Fanfic: Um novo começo - Ponny. | Tema: RBD,Anahi,Alfonso Herrera
ANAHI POV
Eu poderia ter tirado o dia de folga no trabalho,mas então, olhando para a Matraquinha quando a pegamos na sala de aula (tão encantada por nos ver ali), me ocorreu que ela gostaria de conhecer o meu trabalho.
Aliás, se há alguém que gostaria, este alguém é ela.
Acertei na mosca trazendo a menina à LeCher.
Eu só não imaginava que ela fosse gostar tanto…e que eu, vergonhosamente, perderia a pequena no setor onde ficam os tecidos.
— É tão bonito — dizia para cada peça encontrada no espaço.
Em um determinado momento, seus “nem um metro” de altura submergiram no meio de tantas cores e texturas.
Tive de procurá-la, já pensando em mil maneiras de tentar explicar o sumiço ao pai da criança.Outra coisa impressionante é a capacidade da menina de interagir com estranhos.
Para cada minuto de desatenção, lá estava ela tagarelando com alguém da equipe… e a parte mais curiosa:apresentando-se como Luz da Manhã.
Droga, tão engraçadinha que eu nem sequer tive coragem de desmenti-la.
A afeição foi geral.
Agora estamos ambas diante de minha mesa de criação, com papéis e lápis de todos os tamanhos, rabiscando esboços de vestidos, aliás,“Lindos vestidos, né, Anahi?”, segundo ela.
Pedi sua ajuda para criar um modelo de princesa e a menina praticamente saltitou no lugar,batendo palminhas excitadas.
“Mas é claro, Anahi!”.
Anahi. A maneira reverenciadora como ela diz meu nome tem a capacidade de aquecer meu coração de um modo inexplicável.
Faz eu me sentir uma pessoa melhor, mais protetora.
Não dá para entender que alguém a machuque,quando tudo o que a menina transmite é a verdadeira luz.
Observo o rostinho concentrado no trabalho,sorrisinhos conspiradores, de vez em quando,escapam de seus lábios.
Giro meu olhar para o lado oposto da mesa, onde Christian permanece mudo enquanto nos assiste. Desde a noite das tequilas,tenho notado ele um tanto menos… extravagante,por assim dizer.
Dia desses, almoçando juntos, eu o questionei sobre a mudança, e a resposta me fez entender parcialmente o problema… Chris está sofrendo por amor.
Ele está apaixonado por Nilo,que ainda ama o intragável diretor, que, por sua vez, parece preferir manter as aparências em vez de assumir sua natureza.
Triângulos: sempre alguém sai perdendo.
Meu telefone vibra sobre a mesa. No visor, o nome que tem feito meu peito perder-se no ritmo.
Limpo a garganta discretamente.
— Oi… — mantenho meu tom de voz neutro.
— Oi… — a voz agradavelmente grave,rouca, me faz morder um sorriso.
— Como está sendo o seu dia, doutor? —confiro o relógio: já se passa das onze da manhã.
— Hum, uma vítima de engasgamento, um AVC, nada de mais…
—Seu senso de humor tem me impressionado, senhor Poncho.
Ouço a risada baixa.
— Eu gostaria de impressioná-la de outras formas, senhora Anahi.
— Você já impressiona… — provoco,disfarçando dos ouvidos curiosos de Christian.
— O propósito desta ligação é saber como vocês estão, vizinha, não me faça ficar duro aqui…
Deus, apesar de inadequado para o momento,meu corpo se agita com suas palavras.
— Peço-lhe a mesma cortesia.
A risada ganha vida.
— Mulher, você não colabora.
Christian me envia um olhar sagaz. Devolvo com um do tipo “não se atreva a dizer nada”.
— Ana e eu estamos bem, Poncho, nos divertindo.
Ele não diz nada de imediato.
— Obrigado, Anahi — a seriedade está de volta.
Tranco a respiração.
— Não há o que agradecer.
Outro momento de silêncio. Sua respiração é o único som que ouço.
— Repita o que você me disse hoje — pede.
— O quê? — me faço de desentendida,sentindo minha bochecha corar como uma colegial.
— Você sabe o quê…
Aperto meu lábio inferior entre os dentes.
— Eu não posso agora.
— Sim, você pode.
Bufo.
— Poncho… — argumento.
— Repita.
O homem consegue ser intenso mesmo ao telefone.
Hesito, desviando meus olhos para o desenho à minha frente.
— Ok…— suspiro — Estou apaixonada por você, Alfonso — cochicho.
Duas coisas acontecem: Poncho respira pesadamente e Christian gesticula um dedo pra mim,sibilando um “eu sabia!”.
— Eu quero você repetindo isso enquanto meu corpo estiver sobre o seu esta noite, Anahi.
Aperto minhas pernas juntas, sentada na cadeira.
— A ideia é tentadora — disfarço a voz,fingindo estar respondendo a uma trivialidade qualquer.
Ninguém pode enxergar o que Poncho faz comigo, lançando coisas assim ao telefone.
— Não é uma ideia, é um compromisso.
— Ela é uma graça, Annie — Ana Brenda diz,olhando a Matraquinha passear em sua loja.
Almocei numa lanchonete perto daqui com a menina e resolvi visitar a floricultura.
Eu amo o lugar que minha cunhada tem aqui. Não são somente as flores, é o ambiente acolhedor da loja,aliás, exatamente como Ana Brenda.
— Sim, uma criança surpreendente… —observo a menina cheirando as flores, de olhinhos fechados, sonhadora.
— Aninha é filha do Poncho? — a questão é vacilante.
Mordo a bochecha.
— É, Ana Brenda.
A mulher não faz nenhum comentário, mas praticamente vejo suas engrenagens trabalhando.
Ana Brenda é transparente e mal se dá conta.
Aninha se aproxima de nós, balançando a pulseira em seu bracinho.
Ela não tirou o acessório desde que ganhou.
Ana Brenda apanha uma flor pequena,de um ramo ao lado do balcão, e se abaixa para ficar na altura dela.
Suavemente, Brenda encaixa a flor no cabelo da criança, que permanece paradinha esperando.
— Prontinho — minha cunhada penteia com os dedos a franja de Ana para o lado, e então alisa o bracinho dela— Oh, que pulseira mais linda, Luz da Manhã.
Pois é, a doce Ana também foi enganada.
Quem nunca?
A menininha olha para a joia, orgulhosa.
— Foi a Anahi quem me deu.
— Posso te contar um segredo?
— Sim! — a pequena sussurra, levando a sério.
Ana Brenda sorri.
— Você sabia que Anahi só dá este presente a pessoas especiais? — Ana Brenda puxa a manga de seu suéter, revelando sua própria peça—Foi ela quem me deu esta aqui também.
Lembro certinho do dia em que dei a pulseira à Ana Brenda, há alguns anos.
Ela estava prestes a partir,depois de uma sucessão de burradas do meu irmão,e eu queria lhe dar algo que representasse o quanto eu já gostava dela naquela época.
Pedi que fizessem um pingente de duas flores lindas se interligando,delicadamente.
Minha cunhada nunca mais deixou de usá-la… isso significa muito pra mim.
Ao ouvir as palavras de Ana Brenda, Ana sobe seus olhinhos para mim.
Neles eu enxergo sua admiração e expectativa inocentes.
— Eu sou especial para você, Anahi?
A pergunta me pega desprevenida e também me embarga.
E então é como se um clarão de entendimento explodisse bem na minha frente. É evidente:cativando a todos, inventando nomes de princesas,tagarelando sem parar, ela quer se sentir especial para alguém. Ser amada.
Não há uma mãe presente em sua vida, as crianças de sua idade não são minimamente agradáveis com ela.
Poncho e Mari são tudo o que ela tem em seu ciclo.
Apanho o rostinho de frente, nunca falando nada tão sério antes na minha vida toda
— Você é mais do que especial para mim,Ana.Você é a criança mais linda que já conheci, e eu me sinto muito feliz quando estamos juntas.
Ela nem pisca.
E, por mais incrível que pareça, se cala,absorvendo as palavras.
Depois de colocar Ana na cama, Poncho se senta ao meu lado, em seu macio sofá, envolvendo meus ombros com o braço e me ancorando para descansar minha cabeça contra seu peito.
O gesto parece natural, é como se já fizéssemos isto há muito tempo, e a sensação divinamente boa é tudo em que consigo focar.
Uma música baixa ecoa agradável pelo ambiente pouco iluminado.
— Eu estive pensando sobre a escola… —seu timbre calmo acompanha o clima silencioso.
Respiro fundo, com discrição.
— O que você pensou?
— Não sei se insistir naquele lugar e esperar uma atitude é a escolha certa.
Não é! minha mente grita, mas a boca cala.
— Dói como o inferno pensar que Ana está sofrendo esse tipo de coisa, você entende?
— Sim, Poncho…
— Eu não quero prejudicar seu ano letivo,mas não posso permitir que minha filha frequente um lugar que faz mal a ela.
Afasto-me de seu toque para encará-lo.
— Olhe, Poncho, eu realmente não tenho nenhum direito de dar opinião, nem sequer foi certo o que eu fiz na escola, mas… eu acho que você tem razão sobre não querer enviá-la àquele lugar. Há muitas escolas pela cidade, e, na idade dela, eu penso que a mudança não será tão ruim para seu desempenho. Ana é inteligente, aprende rápido.Talvez vá adorar a ideia de mudar. Por que você não pergunta isso a ela?
Com cada palavra, sua expressão vai se tornando mais ilegível, densa, até ele estar me fitando assim, deste jeito indescritível, que provoca um reboliço em mim.
— Onde você esteve todo esse tempo… —mal tenho certeza se ouvi mesmo isto saindo de seus lábios.
Não contenho um sorriso.
— Eu estive por aí, me acidentando e esperando um certo médico vir me socorrer… —umedeço meus lábios, numa provocação —Homem,deveria ser crime alguém como você circular naquele uniforme.
Ele joga a cabeça para trás, contra o encosto e solta uma gargalhada baixa, gostosa de ouvir.
— Isso é um fetiche, senhora?
— Ao que parece, você está despertando alguns em mim… — não resisto; de joelhos sobre o estofado, monto e me aconchego em seu colo perfeitamente, uma perna de cada lado das suas.
Apoio-me em seus bíceps e desço minha boca para a dele.
É isso que senti vontade de fazer durante todo o dia.
Poncho me permite beijá-lo, mas não retribui, é como se estivesse vendo até onde vou.
Eu poderia dizer que ele não está muito animado, mas seria uma mentira: o volume em sua virilha é revelador.
Aproveito a descoberta e corro minha língua em sua boca. Com força, mordo, sugo… e me sento,soltando o peso do meu corpo contra a rigidez,pressionando-o. Um rugido brande do fundo de seu peito. Rio, e o consumo.
— Diga-me de novo… — ele rosna,enquanto dou-lhe um tempo para respirar e ataco a curva de seu pescoço, a região quente atrás da orelha. Miséria, ele cheira tão bem.
Sei o que Poncho quer.
—Eu estou apaixonada por você,Alfonso—roço-me contra seu jeans—A-pai-xo-na-da.
— Jesus Cristo, mulher — ruge, afetado.
Num piscar de olhos, estou sendo girada e deitada de costas no sofá, coberta pelo grande corpo.
Minhas pernas são afastadas por seu joelho,a mão corre livremente por baixo da minha camisa e sutiã, apanhando o seio.
Arqueio-me para o toque.
— O que eu te disse que faria,Annie?
Oh, inferno!
— Nã-não aqui… — gemo, sufocada.
Ele afunda seu rosto no meu pescoço,traçando uma trilha molhada pela pele.
— Você me deixa maluco — prontamente,Poncho fica em pé, pegando-me pela mão —Vem,vamos para o quarto.
Impossível negar.
E tal qual o doutor disse que aconteceria, tive de falar a ele o quanto estou apaixonada, ao receber profundas estocadas, lentamente extraindo todo o calor de meu corpo.
Por pouco, por muito pouco, a outra palavrinha com “A” não saiu também.
Abro meus olhos, assustada pelo que ouço,sem ainda ter certeza de que é real e não um sonho.
O quarto está parcialmente escuro.
Viro-me para Poncho dormindo suavemente ao meu lado (droga, eu não pretendia passar a noite), e escuto novamente os resmungos abafados, vindos de algum lugar.
Parece… parece a Matraquinha?
Não espero para ter certeza.
Levanto-me sobressaltada, cato uma camiseta de Poncho pelo caminho e ando apressadamente para o quarto dela.
Alguma coisa está errada,misericórdia, por estes sons, alguma coisa está muito errada.
Quanto mais me aproximo de sua porta aberta em uma fresta, mais tenho certeza de que os gemidos agonizantes vêm do quarto.
Meu coração acompanha tudo num ritmo de morte, chocando-se contra as paredes torácicas. Passado e presente se misturam quando sinto o sabor familiar do meu desespero na ponta da língua, um déjà vú. Sinto minhas pernas presas por cimento, tudo gira em câmera lenta.
De novo não, por favor, de novo não.
Empurro a porta, possibilitando que a luz do corredor invada o quarto e finalmente possa olhar a menina.
A visão me confunde.
Ana está enrolada em seu corpo,encolhida,gemendo, chorando,transpirando, abraçada… a nada. Seus bracinhos se juntam como se ela estivesse segurando sua perna entre eles.
A perna que não está ali.
— Dói — ela choraminga, num estado, não tenho certeza se de sonho ou delírio.
Sem pensar, arrasto-me para a cama de Cinderela e abraço a menina.
Toco sua testa, muito suada, mas sem febre. A agitação de seu pequeno corpo continua,chutando o coto da perna no ar.
— Ana, se acalme, eu estou aqui… eu estou aqui, princesa… — sussurro repetidamente—Shh… eu estou aqui.
Aliso suas costas, mal conseguindo me ouvir diante do bumbo surdo de pânico no meu peito. O terror de tê-la tão indefesa se espalha em cada
fragmento de minha pele.
— Eu estou aqui, minha pequena luz, estou aqui…
Ela choraminga mais e mais.
— Shh, fique calma, é só um sonho, eu estou aqui, Ana.
E vou assim,sussurrando palavras tranquilizadoras, até notar seu peito,gradativamente, subir e descer em respirações profundas, saindo muito lentamente do que quer que isso seja.
O chorinho também diminui de tom,se transformando em pequenos soluços, daqueles que emitimos quando já não conseguimos mais chorar… e caramba, isso dói em mim de forma excruciante.
— Mamãe… — por fim, a palavra é um gemidinho fraco, tão triste que me atravessa o peito feito uma navalha pontiaguda.
Não respiro.
A queimação na garganta não permite, tampouco minhas próprias lágrimas borrando a visão. Fecho os olhos por dois ou três segundos,buscando dentro de mim por equilíbrio,e então respondo.
—Sou eu,princesa.Anahí—infelizmente, falho em omitir a tristeza em minha fala.
— Anahi… — ela sussurra meu nome,sem foco.
Através da luz do corredor, enxergo seus olhinhos encharcados piscando para o nada, vazios,sem vida, num estado entre acordada de maneira letárgica e sonhando.
A sensação que a imagem traz ao meu peito é inexplicável; cheia de memórias com as quais eu venho tentando conviver há muitos anos, no entanto, que ainda machucam como se fosse ontem.
Abraço seu corpo mais forte, ninando-a juntinho de mim.
— Durma, princesa. Está tudo bem, foi só um.sonho. Só um sonho.
O ritmo de seus pulmões vai pouco a pouco se apaziguando.
Incentivo com mais carinhos circulares em suas costas até que a sinto ceder.
— Seja minha mamãe… — a vozinha é um sopro fraco, debaixo de olhinhos pesados de sono. Cerro os olhos outra vez.
— É o que eu mais queria… — mas não sou capaz, Ana. Não fui capaz de cuidar da minha própria princesa, reflito com pesar.
Deixo minha cabeça pender em seu travesseiro, abraço-a junto de meu peito, e nos cubro.
Deitada de costas para a porta, sinto o colchão se afundar atrás de mim.
O corpo de Poncho se une ao meu,abraçando-nos.
Não dizemos nada por um longo momento,apenas contemplamos os sons de nossas respirações.
Ana caiu num sono profundo, sei disso pelo ritmo com que agora seu peito se move.
— Ela sempre tem pesadelos assim? —consigo elaborar, em voz baixa, depois de finalmente dominar minhas próprias emoções e guardá-las no lugar.
— As dores que ela sente são reais. Chamam de membro-fantasma — em seu tom quebrado,reconheço a frustração.
Respiro fundo.
Mais essa para a pequena ter de lidar…
Entrelaço meus dedos aos de Poncho, fecho os olhos e não me movo do lugar entre pai e filha.
Um único pensamento me atormenta até a exaustão: eu tenho de contar a verdade a ele.
Autor(a): ItsaPonnyWorld
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Heyyy aqui está mais um capítulo,mais tarde postarei mais para revelar finalmente,o segredo da Annie. Obrigado pelos comentários!! ANAHI POV Sinto um toque muito macio pousando no meu rosto, quentinho, suave, leve. Tão bom que me convida a não abrir os olhos de imediato, apenas desfrutar um pouco mais. Lentamente, sem pressa, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 86
Para comentar, você deve estar logado no site.
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cxlucci Postado em 04/11/2024 - 10:06:19
voltando aqui depois de mais de ano ver se teve update 😭😭😭
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mileponnyforever Postado em 16/10/2023 - 00:14:09
Cadê você?!
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mileponnyforever Postado em 15/06/2023 - 08:34:04
Pelo amor de Deus, volta a postar!
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beatris_ponny Postado em 03/06/2023 - 02:56:34
Cadê vc????
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mileponnyforever Postado em 31/05/2023 - 11:41:45
Cadê você?
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mileponnyforever Postado em 01/05/2023 - 21:48:54
Cadê você?
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beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:12
Continua....
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beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:01
Que bom que voltou, já tinha desistido kkkk
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mileponnyforever Postado em 10/04/2023 - 01:03:59
Meu Deus que capítulo cheio de emoção. Não some assim, você ainda vai nos matar de ansiedade!
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mileponnyforever Postado em 16/03/2023 - 13:49:54
cade voce? Posta pelo amor....