Fanfic: C.I.F.D (+16, +18) Criminal Holmes III PARTE II | Tema: Romance, Policial, Drama, Suspense

Hannah 

Nunca foi um talento meu fechar a boca tão cedo, a geleira continuada da madrugada me forçou a deixar ainda coberto os meus pés e a enxergar uma solução no vapor do café. A queda no tapete branco e peludo apressou mais cedo a minha preguiça, a mudança no controle para o reality show não melhorou em nada a canseira dos meus olhos. A batida da porta no primeiro andar foi a coisa mais compreendida por mim, o ardor da minha língua foi mesmo consequência da agitação que eu já sofria com a escuta das passadas mais pesadas na escada. Primeiramente, que eu não me importei tanto para o exercício rápido das patas do Zezé, o encontro da cauda laranja nos meus braços foi esquecido depois por cabeçadas. 

Eu fingi que não tinha visto o avantesma maior estacionar na cozinha, a atitude para o diálogo me realocou para uma geleira de inverno.

- Acordou essa hora porque? 

Eu senti necessidade de apressar a produção de saliva.

- Dormi cedo ontem. 

- Volta a dormir você não vai sair. 

Vislumbrar a fatia de pão na mão dele sem agilidade para engolir o café foi a primeira etapa de eu conseguir um pouco de coragem para debater com ele novamente.

- Eu saio depois que o senhor for embora. - Não tive consciência ao acúmulo de ar nas minhas bochechas.

- Espera eu chegar pra você ver o que eu faço com você.

Nitidamente, que a olhada de Tasha para a degustação dele no café me levou a crer no desacerto dela na passagem da manteiga no pão. Eu me esqueci dos bons modos e na súbita erguida ridicularizei com a batida de pé. 

- Isso é ridículo! 

Nosso problema em questão vinha sendo debatido desde a segunda feira, a má sorte com a dispensão do expediente nas vinte e uma me obrigou a enfrentar o capeta desde a entrada em casa. A boa especialista do bom entendimento das emoções humanas veio me socorrer em primeiro instante, os gritos foram reservados e nem muito menos Tasha pode se desviar dos ataques de endiabrura ainda dentro do quarto.  

Eu cruzei os braços com a face já amargada. 

- Eu estou sendo obrigada a trabalhar porque o senhor não está me dando nada. 

- Eu já disse o porquê. 

- Nem posso sair que sou obrigada a levar água e comida de casa, isso também é ridículo.

A intromissão de Tasha teve a intenção apaziguadora até os segundos seguintes ser silenciada pela opressão das ordens e da faca de pão erguida na mão dele. Eu apressei a minha subida ainda no rosário de broncas, a batida na porta do quarto nem incomodou a Kya, a inconsciência dela ainda se manteve forte com o meu fungado de nariz. A recolhida do celular me motivou a ter uma boa estratégia. 

- Eu vou me atrasar. Estou com um problema.

Meu erro foi acreditar na espera para a visualização. 

- Você pode me dizer qualquer coisa. 

Eu desisti e me escondi facilmente nas cobertas, a tentativa de entrar novamente no sono foi um fracasso e a batida fraca na porta me pegou de surpresa. 

- Eu não vou pra lugar nenhum. - Espremer os dedos dos meus pés aliviou um pouco o frio.

- O Aidan já saiu.

A entrada dela em completa mansidão desfez a minha birra inteira, eu não obriguei mais os meus olhos a escoarem sem falar que o afago contínuo nas minhas pernas me deixou com o coração abrasado por inteiro.

- Eu queria que ele parasse de ser tão chato. - Posicionei o meu assento à cama com uma súplica. - Me deixa ir. 

Eu já deduzi o levante dela de covardia. 

- O que eu vou dizer para o seu pai?

- Eu chego mais cedo.

Não houve dificuldade para ela se render, a cruzada de braços dela ainda era de aflição e antes mesmo da minha passagem pela porta o dinheiro foi a última coisa que ela depositou na minha mão. Eu não poupei as energias das minhas pernas, a caminhada até a estação foi desviada da fome com o anúncio do primeiro tremor ainda na escada. Eu não exagerei empurrando o meu corpo para o vagão, minha quietude na janela seguiu adiante até Novi Sid e o embarque no ônibus. A trajetória na floresta não poupou as minhas pernas, alcançar a casa com tanto silêncio não foi um enorme problema, a minha procura no piso amadeirado pela brecha do esconderijo da chave. Eu tinha dado a ideia para o Anton na terça, a cara seca dele já me adiantou conhecer uma parte da dureza, para o meu atraso houve sinônimo de irresponsabilidade, a saída mais cedo era nítido como preguiça, mas no fim ele se conscientizou com o esconderijo da chave.

Eu dei uma grande prioridade para a vistoria no celeiro, a roedura dos coelhos mais pequenos e alvos ainda estava nas cenouras novas, praticamente, residiam três crias. Minha entrada em questão na cozinha pela porta dos fundos foi bastante libertina, o conhecer dos pontos escuros ao redor da casa pouco me importou e encontrar uma sessão bastante saudável na geladeira incomodou o meu estômago de vez. A única opção mais aceitável esteve no queijo de cabra, praticamente que eu deixaria os meus vestígios no armário modulado de castanheira na procura pelo pão, abusar da crosta mais torrada na torradeira me deixou até mais satisfeita com o queijo.

Minha busca pelo celular dentro da mochila foi incerta e vergonhosa, as mensagens enviadas mais cedo visualizadas e ainda sem respostas.

- Eu já cheguei na sua casa.

Eu tentei ser mais honesta com a diminuição do queijo. 

- Peguei um pedaço do seu queijo.

- Você me manda vim no horário certo e eu não tenho tempo de fazer nada. 

O milagre do status em online levou para a digitalização.

- Não fica mexendo na minha cozinha.

- Pode ver na gravação das suas câmeras que eu somente cortei o queijo de cabra.

- E é horrível. 😛

A falta de respostas dele ainda se manteve até a lavagem da louça, a abertura aleatória do armário não serviu para o estoque do pão, o espaço ocupado por caixas lustrosas para os meus olhos me adiantou a abrir uma outra porta.

- Você está preocupado se vai sumir alguma caixa de M&M?

- 🤭

- Se sumir alguma coisa da minha casa eu processo você. 

- Eu só tenho quinze anos.

- Até se estiver algo fora do lugar? Você tem que ter a mente fraca.

Pela demora não haveria de ter mais respostas. Eu não demorei a guardar o queijo ruim na geladeira, a necessidade da água foi uma coisa pensada e eu me debandei novamente para uma porta do armário. A primeira vista dos copos longos de vidro foi a visualização mais fraca da caixa vermelha no canto do armário. 

Todo terror de nomenclatura de saúde ficou insignificante com a busca da bula, o exagero de letras me levou rapidamente a canseira e a minha satisfação somente esteve na introdução da primeira página, na explicativa rápida do antidepressivo.