Fanfics Brasil - Carona para escola Um novo começo - Ponny.

Fanfic: Um novo começo - Ponny. | Tema: RBD,Anahi,Alfonso Herrera


Capítulo: Carona para escola

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ANAHI POV


 


Pedir para me unir a eles no café da manhã,num momento dele com sua filha, é importante para Poncho.


Ana é importante. 


É uma das razões pelas quais estou me encantando por este homem.Ele é um bom pai,acima de tudo. Seu pedido só reforça as palavras ditas um ao outro sobre dar um passo à frente no que estamos fazendo. No entanto,aqui está a sensação de que não mereço fazer parte disso.


Deus, eu adoro aquela menina, tudo nela, mas a realidade é que sou incapaz de proteger uma criança.


Você tem que contar a ele, Anahi!, a voz chata da consciência se faz presente.


Encaro os olhos verdes sondando-me, atentos, parecendo desvendar minha mente na espera da resposta para seu pedido.


Sim, eu tenho que contar… 


Porém, não precisa ser hoje. 


Quando isso acontecer, não terei de me preocupar em sair da vida deles… Poncho me chutará para fora por sua própria vontade.


Sinto um nó seco desconfortável comprimir minha traqueia com o pensamento. Limpo a garganta para afastá-lo, e aperto mais forte o robe ao entorno do meu corpo.


— Sim, eu vou, Poncho.


Recebo o toque de seus dedos roçando carinhosamente meu rosto,investindo caminho para meus cabelos. 


Fecho os olhos por um conciso instante,consumindo a boa sensação.


— Ótimo. Eu espero você se vestir — o som profundo de sua voz grave revela satisfação.


No entanto…


— Alfonso… — mordo o canto interno da boca,pensando na maneira de dizer sem que ele interprete errado — Eu também gostaria de fazer um pedido — meu timbre transmite segurança,apesar de tudo.


Sua expressão serena é traída pelo pulsar discreto em seu maxilar.


— Faça.


— Será que podemos não contar nada a Ana,quero dizer, não neste primeiro momento, enquanto decidimos como isto — gesticulo com a mão entre nós — vai funcionar?


Sem desviar, avaliando-me, ele move sutilmente a cabeça num meneio.


— Sim, é justo — a fala profunda quase me permite respirar… — Por enquanto. Não quero esconder nada dela, Anahi.


Quase.


— Por enquanto — repito, firmando o acordo.


Parecendo querer me fazer lembrar de como me sinto em suas mãos, preguiçosamente, Poncho toma minha boca e inicia uma dança lenta,sedutora e, droga, boa demais.


Esfrego seu peito por cima da camiseta e agradeço mentalmente por não carecer ter a conversa agora.


Já sem fôlego e úmida novamente, ele se afasta,e esfrega meu lábio com seu polegar, num gesto íntimo, cheio de si.


— Acho que você prefere que eu saia primeiro —deduz, com visível bom humor.


Mole, apaixonada, aceno um “sim” feito uma tola.


— Certo — ele descansa o lábio macio sobre o meu uma última vez — Não é tão ruim quanto pensa, vizinha. Você não precisa ter medo—cochicha, num tom de segredo.


(Espero em Deus que este homem mantenha isto em mente quando chegar a hora).


Separando-se de mim com um sorriso misterioso,Poncho se prepara para sair. 


E então me lembro de algo importante.


— Poncho… — chamo.


Ele para, próximo à porta, e se gira.


— Sim?


Movo-me até a gaveta no móvel ao lado da cama, pego o embrulho e estendo para ele. 


Sua expressão de surpresa é impagável.


— Um presente — mordo meu lábio para não rir.


Eu deveria ter entregue ontem, mas no calor de tantas emoções, acabei me esquecendo.


Com um sorriso de canto, desconfiado, ele volta alguns passos, olhando para o que tenho na mão.


— Pensei que eu já tivesserecebido meu presente ontem, Annie.


— Tsc, tsc — estalo a língua — Aquilo foi um presente para mim mesma, doutor.


O sorriso se expande. (Perdição, isso não deveria mexer tanto com meu coração). Esteando os olhos em mim, ele aceita o embrulho. 


Balança a caixa de leve no ar e escuta o som, brincalhão, como se ali dentro houvesse uma bomba.


— Devo temer um vaso voador saindo daqui de dentro, vizinha?


Merda, e ele ainda faz piada. Veja se isto não é para arruinar qualquer uma!


Reviro os olhos.


Sorrindo, desfaz o laço.


Satisfeito, muito satisfeito, abre a caixa.


Dentro, encontra um relógio de aço escovado, esportivo e despojado, como seu visual. De edição limitada, o objeto é um favor, em cima da hora, conseguido com um grande amigo importador, com quem já realizei alguns trabalhos.


Alfonso avalia a peça, o sorriso vacilando, os olhos escurecendo gradativamente.


— Você não deveria gastar seu dinheiro comigo,Anahi — há tanta intensidade na maneira como ele me encara… de imediato, o ar se torna denso no quarto — Mas não vou mentir, estou feliz que tenha pensado em mim.


Engulo a pouca saliva, junto com a resposta na ponta língua. Se eu penso em você? O maldito tempo todo, homem! 


Que merda você fez comigo?


— Olhe atrás — sugiro.


E ele o faz, girando a peça em sua mão.


No verso do relógio está gravado “Annie”, em uma letra bonita. Meu apelido!


— Estou te marcando, Alfonso.


Dando um passo adiante para encurtar a distância entre nós, ele me olha de frente. 


Meu peito sobe e desce profundamente, incapaz de segurar uma respiração.


— É, eu acho que você está, Anahi.




Visto-me para o trabalho, pego a bolsa e vou até o apartamento de Poncho. 


Na porta, me pergunto se devo tocar a campainha ou bater. Opto por bater três vezes, de leve.


Não demora, o pedacinho de gente mais tagarela que existe a abre. 


Os olhos crescem contemplativos, subindo dos meus pés até chegar ao meu rosto.


— Anahí!


Impossível não gostar da recepção.


— Bom dia, Ana. Será que eu posso tomar o café da manhã na sua casa? — encolho os ombros—Estou sem nada lá na min…


Antes de terminar a frase, ela já está me oferecendo passagem. 


Noto seu uniforme escolar bem alinhado ao corpinho, os cabelos presos em um rabo ondulado escorrido e a extensa franja caindo na lateral do rosto.


— Papai! Olha quem veio tomar café aqui!— a riqueza de seu gritinho emite ondas pelo ambiente.


Meu desejo é ajoelhar a abraçá-la. 


E não resisto. 


Pegando Ana desprevenida, me abaixo diante dela, seguro sua mão, e planto um beijo.


— Tudo bem, princesa?


O olharzinho percorre sua roupa e me fita em seguida.


— Eu tenho que ir pra escola, Anahi.


E ao que parece, ela não curte muito esta parte de sua vida.


Dou uma batidinha com o dedo na minha têmpora, simulando ter me lembrado de algo.


Remexo minha bolsa e retiro o pequeno objeto.


— Eu trouxe isto para você.


— Pra mim? — impressionante como, de uma hora para outra, suas emoções podem mudar.


O encantamento admirado da criança é excitante.


Rapidinho, ela abre o embrulho e encontra a pequena pulseira dourada, repleta de pingentes em formato de vestidinhos, sapatos, bolsas, castelos, coroas e em tons cor-de-rosa. 


Quando botei meus olhos na peça, não tive como evitar. Parecia feito pra ela.


Ajudo-a a colocar, e quando termino de conectar o fecho, ela nem espera para sacudir o bracinho e ver os objetos dançarem, reluzentes.


— É tão lindo!


Toco a pontinha de seu nariz pequeno.


— Sim, exatamente como você — cochicho para que somente ela escute.


Levanto-me do chão, dou um passo para dentro e encontro Poncho apoiado ao balcão, segurando uma xícara de café. 


Em seu pulso, o presente que lhe dei. A expressão traz aquele olhar vivo, repleto de energia, a percorrer todos os fragmentos do meu corpo.


— Bom dia, vizinho. Posso? — pergunto antes de entrar completamente.


— Você é bem-vinda, vizinha — a resposta preguiçosa, até divertida, eu diria, me faz espremer os lábios.


Avisto Maíra na cozinha.


— Bom dia, Anahi! Como você está?


Ela não parece surpresa com a minha presença.


— Estou bem, e você, Mari?


A mulher carrega a garrafa térmica para o balcão da cozinha.


— Ah, eu estou bem também. Venha, sente-se aqui.


Desconfortável pela atenção dela, ainda tenho de lidar com os olhos dele em mim. Evito retribuir e sigo para o local indicado por Mari.


— Oh, sim, obrigada.


A Matraquinha já está ao meu lado, me pedindo para sentar perto dela, balançando o braço, brincando com os pingentes e nos metralhando com conversinhas sem fim. 


Ela é o centro das atenções.


Estamos todos em volta da menina, servindo, ouvindo, zelando. Exatamente como uma família funciona.


Logo Poncho pede que Ana vá escovar os dentes, para levá-la à escola. 


A palavra parece ter um efeito reverso no ânimo da menina. Curioso, na verdade. Toda a alegria em um minuto se esvai.


Desanimada e de cabeça baixa, carregando um grande peso sobre os ombros, ela faz o que o pai pediu. 


Mari a acompanha, me deixando sozinha com Poncho.


— Ela não gosta muito de ir à escola, não é?


O assunto também não o agrada, percebo em seu semblante cansado.


— Ela ainda não se adaptou. A psicóloga disse que é uma fase — remexe seu café enquanto fala.


Observo o corredor vazio, por um instante, e volto minha atenção pra ele.


— Ana frequenta uma psicóloga?


— A escola recomendou.


— Hum.


Minha língua salpica com perguntas inapropriadas. 


A maneira como isso sai dele, o fato de que alguém tão pequeno frequente um profissional assim, o acidente, a mãe…


Brinco com a borda da xícara e acabo não me contendo.


 Toco a mão dele por cima da mesa,dizendo:


— Logo as coisas se encaixam,Poncho.


Ele sorri, simples, sem ênfase, e então,quando seus olhos batem nos meus, algo novo estala entre nós. Não sei bem o que; apenas sinto aforça, a intensidade… a perspectiva de um futuro,eu acho. 


Covardemente, mudo e direção para fitar qualquer outra coisa que não ele.


— Obrigado pelos presentes,Anahi.


— De nada — limpo a sujeira invisível na minha calça de alfaiataria.


Um profundo silêncio se cria entre nós por alguns instantes, até que, quebrando o estranho clima, as duas estão de volta.


A Matraquinha retorna surpreendentemente quieta, olhos baixos, mochila pendurada nas costas.


Incomoda-me vê-la assim. 


Eu não me lembro de como era ir à escola na sua idade, acho que não gostar deve ser inerente às crianças, mas por que algo parece destoante em relação a ela?


Sei lá… Neste momento, só consigo sentir a desconfortável sensação de querer animá-la.


— Você gostaria de uma carona para a escola,Ana? — oh droga! Eu realmente disse isso em voz alta?


Tudo acontece ao mesmo tempo. 


A menina me olha, Mari olha pra ela, eu olho pra Poncho e ele…bem, ele me investiga com olhos semicerrados.


— Quero dizer, eu estou indo na mesma direção — acrescento rapidamente, encolhendo os ombros.


— Anahi, você sabe onde Ana estuda? —o tom do pai da criança é tranquilo (até demais),mas o arqueio de sobrancelha, ah, este me desafia a mentir.


Argh!


— Não, mas você pode me dizer — cochicho somente para ele, sem graça.


— Você pode me levar, Anahi? Você deixa, papai? — a criança metralha, cheia de expectativa.


Poncho provavelmente entendeu o que estou tentando fazer. 


Não nego: quero ver a menina alegre. Então por que ele me enfrenta, como se estivesse esperando eu reconhecer isto?


Sem tirar os olhos de mim, responde:


— Anahi terá de ir com meu carro.


Posso afirmar que Ana gosta muito da boa nova e Mari suspira aliviada. Quanto a Poncho…sabe-se lá Deus o que tem por trás deste seu olhar.




Noto o espírito de Ana se modificar à medida que nos aproximamos da fila de carros em frente ao portão da escola. 


Um prédio de dois andares, excessivamente colorido, gradeado, muitas crianças uniformizadas e pequeninas, funcionários na porta as recebendo, uma rotina normal.


Pelo retrovisor, observo seus dedinhos entrelaçados se retorcendo, ansiosos–apreensivos,eu poderia dizer.


Definitivamente, há algo de errado.


— Pronta? — pergunto com calma,


colocando uma expressão otimista no rosto.


Olhos tristes vão do movimento de crianças fora do veículo a mim, me encarando pelo espelho.


O peito se expande num tipo de coragem sendo sugada. É notável: a escola aterroriza Ana. E de um jeito que me aperta o peito.


— Sim, Anahi… — sibila com pouca energia.


Paro o carro no lugar correto. Destravo, repetindo os movimentos executados pelas pessoas do veículo à nossa frente. 


Uma funcionária da escola abre a porta traseira.


—Bom dia,senhor Alfonso…—mecanicamente, ela desafivela o cinto da cadeira de Ana, como deve ter feito com dezenas de crianças esta manhã.


— Bom dia — respondo.


A moça me olha por cima do encosto do banco.


— Oh! Hoje sua mãe é quem veio, Ana Carolina? — põe a Matraquinha no chão — Oi,senhora, como vai? Eu sou a Rita, inspetora.


— Eu n… — não concluo. Tampouco Ana desfaz o mal entendido.


— Tchau,Anahi — a garotinha despede-se sem ânimo.


— Boa aula, princesa — meu tom de voz complacente também não ajuda.


Assisto à inspetora fechar a porta e a conduzir para dentro do pátio. 


Coloco o carro em primeira marcha, tamborilo meus dedos no volante,dou uma última olhada no prédio antes de pisar no acelerador, e…


Droga.


Eu não deveria, sei que não deveria.


Mas nem ferrando que esta é uma reação normal de uma criança. Algo a perturba aí dentro e eu preciso descobrir o que é.


 



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Autor(a): ItsaPonnyWorld

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 86



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  • cxlucci Postado em 04/11/2024 - 10:06:19

    voltando aqui depois de mais de ano ver se teve update 😭😭😭

  • mileponnyforever Postado em 16/10/2023 - 00:14:09

    Cadê você?!

  • mileponnyforever Postado em 15/06/2023 - 08:34:04

    Pelo amor de Deus, volta a postar!

  • beatris_ponny Postado em 03/06/2023 - 02:56:34

    Cadê vc????

  • mileponnyforever Postado em 31/05/2023 - 11:41:45

    Cadê você?

  • mileponnyforever Postado em 01/05/2023 - 21:48:54

    Cadê você?

  • beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:12

    Continua....

  • beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:01

    Que bom que voltou, já tinha desistido kkkk

  • mileponnyforever Postado em 10/04/2023 - 01:03:59

    Meu Deus que capítulo cheio de emoção. Não some assim, você ainda vai nos matar de ansiedade!

  • mileponnyforever Postado em 16/03/2023 - 13:49:54

    cade voce? Posta pelo amor....


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