Fanfic: Um novo começo - Ponny. | Tema: RBD,Anahi,Alfonso Herrera
ALFONSO POV
Desde o minuto em que a reconheci dentro do veículo, estou tendo de aplicar um esforço extra para manter a mente concentrada e fazer o meu trabalho.
Ter Anahi na condição de vítima sendo socorrida é algo que eu jamais esperava, estou tomando de tantos sentimentos que pouco sei como gerir: saudade desta mulher, irritação pela distância de merda colocada entre nós, um incômodo no peito por ser ela a precisar de ajuda, e agora me forço a sustentar a impassibilidade diante de suas palavras.
Eu deveria pedir que Anahi poupe suas energias. Há uma séria possibilidade de concussão para esta batida acima de sua sobrancelha. No entanto, ainda que não me orgulhe aproveitar deste seu estado, opto por deixá-la falar.
Mesmo embriagada, esta é primeira conversa (se é que se pode chamar assim) que temos em muitos dias.
Prendo seus olhos nos meus, querendo entender o que, de repente, ela está dizendo. Que porra de história é essa de Diana dizer à Anahi que ela me distrai?
— Quando ela te disse isso?—sondo,calmamente.
A mulher enruga os lábios num beicinho desgostoso.
— No dia em que eu deixei aquilo acontecer à Ana… — soluça e tenta segurar a boca, mas sua coordenação e reflexo estão afetados demais para isso — Ela me deixou lá fora, Poncho,disse que você tinha me mandado ir para casa e nem sequer me deixou ver a Ana!
Lágrimas tomam posse das esferas azuis.
— Ela me pediu para me afastar de você…Eu a odeio… mas aquela cobra tem razão, Poncho! Eu preciso mesmo me afastar de vocês, eu não tenho capacidade para cuidar da Matraquinha,vou acabar machucando a todos…
A paixão na maneira como cada frase sai em meio às lágrimas, parecendo realmente ferida, me atinge forte pra caralho.
Roberta olha para trás, para nós, em silêncio,me fazendo saber que chegamos ao HC.
Não pressiono mais Anahi.
Ela precisa de atendimento, fazer exames e checar se há algum dano em decorrência da pancada, e certamente receber uma dose de glicose para combater todo o álcool em seu organismo.
Calo-me, em verdade, para assimilar e compreender o que acabo de descobrir… até mesmo nas entrelinhas.
Médicos de plantão levam uma embriagada e falante Anahi para receber atendimento.
Confiro o relógio do celular. Já é hora de encerrar o turno, e mesmo que não fosse, não pretendo deixá-la aqui sozinha.
— Roberta…
— Fique, Alfonso… — Roberta toca meu ombro— Eu levo a ambulância de volta ao batalhão —ela muito provavelmente ouviu tudo o que foi dito entre nós.
Enquanto minha mulher passa pelos cuidados necessários – sim, Anahi é minha mulher —, me encarrego de esclarecer algo que eu já deveria ter feito.
Aperto as extremidades da mesa em que estou escorado e a espero em seu consultório.
Aproveito o tempo para botar os pensamentos em.ordem.
Dizer à Anahi para se afastar de nós? O que, raios, ela pensa que está fazendo tentando interferir na minha vida desta forma?
Embriagada ou não, o que Anahi disse revelou um lado desconhecido de Diana. Deixar minha mulher para o lado de fora do quarto de Ana, fazê-la acreditar que eu não a queria lá… Que tipo de pessoa é essa?
Nós nos conhecemos há tantos anos, como alguém pode simplesmente esconder uma face tão obscura?
A culpa é minha.
Eu realmente não me atentei às coisas como estavam acontecendo. Levei esta situação por tempo demais, a mantive por perto quando não deveria e, talvez por isto, enganosamente, ela acreditou que tinha algum direito de interferir na minha vida.
Não consigo deixar para outra hora.
Eu deveria voltar à sala de espera, mas Anahi merece este confronto.
Lembrar do modo como a encontrei naquele corredor… Não. Magoar minha mulher foi além do que eu permitiria que qualquer pessoa fizesse.
Ouço seus passos vindo para a sala.
Inspiro profundamente, no controle. Ao abrir a porta e me encontrar, ela sorri… e é como se eu a enxergasse verdadeiramente pela primeira vez.
— Olá, Diana.
— Poncho! Surpresa boa você aqui…
Ela caminha para mim. Tocando meu ombro, a mulher beija meu rosto… e, merda, até mesmo seu perfume hoje me repele.
Analisando-a melhor, repensando a versão de Anahi sobre tê-la agredido, busco em minha memória detalhes daquele dia.
Quando retornou ao leito de Ana, Anahi parecia mais distante,atordoada e…Miséria.
Eu não deveria incentivar a ação, mas, honestamente, sinto vontade de rir sobre como aquela loira ainda consegue me surpreender.
Afasto-a de mim, não tolerando muito mais do contato.
— Como você está? E a Ana? Pensei em passar lá esta noite e… — gesticula, me.apontando— Olha só você aqui, que surpresa boa. A emergência está tão lotada que eu nem te vi chegar— o entusiasmo agora me faz duvidar se a preocupação com minha filha é legítima.
Inferno, quanto mais esta mulher poderia dissimular?
— Eu gostaria de conversar com você —manter meu tom neutro é um desafio.
Seus olhos caem em mim, numa avaliação confusa.
— Sim, sim, claro. Aconteceu alguma coisa?
Ainda apoiado contra a mesa, cruzo os braços diante do peito.
— Quem te deu o direito de falar todas aquelas coisas à Anahi?
Observo seu rosto empalidecer.
Tenho a impressão de que o corpo encolhe alguns centímetros, indo um passo atrás.
— Que coisas? O-o-que aquela mulher te disse?
Arqueio a sobrancelha, demonstrando que não tenho tempo ou inclinação para joguinhos.
— Ora, Poncho… — ela bufa — Não é possível que você esteja aqui para isso… Quero dizer, o que foi que ela disse?
— Tudo — não revelo nada em especial,quero tirar a prova e saber se estive mesmo tão enganado com a imagem que eu fazia dela.
No fundo, gostaria que o seu comportamento tivesse um motivo justificável, mas é difícil, a contar que ela deliberadamente feriu Anahi, no
momento em que minha família se encontrava mais fragilizada.
Encaramo-nos por alguns segundos.
Ela em seu papel de quem está sendo atacada sem motivo, uma vítima, e eu? Impaciente para esta baboseira de teatro.
Isto me cansa.
— Você sabe como eu a encontrei, naquele dia? — meu tom é duro, sem desvios — Encolhida, no chão frio, tremendo como uma doente, acreditando mesmo que eu não a queria ao lado de nossa menina…
— “Nossa menina”? — ela repete com escárnio, soando escandalizada, diferente da pessoa
suave e leve de sempre — Você ouviu o que disse?Ana não é filha dela, Alfonso!
A verdadeira mulher começa a aparecer.
E uma miserável sensação de decepção vem me assolar como um soco desferido na boca do estômago.
— Ana e Anahi têm uma conexão que talvez você nunca entenda, Diana… — rosno— Uma pertence à outra, mais do que laços de sangue podem fazer.
Seu riso, sem vida ou beleza, é algo que eu ainda não tinha visto.
— Isto é um absurdo — sacode a cabeça,para si— Sabe o que é realmente impressionante? Seu tino para atrair essas interesseiras para sua vida. Como um ímã. E você nem mesmo se dá conta!
Desgrudo meu corpo da mesa.
— O que você pensa que sabe a respeito dela nem de longe poderia ser mais equivocado. E, ainda assim, minha vida não lhe diz respeito,Anahi não lhe diz respeito. Interferir ou dizer qualquer merda para ela não está em seu direito. Eu jamais te permiti isso, Diana — cuspo as palavras sem nenhuma polidez, assim como ela não teve.
— Não. Não permitiu — lambe o lábio, limpando secamente uma lágrima afiada que lhe desliza pela face, encarando o teto — Você nunca.me permitiu nada, Poncho. Sempre me tratou como seu cano de escape! — então corta os dois passos de distância entre nós e empurra o dedo contra meu peito, acusatória — Você ao menos se dá conta disso? Se dá conta que fui eu quem sempre esteve lá por você? Sempre eu!
Semicerro meus olhos.
— Mas de que diabos você está falando,mulher?
— Estávamos juntos quando você me trocou pela maldita Belinda! Como você pensa que eu me senti? Como você pensa que eu ainda me sinto, lhe vendo você tomar uma decisão errada atrás da outra e sempre me colocando em segundo plano?
Jesus Cristo, de onde foi que ela tirou essa porra?
Diante do devaneio distorcido dos fatos, sou obrigada a ser mais duro.
— Nós nunca estivemos juntos, Diana, nem antes de Belinda, nem depois.
— Você vivia na minha cama quando eu te apresentei àquela bêbada! Nós estávamos juntos,sim! — grita, descontrolada.
— Caralho, Diana. Qual é o seu problema? Em sua cama e de todas as mulheres que eu podia, estávamos na universidade, garotos agem assim, porra, éramos todos jovens se divertindo! —eu nem mesmo posso acreditar que esta discussão está em causa.
— Você era meu, Alfonso! Eu te deixava ficar com outras, mas sabia que no fundo nós — seu dedo empurra meu peito mais uma vez — Nós tínhamos algo especial.
Esfrego meu cabelo, buscando por paciência.
Esta pessoa frente a mim é uma completa estranha.
— Nunca houve um “nós”, Diana. Nunca houve. Se transávamos de vez em quando, para mim sempre foi somente isso — falo calmo, apesar
de tudo.
— Como você pode dizer isto? Eu aceitei te.ver casando com aquela mulher, aceitei até mesmo dividir você com ela. Se ela te amasse de verdade,jamais teria aceitado este tipo de arranjo, e quer saber? — não me movo enquanto ela me golpeia o peito, desequilibrada — Quando eu dei a ideia.destas malditas merdas que fazemos, ela aceitou sem nem mesmo pensar duas vezes! Eu jamais te dividiria com nenhuma outra, e ela o fez! Agora estou vendo exatamente a mesma história se.repetindo e você se envolvendo com o mesmo tipo de mulher!
Escutar a forma desdenhosa como ela insiste em se referir à Anahi é meu ponto de ruptura.
Apanho seus ombros, impedindo-a de continuar com socos em meu peito e a obrigo a me encarar.
— Você e sua visão distorcida de como as coisas são pouco me importam, Diana. Agora escute com atenção: pense muito bem antes de comparar Anahi com qualquer uma de vocês.Ela é minha mulher, Ana se importa com ela, eu me importo com ela e…
Ela me corta.
— Sua bastardinha aleijada se importa com qualquer um que estale os dedos! — grita em meu rosto.
E meu limite chega ao fim.
— O que foi que você disse…? — mal escuto o tom sombrio de minha fala.
Ela, por outro lado, se afasta um passo, olhos arregalados, tapando a boca, ciente do que acabou de dizer.
Meu peito arfa, os músculos reverberam violentamente.
Por tudo o que é sagrado, eu nunca toquei um dedo sequer em qualquer mulher, me ajude a não fazer isto agora.
— Você é uma cadela fria, Diana. Se há algo a que eu devo agradecer é por sua maldita máscara ter caído agora. Tudo o que vejo diante de mim nesse momento é uma pessoa seca de sentimentos, rancorosa, vazia. Em respeito à amizade que eu pensava haver entre nós, eu vou te dar um aviso justo: afaste-se de mim, de Ana e de minha mulher. Nem sequer cruze nossos caminhos novamente, ou você terá mais motivos para se lamentar a meu respeito.
Antes de perder completamente o controle, distancio-me dela, deixando-a ali, em meio a lágrimas.
Meu nome sendo gritado é tudo o que ouço antes de bater a porta. Que Cristo tenha piedade, mas eu nunca mais quero ver essa mulher novamente.
Agora tenho de resolver as coisas com quem realmente importa.
Tirar daquela cabeça teimosa essa porcaria de ideia de que não tem capacidade de estar com a gente.
Ela tem seus motivos para se sentir insegura, eu concordo.
Perder um filho deve ser a dor mais desgraçada para um ser humano, mas eu estou aqui, Ana está, e a família que ainda quero ter com ela merece que a mulher se livre de uma vez desses fantasmas.
ANAHI POV
Minha cabeça foi atropelada por uma manada de elefantes, dos mais gordos, participando de uma maratona num programa de obesidade.
Nunca doeu tanto.
Nem mesmo consigo gemer dignamente.
Lembro direitinho das tequilas e, a julgar pelo teto claro acima de mim, a situação com bater o carro e poncho me resgatar muito provavelmente não tenha sido um sonho.
Quem no mundo tem mais azar do que eu?
Vê-lo naquele uniforme e ser socorrida é uma fantasia que nunca realizei, pois ele voltava do trabalho sempre de banho tomado e roupa trocada, e quando eu tenho tal oportunidade (digamos assim), estou bêbada demais para aproveitar.
Meu anjo lá em cima deve estar bem contente comigo.
Da maneira que posso, corro meus olhos pelo lugar… e paro quando encontro um par cinza fitando-me atentamente.
Semblante cansado, olhar afiado, intenso, uma ruga fina em sua testa e a barba por fazer.
— Deus, como você é bonito… — murmuro,sem poder evitar.
O que penso ser um discreto, quase imperceptível, arranhar de lábios num meio sorriso é tudo o que ele me dá.
E então se levanta e caminha lentamente para mim.
Melhor assim, movimentos bruscos só vão me deixar mais zonza.
— Como você se sente? — pergunta de um modo suave, apesar do tom grave, profundo.
— Uma porcaria…? — devolvo a resposta como um tipo de pergunta desconcertada.
Poncho expressa um enrugar de lábios, em repreensão.
— Eu imagino.
— Que horas são?
— Pouco mais de onze da noite.
— Hum… — mordo o lábio, constrangida demais para continuar a conversa.
Ele aqui comigo, de uniforme…
— Você ainda está a trabalho? — sussurro,rouca pelo cochilo.
Noto-o puxar uma respiração mais longa.
— Não, Anahi. Eu estou esperando você acordar para te levar para casa.
Movimento fracamente a cabeça, entendendo.
Nem sei o que dizer.
Estou envergonhada por agir.como tenho agido, já nem sei mais o que pensar ou o que é certo. Alfonso é o cara que sempre idealizei em minha mente… Toda vez que eu penso em como.será minha vida longe dele, um pico de pressão arde meus olhos, num prenúncio de que eu jamais vou poder tirá-lo de dentro de mim.
— Você sente alguma dor?
Inspiro fracamente.
— Na cabeça, uma tontura, mas acho que vou sobreviver… — brinco, para aliviar a nuvem densa.
Ele não ri.
— A doutora Samira deixou uma receita de medicamentos, em caso de dor. Você tem um corte em seu supercílio que precisará de cuidado, mas isto é tudo, não há qualquer concussão ou dano maior. A dor de cabeça passará dentro de algumas horas.
— Certo, obrigada, doutor.
Com as mãos nos bolsos, ele não se move, e eu sinto uma falta miserável de seu toque contra minha pele.
Tenho vontade de pedir por isso.
Pela seriedade de seu rosto, acho que não tenho mais este direito.
— Você pode dormir mais um pouco ou ir para casa agora. Está em seu critério, Anahi. Eu recomendo que descanse aqui e…
— Eu quero ir pra casa, Poncho… —interrompo, e desvio meus olhos para o que estou prestes a pedir — Hum… Será que você pode me ajudar a levantar? Eu preciso usar o banheiro.
Quando inicio o esforço para me movimentar,Poncho já está me apanhando em seus braços, caminhando comigo até o banheiro anexo.
Seu calor, cheiro, força. Misericórdia divina, como é bom estar com ele.
— Não me olhe assim… — adverte com a fala baixa.
— Assim como? — murmuro.
— Como se quisesse estar comigo.
Engulo em seco, sem ter o que responder.
Sua narina se dilata, espreitando minha reação.
E então se pronuncia.
— Nós estamos indo para resolver tudo isso.Não se engane, Anahi.
Autor(a): ItsaPonnyWorld
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
ANAHI POV Alfonso dirige compenetrado no caminho de volta para casa. Depois que saímos do hospital,pouco conversamos, tornando o silêncio no interior do veículo quase ensurdecedor. Avalio seu perfil por alguns instantes, ainda no uniforme de socorrista, muito sério, prestando atenção no trânsito à nossa fr ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 86
Para comentar, você deve estar logado no site.
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cxlucci Postado em 04/11/2024 - 10:06:19
voltando aqui depois de mais de ano ver se teve update 😭😭😭
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mileponnyforever Postado em 16/10/2023 - 00:14:09
Cadê você?!
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mileponnyforever Postado em 15/06/2023 - 08:34:04
Pelo amor de Deus, volta a postar!
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beatris_ponny Postado em 03/06/2023 - 02:56:34
Cadê vc????
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mileponnyforever Postado em 31/05/2023 - 11:41:45
Cadê você?
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mileponnyforever Postado em 01/05/2023 - 21:48:54
Cadê você?
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beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:12
Continua....
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beatris_ponny Postado em 16/04/2023 - 16:33:01
Que bom que voltou, já tinha desistido kkkk
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mileponnyforever Postado em 10/04/2023 - 01:03:59
Meu Deus que capítulo cheio de emoção. Não some assim, você ainda vai nos matar de ansiedade!
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mileponnyforever Postado em 16/03/2023 - 13:49:54
cade voce? Posta pelo amor....