Fanfics Brasil - pequena Modelo Um novo começo - Ponny.

Fanfic: Um novo começo - Ponny. | Tema: RBD,Anahi,Alfonso Herrera


Capítulo: pequena Modelo

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ALFONSO POV


 


Estou na sala de descanso do batalhão, num rápido intervalo em meio ao plantão que começou no início da madrugada, quando ouço o som inconfundível da chamada no aparelho celular.


“Você quer brincar na neve? Um boneco quer fazer…” ♪


Obviamente, este é o toque personalizado que Ana Carolina escolheu.


Roberta, minha colega — que também está em uma pausa depois de atendermos a duas ocorrências— sufoca uma risada. Dou a ela um olhar do tipo “É o que um pai faz pela felicidade de sua filha”.


Caminho para próximo da pequena janela de persianas. 


O dia lá fora já clareou e a cidade começa a se agitar. Pelo que vimos até agora,teremos um longo turno.


Deslizo o dedo na tela.


— Oi, filha…


— Oi, papai… — o tom é um tanto desanimado para um início de manhã.


Atinge diretamente meu peito.


— Dormiu bem?


Aham… Hum, papai…— quando a pequena titubeia assim, logo me preparo para o que virá—Será que eu posso ficar em casa hoje?


Eu já imaginava isso, o pedido está se tornando corriqueiro. 


Minha filha não se adaptou à nova escola, e, honestamente, eu não vejo a hora desta fase passar. 


A psicóloga dela disse que não devo ceder, que crianças precisam de tempo para se habituar. 


No final, é para o bem da Ana. 


Tudo para o bem dela.


A merda é que me dói ter de negar algo à pequena.


Inspiro pausadamente.


— Por que, Ana?


Hum… é que… é… — quase posso visualizar sua expressão pensativa — Eu estou com muita dor no meu dente — a última parte é a desculpa rápida que sua cabecinha acabou de processar.


No dente de leite, não é?


Rir nestes casos não é aconselhado, eu sei.


Então me mantenho muito compenetrado e,Infelizmente, tenho de apelar.


— Tudo bem, filha… Vou pedir à Mari para te levar ao dentista.


O silêncio repentino me deixa ciente de que ela acabou de se lembrar de como é estar em uma cadeira de dentista. E não é exatamente o passeio favorito de Ana.


Espero paciente por sua deliberação.


Escuto a voz de Mari atrás dela dizendo que estão atrasadas, e logo um suspiro derrotado vem da menina.


Tudo bem, eu vou para a escola, papai.


Com a chamada finalizada, fico observando sua foto na tela do aparelho. 


É só uma fase, vai passar, mentalizo. 


Os músculos da minha face estão tensos pelo tom na voz da pequena.


Ela deveria ter uma figura feminina ao seu lado, mas Belinda não foi feita para ser mãe. A mulher repetiu isso tantas vezes…


Hoje,finalmente, aceitei que não há verdade maior. Eu sofri muito querendo mudá-la,querendo extrair da pessoa com quem me casei um pouco de maturidade por trás de todo o egoísmo. 


Inferno, eu estava cego e demorei muito para desistir. Precisou minha filha ser atingida.


Estou me esforçando para ser tudo o que a criança precisa...deseja… O problema é que nem sempre consigo.


— Ela está bem?


Sento-me no banco e encaro minha colega.


— Eu não sei…


 


ANAHI POV


 


— Você vai me deixar ir ver? — Christian para de jogar indiretas e parte para o pedido, sem rodeios desta vez,depois de permanecer pela última hora à minha volta como uma abelha no doce.


Enquanto embalo as peças em folhas de seda e as coloco dentro das caixas, ele apoia as mãos sobre a bancada de costura, o tronco inclinado para frente, atento.


Recolho meus materiais e vou guardando um a um na bolsa.


— Isso é só uma desculpa para eu te levar à minha casa, não é?


— Também! — ele vibra, exagerado, batendo palminhas.


— E tem jeito de negar algo, com você aí me cercando?


O que Christian não tem de vergonha tem de persuasão… 


Acho que estou gostando um pouquinho mais dele a cada dia. Seu jeito honesto, no final das contas, me agrada. Gosto de saber que posso confiar nele. 


Este mercado é tão maluco que você tem muita sorte se encontrar alguém verdadeiro.


Estive trabalhando, nos momentos de folga,nas duas peças que estou criando para a pestinha, e hoje as trouxe ao estúdio para fazer os acabamentos em algumas das máquinas daqui. Evidente, não consegui driblar a curiosidade de meu assistente. 


“Vestidos de criança? Isto é uma novidade”, ele disse, e tem razão: eu nunca tinha feito nada como isto, precisei de algumas pesquisas.


Espero que ela goste.


E que o bom Deus me afaste dos pecados.


Passei as últimas duas noites cobiçando seu pai em pensamentos, desde que o vi pela última vez,naquele tipo de ataque/amasso que recebi na porta de casa.


A ideia de ter o número dele em meu celular não ajudou em nada…


 


•••


 


— Espere aqui, eu vou lá chamar a menina— instalo Chris no meu apartamento, depois de mostrar um pouco do lugar e assistir à sua reação ao ver minha coleção de flores espalhadas pela casa— E não mexa em nada,sim?


— Prometo, minha rainha! Vá buscar nossa modelo.


Mal sabe ele que esta parte me faz suar frio.


Diante da porta do apartamento dele, ensaio uma batida, mas fico na dúvida entre bater e apertar a campainha.


O cheiro que vem lá de dentro é espetacular… e vagamente familiar. 


Em vez de fazer uma coisa ou outra, inspiro todo o aroma, tentando me lembrar de onde eu o conheço…


Parece tão gostoso, como um tipo bom de doce;não sei bem o que é, mas me faz salivar.


Foco, Anahi.


Aperto a campainha.


Avalio minha roupa, aliso uma ruga quase invisível da saia, ajeito alguns fios soltos de cabelo de volta no coque e aguardo. Que beleza. Tenho mesmo de estar tão ansiosa? É sério?


Não demora e percebo a maçaneta se movimentando.


E voilà.


A menina de meio metro de altura atende à porta como gente grande. 


Em seu corpo, um vestido rodado lilás com detalhes brancos, cobrindo até a altura da canela. Seu estilo é de uma mini princesa, não há dúvidas.


— ANAHI! — a forma como meu nome soa entusiasmado em seus lábios me toca de uma maneira diferente do que estou acostumada.


É um tipo novo de satisfação.


— Oi… — deixo aberta a possibilidade dela me dizer como devo chamá-la hoje.


Sendo sincera, eu estou começando a achar isso de “nome do dia” algo meio fofo. 


Um leigo em princesas e coisas deste universo nem se dá conta de que está sendo enganado. Eu me pergunto se a espertinha ri disso depois.


Ao perceber que estou aguardando seu pronunciamento,um lampejo de cogitação atravessa seu rosto. 


O mais engraçado é a sua rápida olhada para trás… talvez buscando inspiração no som que parece vir da televisão, uma melodiazinha infantil, num volume não tão baixo:


♪ “Você tem aqui no fundo conforto até demais. É tão belo o nosso mundo, o que é que você quer mais”


Mas sei que ela desiste de mentir no momento em que seus olhinhos se voltam para mim.


— Você fez meu vestido, Anahi?


Sua objetividade é impressionante.


Disfarço a vontade de rir.


— Sim, Ana. Eu fiz e é por isto que estou aqui. Vim te convidar para ir à minha casa. Preciso que você prove.


Os olhos brilhantes aumentam de tamanho numa velocidade extraordinária. 


Sem pestanejar, ela dá um passo à frente,preparando-se para sair e me acompanhar.


Aham.


Totalmente independente.


Eu gosto disso, sou assim também. 


Se ela fosse adulta, seríamos iguaizinhas… O problema é justamente este.


Inclino-me à sua altura para olhar o rosto de frente.


— Mocinha, primeiro vá lá e avise Maíra,sim?


Os lábios se enrugam de lado, à imagem e semelhança do pai dela há duas noites. O suspiro teatral quase me comove. 


Será que alguém cai nessa?


— Tá bom… — se alonga nas palavras,contrariada de um jeito fofo.


Toco a pontinha de seu nariz, satisfeita.


Não demora, ela volta com Maíra às suas costas, secando as mãos em um pano. 


O cheiro de baunilha é ainda mais presente. Quando me vê, a mulher sorri, parecendo aliviada por eu estar mesmo aqui.


— Oi, Maíra… Vim perguntar se posso levar a Ana lá em casa por uns minutinhos, para provar os vestidos que fiz.


Ao ouvir a palavra no plural, a menina praticamente salta no lugar.


— Você fez um monte de vestidos,Anahi?


Tiro brevemente meus olhos da babá e encaro a criança.


— Na verdade, eu fiz dois, princesa.


— Puxa vida! — vibra.


Maíra ri.


— Pode sim, Anahi, ela falou sobre isso a semana inteira.


Sorrio para Maíra. 


A esta altura, Ana passou por mim e já está no corredor.


— Não vamos demorar, Mari, obrigada…Posso te chamar assim, né?


— Claro — seu olhar me parece coberto com algo semelhante à gratidão.


Antes de me virar completamente e voltar com a menina para o meu apartamento, vacilo e me volto para Mari.


— Isto aí que você está fazendo é creme de baunilha?


A mulher se abre mais, feliz por meu interesse.


— Estou fazendo profiteroles e vou recheá-los com o creme, você gosta?


Desta vez, sou eu quem quer emitir um “puxa vida!”.


— Se eu gosto? Eu amo.


Em se tratando de comida, não há orgulho em reconhecer.


— Pois eu vou separar alguns para você,Anahi.


Por muito pouco não a puxo para um beijo.


 


•••


 


Minha sala se parece com um QG depois da guerra. Por um lado está Chris palpitando em tudo, e crente que o nome de Ana é Ariel. Ela se apresentou a ele como Princesa Ariel. Ele achou que já tem intimidade suficiente e cortou a parte do “princesa”.


Tenho a criança diante de mim, provando empolgadíssima a segunda peça.


— Não se mexa, princesa, este é o último —resmungo, com alguns alfinetes presos entre os dentes.


— Ai! — ela geme de dor no momento em que atravesso um deles pela lateral de sua cintura.


Congelo, deixando cair todos os alfinetes de minha boca, e subo rapidamente meus olhos para seu rosto.


— Eu te machuquei, Ana?


Passa um instante (que parece eterno) sem que ela diga nada.


— Peguei você! — o gritinho é seguido de uma gargalhada alta e tão viva que ecoa pela sala.


Afasto meu tronco alguns centímetros para trás, para observá-la melhor, hipnotizada.


O som é uma das coisas mais gostosas que já ouvi. 


Algo místico. Não sei se rio junto ou se admiro. A escolha vem involuntariamente de algum lugar profundo dentro de mim, e me pego rindo alto junto com ela. 


Rindo de verdade.


Como uma boba.


Deus do céu. Que poder esta menina tem que consegue me fazer feliz só por ouvi-la rir?


— Minha nossa, Anahi, você nunca me disse que tinha um vizinho tão… — a voz admirada de Christian corta nosso momento.


Com lágrimas nos olhos, viro-me para ele e me deparo com Alfonso, apoiado contra a parede de entrada. Uma das mãos descansada no bolso da calça, a outra segurando um prato coberto com folhas de guardanapo. 


Subindo um pouquinho mais a visão, encontro seu rosto… sustentando uma expressão impossível de ser desvendada.


Sinto seus olhos como labaredas, queimando


vagarosamente sobre mim.


Meu sorriso morre e outra coisa muito mais forte toma seu lugar.


 



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Autor(a): ItsaPonnyWorld

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 86



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  • cxlucci Postado em 04/11/2024 - 10:06:19

    voltando aqui depois de mais de ano ver se teve update 😭😭😭

  • mileponnyforever Postado em 16/10/2023 - 00:14:09

    Cadê você?!

  • mileponnyforever Postado em 15/06/2023 - 08:34:04

    Pelo amor de Deus, volta a postar!

  • beatris_ponny Postado em 03/06/2023 - 02:56:34

    Cadê vc????

  • mileponnyforever Postado em 31/05/2023 - 11:41:45

    Cadê você?

  • mileponnyforever Postado em 01/05/2023 - 21:48:54

    Cadê você?

  • beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:12

    Continua....

  • beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:01

    Que bom que voltou, já tinha desistido kkkk

  • mileponnyforever Postado em 10/04/2023 - 01:03:59

    Meu Deus que capítulo cheio de emoção. Não some assim, você ainda vai nos matar de ansiedade!

  • mileponnyforever Postado em 16/03/2023 - 13:49:54

    cade voce? Posta pelo amor....


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