Fanfics Brasil - No meio do pesadelo Um novo começo - Ponny.

Fanfic: Um novo começo - Ponny. | Tema: RBD,Anahi,Alfonso Herrera


Capítulo: No meio do pesadelo

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ALFONSO POV


 


Através do sistema de comunicação nos fones, ouço a informação do piloto sobre a aterrissagem no heliporto do Hospital Central.


Foram os quarenta minutos mais angustiantes da minha vida. Minha filha, eu preciso saber como ela está.


O recado de Diana não foi animador,tampouco deixou-me saber o que houve de fato.


Inferno, o que deu errado?


— Vai ficar tudo bem, Poncho — ele diz,enquanto maneja o helicóptero na pista desenhada no alto do prédio.


Não precisei pedir a Raled Saleh pela aeronave disponibilizada pela secretaria de saúde para os casos de emergência que precisariam ser transportados à capital. 


Assim que voltei ao ponto de atendimento instalado da maldita festa (após socorrer o oitavo caso de intoxicação por excesso de álcool), eles já estavam me aguardando.


— É o que eu espero… — grunho,embargado de todas as piores emoções.


Minha pequena, minha garotinha.


Não espero que as hélices parem. 


Quando o último instrumento é desligado, abro a porta e salto para fora. Já fiz este trajeto tantas vezes antes, mas hoje ele parece mais assustador do que nunca. 


O elevador não está no local. Corro pelas escadarias e vou empurrando portas, todas elas no caminho que leva à UTI. É onde está minha pequena.


Paro na recepção do andar apenas para verificar em qual ala Ana está… Com uma breve olhada de longe através da pequena janela de vidro acoplada na porta que separa o corredor ao lado de fora da unidade, eu a vejo… Anahi, sentada no chão, pernas puxadas até o peito, braços em volta de si, encolhida, vestida de pijama e um chinelo simples para a noite fria. 


Em seu rosto, enxergo o evidente pânico. Ela parece… tão frágil, tão quebrada.


Seu estado me parte ao meio. 


Quero ir até lá,arrancá-la do chão e trazê-la contra meu peito…


Vê-la assim só intensifica minha preocupação com Ana. E isso leva a melhor. Minha filha vem em primeiro lugar. Sempre.


Anahi vai entender. Eu sei que vai.


Entro no leito e imediatamente sou tomado


pela dilacerante fraqueza em todos os músculos do meu corpo. A dor que me rasga o peito é tão


familiar, tão malditamente familiar. 


É como voltar.no tempo… no dia em que a encontrei nesta mesma situação, adormecida como um pequeno anjo.


 Meu anjo. 


Minha pequena.


Olho-a descansando tão tranquilamente que é como se ainda estivesse do mesmo jeito que a deixei horas antes, em nossa casa, na sua cama de princesa. A minha princesinha.


Aproximo-me da maca sem controlar a queimação a inundar meus olhos. 


Este pequeno ser é a razão da minha vida. Antes dela, eu apenas existia. 


Ana passou a ser o único propósito de tudo.


A ideia de que ela esteja em risco é insuportável.


— Filha — murmuro, arrebentado de dentro.pra fora.


— Ana está anestesiada, Poncho…


Só então percebo Diana sentada na poltrona no canto do quarto escurecido. 


Ela se aproxima e toca meu ombro em apoio.


Meu olhar cai para a ficha de admissão com as informações de minha filha na condição de paciente. 


Leio rapidamente o prontuário… Por um instante, nem sei o que dizer. Ana teve obstrução das vias respiratórias e chegou a receber o RCP ainda em casa. 


O procedimento de reanimação cardiorrespiratória em alguém tão pequeno aterroriza até mesmo a mim, com toda a minha experiência. 


Fecho meus olhos brevemente, não suportando a dor de imaginá-la inconsciente.


— Como? — minha cabeça está em total


desordem. Não consigo realmente assimilar como isso aconteceu.


— Ana teve anafilaxia em reação à proteína do amendoim… — diz, baixo.


A explicação é um desagradável catalisador.


Tenho de tirar meus olhos do papel e encarar a médica ao meu lado.


Inferno.


 Sim, Ana teve uma pequena reação a isto quando tinha pouco mais de dois anos de idade.


Emanuelle fez testes na menina e comprovou a intolerância, mas em termos de comprometimento, era nada além de uma coceira no nariz, resolvida na época com um anti-histamínico. 


Em função disso,não permiti que Ana voltasse a consumir amendoim e deixei de comprar produtos derivados dele.


Jesus Cristo, quando foi que a intolerância evoluiu para uma alergia tão severa?


— Eu não entendo… — meu timbre é quase inaudível com a frustração — Quero dizer, de ela passar de uma coceira à seu sistema respiratório entrar em colapso…


Acontece, claro, a criança está em fase de desenvolvimento, seu sistema imunológico ainda não está estabelecido, são reações de cada organismo, mas…


Levo minhas mãos à cabeça, me sentindo um miserável.


Maldição. Eu falhei. De novo, eu falhei como pai. 


Abolir o alimento de seu cardápio, orientar Ana a não aceitar nada contendo amendoim, nada disso foi suficiente. Eu deveria ter feito a coisa certa, outros testes conforme ela crescesse. 


Há tanta maldita coisa acontecendo no momento e eu simplesmente não prestei atenção no essencial.


— Eu falhei de novo com ela, Diana…


— Não, Poncho, de jeito nenhum. Você estava longe, deixou Ana sob a responsabilidade de.alguém em quem confiava…


Estreito meus olhos para a mulher, a partir de seu tom acusador.


— O que… o que você quer dizer?


Diana me encara em seu modo profissional.


— Aquela mulher poderia ter tido o cuidado de questioná-lo, Alfonso, antes de oferecer o produto à menina. É sabido que milhares de pessoas no mundo possuem algum tipo de restrição a esta proteína, ela deveria ter te perguntado.


— Ela não é médica, Diana… — paro por um instante, olhando em volta — Aliás, por que Anahi está lá fora, no corredor, e não aqui?


Percebo o momento em que sua expressão vacila, seu olhar vai para Ana.


— Apenas familiares são permitidos nesta área, você sabe como funciona.


Mais está agora.


— Ela é da família, Diana — meu tom de voz baixo soa desnecessariamente duro.


Reprimo-me. 


Diana não tem culpa de nada disso, ela só está aqui tentando ajudar, fazendo o papel de médica e amiga que sempre foi.


Respiro fundo e suavizo.


— Eu não te disse antes, mas Anahi e eu estamos juntos, Diana — não sei exatamente o porquê, entretanto, tenho a sensação de que eu lhe devo uma explicação, somos amigos há muitos anos. Com tanta coisa acontecendo, eu nem pensei em lhe dizer nada.


— E-eu não sabia… — ela se desvia de mim, apanhando a prancheta com as informações clínicas de Ana, evitando me enfrentar.


Estamos todos sob muita tensão.


Toco no pé da minha filha, seus sinais vitais estabilizados, a respiração num ritmo regular. Bons sinais.


— Quanto você administrou nela? —pergunto em relação à quantidade de anestésico.


Diana retira a caneta do bolso da frente de seu jaleco, anota as informações do painel e volta a guardá-la.


— Ela acordará logo pela manhã, Poncho.


 


Ansiedade e apreensão são sentimentos ruins na posição de acompanhante de paciente. Se você também é médico, isto se transforma em seu pior pesadelo. 


Diana percebe o estado e alisa minhas costas, querendo me confortar.


— Vou deixar você sozinho com esta garotinha por alguns minutos, tenho de fazer a checagem nos pacientes. Estive aqui desde que ela chegou… — beija-me o rosto, gentil.


Agradeço honestamente o cuidado. Ela é uma boa amiga.


— Diana… — chamo baixo antes dela sair —Eu preciso de um favor.


— Sim?


— Peça à Anahi que venha pra cá. Eu não quero deixar Ana agora.




Anahi POV


 


 


As horas não passam. Ninguém diz nada.


Nenhum enfermeiro tem qualquer informação. Para todos que pergunto, recebo a resposta de que tenho de esperar a doutora Diana, e a bendita mulher não volta nunca. 


Deus, isto é tão horrível. 


Este lugar, estas pessoas em seus trajes brancos assépticos circulando indiferentes, como se a dor alheia não significasse nada.


Me sinto um lixo.


Tudo o que eu faço é fechar os olhos e rezar para que a menininha esteja bem. 


Já fiz tantas promessas que nem sei se viverei o suficiente para cumpri-las.


A cada vez que ouço o barulho da porta sendo aberta no final do corredor, levanto meus olhos, na esperança de que alguém venha me dizer.que a Matraquinha está no quarto, conversando, e tudo isto foi apenas um grande susto.


Depois de não sei quanto tempo, finalmente,é Diana quem retorna.


Levanto-me, fraca, ansiosa, com vertigem e calafrios por todo o corpo, e vou até a médica,cortando a distância entre nós.


— Como ela está? — pergunto antes de qualquer coisa.


A animosidade da mulher em relação a mim é notável, mas isto pouco me importa agora. 


Ela é a portadora da informação da qual necessito,independente de qualquer coisa.


— A paciente está em observação, Anahi — tão fria e sem emoções como todos os enfermeiros.


Envolvo meus braços em torno de mim,tentando segurar os tremores.


— Sim, mas o que isto significa? Ela vai ficar bem, não vai?


Os sinais em seu rosto são difíceis de ler.


Mais ainda quando ela mal de olha de frente.


— Ouça, você deve estar cansada. Eu acho melhor que vá para casa e aguarde notícias…


— Não! — corto a conversa fiada,impaciente — Claro que não farei isto! Eu vou ficar aqui, esperando uma notícia dela, esperando que Poncho chegue e…


Ela expira ruidosamente.


— Ele já está aqui, Anahi. Foi ele quem me pediu para te dizer que você já pode ir.


Alfonso disse que já posso ir?


E-ele já chegou… e está me mandando ir embora?


Minhas pernas amolecem, preciso apoiar a mão contra a parede para não ceder. 


Sinto o gosto ácido do refluxo invadir a boca. Ele não me quer ao lado da menina. 


Max provavelmente está me odiando neste momento.


 Eu estou me odiando.


Não posso nem culpá-lo.


— Só me diga que ela ficará bem… —murmuro, absorta no medo.


O olhar recebido dela não é nada otimista.


— Não há como afirmar isto agora…


Nem consigo fazer nada em minha defesa.


Derrotada, meneio a cabeça, aceitando dar a Poncho o tempo de que ele precisa.


 Arrasto-me de volta para o chão. Se ele não me quer lá agora, eu posso entender, mas não vou sair enquanto eu não souber que Ana está bem.


 


 


ALFONSO POV


 


 


Observo minha filha, o semblante suave, as respirações tranquilas. 


A pequena vai ficar bem, eu sei que vai, e me agarro a isso. Estou ciente das consequências de perder a consciência por falta de oxigenação, mas tenho fé de que minha filha é forte e vai tirar isso de letra.


Ao lado de seu leito, avisto um pequeno objeto reluzente. 


Contorno a cama e me aproximo para pegá-lo. 


É uma pulseira infantil, réplica da que dei à Anahi. 


Por instinto, viro a peça em minha mão… e encontro as iniciais A, AG e AC gravadas,interligadas.


Sinto o amor em cada contorno.


E me martirizo, imaginando o que Anahi pode ter passado estando sozinha com Ana e tendo de lidar com esta situação. 


As minhas duas mulheres precisavam de mim, e, como sempre, o destino me pôs longe.


Sua demora em vir ao quarto, não nego, é preocupante. 


O que poderia estar passando na cabeça dela? A verdade é que nenhum de nós está em seu melhor estado. 


Só vamos ficar bem no minuto em que Ana abrir os olhos.


A batida na porta de vidro me faz girar de imediato.


Não é Anahi.


É Diana.


— Você falou com ela? — questiono, pouco omitindo a ansiedade.


A mulher amua diante de mim, complacente.


— Ela disse que está muito cansada, Poncho,achou melhor ir para casa, disse que depois vocês conversam.


Calado, fico à espera de algo a mais. 


Nada.


Pisco poucas vezes, não querendo demonstrarem frente à Diana o quanto a informação me desaponta.


Eu preciso dela aqui comigo, talvez mais do que nunca…


Contudo, Anahi acabou de passar por um momento fodido sozinha. 


É compreensível que, agora que sabe que estou aqui, ela queira recuar, descansar talvez. 


Não que a compreensão acalme a sensação amontoando minhas entranhas, assolado por um pensamento rápido de que… não.


Não acho que seja isso. 


A mulher é forte, ela não acuaria neste momento.


Seu sentimento por minha filha é real, tão tangível quanto a pulseira na palma da minha mão.


Eu vi sua imagem lá fora.


 Ela estava tão desorientada quanto eu.


Este é um maldito dia ruim para nós dois.


Pela manhã, tudo ficará bem.


Sei que sim.


Eu quero e tenho de acreditar nisso.


 



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Autor(a): ItsaPonnyWorld

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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ALFONSO POV Lutar contra a morte diariamente transforma a maneira como você enxerga a vida. Frágil, a uma linha fina de romper a qualquer minuto. Sangue,oxigênio, alimento, somos um grande sistema dependente de tantos fatores acontecendo simultaneamente, e que irremediavelmente foi criado com uma validade. Pode não ser hoje, ou amanhã, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 86



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  • cxlucci Postado em 04/11/2024 - 10:06:19

    voltando aqui depois de mais de ano ver se teve update 😭😭😭

  • mileponnyforever Postado em 16/10/2023 - 00:14:09

    Cadê você?!

  • mileponnyforever Postado em 15/06/2023 - 08:34:04

    Pelo amor de Deus, volta a postar!

  • beatris_ponny Postado em 03/06/2023 - 02:56:34

    Cadê vc????

  • mileponnyforever Postado em 31/05/2023 - 11:41:45

    Cadê você?

  • mileponnyforever Postado em 01/05/2023 - 21:48:54

    Cadê você?

  • beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:12

    Continua....

  • beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:01

    Que bom que voltou, já tinha desistido kkkk

  • mileponnyforever Postado em 10/04/2023 - 01:03:59

    Meu Deus que capítulo cheio de emoção. Não some assim, você ainda vai nos matar de ansiedade!

  • mileponnyforever Postado em 16/03/2023 - 13:49:54

    cade voce? Posta pelo amor....


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