopardo selvagem tem. O tipo de raiva que encheu suas próximas palavras de significado.


"Sem promessas, querida." Apesar da ira em relação ao pai, ele estendeu sua mão para mim em um gesto dócil e submisso, como se esperasse que eu a afastasse, enojada. E quando ele baixou um pouco a cabeça e me lançou um olhar tímido por sob os cílios, eu soube que estava completamente dominada.


Tomei sua mão e abri a porta, levando um Christopher ainda manso até a sala de estar. Seu polegar estava fazendo pequenos círculos em meu pulso, mas quando ficou frente a frente com Victor, ele gentilmente desenlaçou nossas mãos, cerrando as suas em punhos.


"Você tem algo para me dizer?" Christopher perguntou em um tom assustadoramente calmo. Seu olhar vagava repetidamente até mim, sendo defensivo quando com Victor, e vulnerável quando dirigido a mim.


"Por que eu não dou a vocês um pouco de privacidade?" Sugeri, vendo o óbvio mal-estar de Victor e querendo diminuir o constrangimento.


"Obrigado, Ma..." Victor começou, mas parou quando Christopher se virou para me encarar, parecendo estar prestes a ter um ataque de pânico.


"Não saia." Ele sussurrou para mim, segurando minhas mãos e beijando os nós dos meus dedos repetidas vezes. "Não, por favor."


"Eu vou esperar na biblioteca," disse devagar, tentando não chorar diante do desespero em seu olhar. "Você pode ir lá me encontrar quando vocês terminarem."


Os dentes de Christopher morderam com tanta força seu lábio inferior que parecia que iria sangrar a qualquer momento, mas ele finalmente soltou minhas mãos e assentiu. "Eu serei breve." Prometeu. "Por favor, fique."


Não tenho dúvidas de que a culpa que vi no rosto de Victor espelhava a culpa que eu mesma sentia. Qual era o objetivo de fazer Christopher passar por isso se eu não era capaz de estar ao seu lado, de qualquer forma? Christopher havia contribuído para o nosso engano, está certo, mas foi a minha ambição que causou esta confusão.


Zanzei pela biblioteca por vinte minutos antes de ouvir Christopher praguejar e Victor soltar um "Ooof!". Com sorte, ele não teria quebrado o nariz novamente. Quando adentrei a sala, Victor estava sentado no sofá com a cabeça jogada para trás, Christopher parado diante dele.


"O senhor está bem?" Perguntei nervosa a Victor.


"Sim," ele respondeu com a voz fanha, acenando displicentemente com a mão que não pressionava o nariz. "Está tudo bem."


"Ele já está de partida, amor." Christopher explicou para mim, seus olhos fixos em meu rosto com um consumo voraz. Era como se ele estivesse armazenando a lembrança dos meus traços para um uso futuro. "Nós podemos conversar agora."


Eu estava prestes a concordar, mas bastou um olhar para o rosto partido, resignado e arrependido de Victor, e eu soube que deveria dar a ele uma chance de verdade. Não havia dúvidas de que ele não fora capaz de contar a Christopher alguma coisa além do seu plano para me tirar do país.


"Vou deixar vocês dois a sós novamente." Ignorei o lampejo de agitação no olhar de Christopher e marchei até ele para apertar sua mão, sussurrando minha súplica em seu ouvido, "Eu não estou dizendo que foi certo, mas o que Victor fez, ele fez porque te ama. Por favor, ao menos escute tudo o que ele tem a dizer."


Christopher baixou a cabeça para ficar com os olhos no mesmo nível dos meus, avaliando a sinceridade do meu pedido. "Eu estou fazendo isso por você," ele finalmente suspirou, roubando um beijo suave antes que eu pudesse desenlaçar nossas mãos.


Voltei a caminhar inquieta pela biblioteca, e quando Christopher surgiu hesitante pela porta quinze minutos depois, o olhar dele foi direcionado para os meus lábios mais uma vez.


"Por que você está fazendo isso?" Ele perguntou suavemente, apontando para minha boca. "Eu te machuquei?"


Só então percebi que estava com os dedos em meus lábios, como se tentando guardar na memória a sensação de ter os lábios de Christopher sobre os meus pela primeira vez desde sexta-feira. Cinco dias desde que beijei Christopher pela última vez e, ainda assim, naquele dia nossos beijos haviam sido cheios de raiva e arrependimento.


Eu soube que ele havia visto a lembrança de sexta-feira em meus olhos, porque quando veio sentar-se no sofá, foi como se ele estivesse entrando em colapso.


"Eu tenho muitas explicações a dar." Ele falou; uma afirmação, e não uma pergunta. "Sobre o que eu disse a você. E eu sei que não tenho nenhum direito de pedir nada, considerando o quanto minhas palavras devem ter lhe afetado, mas, por favor, você poderia se sentar aqui comigo?" O seu rosto estava tímido e desesperado enquanto ele estendia os braços trêmulos para mim. "Não acho que posso suportar ficar com você tão longe assim."


"E se nós não pudermos superar isso, Christopher?" Perguntei, embora o meu real desejo fosse correr diretamente para o seu abraço. "Me pareceu que você não teve nenhum problema em me deixar ir embora na sexta-feira."


"Me deixe explicar," ele pediu, passando as mãos violentamente por seus cabelos. "Eu não posso perder você."


Percebi que nós estávamos regredindo, discutindo as decisões que ele tomara por consequência de algo que eu havia feito. Para nos acalmar um pouco – e realizando o que ambos queríamos –, me afundei ao seu lado no sofá, nós dois encarando a lareira vazia.


"Isso é culpa minha," admiti baixinho, continuando a olhar para frente e ignorando o olhar dele sobre mim. "Antes de conhecer você, tudo o que eu pensava era em ir bem nos estudos. As únicas pessoas que realmente importavam para mim eram as garotas e meus pais, e aqueles eram os únicos relacionamentos que eu tive na minha vida. Eu não precisava demonstrar a eles como eu me sentia, porque nós nos conhecíamos de verdade." Diante da melancolia em minha voz, vi as mãos se Christopher se cerrarem e relaxarem em seu colo, e soube que ele queria me abraçar. "Mas então eu encontrei você, e tudo se transformou em... eu iria dizer fogos de artifício, mas acho que isso já está meio batido. Vamos apenas dizer que... eu estava sentindo coisas que nunca experimentei antes. E eu estava tão acostumada a estar com a minha família e amigas, que sabiam exatamente como eu me sentia sem precisar de fato expressar, que eu acabei agindo insensivelmente sem mesmo perceber."


"Maite..." Christopher disse roucamente, e desta vez ele segurou minhas mãos. "Você nunca foi insensível. Eu fui o único que te afastou, aquele que falou coisas horríveis para você, que fez você chorar!" Ele destacou a última parte como se esta tivesse sido o maior dos pecados. Nós vamos chegar lá," falei, porque eu não era tão influenciável a ponto de simplesmente esquecer a maneira como ele havia me tratado. "A questão é que, quando eu descobri sobre a viagem para Londres, eu deveria ter confiado mais nos meus sentimentos – nos seus sentimentos – para perceber que eu nunca poderia ir adiante com essa história, que uma separação acabaria machucando por demais a nós dois."


"Mas você não confiou," ele murmurou, e eu pude ver que ele não quis falar aquilo. Em seguida ele arrastou suas mãos até os meus pulsos, formando algemas com seus dedos logos, como se temendo que eu fosse me afastar. "Victor precisou ir atrás de você. Se ele não tivesse ido..."


A sua descrença era o que eu tinha temido, mas eu não estava preparada para o tom desolado de sua voz quando ele deixou a frase inacabada. "Não, Christopher, não!" Sacudi meus pulsos para me soltar, mas ele os prendeu ainda mais apertados, o medo em seus olhos. "Você não compreende? Cada passo que eu dei para longe de você foi a pura agonia. Foi como... se eu estivesse carregando um peso gigantesco. Honestamente, não sei se eu poderia ter partido... e mesmo se o tivesse, se eu teria ficado. Fiquei esperando você aparecer no aeroporto, eu fiquei esperando que algum milagre acontecesse e resolvesse as coisas. E um milagre realmente aconteceu. O seu pai veio me encontrar, ele me contou a verdade. E quando eu voltei, quando comecei a andar de encontro a você ao invés de para longe, me senti leve. Eu nem mesmo sabia se nós teríamos a chance de fazer as coisas funcionarem, mas senti que estava fazendo o certo."


O seu controle sobre meus pulsos se afrouxou, então eu rapidamente levei minhas mãos até o rosto dele, colocando-o entre elas e sentindo a barba em seu queixo.


"Você acredita em mim?" Perguntei, porque era incrivelmente importante eu conseguir fazer alguma reparação. Que ele entendesse que eu não estava ali só porque não tinha outro lugar para ir.


"Acredito," ele sussurrou, e para o meu total alívio, vi que ele honestamente acreditava. "Obrigado por explicar, querida. Acho que seria justo se eu fizesse o mesmo."


"Oh, Christopher," afaguei o rosto dele mais uma vez antes de deixar minhas mãos caírem em meu colo. "Talvez antes de encontrar você, eu nunca teria conhecido o amor, mesmo que ele estivesse bem na minha frente. E eu estava machucada demais para ver naquele dia... mas sei que você não quis dizer aquelas coisas. Eu só não entendi o que diabos você estava pensando."


Christopher me puxou para mais perto dele, seu braço escorregando hesitante pelos meus ombros. "Eu sinto muito, Maite. Você aceitou o meu pedido de casamento e eu estava tão feliz que você seria minha, e eu só... arruinei tudo. Eu nunca tive a intenção de insultar você, mas fiquei tão desesperado quando soube que ainda assim você viajaria, que eu teria sugerido qualquer coisa pra te manter aqui. E quando você me mostrou o quanto eu estava sendo egoísta... me dei conta de que você estava certa. Eu estava sendo um cretino. Acabei me descontrolando – pois você significa muito pra mim e eu nunca precisei de alguém tanto assim antes, e eu desejo você com tanta intensidade, que ficar longe de você seria o mesmo que ver os meus piores pesadelos se tornarem realidade. Eu havia prometido a mim mesmo que não te faria infeliz, e foi exatamente isso o que eu acabei fazendo."


Eu estava brava e chateada, mas ainda assim não pude sequer considerar me afastar do conforto dos seus braços. "Acho que foi isso o que Jazz quis dizer quando ele falou que você tinha uma espécie de 'código moral'. Então você percebeu que a nossa discussão – e eu estou chamando assim porque tive a minha parcela nela tanto quanto você – havia me magoado, e decidiu que a melhor maneira de lidar com isso seria cortar qualquer laço comigo?"


Christopher parecia miserável, como um homem que queimava por dentro. O terror que eu tinha visto em seu olhar desde que ele acordou, o medo de que eu saísse pela porta, tudo parecia consumi-lo quando ele me apertou forte contra o seu peito, seus braços envoltos em meus ombros para me manter firme.


"Eu não encontrei outra solução." Ele admitiu, seu tom carregado de miséria e evidente culpa. "Assim como você, eu nunca amei outra pessoa que não da minha família. E eu nunca, jamais, precisei de alguém como eu preciso de você. A cada dia que passava, com a sua viagem se aproximando, o pânico e o desespero tomavam conta de mim. Eu tratei você horrivelmente, eu sabia que continuaria a fazer isso se nós tentássemos manter um namoro a longa distância. Eu sou – como nós dois podemos, sem dúvida, concordar – um bastardo egoísta. Eu afastei você para poupá-la disso. Mas, por favor, saiba que cada palavra minha foi uma mentira. Eu jamais poderia amar outra mulher além de você, e eu estilhacei meu coração naquele dia simplesmente por sugerir isto."


Ele olhava para mim com expectativa, esperançoso e com medo ao mesmo tempo, esperando que eu lhe respondesse com algo além de um olhar vazio. "É isso? Você terminou comigo da pior maneira possível, e então o que? O que você fez ou sentiu desde então? Porque pra mim pareceu que eu tinha perdido um membro." Odiei ter sido tão sincera, tão vulnerável ao confessar aquilo, mas era hora de sermos honestos.


Ele demorou tanto para me responder que eu tive de me virar em seus braços, encarando uma expressão hesitante e cautelosa em seu rosto. O vi tomar uma decisão, e vi a determinação surgir quando isto aconteceu. "Eu fiquei em pedaços. Tenho bebido sem parar em uma espécie de torpor. Eu senti o mesmo que você, como se tivesse arrancado meu coração e deixado ele com você."


"Como eu posso saber que isso é verdade?"


"Deixe-me provar." Ele pediu, afoitamente infiltrando seus dedos em meus cabelos. "Eu prometo que você nunca mais irá duvidar da intensidade que eu te adoro, que eu te amo. Eu me senti desta forma desde o segundo em que olhei em seus olhos, eu nunca parei de sentir isso, e eu nunca irei. Apenas fique comigo, por favor, e..." ele interrompeu suas palavras com uma risada, me colando ao seu peito enquanto ficava de pé. "...Aqui estou eu tentando te convencer que quero você, quando o que de fato importa é que eu sou incapaz de abrir mão de você. O tempo, eu acho, é a única forma de você acreditar em mim. Agora, amor, você parece estar precisando dormir um pouco. Nós poderemos conversar sobre todo o resto pela manhã. Você pode ficar com a nossa cama só para você, se quiser."


"Eu quero dormir com você."


O sorriso cheio de esperança e amor de Christopher era radiante enquanto ele me levava para fora da biblioteca e andava pelo corredor.


Mas eu ainda não conseguia bloquear os pensamentos que envenenavam a minha mente. Se ele era tão incapaz de abrir mão de mim, então por que havia feito aquilo? Ele deixou claro que havia passado os últimos quatro dias afogado em uma depressão alcoólica. Mas a bebedeira iria passar em algum momento, e eu sabia – eu sabia – que não havia jeito de ele ter acreditado que nós poderíamos voltar; especialmente depois do bilhete que eu havia deixado.


No quarto, Christopher tirou a camiseta com uma velocidade lisonjeira, abaixando seu olhar enquanto eu me livrava novamente dos meus jeans. Eu estava cansada demais para fazer mais do que aquilo, então permiti que ele me colocasse na cama, beijando com reverência a ponta do meu nariz mais uma vez.


"Eu vou te amar," ele sussurrou, enquanto se curvava atrás de mim, "sempre."


"Eu também te amo." Sussurrei de volta, sentindo as pernas dele se enroscarem nas minhas e seu rosto descansar em meu ombro com um pequeno suspiro de felicidade.


Nós podemos ter admitido nossos erros, ambos termos reconhecido que não teríamos dado certo longe um do outro, mas alguma coisa ainda estava me incomodando.


Christopher tinha estado resignado ao abrir mão de mim, ao desistir.


De alguma forma, eu tinha esperado mais dele.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 



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Autor(a): Hemsworth45

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