Fanfics Brasil - Eleven Improvável

Fanfic: Improvável | Tema: Stranger Things


Capítulo: Eleven

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~Max~


– Eleven! – Mike disse, se aproximando dela.


– Mike... – os dois se abraçaram, com lágrimas nos olhos; era uma cena realmente emocionante.


– Ela é... – comecei, olhando para Dustin e Lucas, que assentiram antes mesmo de eu terminar a pergunta; mas eu nem precisava perguntar para saber.


Aquela era Eleven, a garota com poderes telecinéticos de quem Lucas tinha falado. Era um pouco mais fácil de acreditar agora.


– Eu nunca desisti de você – disse Mike, chorando. – Eu te liguei toda noite. Toda noite por...


– 353 dias – Eleven completou, também chorando.


– Eu ouvi, Mike.


– Por que não disse que estava lá, que estava bem?


– Porque eu não deixava – Hopper respondeu; Mike deu alguns passos para trás. Hopper abraçou Eleven. – O que é isso? Aonde você foi?


– Por onde você esteve? – ela perguntou, meio brava.


– Você escondeu ela! – Mike acusou. Bom, era claro que as coisas ali não estavam tão bem... – Você escondeu ela esse tempo todo! – Mike bateu nas costas de Hopper. Ele estava bem alterado. No meio de um possível apocalipse da nossa dimensão, eles estavam focados num draminha pré-adolescente... Francamente. Tinha demodgos vindo até onde estávamos e era com isso que estavam preocupados...


– Ei! Vamos conversar – Hopper o pegou pela gola da camiseta. – Sozinhos – ele o puxou para fora dali.


Podíamos ouvir os gritos de Mike dentro do quarto; ele estava bem irritado... E eu tentava entender mais ou menos o que tinha acontecido e como Eleven foi parar ali... e como aquele demodog tinha morrido.


– Sentimos saudade – Lucas e Dustin a abraçaram.


– Também senti.


– Falávamos de você quase todo dia... – Dustin respondeu.


– Dentes – Eleven colocou o dedo na boca de Dustin, olhando como se fosse algo de outro planeta.


– O que?


– Você tem dentes... – Dustin e Lucas riram.


– Gostou das pérolas?


– Eleven? – decidi que era a hora de sermos oficialmente apresentadas... Já que eu ouvi falar muito sobre ela, mas ela provavelmente não tinha ideia de quem eu era. Me aproximei; finalmente uma garota no meio do grupinho de nerds, ainda estava em minoria, mas teria uma amiga, ao menos. – Oi. É... Eu sou a Max... Ouvi falar muito de você –estendi minha mão para ela.


Eleven passou reto por mim, como se eu nem existisse e foi abraçar Joyce.


– Eu disse algo errado? – perguntei.


– Não, a Eleven é meio...


– Tímida – Lucas completou. – Logo, você se acostuma.


Joyce deu a entender que Eleven já tinha aberto aquele suposto portal, do qual Will nos falou por Código Morse... E perguntou se ela poderia fechá-lo. Se a garota era tão poderosa quanto eles diziam, imaginei que ela fosse sim, perfeitamente capaz de fechar o tal portal; mas depois de ver aqueles demodogs... Eu entenderia se ela estivesse apavorada. Eu estava, sem dúvida nenhuma.


No entanto, ela parecia ter matado o demodog que estava do lado de fora da casa só usando os poderes da mente... talvez eles não fossem um problema tão grande assim para ela.


 


~Billy~


Não foi difícil achar a casa do Lucas Sinclair; eu tinha quase certeza de que era ele na porta e, de alguma fora, ele convenceu Max a fugir de casa. Era o que fazia mais sentido e era por ali que eu ia começar. Também foi fácil convencer a mãe do pirralho a me dizer que Lucas era parte de um grupinho idiota de nerds... E eu apostava que Max estava fazendo parte dele. Peguei o endereço de Mike Wheeler, irmão caçula de Nancy Wheeler, ex namorada de Steve Harrington... Cidade pequena é um saco.


Torci para que ela ou a mãe estivesse em casa; era muito mais fácil seduzir uma mulher do que convencer um homem a me dar informações. Toquei a campainha e não obtive resposta; mas vi que tinha luz no andar de cima, então continuei tocando, impaciente.


Uma mulher loira, vestida com um roupão elegante – e bem decotado. Era a mãe deles. Até que era jovem e consideravelmente atraente para uma mãe. Quem sabe, num outro momento... mulheres mais velhas eram interessantes. Mas agora precisava encontrar Max.


– Olá – dei um sorriso, deixando-a sem graça e sabendo perfeitamente bem que causaria esse efeito.


– Oi.


– Eu... Não sabia que a Nancy tinha uma irmã – ela riu; aquilo seria muito mais fácil do que eu tinha imaginado.


– Qual é a graça? – continuei sorrindo e usando uma voz extremamente melosa e sedutora.


– Eu sou mãe da Nancy... – essas coroas são mesmo tão desesperadas por atenção?


– Não...


– Sou sim... – era deprimente ver o desespero, enquanto ela mexia no cabelo, numa tentativa ridícula de flerte, como uma adolescente no colegial. Ela era bonita, sim, mas exalava carência.


– Senhora Wheeler... – devia ter anos que ela não transava com o marido... e parecia do tipo que fazia sexo uma vez por ano na posição papai e mamãe. É, quem sabe, quando eu tivesse um pouco mais de tempo... 


– Me desculpa... E você é o...?


– Billy – estendi a mão para ela. – Billy Hargrove – envolvi minhas mãos na dela.


– Deve ter vindo atrás da Nancy... – quem sabe, também, em um outro dia, para provocar Steve Harrington... Seria uma experiência interessante. Os olhos dela praticamente brilhavam.


– Nancy? Não, não... Ela não faz meu tipo. Não... – prefiro ruivas rebeldes, mais novas e que fogem de mim... Quem eu queria enganar? Eu parecia outro desesperado. – Na verdade, eu estou procurando a minha irmãzinha, a Max – senti minha língua quase queimar ao pronunciar “irmãzinha” e “Max” na mesma sentença, era de dar asco pensar nela como irmã... Mas eu precisava ser convincente para achá-la; era muito mais fácil que uma mãe sentisse empatia por alguém procurando a irmã caçula. – O nome é Maxine – a senhora Wheeler pareceu surpresa. – Ela está sumida o dia todo... E, para ser sincero, eu estou muito preocupado, sabe? Então... – estava mais pra irritado e, devo admitir, um pouco chateado. – Achei que estivesse no Lucas, mas a senhora Sinclair disse que a sua casa é o ponto de encontro escolhido... Então... Aqui estou eu... – sorri de novo.


– Ah... Entra... Tem biscoitos e leite, se quiser. Vou te passar o endereço do Will, acho que foram fazer um tipo de encontro lá.


Ótimo, era tudo o que eu precisava. Entrei, seguindo Karen Wheeler; ela se sentou na mesa da cozinha, anotando algo em um papel, sorrindo feito idiota.


– A rua deles é bem escura a essa hora da noite... Dirige devagar... – ela me entregou um papel com o endereço de Will Byers.


– Sempre – sorri e peguei um biscoito que ela tinha oferecido.


– E quando vir o Mike, fala para ele voltar cedo, tá bom? – eu tinha cara de babá, por acaso?


– Está salvando a minha vida, sabia? – literalmente; se eu voltasse para casa sem a Max, meu pai me mataria sem pensar duas vezes. Mordi o biscoito.


– Ah, disponha... – as coroas realmente ficavam encantadas com garotos mais novos. Sério, que situação deprimente.


– A gente se vê... – saí.


Entrei no carro batendo a porta; chequei o endereço de novo. Porra, Max... Você complica tudo... Não podia simplesmente ficar quietinha no seu quarto? Só dessa vez?


Acelerei e continuei aumentando a velocidade.


Eu não sabia o que ia fazer quando a encontrasse. Minha vontade era de gritar, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que parte da culpa por Max ter feito o que fez era minha. Não podia descontar toda a raiva nela, mas também não dava para evitarmos uma conversa.


 


~Max~


Mais uma vez estávamos todos em volta da mesa, na casa do Will, debatendo as opções, as possíveis estratégias e refletindo se Eleven seria mesmo capaz de dar conta desse problema.


– Não é como era antes... – Hopper disse. – Cresceu... E muito...


Isso considerando que dê para entrar, o lugar está cheio de cachorros...


– Demodogs – Dustin de novo com isso... Hopper olhou para ele incrédulo.


– Como é que é?


– Eu disse... “Demodogs”. Como é demogorgon e cães, se juntar os dois fica bem bacana... – revirei os olhos.


– E isso é importante agora? – Hopper leu meus pensamentos.


– Ai... Desculpa...


– Eu consigo – Eleven falou com convicção; todos viramos para ela.


– Você não está ouvindo...


– Eu estou ouvindo. Eu consigo – ela parecia bem confiante.


– Mesmo que consiga... – Mike interrompeu. – Ainda temos outro problema... Se o cérebro morre, o corpo morre.


– Pensei que essa fosse a ideia – falei confusa.


– É sim, mas... Se nós estivermos certos... Bom, se a El fechar o portal e matar o exército do devorador de mentes...


– O Will faz parte do exército – Lucas completou; não tinha pensado nisso.


– Fechar o portal vai matar ele... – ficamos em silêncio; Joyce franziu o cenho, incomodada; é, se fosse o meu filho eu também não ia gostar da ideia...


Seguimos Joyce até onde Will estava deitado, ainda sedado, sem mover um músculo e com a camisola de hospital.


– Ele gosta de frio – Joyce disse.


– Como? – Hopper perguntou.


– Era isso que o Will falava para mim... Ele gosta de frio – ela foi até a janela, por onde entrava vento e a fechou. – Estamos dando a ele o que ele quer!


– Se for um vírus... E o Will for o hospedeiro, então... – Nancy começou.


– A gente tem que deixar o hospedeiro inabitável – Jonathan disse; fazia total sentido... Como é que alguma coisa fazia sentido nessa loucura toda?


– Então, se ele gosta de frio... Temos que queimar ele para fora – que ideia macabra... Genial, mas macabra.


– Tem que ser num lugar que ele não conheça agora – disse Mike.


– É, um lugar bem longe – Dustin concordou.


Hopper, Eleven, Jonathan, Nancy, Joyce e Will – ainda sedado – saíram; a prioridade era levar Will para longe, enquanto Eleven e Hopper iam até onde supostamente estava o portal. Era só eu que estava preocupada com a possibilidade de o Devorador de Mentes ainda saber onde nós estávamos? Ele mandou um demodog, quem garantiria que não ia mandar outro? Steve, Lucas, Dustin, Mike e eu ficaríamos ali mesmo?


Dustin disse que precisávamos preservar o corpo do demodog que estava morto no chão da sala; Steve e eu concordamos que não era uma boa ideia... Não sabíamos o que exatamente era aquilo e se ainda podia fazer algum mal, mesmo depois de morto – se é que estava morto mesmo e não só fingindo e esperando o momento certo para pular em cima de nós.


Dustin abriu a geladeira, enquanto Steve enrolava um cobertor no demodog.


– Não vai caber aí – falei. Então Dustin começou a jogar no chão tudo que estava dentro da geladeira, incluindo as gavetas e as divisórias.


– Pronto – ele disse. – Deve caber agora – Steve suspirou.


– Precisa mesmo disso? – Steve segurava a criatura como se fosse um bebê.


– Sim! Essa é uma descoberta científica inovadora, não dá para enterrar como qualquer mamífero... Não é um cachorro!


– Tá bom, tá bom, tá bom – Steve desistiu. – Mas você explica para a tia Joyce...


Com certa dificuldade, os dois enfiaram o demodog na geladeira, enquanto Lucas e eu varríamos os caquinhos de vidro no chão da sala. Mike ficava andando para lá e para cá, inquieto, desde que todos saíram.


– Mike, dá para parar com isso? – Lucas perdeu a paciência antes de mim.


– Você não estava lá, tá bom, Lucas? O laboratório estava cheio de centenas de cachorros.


– Demodogs! – de repente a voz de Dustin surgiu na sala.


– O delegado vai cuidar dela... – Lucas assegurou.


– E ela precisa de proteção? – indaguei, afinal, Eleven parecia bem poderosa e muito confiante do que fazia. Achava que ela poderia dar conta sozinha.


– Olha, Mike – Steve apareceu –, se um treinador pede uma jogada, resumindo, você executa, entendeu?


– Ok, em primeiro lugar, isso não é um jogo de esporte idiota; e, em segundo, nem estamos jogando... Somos reserva – reservas limpando a “quadra de jogo”.


– Na verdade, o que eu quero dizer é que... – Steve parou para pensar no que diria. – Tá, é, somos reservas, então não podemos fazer nada – ele concluiu.


– Isso não é totalmente verdade – Dustin disse. – Assim, os demodogs têm mente-colmeia; quando saíram do ônibus, foram chamados de volta...


– Então, se chamarmos a atenção... – Lucas começou.


– Dá para levá-los para longe do laboratório... – continuei.


– Abrir caminho para o portal – Mike terminou.


– É... E aí todos nós morremos! – Steve estava sendo bem sensato; por outro lado, o que os meninos diziam também fazia sentido e, assim, dava a chance de Eleven salvar o mundo. De novo.


– É um ponto de vista...


– Não, não é um ponto de vista, cara, é um fato.


– Já sei – Mike foi para outro cômodo, apontando para um dos desenhos na parede. – O delegado cavou um buraco aqui. Essa é a nossa entrada para os túneis! E... – ele foi para outro lugar. – Aqui, bem aqui é o centro – ficou parado em cima de outra parte dos desenhos – Todos os túneis vêm para cá... E se a gente colocar fogo...


Todos nós o seguíamos, prestando atenção em onde ele estava tentando chegar.


– Ah é? Eu digo não! – nós ignoramos Steve.


– O Devorador de Mentes chamaria o exército... – disse Dustin.


– Todos iriam para impedir... – continuou Lucas.


– Ei! – Steve tentava chamar a atenção.


– Aí nós voltamos para a saída... – Mike continou.


– Pessoal!


– Até perceberem que saímos...


– A El já estaria no portal – falei, feliz por estar conseguindo acompanhar o raciocínio, finalmente alguma coisa estava batendo.


– Ei, ei, ei! – Steve bateu palma, fazendo com que olhássemos para ele, gritando. – Não vai acontecer.


– Mas...


– Não, não, não. Sem “mas”. Eu prometi que ia cuidar dos imbecis e isso é exatamente o que eu vou fazer – imbecil? Queria que ele dissesse isso quando estava me beijando. Os meninos até podiam ser, mas eu? – Vamos ficar aqui, na reserva e esperar o primeiro time terminar o serviço. Todo mundo aqui entendeu?


– Isso aqui não é um esporte idiota!


– Eu perguntei se todo mundo aqui entendeu. E eu quero um “sim”.


Mas, antes que pudéssemos dizer qualquer coisa, ouvimos um barulho alto de motor lá fora. E eu reconheceria aquele motor em qualquer lugar, a qualquer distância... Billy tinha me achado. Merda... Não pensei que ele fosse me achar ali. Olhei pela janela, só para confirmar... Era ele mesmo...


– Droga... – murmurei.


– O que é isso? – Steve se aproximou.


– É meu... – como eu poderia dizer? Bom, não tinha uma palavra melhor para me referir a ele naquele momento. – Meu irmão. Ele não pode me ver aqui... vai me matar. Vai matar a gente.


– Seu irmão? Billy Hargrove está aqui? – Steve perguntou.


– Você tem irmão? – Dustin olhou surpreso.


– Ele não é meu irmão de verdade, sabe... É tipo... Olha, esquece, tá bom? – não era uma boa hora pra explicar a relação entre Billy e eu... Aliás, nunca seria uma boa hora.


– Eu vou resolver isso – Steve saiu.


 


~Billy~


Finalmente cheguei na casa do tal Will, ficava afastada de casa; Karen não mentiu quando disse que era escuro naquela região.


Senti o sangue começar a ferver quase imediatamente quando reconheci uma silhueta saindo de dentro da casa. Era Steve Harrington.


Desci do carro, com um cigarro na boca e traguei uma vez.


– Estou sonhando ou é você aí, Harrington? – ele estava com as mãos na cintura, me encarando.


– É, sou eu. Não borra as calças – tirei a jaqueta, prevendo que iria me divertir muito nos próximos minutos... Eu já tinha sido bem claro mandando ele ficar longe da Max... dar bebida e beijar ela não era o suficiente? O que é que ele estava fazendo numa casa no meio do nada com ela?


– Está fazendo o que aqui, amigo? – nos aproximamos.


– Posso perguntar a mesma coisa... Amigo.


– Estou procurando a minha irmã postiça – e bem postiça. – Um passarinho me contou que ela estava aqui.


– Ah... Que estranho. Eu não sei quem é – iríamos fazer esse joguinho então?


– Baixinha, ruiva, meio chata... – cheguei ainda mais perto dele. – Aquela que eu mandei você ficar longe... que você encheu de bebida e depois se aproveitou. Lembra dela?


Steve desviou o olhar.


– Ela não está aqui, foi mal, parceiro.


Balancei a cabeça e traguei o cigarro mais uma vez, tirando-o da boca.


– Olha... eu não sei... – dei alguns passos para frente. – Essa situação, Harrington... está me dando calafrios.


– Por que?


– A Max desaparece o dia todo... Aí eu acho ela com você, numa casa estranha no meio do nada... E você ainda mente para mim?


– Cara, você bateu muito com a cabeça na infância – ri. – Não sei que parte você não entendeu do que eu já falei. Ela não está aqui... Essa sua implicância comigo tem alguma razão ou você só não superou ainda que ela ficou comigo no Halloween, por vontade própria?


E aquele foi o meu limite. Um empurrão no peito, só isso foi o bastante para derrubá-lo.


– Avisei para travar a base – falei. Dei um chute em suas costelas, fazendo-o se contorcer e gemer de dor.


Eu poderia  acabar com a raça dele só por aquele comentário infeliz, mas agora estava mais interessado em buscar a Max, levá-la embora dali e acabar de vez com essa história.


Escancarei a porta da frente com força, dando de cara com Max, Lucas e outros dois garotos. Maxine numa casa no meio do nada, com quatro caras. Essa ideia me deixava extremamente perturbado, ainda mais sabendo do que aconteceu entre ela e Harrington... e que ela tinha fugido de casa para estar com ele... e com o Sinclair.


– Ora, ora, ora – falei, batendo a porta. – Lucas Sinclair. Que surpresa...


– Billy... – Max parecia um tanto assustada com a minha presença; ótimo, era isso que eu queria. Cheguei perto e olhei para ela.


– Eu não mandei você ficar longe dele, Max? E do Harrington.


– Escuta, eu posso explicar...


– Você me desobedeceu. E sabe o que aconteceu quando me desobedece... Eu quebro coisas...


– Billy... – mas agora eu não ia escutá-la, exatamente como ela não quis me escutar antes.


Peguei Lucas pela jaqueta com facilidade e o arrastei até o outro lado da sala, ouvindo Max e os amiguinhos dela gritando atrás de mim. Eu o pressionei contra uma estante, o que fez com que várias coisas caíssem dela e quebrassem.


– Me larga, seu... – ele começou. Cheguei bem perto dele.


– Como a Max não me escuta, talvez você escute – claro que eu não ia ser covarde a ponto de esmurrar um menino daquele tamanho, mas daria conta do recado. E, se ele ousasse me contrariar, aí sim teríamos problemas. – Fica longe dela. Fica longe dela! Entendeu?


– E se eu não ficar?


– Aí você vai estar morto, Sinclair. Morto!


– Me larga! – ele gritou e, de alguma forma, se esquivou de mim e saiu correndo; eu iria atrás, mas nesse momento, Steve apareceu.


Não pude evitar um sorriso. Seria uma bela luta. Ele deu o primeiro soco.


Gargalhei. Ele batia muito mais fraco do que o meu pai


– Olha só! Parece que ele tem fogo, afinal! Eu queria mesmo conhecer o rei Steve, de quem todo mundo nessa cidade tem falado tanto por aí! – me aproximei.


– Vai embora – ele colocou o dedo no meu peito, como se quisesse me afastar.


Eu tentei acertar um soco, mas Harrington foi rápido o bastante para desviar e me dar outro; depois outro e outro e mais um. Até eu quebrar um prato na cabeça dele, deixando-o desnorteado. Não podia nem explicar o prazer que estava sendo ter a chance de finalmente acabar com ele, sem que ninguém pudesse me parar; eu não ligava se Max ia assistir àquela cena, nem se ia ficar assustada ou brava. Agora a única coisa que eu tinha em mente era uma visão horrível dos dois juntos no Halloween. E eu ia matá-lo por isso. Ele nunca mais ia chegar perto dela de novo; nem Harrington, nem Sinclair.


– Billy! – escutei Max gritar, mas ignorei.


Harrington se afastou, cambaleando com a mão na cabeça e eu fui até ele. Acertei outro soco, deixando-o ainda mais atordoado; era uma luta ganha. Segurei Harrington pela jaqueta.


– Ninguém manda em mim – falei, olhando-o nos olhos, um segundo antes de derrubá-lo no chão com uma cabeçada; ele gritou. – Levanta! – berrei. – Levanta, Harrington!


Ele continuou atirado no chão. E foi ali que eu perdi totalmente o controle – se é que já tive algum.


Eu só conseguia imaginá-lo com Max, beijando ela, como eu beijei… No quarto, no banheiro… Em qualquer lugar possível; eu não ouvia mais nada, não ouvia ninguém, não sentia dor nenhuma. Só via Steve sangrando no chão, enquanto eu continuava batendo e batendo e batendo sem parar. Eu não ia parar até o último suspiro daquele filho da puta desgraçado. Ele ia ficar longe da Max.


– Billy! – de repente essa era a única voz, o único som que eu consegui ouvir. – Billy, por favor, para!


E então senti uma dor aguda no pescoço. Parei de bater no Harrington e levantei, olhando para trás.


Max estava atrás de mim, o rosto coberto de lágrimas, um olhar assustado. Coloquei a mão no lugar onde tinha sentido aquela dor, que agora ardia, como se estivesse sendo envenenado; tirei uma seringa que estava cravada na minha pele. Ela tinha enfiado uma seringa em mim?


Minha visão começou a ficar embaçada.


– Que porra é essa? – perguntei, arremessando a seringa longe.


– Billy... – senti meu corpo começar a pesar, eu escutava a voz dela em eco.


– O que você fez? – caí no chão, batendo as costas, mas não sentia dor. Não sentia nada.


Comecei a rir, quase em desespero. Que merda era aquela? O que tinha naquela seringa? Max ajoelhou ao meu lado; agora ela era um borrão ruivo com uma blusa verde.


– Sinto muito, tive que fazer isso.


– Max... – chamei, agora com a voz mais fraca.


– Escuta, Billy, vai ficar tudo bem. Eu vou resolver tudo, ok? – resolver o que? Do que é que ela estava falando?


Tentei manter os olhos abertos, estava ficando difícil. A única coisa que senti foi o toque dela, uma de suas mãos no meu braço.


– Gosto disso – murmurei, com dificuldade. Eu gostava da sensação dela estar comigo, ali ao meu lado, com um toque suave e gentil.


– Me desculpa, tá? Por favor, não fique com raiva de mim...


Queria perguntar por que eu ficaria com raiva e pelo que ela estava se desculpando, mas estava começando a ficar com sono, um sono intenso, como se não dormisse há dias. Finalmente cedi e fechei os olhos, mergulhando na escuridão.



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Autor(a): nirvana666

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

~Max~ – Eleven! – Mike disse, se aproximando dela. – Mike... – os dois se abraçaram, com lágrimas nos olhos; era uma cena realmente emocionante. – Ela é... – comecei, olhando para Dustin e Lucas, que assentiram antes mesmo de eu terminar a pergunta; mas eu nem precisava perguntar para saber. Aquela era Eleven, a ga ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • merophe Postado em 13/08/2022 - 19:52:52

    Boa sorte com os ADMS da plataforma!


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