Fanfic: Improvável | Tema: Stranger Things
~Billy~
Eu levei um tempo para me recuperar do que tinha acontecido e conseguir sair do banheiro, rezando para não encontrar a Max; eu não sabia como ia encará-la, mas definitivamente seria um problema para o dia seguinte. Eu não estava com cabeça para pensar naquilo naquele momento, aliás, já estava quase a ponto de mandar todo mundo embora; fumei pelo menos mais três cigarros e bebi mais uns dois copos de alguma coisa que nem percebi o que era.
E, ainda assim, não conseguia parar de pensar nela. E como eu queria me certificar de que ela não estava com ninguém...
– Cadê a sua ruivinha? – Robin apareceu ao meu lado; ela tinha a incrível habilidade de praticamente surgir do nada e nas piores horas.
– Eu não sei. Você não estava com a língua na garganta dela no jogo da garrafa?
– Esse foi um caso a parte. Max tomou uns oito shots de tequila, a gente devia procurar ela...
– 8 shots de tequila? – repeti, largando o copo na pia. – Você deixou ela tomar 8 shots de tequila? – Robin me olhou irritada.
– Eu não deixei ela fazer nada... eu nem estava perto!
– E por que não?
– Ah, você preferia que eu estivesse? – bufei; preferia que eu não tivesse deixado Max sair daquele banheiro. – Por que você não estava perto? A Max não é tipo o seu bichinho de estimação?
Eu queria gritar com ela. Quem essa garota pensava que era para falar assim? Mas tinha um problema mais urgente. Max já estava bêbada quando entrou no banheiro, ela não estava acostumada a beber e tinha tomado mais 8 doses de tequila... Isso não era nada bom. Significava que ela devia estar num estado totalmente transtornado, fora de si e seria muito fácil para qualquer um fazer o que quisesse.
Comecei a olhar ao redor; a casa não era grande, não tinham muitos lugares em que ela poderia estar... Mas a quantidade massiva de gente e a fumaça anuviando o lugar não ajudava.
Comecei a andar entre as pessoas, prestando atenção em qualquer pessoa que pudesse se parecer com Max; felizmente não foi difícil achá-la. Ela estava cambaleando no corredor, parecendo um zumbi, apoiada nas paredes, meio perdida. E entrou no meu quarto logo em seguida. Por que ela estava indo até o meu quarto?
Comecei a ir atrás dela quando percebi que outra pessoa, o Joshua, a estava seguindo e também estava prestes a entrar. Eu o puxei pelo braço, praticamente o arrastando para longe dali e o coloquei contra a parede, mantendo o meu braço em seu pescoço.
– O que pensa que estava fazendo? – gritei.
– Eu... eu só estava... – ele começou a gaguejar.
– Estava indo atrás da Max – bati suas costas contra a parede de novo, dessa vez mais forte.
– Não... não, eu ia... eu só...
– Ia abusar de uma garota bêbada?
– Não... eu...
Não deixei que ele completasse a frase. Acertei seu queixo; um soco foi o suficiente para derrubá-lo e, no segundo seguinte, eu já estava desferindo outros três. Joshua estava sangrando e tossindo no chão quando senti alguém segurar meu braço.
– Billy! Para com isso, chega! – era Robin, que olhava apavorada para o garoto e para mim.
Algumas poucas pessoas se juntaram ao nosso redor, já que a maioria estava chapada ou bêbada demais para se dar conta do que acontecia.
– Você ficou louco? – Robin perguntou, abismada. Respirei fundo e levantei.
– Já achei ela – falei. Ela olhou para Joshua, que ainda estava no chão, agora se arrastando para longe de mim.
– Ele...?
– É – assenti. – Avisa todo mundo que a festa acabou.
– Sabe que metade dessas pessoas não está nem em condições de voltar para casa, não é?
– Tá, tá. Só avisa que de manhã quero todo mundo fora.
Suspirei antes de entrar no quarto. Fechei a porta; eu sabia que tinha deixado as coisas passarem de alguns limites entre nós, mas Max não estava tão bêbada a ponto de perder a noção das coisas, ela ainda estava razoavelmente ciente.
Agora era outra história; ela devia estar praticamente em coma alcóolico, não ia deixar que ninguém nem chegasse perto.
A porta do banheiro estava entreaberta e a luz estava acesa; entrei devagar. Max estava sentada no chão, a cabeça encostada no armário e os olhos fechados. Me aproximei.
Ela abriu os olhos e me encarou.
– Acho que não estou bem... – Max disse numa voz arrastada. Sentei na beirada da banheira, ao lado dela. Eu também não estava no melhor dos estados, mas estava bem melhor do que ela; ainda tinha ciência de tudo que estava acontecendo.
– Claro que não está bem. Você bebeu pra cacete... – ela resmungou e apoiou a cabeça na minha perna.
– Acho... que vou vomitar...
– Estou genuinamente surpreso por não ter vomitado na casa inteira ainda. Você tomou 8 shots de tequila, tem noção do que é isso?
– Não...
Óbvio que não. Max não sabia beber, não estava acostumada, não ia a festas e nem bebia tanto quanto eu. Ela não fazia ideia do quanto tequila podia fazer mal, ainda mais em grandes doses... a única outra vez que ela bebeu foi com o Harrington e esse não era um bom parâmetro.
– Vomita então – falei, levantando a tampa do vaso. – Vai se sentir melhor.
Por experiência própria, tirar uma quantidade razoável do álcool do corpo era horrível, mas acabava melhorando depois. Levei um bom tempo até descobrir qual era o meu limite, e eu comecei a beber cedo demais, não era um exemplo a ser seguido; esperava que Max não tivesse esse costume.
Ela se afastou, tossindo e enfiou a cara no vaso, segurando nas bordas com as mãos. Segurei seu cabelo em um rabo de cavalo; seria quase um pecado deixar aquele cabelo sujar. Ela vomitou por um tempo, com ânsias e ainda tossindo, depois voltou a deitar no meu colo e eu dei descarga.
– Sabe... que eu gosto de você... não sabe? – ela disse, respirando lentamente.
– Não começa com isso de novo – falei, enquanto tirava os fios ruivos que estavam grudados em seu pescoço.
– Sobre o que aconteceu antes...
– Não é hora, nem lugar para falarmos sobre esse assunto – ela não discutiu.
Esperei um tempo para ver se ela ia vomitar mais, mas Max só continuou apoiada em mim, ocasionalmente abrindo e voltando a fechar os olhos, a respiração profunda.
– Não me sinto melhor... – ela disse com a voz chorosa.
– É, você bebeu muito. Muito mesmo...
– A ressaca vai ser terrível amanhã – Max resmungou.
– Nem tanto. Você meio que acabou de vomitar mais da metade do que bebeu... e tem Sprite na geladeira, ajuda bastante na ressaca.
Max começou a tremer. Eu imaginava que seria o frio por causa da desidratação e porque ela estava usando roupas extremamente curtas e jogada no chão gelado; o álcool dava a sensação de estar quente, mas agora que ela tinha colocado tudo para fora, isso tinha acabado.
– Acho melhor você descansar falei
– Tem... gente no meu quarto... a porta está trancada.
Eu não estava em condições de ir até lá expulsar ninguém e quem quer que estivesse lá, não ia sair tão cedo.
– Você pode dormir aqui – teoricamente era um pouco culpa minha que alguém tivesse invadido e se trancado no quarto dela.
Eu a ajudei a levantar e nós dois quase caímos.
– Escuta, eu também estou bêbado, então, por favor, cuidado – Max praticamente se jogou em cima de mim. – Porra...
– Você está?
– É... a diferença é que eu passei bem longe da tequila.
Eu comecei a ficar meio irritado; queria dizer o quanto Max tinha sido irresponsável, que ela não devia ter saído do quarto, não devia ter entrado naquele jogo da garrafa idiota e nem ter bebido tanto assim. Não ia adiantar nada. Max já estava fora de si, perdida; eu não ia agravar a situação gritando com ela. Eu praticamente a carreguei até a cama; ela estava gelada, ainda tremendo, mas não disse uma palavra.
– Toma isso, ok? – entreguei a ela um copo de água e ela fez que sim.
– É horrível... o que é isso? – Max disse fazendo uma careta.
– É água.
– Ah... – ela devolveu o copo para mim. – Não quero.
Respirei fundo. Tudo bem, ela ia acordar de madrugada morrendo de sede.
Fui até o armário; eu não costumava usar moletons, tinha poucos e só usava para dormir quando estava frio, mas imaginei que seria o mais confortável que ia achar no meu armário para emprestar para Max dormir; e era quente, ela precisava disso.
Entreguei a blusa a ela. Max colocou por cima das roupas que usava e mais parecia um vestido nela.
– Eu já volto – falei e saí do quarto.
Bom, uma parte do problema estava resolvido. Não tinha quase mais ninguém na casa, exceto por algumas pessoas, incluindo Robin, deitadas no sofá no tapete, espalhadas no chão da sala.
– Como ela está? – Robin perguntou; ela estava deitada no colo de outra garota, que já devia estar no quinto sono.
– Bem.
– Cuida bem da nossa ruivinha... – cruzei os braços.
– Nossa?
– Sua... você entendeu – revirei os olhos.
– Eu vou cuidar.
Max já estava deitada quando voltei, por cima das cobertas, uma perna dobrada e outra esticada, abraçando um dos travesseiros. Não contive um sorriso; era uma cena fofa... ela ficava linda dormindo. Ainda mais do que quando estava acordada.
Tirei minhas roupas e coloquei uma bermuda. Tinha sido uma noite louca... Eu ainda não estava pensando muito bem, nem queria pensar sobre tudo que tinha acontecido. Estava começando a sentir o cansaço do dia.
Olhei para Max mais uma vez; as pernas ainda estavam descobertas e eu não tinha certeza se ela estava com frio ou não. Me aproximei e tentei pegar as cobertas embaixo, sem acordá-la. E falhei miseravelmente.
– Billy? – Max sentou na cama e olhou para mim.
– Só ia te cobrir.
– Você vai dormir aqui?
– Relaxa, eu vou dormir no chão – não era bem o que eu queria, ia acordar com uma puta dor nas costas e duvidava que fosse dormir bem, mas era a única opção, já que o sofá estava ocupado.
– Você pode ficar aqui, na cama – Max entrou debaixo das cobertas.
– Max, eu não acho que... –ela me puxou pelo braço antes que eu concluísse a frase.
Se eu estivesse sóbrio, teria tido forças para me desvencilhar de suas mãos, mas, ao invés disso, me desequilibrei e caí na cama, sentado ao lado dela.
– Fica... por favor – como é que eu podia dizer não para aqueles olhos azuis e aquela voz doce? Era impossível. Cedi; não estava com paciência, nem com vontade de começar uma discussão.
Deitei ao lado dela, puxando as cobertas.
Max estava virada de costas para mim, encostada na parede; a cama não era exatamente grande, fiquei mais na ponta, imaginando que ela não ia querer ficar tão perto.
Um tempo passou e eu pensei que Max já estivesse dormindo quando ela sussurrou.
– Billy?
– O que foi? – respondi, olhando para o teto; estava começando a sentir o sono pesar.
– Você... pode me abraçar? – Não. Claro que não. Tudo tinha um limite, eu já estava dormindo na mesma cama que ela, me pedir para abraçá-la já era abusar.
Mas eu já tinha ultrapassado limites muito maiores naquela noite... já tinha deixado ela me chupar... o que era um abraço em comparação a isso? Já estava tudo estranho mesmo, além disso, eu queria... queria senti-la mais perto.
Passei os braços ao redor de Max com facilidade, ela era muito menor que eu, era fácil envolvê-la; Max chegou mais perto e se encolheu, enroscando as pernas nas minhas. Depois me deu a mão, entrelaçando nossos dedos.
Fechei os olhos, sentindo o cheiro de seu shampoo e do perfume; escutei sua respiração ficar mais pesada... Acho que era a primeira vez que eu realmente dormia com uma garota.
Gostei da sensação... sentia seus batimentos cada vez mais lentos, ela ia pegando no sono aos poucos, confiando em mim a ponto de dormir ao meu lado. Era impressionante... Eu queria congelar e eternizar aquele momento.
~Max~
Abri os olhos com uma claridade irritante; minha cabeça doía um pouco. Onde eu estava? Estava de frente para uma parede, alguém me abraçava. Com certeza aquela não era a minha cama... Virei lentamente.
Então lembrei de tudo da noite anterior, absolutamente tudo... O jogo da garrafa, Robin e eu, Billy e eu, roda de tequila... Eu estava dormindo com Billy, deitada em um dos braços dele, enquanto com o outro ele me abraçava, roncando baixo, como um cachorrinho.
Tomando cuidado para não acordá-lo, sentei na cama; minha visão ficou turva e tive uma sensação de tontura, então apoiei a cabeça na mão e observei a cena. Billy dormia como um anjo, completamente diferente do idiota com quem eu estava acostumada... ele tinha cuidado de mim na noite anterior... Segurou meu cabelo enquanto eu vomitava, me colocou na cama e me emprestou uma blusa; era uma mudança drástica de comportamento. Ele respirava fundo, o peito subindo e descendo tranquilamente, como se fosse a pessoa mais equilibrada do mundo... era uma cena realmente agradável de se ver.
Agora ele agora estava deitado de barriga para cima, com a coberta só até a cintura, sem camisa; não pude deixar de encarar seu peito perfeitamente esculpido... e lembrar que eu tinha passado a língua algumas horas atrás senti o rosto esquentar com a lembrança de tudo que eu o tinha incitado a fazer.
– Merda – falei baixo, sem graça. Será que ele ia se lembrar? Claro que ia... eu tinha bebido muito mais que ele e ainda lembrava de tudo...
Pensei no que eu deveria fazer; talvez o mais sensato fosse levantar e sair, ir pro meu quarto ou para qualquer outro lugar, já que ficar na cama com o meu... Ok, Billy não era meu irmão, mas o que as pessoas pensariam se me vissem na cama com ele? Era meu irmão postiço...
Pisquei algumas vezes; a porcaria da luz entrando pela janela ainda me incomodava... Me estiquei e fechei as cortinas; pelo menos o quarto estava mais escuro, mas agora era como se tudo estivesse girando.
– O que está fazendo? – Billy perguntou baixo; ele parecia ainda estar dormindo, a voz meio arrastada.
– Não sei... o quarto está girando – respondi.
– Você ainda está bêbada, volta a dormir... – ele passou os braços ao redor de mim mais uma vez, me puxando mais uma vez para deitar, agora em cima dele.
Eu decididamente não iria levantar; pelo menos não por hora... Estava muito bem com aqueles braços fortes me cobrindo... Apoiei o rosto em seu peito, sentindo uma de suas mãos passar pelo meu cabelo, respirei fundo, aproveitando. Eu estava gostando daquilo... podia ouvir seu coração batendo num ritmo lento e sincronizado com o meu e a respiração fraca e vagarosa... podia ficar ali para sempre.
Coloquei a mão sobre seu abdômen, ainda me lembrando de cada detalhe do que fizemos no banheiro. Fechei os olhos, adorando a sensação da pele dele com a minha.
~Billy~
– Não quero conversar, Billy.
– Que porra é essa agora de não querer conversar?
– Eu estou brava com você, entenda isso.
– Brava comigo? Por que? O que foi que eu fiz para você ficar brava? – Max tinha levantado antes de mim e voltado para quarto dela, já era mais de meio-dia.
E eu tinha levantado decidido a não me culpar pelo que estava sentindo por ela, aquela atração, aquele desejo... E também não queria mais brigar; apesar de ainda gostar de irritá-la, tinha concluído que ficava melhor quando não brigávamos. Além de que eu não achava errado o que estava acontecendo; ela não era nenhuma criança, já era bem grandinha para tomar as próprias decisões e nós não éramos irmãos. Nós dois estávamos gostando, só que agora Max resolveu ficar com raiva e eu não tinha ideia dos motivos.
– Você fez uma festa, colocou desconhecidos para dormir no meu quarto e ainda quer a minha ajuda para arrumar essa bagunça toda! Pode esquecer – ela colocou as mãos na cintura.
Robin e outras pessoas que estavam na festa antes já tinham ido embora, mas a casa estava mesmo uma bagunça. Copos, garrafas, cigarros e um monte de outras coisas estavam espalhadas literalmente em todos os lugares da casa.
– Caso tenha se esquecido, Max, você também participou dessa festa. Se tivesse ficado no seu quarto...
– Não vou arrumar nada – eu tinha pedido educadamente a ajuda dela... E estava até sendo paciente. Mas ela não estava facilitando as coisas.
– Porra, Maxine, eu juro que não te entendo.
– Você não me entende? Eu é que não te entendo! – achei que era a hora de conversarmos; já estávamos evitando esse assunto há bastante tempo. Não podia fugir para sempre.
– Olha só, você me procurou nas duas vezes em que bebeu, lembra? Você resolveu me desobedecer e sair do seu quarto para entrar numa porra de festa de colegial para a qual ninguém te convidou... mas aposto como se divertiu também naquele jogo da garrafa e na roda de tequila. E agora que eu peço a sua ajuda, você fica brava... Você é muito confusa, Max.
– Eu sou confusa? Merda, Billy. Quando seu pai surta com você, sou eu quem vou te abraçar e tentar melhorar as coisas, aí você me xinga, grita comigo, me manda sair... Depois além de me beijar de volta, no dia seguinte finge que não aconteceu, se recusa a falar sobre isso e continua me tratando como se eu não fosse porra nenhuma! – ela ficava vermelha de raiva, gritando muito mais do que eu.– Se tem alguém bem confuso aqui é você. Eu já disse que gosto de você, já admiti isso; e não é de um jeito fraternal, como eu pensei por muito tempo que fosse. Porque você não é e nunca foi meu irmão... Eu gosto de estar com você em outro sentido e você já sabe disso, eu já deixei tudo bem claro. E, é, pode ser que seja errado, mas que se foda!
Ela continuava gritando.
– Aí você começa a não ser um babaca e eu até acho que você tem sentimentos ou sei lá, que você não esse merda frio e calculista... E, do nada, você volta a me tratar feito lixo... – olhei fixamente para Max, sem ter a menor ideia do que responder; o pior é que ela tinha razão, eu estava agindo feito um idiota. Eu era o mais velho, era eu quem devia ter maturidade para dizer o que sente ou deixa de sentir, não era responsabilidade dela e eu também não estava facilitando nada, mas essa era uma questão complicada para mim. – Eu não vou te ajudar a arrumar merda nenhuma.
Max me deu as costas e entrou no quarto, batendo a porta. E eu fiquei com cara de idiota, sem saber o que falar e com uma casa inteira para limpar e arrumar... Bosta.
Não adiantou de nada eu decidir não sentir culpa pelo que estava acontecendo, agora me sentia duas vezes pior do que antes.
~Max~
Bati a porta, puta da vida. Billy talvez pudesse até ter razão, eu também participei da festa e devia ajudá-lo... Mas estava de saco cheio daquela historinha; a gente ficava e depois ele fazia de conta que nada tinha acontecido e me tratava que nem lixo de novo. Naquela noite eu tinha até dormido no quarto dele, na cama dele... Eu estava um pouco bêbada, mas, mesmo assim, eu não estava disfarçando nada do que sentia, eu sempre tentava falar com ele e ficar do lado dele... E ele fazia questão de dizer que não queria falar sobre nada, dizer que não era nada, que não tínhamos nada... Billy me mandava embora toda vez que as coisas começavam a ficar mais intensas entre a gente e eu estava cansada.
Talvez eu não devesse ter saído da cama dele sem sequer dar bom dia... Mas assim que fui me recuperando, depois de umas boas horas de sono, a ficha foi caindo.
E eu precisava muito ir para o meu quarto, escovar os dentes, tomar um banho e por a minha própria roupa... ele também não tinha me falado bom dia, nós mal tínhamos conversado e Billy já queria que eu ajudasse a limpar e arrumar tudo... Eu queria falar sobre o que tinha acontecido entre a gente na noite anterior e no Halloween e ele evitava a todo custo... Como isso me irritava.
Olhei para a blusa de Billy jogada em cima da cama.
Respirei fundo, estressada por não saber como lidar com a situação. Pelo menos eu não estava de ressaca, a única coisa boa naquele dia. Sprite realmente ajudava.
Billy ligou a televisão num som alto, escutando rock provavelmente no último volume. Soquei um travesseiro; por que ele não podia ter a maturidade de ter uma conversa franca comigo e admitir que alguma coisa estava sim acontecendo, algum sentimento ele tinha por mim... mesmo que fosse só atração, ele precisava admitir.
Comecei a mexer no meu skate, pelos menos era algo terapêutico e eu torraria meus neurônios com qualquer outra coisa que não fosse pensando em Billy e em como eu queria gritar com ele. Tentei ajustar as rodas; eu tinha aquele skate há anos, precisava de um novo ou precisava aprender a concertar os problemas que ele dava... Já estava caindo aos pedaços. Peguei a fita isolante e enrolei em volta de uma das rachaduras na parte da frente.
Escutei a campainha tocar um bom tempo depois, estridente por cima da música. Tocou de novo; e de novo e de novo.
– Max, você vai abrir ou não? – Billy gritou; ele poderia muito bem abrir a merda da porta... Mas não, tinha que ser eu... ele queria me irritar ainda mais.
– Já vou! – gritei de volta.
Larguei o skate, ainda irritada e saí do quarto. A casa estava bem mais arrumada, pontos para Billy por ter organizado tudo tão rápido... Vi as caixas; nem parecia que não tinha nem uma semana que tínhamos nos mudado para Hawkins e mal tínhamos arrumado tudo... Mesmo assim, uma puta festa.
Billy estava malhando, na frente da TV, com um cigarro na boca e uma latinha de cerveja por perto; passei por ele, encarando-o. Mas ele sequer olhou para minha cara. Ótimo, o sermão que eu tinha dado não adiantou de nada, ele ia continuar agindo como um babaca, me ignorando completamente.
Abri a porta e dei de cara com Lucas; arregalei os olhos, em choque. Olhei para trás para me certificar que Billy não tinha visto Lucas ali; não duvidava que ele ficaria irritado... Mais do que já parecia estar... mesmo que fingisse que eu nem existia, tinha certeza que Billy ia começar a gritar se visse Lucas na nossa porta.
Autor(a): nirvana666
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
~Max~ Fechei rápido a porta atrás de mim. – O que você está fazendo aqui? – perguntei meio surpresa e preocupada; como se eu já não tivesse problemas o bastante com Billy agora mais essa... – Eu tenho provas – Lucas respondeu simplesmente. – O que? – perguntei confusa. – Provas de que o q ...
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