Fanfic: Um novo começo - Ponny. | Tema: RBD,Anahi,Alfonso Herrera
ANAHI POV
Aliso os cabelos da menininha adormecida com a cabeça em minhas pernas.
Estou na casa de Poncho, sentada no sofá de frente para a televisão, a qual transmite os créditos finais de uma animação da Disney sobre uma garota corajosa que sai pelo oceano à procura de sua história.
O desenho animado é bom – Ana não pode dizer o mesmo,uma vez que não se manteve acordada por tempo suficiente.
Seu corpo mole está entre nós dois, os pés no colo de seu pai, e tudo o que se pode obter dela agora é um ruído baixo, um tipo de ronco agradável de ouvir.
Seu cansaço é justificado: passamos a tarde juntas, fazendo “coisas de garotas” num salão. Isso elevou sua potência ao nível máximo; nunca
imaginei que algo tão simples pudesse deixá-la naquele estado de euforia, falando pelos cotovelos com todo mundo.
Ainda estou tentando entender como um serzinho deste tamanho pode ter tanta energia.Se eu não estivesse aqui nesta manhã, diria que a menina consumiu uma dose excessiva de cafeína.
Eu poderia ter ido pra casa no minuto em que o sono a pegou, mas a mão de Poncho, apoiada no encosto do sofá e massageando minha nuca de maneira tão distraída, me impediu de levantar a bunda do lugar.
Seu toque lento tanto me acalma quanto excita, tornando difícil manter a mente concentrada.
Oh, bom Deus, eu acho que preciso de um pouquinho mais de força de vontade aqui, sim?
Não ajuda em nada saber que, além de tudo, ele cozinha divinamente bem…
— Eu… Ãh — limpo a garganta — Eu acho que é hora de ir… — digo baixo, para não despertá-la.
Ele interrompe o movimento, mas não retira sua mão.
— Fique.
Viro-me para encará-lo e encontro sua atenção fixa em mim.
A televisão é a única a iluminar a sala e, mesmo na pouca luz, a intensidade em seus olhos me faz respirar com dificuldade.
— Eu vou colocar Ana na cama. Fique para uma taça de vinho, Anahi — sua voz baixa,séria, alastra arrepios por minha cintura.
Tudo o que consigo fazer é concordar, num aceno de cabeça.
Meu vizinho sustenta o olhar em mim por um longo momento. Nas íris escurecidas, leio uma mensagem clara: já não adianta tentar fugir.
Estou entrando nisso sem nem saber, de fato, o que estamos fazendo. Minha única certeza é a de que não me sentia desta maneira há muito tempo.
Covardemente, desvio de seus olhos e passo a focar no rosto de sua filha.
Espero ele se levtempo.Covardementeoncho se prepara para pegar a criança, tomo meu tempo percorrendo o bom corpo do médico – aparentemente, consegue algum espaço em sua agenda para treinar.
A calça jeans surrada se agarra à sua bunda redondinha e cai no quadril espetacularmente,como se a peça fosse feita sob medida pra ele.
Do mesmo modo, a camiseta cinza de gola “V” ajusta-se aos seus braços e peito. Em seu pulso, um bracelete artesanal de tiras finas em couro trançado concede despojamento à aparência. Atraente, principalmente agora, de pés descalços tocando o chão.
Aqueço quando pego seu sorriso de maus modos me mirando.
— É melhor você não me olhar assim.
— A-assim como?
— Como se quisesse o mesmo que eu,Anahi.
Nossos sussurros densificam a atmosfera da sala, de maneira forte o suficiente para me fazer perder a capacidade de desenvolver uma resposta boa.
Jogo meu cabelo de lado e me levanto também,limpando as mãos nas laterais do meu corpo.
Com uma habilidade tocante, o homem pega a criança em seus braços. A cabeça de Ana cai,descansando no ombro de Alfonso, demostrando que ali é seu lugar de sempre.
Impossível ficar indiferente à imagem de pai e filha.
— Você quer ajuda?
Sem esperar a resposta dele, começo a tirar os sapatinhos da Matraquinha em “modo off”.
A prótese dentro do sapato tem o formato do pé da criança, liso e menos rígido do que eu esperava.
Desfaço os laços dos calçados e os retiro,assistida pela expressão indecifrável de Poncho.Sigo atrás deles para o quarto de Ana. Inibida por me sentir uma intrusa no momento deles, não entro.
Da porta, fico apenas observando meu vizinho segurar sua menina em um braço, sem esforço, enquanto afasta a colcha. Com cuidado, ele a põe para dormir, desencaixando a perna artificial e pousando-a ao lado da cama Após cobri-la, encerra o trabalho com um beijo no alto da cabeça de Ana, adormecida como uma princesa em sua carruagem.
Alfonso caminha para onde estou e aperta o interruptor, transformando o ambiente rosa num tom escuro confortável.
Recuo um passo para o corredor quando ele encosta a porta atrás de si,deixando uma fresta aberta.
Caminhamos em silêncio pelo piso de madeira,de volta à sala,, minha mente num turbilhão de emoções vindas de todas as direções.
O que começou com um acordo comigo mesma, de apenas uma noite, está, de certa forma,fugindo do controle.
Ana foi envolvida. Eu não posso levar isto sem cuidado e...
Antes que eu consiga tomar nova respiração,distraída, sou pressionada contra a parede.
Os olhos verdes se batem nos meus, inteligentes,profundos,drenando todos os pensamentos. Seu olhar cai para a minha boca, e volta para me enfrentar.
— Esperei por este momento desde que você bateu à minha porta na última noite.
— Que momento, Poncho? — murmuro.
— Você sóbria para eu poder fazer isto… —o toque roçado de sua boca sobre a minha esvai qualquer outro pensamento.
Quando nossas línguas se encontram,permito-me ser tragada para o mundo coordenado por Poncho.
Na cozinha, o homem enche minha taça.
Vagueio o olhar pelo espaço numa análise que não fiz esta manhã, quando acordei em sua casa. A planta do apartamento é um espelho da minha, mas a decoração é muito diferente, mais quente, mais familiar. Há cores em alguns detalhes, vida. Ana deve ter grande participação nisso.
Alfonso me oferece a taça, pega a garrafa e me convida para voltar à sala com ele.
Sento-me ao seu lado no sofá, sobre meus pés. A televisão, agora desligada, é substituída pela lareira elétrica abaixo dela, a qual ilumina e aquece.
Sorvo uma quantidade do vinho e me questiono se devo fazer a pergunta que me deixou intrigada desde a situação com aquela desavisada na loja. De frente para Poncho, arrisco.
— Eu posso te perguntar uma coisa?
Com a habitual seriedade, recebo uma inclinação sutil de seu queixo – um sinal verde.
Hesito por um instante, sem saber ao certo se eu deveria.
— Pergunte, Anahí.
Ok.Aliso a borda da taça, brincando com o som no cristal, e formo o questionamento em minha língua.
— Ana. Ela nasceu assim?
As íris escuras se desviam de mim. Noto o enrijecer de sua mandíbula e o movimento discreto do músculo, demonstrando um aumento da pressão no aperto.
Tenho a sensação de estar tocando num assunto delicado, que não me diz respeito.
E a verdade é que não diz mesmo. Estou agindo igualzinho à imbecil da loja.
Chego a pensar que ele não vai responder e me adianto em mudar de assunto.
— Desculpe, Alfonso, eu não deveria…
Ele me corta.
— Ana não nasceu assim — o som sai grave,distante.
Penso ver um flash de culpa em seu semblante. Altero a direção de meu olhar para as chamas artificiais, desejando ter somente engolido a curiosidade quando tive a oportunidade.
— Nem é da minha conta, você não…
— Foi um acidente. A mãe dela dirigia o carro.
Oh, merda…
— Eu sinto muito…
Alfonso deixa de encarar sua taça e sobe os olhos pra mim. A dor está ali, visível, uma ferida aberta.
— Minha ex-mulher é alcoólatra… ou era —ele ri com amargor — Eu deixei Ana sob os cuidados dela num momento em que, teoricamente,estava limpa. Ou eu pensava estar… Jesus, nunca deveria ter deixado Ana sozinha com ela.
Claro como a luz do dia, Poncho se culpa pelo ocorrido.
O protetor de Ana carrega o peso de algo que a marcará para sempre.
Limpo a garganta, tentando pensar no que dizer;nada me vem à mente. Só consigo sentir o meu próprio pesar.
— Ana era só uma menininha presa nas ferragens, tudo porque confiei na mãe dela. Achei que Belinda nunca assumiria um volante bêbada com sua criança pequena no banco de trás.
Deixo minha taça sobre a mesa de centro,tomada pela necessidade de estar mais perto dele.
— Você não tinha como prever isso, Poncho…— deslizo, me aproximando — Coisas ruins também acontecem com pessoas boas.Infelizmente, a vida é assim.
— Eu deveria ter percebido que Belinda não aguentaria muito tempo sóbria. Fiquei cego querendo manter aquele casamento, não fui capaz de enxergar o óbvio. Ela nunca quis ser uma mãe ou esposa.
Por sua entonação, tenho a leve sensação de que Poncho ainda sente algo pela mulher. A nova informação é absorvida de maneira um tanto indigesta por meu estômago.
— Ela também deve ter sofrido muito com isso — medito em voz alta.
Minhas palavras causam nele um tipo de espanto, desgosto, não sei bem.
— Se sentiu, nunca demonstrou — assisto-o virar a bebida de uma só vez, sem humor — E sabe o que mais de dói? Eu trabalho salvando vidas e não pude ajudar minha filha quando ela mais precisou.
Sua dor é algo que eu consigo entender.
Minha boca seca, o coração bate descompassado e já sinto os tremores das lembranças tentando reaparecer.
Imitando seu gesto, pego minha taça da mesa e tomo meu vinho sem saboreá-lo, apenas viro para que o álcool venha acalmar o sistema querendo entrar em ebulição.
— Nem tudo é como queremos, Poncho... às vezes não podemos proteger nossos filhos como gostaríamos.
Céus, essa merda dói.
Pouso novamente meu copo no lugar,respirando fundo e expirando em fragmentos.
Quando minhas costas voltam para o encosto do sofá, pego Poncho com seus olhos afiados em mim,curiosos, vívidos.
— Por que você diz isto?
Engulo o vestígio do vinho ainda na boca,domando a tempestade inapropriada.
— Nada específico… — dou de ombros —Só não acho certo você se culpar por algo que não estava sob seu controle.
Toco sua mão livre, desenhando círculos na palma. Apesar de tudo, o calor e a eletricidade de nosso contato são um tipo de calmante surpreendente.
Sem pensar muito, me vejo diminuindo o espaço entre nós para subir em seu colo. Alfonso é um bom cara. Estar perto dele me faz muito bem.
— Podemos não falar sobre coisas tristes e apenas nos curtir? — peço.
Com nossos rostos a uma polegada de distância, movo meus dedos pelos traços de desconfiança em sua testa.
— Tudo bem. Seu pedido é uma ordem,Anahí…
Montada nele, deixo o momento nos levar.
Movimento-me vagarosamente em seu colo,esfregando jeans contra jeans, sentindo sua dureza despertar meu sexo.
— Poncho…
— Annie…
— Devemos fazer isto em sua casa?—resmungo;nossos lábios colados se roçam preguiçosamente.
— Se você gemer baixinho, acho que não teremos problemas — seu bom humor ressurge.
Alfonso se levanta do sofá, me suspendendo. As mãos carregando-me pela bunda, sem desprender nosso beijo. Envolvo minhas pernas em sua cintura e o sinto nos levar.
Em seu quarto, sou despejada no centro da cama, e meus cabelos caem espalhados pelos lençóis.
O homem paira sobre mim como uma águia namorando sua presa – lento, demorado. A crueza faminta em sua expressão reflete o meu próprio estado de urgência.
— Venha,Poncho , transe comigo… — imploro,acesa e pronta.
Ele sorri, miseravelmente atraente.
— Hoje nós não transaremos, Anahi…—Um chorinho ameaça grunhir da base de minha garganta, em protesto—Hoje nós faremos amor.
Bom Deus!
Perco o ar.
Há muito tempo eu não faço amor, nem consigo saber a diferença mais... no entanto, apartir da maneira obstinada como minha roupa começa lentamente a ser retirada e o caminho que sua boca explora minha pele, uma nova emoção renasce de um lugar desconhecido,dormente por anos.
E tal qual o seu pedido, gemo baixinho para cada investida de seu corpo contra o meu.
No escuro, sinto lágrimas escorrerem pela lateral do meu rosto, e agradeço silenciosamente por apenas eu ter ciência delas.
Desperto, alarmada. Através das frestas da cortina, vejo as cores do crepúsculo.
Eu não deveria ter adormecido, me policiei tanto… droga! Desço da cama e, passo por passo, tateio o chão atrás da minha roupa.
Tropeço primeiro em minha camisa. Abaixo-me para apanhá-la e avisto a pontinha da renda vermelha da calcinha embaixo da borda do edredom, em contato com o chão.
Ora, porcaria, onde está o restante?
Engatinho pelo espaço e nada de encontrar as peças. Não importa. Evitando fazer qualquer barulho, visto a calcinha e a camiseta, a qual cobre parcialmente as pernas, e caminho na ponta dos pés até a porta.
Próxima a ela, enxergo o sutiã vermelho. Não seria nada bom se Ana encontrasse isto, penso, ao me inclinar para pegá-lo.
Ainda de bunda pra cima, curvada, já com a alça do sutiã presa entre os dedos, eu o ouço.
— Bom dia, fujona…
Viro-me num pulo.
— Oh, merda, você me assustou — sussurro,segurando o peito.
Alfonso está com as mãos embaixo da cabeça,observando-me atento, como se estivesse nessa posição desde que eu desci da cama, assistindo à minha busca ridiculamente silenciosa.
Apesar do sorriso de canto, vejo em seus olhos o nítido desagrado.
— Já vai indo, vizinha?
Mordo a minha boca, não sabendo direito identificar o que há em seu tom.
— Eu não quero que Ana me encontre aqui de novo Poncho, acho que estaríamos confundindo ela.
Uma de suas sobrancelhas se arqueia, sem alterar a expressão.
— Em que sentido?
Ele quer mesmo discutir isto agora?
— Ela não entenderia o que estamos fazendo…
— E o que estamos fazendo?
Dou um passo à frente.
— Nos divertindo, como adultos. Sua filha pode ter uma ideia errada…
A menção do sorriso nele morre gradativamente.
— Não estou procurando uma mãe para minha filha, tampouco ela está, se é isso que te preocupa, Anahi.
Sinto meu rosto queimar. Nem sei o que dizer. Que merda de afirmação é esta?
— Não foi o que eu quis dizer… — retruco,ainda mantendo meu tom baixo.
Ele se ajeita na cama, sentado contra a cabeceira, o peito nu e o lençol cobrindo o restante.
— Então você não precisa sair fugida como uma criminosa. Eu nunca trouxe nenhuma mulher a esta casa antes. E pelo que vi você tem sua cabeça muito bem feita a respeito de como quer isto entre nós — posso estar enganada, mas a irritação está muito perto de se tornar explicita.
Respiro fundo e aperto a base do nariz.
— Alguém acordou de mau humor —resmungo.
Sua risada me surpreende.
— Não, vizinha. Eu só não quero ser o segredo sujo de ninguém.
Colocando desta forma…
— Tem razão, Poncho, nesse sentido, mas...—não encontro as palavras certas.
Olhando-me daquela maneira afiada, sério sem deixar de esboçar o sorriso, ele estende a mão.
— Então fique mais um pouco.
Ancoro-me contra o batente, ainda segurando meu sutiã vermelho enroscado ao dedo, e avalio minhas opções, entre este homem e a porta de saída…
Autor(a): ItsaPonnyWorld
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
ANAHI POV Mordo o sorriso enquanto espero meu irmão abrir a caixa onde coloquei seu presente de aniversário. Encomendei isto há alguns dias, desde que eu soube de sua atitude maluca de comprar uma moto e praticar rali. Daniel, nosso irmão mais velho, odiou a ideia. Confesso que eu também não curti muito saber q ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 86
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
cxlucci Postado em 04/11/2024 - 10:06:19
voltando aqui depois de mais de ano ver se teve update 😭😭😭
-
mileponnyforever Postado em 16/10/2023 - 00:14:09
Cadê você?!
-
mileponnyforever Postado em 15/06/2023 - 08:34:04
Pelo amor de Deus, volta a postar!
-
beatris_ponny Postado em 03/06/2023 - 02:56:34
Cadê vc????
-
mileponnyforever Postado em 31/05/2023 - 11:41:45
Cadê você?
-
mileponnyforever Postado em 01/05/2023 - 21:48:54
Cadê você?
-
beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:12
Continua....
-
beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:01
Que bom que voltou, já tinha desistido kkkk
-
mileponnyforever Postado em 10/04/2023 - 01:03:59
Meu Deus que capítulo cheio de emoção. Não some assim, você ainda vai nos matar de ansiedade!
-
mileponnyforever Postado em 16/03/2023 - 13:49:54
cade voce? Posta pelo amor....