Fanfics Brasil - Sol da Califórnia Improvável

Fanfic: Improvável | Tema: Stranger Things


Capítulo: Sol da Califórnia

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~Max~


Billy e eu acordamos no sofá na manhã seguinte; eu comecei a me desculpar quase instantaneamente.


Minha intenção não era, de maneira alguma, dormir ali, daquele jeito... ainda mais porque Billy parecia ter dormido numa posição desconfortável, já que eu estava deitada no colo dele, o que o impedia de deitar também... ele tinha dormido sentado e usado a jaqueta para me cobrir.


– Tudo bem, Max. Já dormi de jeitos bem piores e em lugares piores ainda. Não tem problema – lembrei da nossa conversa da noite anterior, sobre o meu pai ter parado de falar comigo por causa de dinheiro. – Você está melhor?


– Um pouco – falei. Não estava mais histérica como antes, mas ainda sentia um aperto no peito ao pensar no meu pai. Como ele pôde fazer aquilo comigo?


– Eu vou no mercado comprar comida para a gente – Billy disse, pegado as chaves do carro. – Quer ir junto?


– Não, obrigada – ele assentiu.


Eu não estava com vontade de sair de casa... na verdade, estava mais no clima de entrar embaixo do chuveiro e chorar mais um pouco. Eu odiava o pai do Billy. E não conseguia perdoar o meu pelo que tinha feito.


Estava prestes a subir as escadas para rever o meu antigo quarto pela primeira vez desde que mudamos para Hawkins quando o telefone tocou.


Meu coração parou. Somente duas coisas passaram pela minha cabeça. Ou era a minha mãe, dizendo que já poderíamos voltar para Indiana, o que era pouco provável, porque o Sr. Hargrove ainda devia estar furioso... Ou era o meu pai, que percebeu que estávamos na Califórnia, se arrependeu e decidiu ligar volta para falar comigo... ou ele estava procurando o Sr. Hargrove para pedir mais dinheiro.


Qualquer uma das opções era pouco provável. Ele tocou de novo.


Eu estava nervosa, mas também curiosa para saber quem ligava... tinha que atender logo; não tínhamos identificador de chamada, então, se a pessoa desistisse, jamais saberia quem era.


– Alô? – falei, sem conseguir conter a agitação na voz.


– Max? – suspirei. Não era minha mãe, nem meu pai. Era o Lucas.


Não que eu não estivesse feliz em falar com ele... só não era quem eu estava esperando.


– Oi, Lucas – respondi.


– Eu fui até a sua casa... mas sua mãe disse que você e seu irmão viajaram para a Califórnia e me deu o número. Você está bem? – irmão. Quis gritar que Billy não era meu irmão... por que é que todo mundo insistia tanto nisso? O fato de minha mãe ser casada com o pai dele não nos tornava magicamente irmãos.


– Sim, estou bem – era quase verdade; eu estava bem com o Billy e achava que isso resolveria tudo, que o resto ia se acertar... então ele veio com a notícia do meu pai. Tirando esse detalhe, as coisas estavam bem. – A El conseguiu fechar o portal, não é?


– Ela conseguiu, sim. Os demodogs e o Devorador de Mentes já eram – pelo menos uma notícia boa.


– E o Will? Ele está bem?


– Está ótimo – então o esforço que tínhamos feito não foi em vão. Bom. – Por que vocês estão na Califórnia? É por causa do que aconteceu?


– Não exatamente – era mais porque eu tinha fugido, não especificamente porque entramos num buraco no chão e lutamos contra demodogs. – É meio complicado.


– Você vai voltar para Hawkins, certo?


– Vou – ou era isso que eu esperava.


– Quando?


– Eu não sei.


– Vai chegar a tempo para o baile? – respirei fundo. Tinha me esquecido completamente do baile da escola.


Eu nunca tinha gostado muito de bailes, mas era porque nenhum garoto nunca me convidava e eu não tinha amigos para ir em grupo... fora as roupas, o cabelo e todo o preparo para ir nesses eventos; detestava isso. Talvez em Hawkins fosse diferente... eu tinha certeza de que poderia ir com o grupo nerds, era o mínimo depois do que passamos juntos.


Ou podia ir com Billy... embora eu duvidasse que ele gostasse das coisas e que me chamaria.


– Também não sei – respondi.


– Max... – Lucas abaixou a voz. – Seu irmão machucou você?


– Ele não é meu irmão. E não, claro que não... Billy nunca me machucaria – aliás, ele fez muito o contrário, impediu que o pai dele me machucasse. – Eu estou bem.


– Você foi ver o seu pai? – meu coração doeu.


– Não. Não quero falar sobre ele.


– Tudo bem. Pode falar comigo sobre qualquer coisa, sempre que precisar – era legal da parte dele agir assim.


– Obrigada, Lucas – ficamos um tempo em silêncio; talvez, quando eu voltasse para Hawkins, eu falasse sobre o que tinha acontecido com meu pai; Lucas era um bom ouvinte e um bom amigo, no geral.


– Sabe que gosto de você, não é, Max? – sim, eu sabia... sabia já tinha um tempinho, mas preferia fingir que não para não complicar as coisas, ainda mais agora. Lucas e eu podíamos nos dar muito bem numa amizade, mas como casal? Não tinha certeza.


– Preciso desligar – falei, querendo acabar com esse assunto o mais rápido possível.


– Ah... tá... tudo bem. Se cuida então. Me liga quando voltar...


Coloquei o telefone de volta no gancho.


 


~Billy~


Parecia que, em poucas horas, todos já sabiam que eu estava de volta; encontrei alguns conhecidos pela rua, me chamaram para uma festa no final de semana e me perguntaram milhões de vezes quanto tempo eu ficaria.


Eu não tinha nenhuma resposta para aquelas perguntas, não sabia explicar porquê tinha voltado, nem por quanto tempo ia ficar, mesmo que torcesse para ser permanente; mas não queria pensar nisso. E também não estava nada afim de ir a festa nenhuma... Era como se, agora que meu pai estava a centenas de quilômetros de mim, uma nuvem de fumaça tóxica tivesse se dissipado.


Eu não queria beber até esquecer o nome... nem fumar, porque não estava estressado. Nem ficar cercado de pessoas que eu mal conhecia... a companhia de Max já era o bastante para mim, era para casa que eu queria voltar, era ela quem eu queria encontrar.


Max saiu de casa assim que estacionei; o sol brilhava do lado de fora, muito mais intensamente do que em Hawkins. Seu cabelo ruivo parecia cintilar, ainda mais alaranjado do que o normal; suas bochechas estavam levemente coradas e os olhos azuis da cor do céu me encaravam.


– O sol da Califórnia combina com você – falei, batendo a porta do carro. Max deu um sorriso.


– Você acha?


– É, acho – inclusive, também achava que devíamos ficar ali para sempre.


Aquele lugar era perfeito... a Califórnia, o clima, as pessoas, as praias... E ainda estávamos longe do meu pai. Esse sim era um sonho.


Max e eu levamos as compras para dentro e improvisamos um café da manhã.


– Quero te agradecer – falei.


– Pelos ovos mexidos? De nada, eu acho – ela riu. Ri também.


– É... os ovos mexidos estão bons, mas tem outro motivo. Você não desistiu de mim. Eu te dei todas as razões possíveis, fui horrível com você durante anos, te tratei feito lixo e você não desistiu.


– Eu gosto de você, Billy. Você sabe disso.


– Mas nem sempre gostar de alguém é o bastante. Obrigado por ter insistido, mesmo que isso seja ética e moralmente incorreto – Max colocou a mão sobre a minha.


– Não tem que me agradecer por nada. E acho que, nesse caso, gostar é sim o suficiente e podemos lidar bem com essa situação meio caótica e nada convencional – Max parecia sincera e eu queria acreditar naquelas palavras, mesmo que ainda estivesse com o pé atrás.


Com todos os motivos para desistir, Max não tinha ido embora... então por que iria agora que as coisas estavam indo tão bem? Tinha a questão com o pai dela e era meio inconveniente... eu, melhor do que ninguém sabia o quanto podia ser doloroso... mas quando passei por isso, estava sozinho. Max tinha a mim; eu nunca iria deixar que ela lidasse com isso sozinha... ela ia superar.


– Ainda dói? – Max perguntou, passando o polegar sobre os nós dos meus dedos.


– Não – ainda estavam com feridas, mas não doíam mais, o inchaço tinha sumido.


– E os outros?


– Max, eu disse. Estou acostumado, não dói mais.


– Mas estava horrível... tinha muitos hematomas e os cortes... – eu até que gostava dessa preocupação, mas ela era desnecessária.


– Eu garanto que estou bem.


 


~Max~


O resto do dia foi tranquilo e reconfortante. Billy e eu passamos o dia no sofá; eu lia histórias em quadrinho, enquanto ele assistia televisão, com a cabeça apoiada no meu colo, mas dessa vez, nós dois tínhamos em mente que não podíamos pegar no sono lá.


Já estava meio tarde quando ouvimos uma batida na porta; Billy, quase que imediatamente, pulou do sofá. Será que era a minha mãe? Não, ela ligaria para dizer que podíamos voltar... Podia ser o Sr. Hargrove. Eu não duvidava que ele tivesse dirigido horas de Hawkins até ali só para acabar com a gente. Senti meu coração disparar; Billy tinha ganhado uma luta uma vez, mas não estava totalmente recuperado, mesmo que insistisse em dizer que estava bem... será que poderia vencer o pai de novo?


Nós nos entreolhamos quando a pessoa do lado de fora bateu de novo.


– Eu atendo, fica aqui – ele disse. Fiz que sim. Billy provavelmente devia ter tido o mesmo pensamento que o meu sobre ser o pai dele, dado o seu olhar assustado e, ao mesmo tempo, irritado.


Me encolhi no sofá, esperando ansiosamente que ele destrancasse a porta, quase já conseguindo ver a imagem do Sr. Hargrove lá fora...


Mas, quando Billy abriu, quem entrou foi uma garota. Ela era alta, loira e muito magra, usando só um biquíni na parte de cima e um shorts curto. Ela entrou em casa, antes mesmo de ser convidada, deu um grito agudo e começou a rir de um jeito exagerado, dando pulinhos de alegria. Eu a conhecia de algum lugar... aquela voz irritante era familiar.


– Você voltou, você voltou! – ela gritou e, em seguida, pulou no colo de Billy, que a segurou pelas pernas, exatamente como tinha feito comigo na noite no Halloween.


A garota o abraçou, cobrindo seu rosto de beijos.


– Kate, o que...


– Eu sabia que ia voltar! Sabia! – ela estava radiante nos braços dele. – Não acreditei quando o Chris disse... mas agora você está aqui!


Parte de mim queria ficar ali e ver se Billy cumpriria o nosso acordo. Mas aquela cena estava começando a me incomodar num ponto que, mais um segundo assistindo, eu vomitaria.


A garota era linda e estava animada no colo dele, como se fosse um filhotinho com o dono... e Billy parecia confortável daquele jeito; surpreso, mas confortável.


Aparentemente, eu era a única sobrando ali e não estava com a menor vontade de ver onde essa palhaçada ia terminar. Levantei e subi para o meu antigo quarto o mais silenciosamente que pude; a última coisa que eu precisava agora é que os dois olhassem para mim.


 


~Billy~


Kate era uma das nossas antigas vizinhas. Ela era totalmente obcecada por mim e, tinha que admitir, era gata... e gostosa. Transei com ela algumas vezes na época em que morávamos lá, o que foi um dos maiores erros da minha vida, já que Kate ficou ainda mais possessiva e maluca. Ela chegou a furar um pneu do meu carro e essa era a única razão pela qual eu me lembrava perfeitamente bem do nome dela. Ela tinha surtado quando eu disse que não passaríamos de sexo casual e gritou comigo várias vezes; era irritante.


Kate superou, um tempo depois – ou só fingiu muito bem – e, de vez em quando, na falta de outras opções, eu saía com ela... Até porque, Christopher, o irmão mais velho de Kate, era um conhecido que vendia drogas para usarmos nas festas, então não dava exatamente para evitá-la.


Kate literalmente pulou em cima de mim dois segundos depois que abri a porta; minha única reação foi segurá-la. Eu podia até não gostar muito dela, mas foi instintivo, como se segura um objeto atirado em sua direção em alta velocidade.


– Sentiu minha falta? Eu pensei em você todos os dias... – coloquei-a no chão e dei um passo para trás.


– Kate, o que é que você está fazendo aqui?


– Eu vi seu carro aí na frente, logo pensei que estivesse de volta – ela parecia uma criança feliz no Natal depois de ter ganhado uns quinhentos presentes. – E estava certa! Estou tão feliz!


Kate pulava de alegria.


– Escuta... – comecei.


– Por que voltou? Foi por minha causa? – ela interrompeu, os olhos brilhando. – Vai voltar a morar aqui?


– Kate... – ela, além de ser essas vadiazinhas de colegial, era extremamente irritante e insistente quando queria. Além de ser completamente maluca...


– Falamos disso depois, então – de repente ela me puxou pelo pescoço, prestes a me beijar; mas eu segurei seus pulsos e a afastei.


– Não, Kate, não vai dar – e eu nem queria. Não sentia exatamente atração por Kate, não como sentia pela Max... eu só faria isso se estivesse irritado ou chateado ou precisando enterrar os pensamentos em qualquer outra coisa. Agora não era o caso.


Além disso, tinha feito um acordo com Max e não pretendia descumpri-lo... Virei para encarar o sofá onde estávamos antes de Kate aparecer. Estava vazio. Suspirei.


– Espera... não quer transar comigo?


– Exatamente – Kate riu.


– Você está brincando, não é, Billy? Quer dizer, justo você, dizer que não quer transar com uma garota, especialmente comigo...


– Kate, estou falando sério – gesticulei para a porta. Seu sorriso desapareceu.


– Por que? – pensei um pouco antes de responder.


– Estou com outra pessoa – era, de certa forma, verdade. Max era a principal razão pela qual eu não ia ficar com Kate.


Ela sorriu de novo, agora de um jeito malicioso e se aproximou de mim.


– Você não faz o tipo fiel, Billy... nunca ficou com uma garota só... Nem eu consegui mudar isso em você, duvido que uma vadia qualquer vai mudar...


Me controlei para não arrastá-la daquela casa à força, sem me importar se era uma garota ou não. Ninguém falava assim da Max.


– A única vadia aqui é você. Vai embora, Katerina. E sugiro que não volte.


– Mas...


– Vai! – gritei.


Kate me olhou, num misto de surpresa, indignação e mágoa. Eu é que não ia me remoer pelo que ela sentia... não tinha perdoado o pneu furado. Ela saiu, com lágrimas nos olhos e eu bati a porta.


Tinha um assunto mais importante para resolver agora.


 


~Max~


Ouvi batidas na porta do meu quarto, mas não abri, nem respondi. Continuei encarando meu reflexo no espelho. Eu nunca seria como essas garotas loiras e lindas que o Billy costumava levar para casa. Claro que não.


Não ia chegar nem aos pés... Isso sempre me incomodou, mas agora parecia uma questão pessoal, me irritava de verdade. Eu odiava ter o cabelo ruivo... e odiava ser tão baixa.


– Max? – não respondi. – Podemos conversar? – Billy continuou batendo na porta e me chamando; bufei. Ele não ia desistir fácil.


Abri e cruzei os braços, encarando-o. Aquela cena tinha mexido comigo e eu queria deixar bem claro que ainda estava incomodada.


– Você está brava? – ele estava falando sério? Que pergunta mais idiota...


– Não – não era uma questão de estar brava, era só um sentimento de incômodo, eu não estava realmente brava, nem tinha porque ficar; no fundo, eu sabia que não podia contar com o acordo que fizemos.


– Você parece brava – Billy tocou meu rosto.


– Não estou.


– É por causa da Kate? – revirei os olhos.


– Por que eu ficaria brava por causa dela? Quer dizer, vocês dois pareciam bem próximos, ela é linda e você estava muito bem com ela no colo...


– Não sabia que você era ciumenta – ele deu um sorrisinho cínico. Revirei os olhos.


– Não sou. Eu não estou nem aí – só que ainda me irritava um pouco... o tom de voz dela, o sorriso idiota...


– Max… – ele começou a brincar com uma mecha do meu cabelo, enrolando no dedo. – Isso é ciúme.


– Não é ciúme. Só não gosto de desconhecidas entrando em casa e pulando em cima de você – Billy parecia se divertir com a situação; eu, por outro lado, estava ficando ainda mais incomodada.


– Ela era nossa vizinha, não é uma desconhecida... – agora eu me lembrava de onde a conhecia... Billy já a tinha trazido para casa algumas vezes. Ainda tinha sérias dificuldades para lidar com o fato de que ele já tinha ficado com metade de Irvine... e metade de Hawkins.


– Ah... é. Por que eu ficaria brava com você segurando no colo a vizinha com quem, inclusive, você já ficou? Não tem motivos para isso me incomodar.


– Maxizinha, eu pedi para ela ir embora... você não viu porque subiu para cá. Eu disse que não ia ficar com outras pessoas, você tem que começar a confiar em mim.


– É um pouco difícil, já que nem comigo você ficou mais – na verdade, desde aquele acordo, nós nos beijamos uma vez e foi uma iniciativa minha.


Billy abriu outro sorriso, os olhos verdes me encarando com uma curiosidade fatal, sem sequer piscar.


– É isso que você quer, Max? Um beijo? – obviamente.


– Não é só isso... – Billy deu um passo na minha direção.


– O que é então?


– Não quero ser como essas garotas para você...


– Você não é. Devo te lembrar quem se trancou comigo no banheiro, me colocou contra a parede, dormiu comigo e fugiu no dia seguinte? – senti meu rosto começar a esquentar; não tinha visto as coisas por esse lado.


– É uma situação diferente... – gaguejei. Billy riu. – Isso não tem graça – falei séria.


– Você fica linda quando está com ciúme, sabia? Mas tem razão, chega de brincar...


Estava prestes a perguntar o que ele queria dizer com aquilo, quando Billy se aproximou ainda mais de mim; senti sua respiração quente sobre a minha pele. Ele começou a passar os lábios pelo meu pescoço lentamente.


Uma de suas mãos desceu até a minha cintura, a outra estava na minha nuca; senti seu corpo contra o meu; aquilo parecia uma armadilha perigosa... e eu ia ceder. Era uma questão de tempo...


Senti meu corpo se arrepiar quando Billy passou a língua suavemente sobre a minha pele; fechei os olhos, tentando me concentrar, lembrar que estava brava... Era impossível com seus dedos deslizando devagar pela minha nuca e a mão pressionando minha cintura, me fazendo ficar ainda mais perto dele...


– Ainda com ciúme? – Billy sussurrou no meu ouvido. Cada centímetro do meu corpo estava lutando para não se agarrar a ele; eu era orgulhosa demais para me render assim.


– Billy... – foi a única coisa que consegui dizer, descruzando os braços.


– Adoro quando você diz meu nome assim... – arfei quando senti os dentes dele raspando na minha clavícula, ainda de um jeito sutil e lento.


E que se dane o orgulho... mesmo com raiva e tentando lutar para não ceder, não pude evitar enterrar os dedos em seu cabelo. Como ele conseguia fazer isso? Eu já não tinha controle nenhum do que estava fazendo, do que estava sentindo, tinha perdido a noção de realidade de um minuto para o outro. Meu lado racional sumiu no momento em que Billy encostou em mim e eu detestava isso... Mas, no fundo, se fosse honesta comigo mesma, era exatamente isso que eu queria: tê-lo pra mim... Sem aquela garota idiota no caminho.


Ele estava com a boca no meu pescoço, não no dela... era a mim que Billy estava prestes a beijar, era comigo que ele estava. E eu gostava dessa sensação.


– O que você quer, Max? – Billy sussurrou de novo, agora se afastando um pouco; abri os olhos e dei de cara com aquela imensidão verde, ainda parecendo se divertir com tudo.


– Só... me beija... – falei com a voz fraca. Fiquei na ponta dos pés, pronta para selar de vez a distância entre nós... Mas Billy não fez não se mexeu, apenas manteve um sorriso enorme nos lábios.


– É tão bom ver você desse jeito... – ele deslizou os dedos até minha boca, contornando meus lábios com o polegar.


– Billy... – aquilo era tortura...


– Me pede, Max – seu sorriso crescia cada vez mais e eu podia sentir a energia, o calor fluindo de nossos corpos; precisava do toque dele, precisava de mais...


– Me beija... – pedi, ofegante.


– Não assim... Me implora, Max – ele chegou ainda mais perto. – Me implora para beijar você...


– Por favor, Billy, me beija… eu imploro – seu sorriso cresceu.


– Isso... boa garota...


Ele umedeceu os lábios com a língua, como se estivesse prestes a saborear uma refeição memorável e, finalmente, acabou com a distância cruel entre nós.


Sua língua invadiu minha boca de um jeito dominador; eu gostava daquilo, gostava de quando ele estava no controle, me fazendo perder os sentidos.


Suas mãos pressionavam minha cintura, me prendendo contra ele, como se eu pudesse escapar a qualquer momento... mas eu não queria escapar. Muito pelo contrário.


Senti meu coração errar as batidas, o ar faltar no pulmão, mas não ia me afastar nem por um segundo. Nossas línguas se moviam ansiosas, querendo mais... euqueria mais.


Deixei escapar um gemido contra sua boca quando suas mãos deslizaram até os meus quadris, me puxando com firmeza. Billy arfou e mordeu meu lábio e suspirou, me empurrando para trás e me colocando sentada no criado-mudo, sem afastar a boca da minha nem por um segundo.


Agarrei seu pescoço, puxando-o para ainda mais perto, enquanto sentia seus braços forte ao meu redor, seu membro roçando contra a minha virilha, rígido, por cima apenas de algumas camadas de tecido; um calor percorria o meu corpo, em chamas. Agora não parecia assim tão estranho que as pessoas quisessem tirar as roupas como as revistas da minha mãe mostravam... Era exatamente isso que eu queria fazer.


Me lembrava vagamente de Billy dizendo que não poderíamos fazer aquilo, mas, naquele momento em questão, minha mente divagava, eu não conseguia pensar direito... simplesmente agi, quase como seguindo um instinto. Comecei a desabotoar sua camisa.


Inicialmente, Billy só apertou minhas pernas com mais força do que antes, então, de repente, de um segundo para o outro, ele parou e se afastou, olhando para mim.


– O que está fazendo? – ele perguntou; desci do criado-mudo e me aproximei dele de novo.


– A gente podia...


– Para – Billy me interrompeu. – Não termina essa frase. Já disse que não pode acontecer nada...


– Mas e se eu quiser?


– Você não sabe do que está falando... e tem que parar de mexer com a minha cabeça desse jeito, Max.


– Então... – coloquei as mãos sobre seu peito, com um sorriso. – Agora eu mexo com você?


– Max, eu não tenho autocontrole pra isso, por favor, para – ele fechou os olhos e passou as mãos pelo cabelo.


– Não entendo – cruzei os braços. – Por que é que não podemos transar? Achei que tivéssemos concordado que não temos nenhum laço fraternal e que a diferença de idade não é grande coisa...


Billy voltou a me olhar, claramente desconfortável e eu também não entendia o porquê disso.


– Você é virgem. E essa é uma grande questão.


– O que é que tem demais nisso?


 


~Billy~


Eu precisava, urgentemente, começar a colocar limites no que estava acontecendo... Cada vez que eu me permitia soltar as rédeas, Max me deixava louco e eu não sabia até que ponto ia conseguir me conter...


Ela queria mesmo transar comigo, estava me pedindo? Achava que, se algum dia fôssemos chegar a isso, a insistência viria do meu lado... era o que eu acreditava ser mais plausível, já que, no geral, garotas virgens eram mais difíceis...


Mas foi ela quem me colocou contra a parede e me chupou... e ela quem estava questionando o porquê não podíamos transar... Era incomum.


Concluí que isso estava acontecendo porque Max era ingênua demais para entender o que, de fato, significava perder a virgindade, ainda mais com alguém como eu.


Achava que era minha responsabilidade deixar tudo claro para ela, mesmo que não estivesse com a menor vontade de ser professor de educação sexual...


– Para as garotas isso pode doer, por nunca ter feito antes e...


– Então por que todo mundo diz que é tão bom?


– Quem disse isso? – ela desviou o olhar. Claro, as malditas revistas... que ódio. – Olha, é bom, sim, é muito bom... só que depende...


– Está confuso – é, e ainda podia ficar pior.


– Tem uma coisa que se chama gozar...


– Foi isso que você disse no banheiro – merda, tinha esquecido disso.


– Exatamente. É algo ótimo. E um cara pode gozar com qualquer garota, é fácil... mas uma garota não goza com qualquer um, é mais difícil, requer mais... conhecimento.


– Parece meio machista.


– Não é machista, é só falta de habilidade...


– Então você não tem habilidade? – olhei para ela.


– Que história é essa? – Max deu de ombros.


– Sei lá... às vezes escuto as garotas que você leva para casa gritarem, não parece bom... tem a ver com elas serem virgens?


– Não, não, não... isso é uma coisa diferente – respirei fundo. Seria uma conversa mais complexa do que eu imaginava. – Os gritos são... são gritos bons.


– Gritos bons? – é, foi o melhor conceito que pude pensar nos últimos dois segundos.


– É... elas gozam e por isso gritam, porque é bom... Muito bom mesmo... Mas às vezes elas fazem só para chamar atenção também, é meio irritante...


Acreditei que agora a conversa tinha chegado ao fim. Pensei ter deixado tudo claro para Max e que agora ela tiraria essa ideia da cabeça de uma vez por todas; ela com certeza tinha entendido e ia parar com a insistência.


– Nada do que disse me fez mudar de ideia. Ainda quero transar com você – contive cada músculo do corpo para não pular em cima dela no mesmo segundo; Max tinha prestado atenção em alguma palavra do que eu falei?


– Max, perder a virgindade não é algo para você pensar por agora, você é nova demais para isso e você tem que... – estava prestes a dizer que ela precisava fazer isso com alguém legal, alguém em quem confiasse e toda aquela baboseira que sempre achei inútil, mas que, agora, era o meio que o que eu queria para Max... que não fosse uma coisa que a traumatizasse. Mas seria hipocrisia da minha parte dizer aquilo, porque a verdade era que eu não era essa pessoa e pensar na hipótese de ela transar com qualquer outra pessoa me fazia querer destruir quem quer que fosse essa pessoa. – Você tem que pensar muito antes disso, entende?


– Já pensei. Eu quero isso, Billy... – Max se aproximou de mim. – Se é tão bom quanto você diz e se sabe o que está fazendo, por que não pode me fazer gozar?


Como é que eu poderia recusar isso? Era como se alguém estivesse esfregando um milhão de dólares na minha cara e me perguntando se eu queria...


Respirei fundo, me perguntando se eu devia me render a ela de uma vez... Mas seria um caminho sem volta; Max não é como qualquer garota... Morávamos juntos, íamos nos ver todos os dias por muito tempo e, mesmo que eu tivesse uma experiência considerável, não costumava transar com garotas virgens, não tinha muita certeza de como seria... Só aconteceu duas ou três vezes e eu mal conhecia aquelas meninas, não me importava. Com Max era diferente...


– Billy? – encarei aqueles olhos azuis. Merda. Eu até estava tentando, mas era difícil resistir quando Max me olhava e me pedia daquele jeito...


Segurei seu rosto com as mãos e voltei a beijá-la. Eu ia dar o que ela queria.


 


~Max~


Achava que Billy estava dando rodeios demais, enrolando demais para algo que não parecia ser grande coisa... ele era quem estava parecendo o virgem nessa conversa.


De repente, ele voltou a me beijar, agora mais devagar, mais profundo.


– Vou fazer o que você quer... – ele sussurrou e se afastou um pouco; sorri. – De um jeito diferente.


Billy me puxou até a cama e sentou, me colocando de costas para ele e me fazendo sentar em seu colo.


– O que vai fazer? – perguntei.


– Confia em mim?


– Sim...


– Então só relaxa...


Senti sua respiração entrecortada no meu pescoço quando ele começou a beijar aquela região. Me inclinei para trás, encostando a cabeça em seu ombro para deixar meu pescoço ainda mais à mostra.


Ele deslizou as mãos lentamente pelos meus braços e desceu até a barra da regata que eu usava, então suas mãos tocaram meus seios, por baixo do sutiã e eu não contive um gemido. Era a primeira vez que alguém me tocava daquele jeito e era simplesmente incrível.


O toque era firme e, ao mesmo tempo, suave, enquanto ele acariciava no lugar certo, eu adorava o efeito que a pele dele sobre a minha surtia... ele moridscava minha clavícula e meu ombro. Cada pelo do meu corpo estava arrepiado; fechei os olhos, me concentrando ainda mais na mistura prazerosa de sensações.


Billy desceu uma das mãos até minha coxa, passando os dedos com delicadeza, em sincronia com a língua no meu pescoço. Arfei quando ele tocou entre minhas pernas; mesmo por cima do shorts e da calcinha, foi o bastante para me fazer estremecer.


– Tem certeza? – ele sussurrou. Eu mal conseguia raciocinar mais, minha mente estava em branco, completamente vazia.


– Tenho... – respondi, quase sem fôlego.


Billy desabotoou o shots e abaixou o zíper e continuou deslizando sobre mim, ainda com uma fina camada de tecido nos separando.


– Caralho, Max... já está molhada desse jeito? Vai facilitar para mim... – gemi quando seus dedos finalmente encontraram minha pele, agora sem nenhum tecido no caminho... só sua mão, tocando no ponto certo, fazendo com que eu me contorcesse e cada músculo do meu corpo se retraísse.


A voz dele soando no meu ouvido, seus lábios contornando meu pescoço, suas mãos em mim, os cachos de cabelo fazendo cócegas no meu rosto... eram tantas coisas ao mesmo tempo e eu tentava aproveitar cada uma delas...


– Gosta disso, Maxizinha? – Billy perguntou, fazendo movimentos circulares e alternados. Movi meu corpo na direção dele, tentando acompanhar os movimentos, querendo mais...


– Gosto... – murmurei ofegante. – Continua... Por favor, continua...


Senti seu sorriso. Billy também estava gostando da situação.


Mas foi quando ele deslizou um dedo para dentro de mim que eu quis, de fato, gritar. E talvez até tenha gritado, já que perdi completamente o controle dos sons que fazia. Agora eu entendia o que eram gritos bons. Aquilo era... maravilhoso... eu mal conseguia respirar.


Sentia a respiração também pesada e ofegante de Billy na minha nuca. Ele também gemia, mas baixo, em murmúrios roucos, como se estivesse se contendo.


– Olha pra mim, Max – Billy disse num tom autoritário; obedeci, olhando em seus olhos verdes, que brilhavam com intensidade.


Aqueles olhos, aquela voz... tudo isso me fazia não querer parar nunca... senti um calor incendiário percorrendo meu corpo. Billy segurou meu pescoço e me beijou. Eu tentei, de alguma forma, retribuir, mas estava distraída demais, não conseguia me concentrar em uma coisa só. Nossas línguas se entrelaçaram e ele aumentou o ritmo; acompanhei seus movimentos com o corpo, não querendo que ele se afastasse nem por um segundo.


Billy tirou os lábios do meu e nossos olhos voltaram a se encontrar; senti uma onda de prazer tomar conta por completo do meu corpo, um formigamento me invadiu da cabeça aos pés e, finalmente, eu relaxei nos braços dele. Billy encostou a testa no meu ombro, ainda ofegante.


Dei um suspiro, aproveitando os últimos segundos daquilo.


Se aquilo era gozar, Billy não mentiu quando disse que era muito bom...


 


~Billy~


Era tão fácil deslizar os dedos pra dentro dela, Max estava excitada, molhada mesmo antes de eu tocá-la, de fato... muito mais do que a maioria das garotas com quem eu já tinha feito isso... e eu adorava.


Sentia seu corpo se contorcendo em cima de mim, seu cheiro doce, ouvia seus gemidos deliberados, excitantes e, acima de tudo, verdadeiros; Max não estava fingindo, não fazia só porque achava que era o que eu queria... ela realmente estava delirando e eu não ia parar. Suas mãos apertavam meus braços, seus mamilos rígidos, meus dedos se deliciando nela...


Era quente... apertada... ela se esfregava em mim sem nem perceber o quanto me provocava... Eu também estava ficando com ainda mais tesão...


Não consegui controlar. Max mal estava me tocando, não propositalmente, ao menos, e, ainda assim, eu gozei. Ao mesmo tempo que ela... nunca tinha feito nada assim.


Nenhuma outra garota nunca tinha conseguido me fazer gozar só com um boquete e, muito menos, sem nem tirar as roupas... Como é que Max conseguia?


E eu só pensava em como devia ser bom transar com ela... seria tão fácil penetrá-la... do jeito que ela estava molhada, não ia nem doer... Tive que fazer o maior esforço da minha vida para não arrancar as roupas e foder com ela ali mesmo...



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Autor(a): nirvana666

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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~Billy~ Eu estava sentado no balcão da cozinha enquanto Max colocava torradas na torradeira; meu pai e Susan tinham deixado mais da metade da casa intacta... estavam mesmo com pressa de ir embora. Encarei Max por um tempo; ela tinha marcas sutis de chupões no pescoço e nos ombros; talvez eu tivesse me empolgado um pouco demais. Não gostava de ve ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • merophe Postado em 13/08/2022 - 19:52:52

    Boa sorte com os ADMS da plataforma!


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