Fanfic: Um novo começo - Ponny. | Tema: RBD,Anahi,Alfonso Herrera
ANAHI POV
Estou na sala de reuniões com nossa equipe e alguns membros do setor de compras da A&C, a rede de lojas de departamentos.
O projeto de coleção primavera/verão feito para eles está finalizado e acabamos de receber a aprovação para enviar à produção. Agora vem a parte que mais gosto: acompanhar a confecção,ver os esboços se tornando reais, indo para as vitrines, e finalmente ter pessoas incorporando as peças aos seus próprios estilos pelas ruas.
Eu amo essa miscigenação, tenho comigo que a moda, apesar de coletiva, é algo absolutamente individual, da personalidade de cada um, então o grande desafio do meu trabalho é, ao mesmo tempo, o que torna tudo fascinante: criar peças adaptáveis a todos os grupos, sem limitá-los ou segregá-los. É por isto que escolhi esta carreira,mesmo que, às vezes, ela não tenha lá seu lado tão belo.
Por falar nisso, notei que o vaidoso Ernesto,meu diretor, se manifestou menos do que o normal hoje (aliás, desde o episódio dos briefings, ele vem cultivando uma distância segura de mim, o que eu acho ótimo).
A contar pelos olhares condescendentes que Nilo, gerente de compras da A&C, lança sobre o bastardo, não é difícil entender a razão.
Ernesto tem vergonha do relacionamento deles, e provavelmente pisou na bola.
Nilo é simpático, inteligente, tem estilo, é cheiroso… O que ele vê nesse escroto? Por que sustenta essa expressão de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança por um sujeito que,claramente, não o merece? Inferno, vamos lá,homem, demonstre um pouco de amor próprio!
Quando a conversa ao redor da mesa se torna mais informal, limpo a garganta, desejando obter a atenção de Nilo.
— Enfim o martelo foi batido — brinco.
Ele pisca, parecendo, por um instante,finalmente me enxergar, saindo da bolha autodepreciativa de “por favor, me ame” direcionada a Ernesto.
Limpa a garganta também.
— Ah, sim… — recebo um meio sorriso amarelado — Você fez um belo trabalho,Anahi.
Gesticulo, desconsiderando a ideia.
— Aqui trabalhamos todos em equipe, Nilo.
Pelo canto dos olhos, pego meu chefe atento a nós… E uma ideia um tanto maligna corre rapidamente por meu cérebro. Rá!
Eu não sou uma boa pessoa, a verdade é esta.
Inclino meu corpo para frente, aproximando-me mais de Nilo.
— O que você acha de esticarmos para uns drinks, depois daqui? — pisco com a dica—Comemorar e relaxar um pouco, hein?
Meu tom é discreto, mas a julgar pelo olhar venenoso de Ernesto, funciona. Nilo, percebendo que o amante não curtiu a ideia, em vez de usar isto a seu favor,amua ainda mais ante a possibilidade. Ah, qual é?
Sua reação faz com que o diretor polha,satisfeito, gire a cadeira para conversar com uma das associadas da A&C, ignorando-nos por completo.
Respiro profundamente. Minha vontade é de arremessar o celular contra a cabeça de Nilo para ver se surge algum efeito. É uma pena que não posso.
Encaro-o de um jeito que o faz saber exatamente o que penso.
Em resposta, ele enrubesce.
— Tudo bem, vamos lá — por fim, decreta,parecendo ter acabado de aceitar ir para forca,de tão “animado”.
Pelo menos aceitou, já é um começo.
— Assim é que se fala! — sussurro — Vou convidar o Chris também.
Bem, eu deveria estar indo para casa,repousar, tentar recuperar o sono que aquele…aquele vizinho me roubou.
Já se passava das quatro da manhã quando Poncho deixou meu apartamento. E o pior é que,considerando o beijo de despedida,não foi um adeus.
Aqueço com a lembrança e tenho de mee lembrar de onde estou.
Que tipo de presente/castigo é esse, ter um homem assim na porta em frente?
— Três anos! Três anos sendo o segredo dele! — Nilo grita exageradamente por sobre a música do lugar, engolindo outra dose de tequila —Eu o odeio! Eewk! Ic! — tapa a boca, querendo inibir o soluço desengonçado — Eu o odeio!
— Homens… — bufo, engolindo mais um shot de tequila também.
— Os que se fingem de héteros são os piores—Christian reforça, girando sua bebida no balcão antes de tomar num único lance.
— Ernesto se finge de hétero? — Nilo questiona,agudo,como se a hipótese nunca de fato tivesse passado por sua cabeça.
Oh, merda, isto só está ficando melhor. Se eu continuar neste ritmo, estarei sendo cúmplice de um plano de assassinato de meu chefe.
— Rapazes, me esperem aqui. Eu preciso de um banheiro.
E recuperar a sobriedade antes que seja tarde demais.
Dentro da cabine do banheiro concorrido,pego meu celular na bolsa para checar o horário.
Passa da meia-noite. Até não é ruim… se eu não tivesse que acordar cedo amanhã para ir às compras com Marichello e Mai.
Na tela, ao lado do relógio, o balãozinho do aplicativo avisa que recebi uma mensagem.
Cócegas brincam na boca do meu estômago com a ideia… deve ser efeito da tequila.
Ansiosa, deslizo o dedo pelo ícone..
* DE:ALFONSO
MENSAGEM: Planos para a noite?
Verifico o horário de recebimento. Alfonso mandou a mensagem há pelos menos quatro horas.
Hum. Ele não esperou os dois dias, como da última vez. Onde isso nos deixa? O suspiro afetado sai automaticamente do meu peito.
Escoro a cabeça contra a porta fechada.
Uou! Isso foi uma vertigem?
Observo o teto preto do banheiro,ponderando se devo responder.
Pontos a serem considerados: Poncho tem responsabilidades com uma criança; mora ao lado;é bonito demais para o meu próprio bem; tem um tipo de amizade suspeita com aquela mulher.
Pontos impossíveis de ser esquecidos: o cara beija como o céu; cheira bem pra cacete; tem um sorriso filho da mãe e uma disposição sexual indiscutível; é sério de um jeito descontraído (e aqui está o meu ponto fraco); e quando aquele par de olhos exigentes está em mim, eu me esqueço até de como formular frases lógicas.
Eu tô bêbada, só pode!
* PARA: ALFONSO
MENSAGEM: Já com saudade, bonitão?
Mordo o sorriso.
DE: ALFONSO
MENSAGEM: Ana recebeu seu presente, ela
estava ansiosa para agradecer, pediu que a
convidasse para o jantar.
Paro de respirar por um instante com a sensação estranha que toca meu peito ao ler suas palavras. Sua filha me querendo com eles,sei lá…
Ora, mas o que estou dizendo?
* PARA: ALFONSO
MENSAGEM: Não precisa agradecer. Sua pequena praticamente me coagiu.
Não contendo um sorrisinho tolo, envio.
* DE: ALFONSO
MENSAGEM: Não tire este prazer da criança.
Seguro o celular contra meu peito e expiro
ruidosamente. Odeio gostar tanto de como isso soa.
Poncho e sua filha são meus vizinhos de porta,não é inteligente deixar ir além disto. Mas vai explicar para essa sensação maluca rondando minha boca do estômago…
E só piora quando sinto o aparelho vibrar em minha pele. Ele está me ligando!
Sugo respirações curtas uma porção de vezes,antes de atender.
— Oi…
— Anahi… — de novo não, por favor.
A voz macia tem a capacidade de me arrepiar inteira.
— Por favor, não faça isso… — sussurro,fechando meus olhos, absorvendo suas respirações.
A risada baixa dá conta de que ele sabe exatamente o que está fazendo.
— O que, Annie?
Ele poderia ser um pouquinho menos…quente,bom Deus? É pedir demais?
— Pare, Poncho… E-essa coisa que você faz,pare… E-eu n-em… deveria estar querendo tanto isso de novo.
— O que exatamente você quer, Annie?
Ofego.
— Você…
O silêncio do outro lado me faz cerrar os olhos.
— Onde você está?
Engulo com dificuldade. É como se,repentinamente, o álcool houvesse evaporado do meu sistema.
— Num barzinho com uns amigos… gays —oh, sim, isso pareceu como uma justificativa.
Desnecessário, Anahi, desnecessário.
— Venha para casa — é um pedido, não uma exigência, e parece tão natural, tão familiar.
Venha para casa. Que casa? A minha ou a dele?
Meus pulmões queimam, as mãos tremem, o coração acelera.
— Ok.
Por que, porcaria, eu disse isso?
Desligo, sem saber direito o que eu acabei de fazer.
Volto para o bar onde Chris e Nilo estão…nãooo! Se beijando? Deus do céu, o que tequilas têm,afinal?
Caminho até eles. Quanto mais me aproximo, mais línguas eu vejo. Estão bêbados, isto é certo, pois o amasso é do tipo poderoso, sem timidez ou restrições quanto ao público.
Não me contenho. Pego um dos copinhos de tequila de um deles, sorvo uma respiração, e viro de uma vez. O líquido queima tudo pela frente. A cena de mãos se apalpando em todos os lugares me obriga a tomar o segundo copo. E depois aquele destinado a mim. No final, estou ajudando.
Eles não precisam de mais álcool agora.
— Gente… — tento, entretanto, nada de pararem— Estou indo, vocês vão… ficar bem?
Inebriados, tenho um milésimo de instante de suas atenções. Em seus olhos, eu quase leio: “Não estrague o momento, Anahi!” Bem, não podem dizer que eu não tentei.
Do lado de fora, vejo meu carro e o ponto de táxi. Acho que não tenho condições de dirigir.
A chave não é esta. Ou minha fechadura foi
trocada. Meu Deus! Invadiram minha casa e trocaram a fechadura? Q-quem faria isso?
O som da porta em frente à minha se abrindo– a do vizinho – responde por mim.
Poncho aparece sem camisa, vestindo apenas uma tentadora calça cinza de moletom, que cai em seu quadril estreito, delimitando a área dos músculos em formato de um enorme “V”.
Difícil não gostar da visão.
— Você trocou minha fechadura, Poncho? —questiono calma, aliás, uma leve tontura me deixa calma demais.
Sorrindo genuinamente, ele vem até mim, cheiroso como um maldito oásis.
— Acho que alguém bebeu um pouco demais nesta noite,vizinha.
Minha cabeça dói – caramba, pesa e dói.
E esta claridade agora? Eu deixei a cortina blackout aberta? Lentamente, na medida em que posso,começo a esticar meu corpo, testando os sentidos para saber se ainda estou inteira. A imagem dos copos de tequila me lembra da razão do mal estar.
Levanto o braço sobre os olhos para me proteger da luz; no caminho, encosto num outro corpo. Não!
Espio com um olho aberto e outro fechado e… Poncho dormiu na minha casa?! Oh, bons céus!
Viro-me lentamente para o lado oposto, no sentindo da beirada da cama. Eu preciso me levantar e descobrir como meu vizinho veio parar no meu quarto.
Um acordo de sexo não inclui dormir juntos. Eu não durmo com ninguém desde o divór… sim,nem é bom incluir este tema na minha já existente dor de cabeça.
Pisco vagarosamente, me ajustando ao mbiente.
Espere. Estas paredes não são do meu quar…!
— Bom dia, Anahi!
Nãaaao.
Eu só posso estar sonhando.
A Ana não está na minha… E-eu não estou na casa d…?
O que eu fiz?!
Autor(a): ItsaPonnyWorld
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
ANAHI POV Paralisada, não movo um único músculo do corpo além do necessário para piscar, a fim de garantir que não é um sonho. Olhos grandes e tão verdes quanto os do pai fitam-me intensos,parecendo admirados e… esperançosos? Seu rosto descansa sobre as mãozinhas apoiadas na beirada da ca ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 86
Para comentar, você deve estar logado no site.
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cxlucci Postado em 04/11/2024 - 10:06:19
voltando aqui depois de mais de ano ver se teve update 😭😭😭
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mileponnyforever Postado em 16/10/2023 - 00:14:09
Cadê você?!
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mileponnyforever Postado em 15/06/2023 - 08:34:04
Pelo amor de Deus, volta a postar!
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beatris_ponny Postado em 03/06/2023 - 02:56:34
Cadê vc????
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mileponnyforever Postado em 31/05/2023 - 11:41:45
Cadê você?
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mileponnyforever Postado em 01/05/2023 - 21:48:54
Cadê você?
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beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:12
Continua....
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beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:01
Que bom que voltou, já tinha desistido kkkk
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mileponnyforever Postado em 10/04/2023 - 01:03:59
Meu Deus que capítulo cheio de emoção. Não some assim, você ainda vai nos matar de ansiedade!
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mileponnyforever Postado em 16/03/2023 - 13:49:54
cade voce? Posta pelo amor....