Fanfics Brasil - Date? Improvável

Fanfic: Improvável | Tema: Stranger Things


Capítulo: Date?

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~Max~


Tivemos que sair por causa da chuva. E, apesar de termos passado pouco tempo juntos na praia, foi bom, eu tinha gostado; sentia falta do ar fresco da Califórnia, do barulho das ondas quebrando, das pessoas rindo despreocupadas, da brisa oceânica, dos turistas tirando fotos sem parar... 


Ainda assim, mesmo que eu gostasse dessas coisas, poderia viver sem elas e ficar permanentemente em Hawkins.


Eu não parava de me perguntar quando minha mãe ia ligar, se ia demorar muito para o Sr. Hargrove se acalmar...


– Você está bem? – perguntei. Billy estava meio quieto demais, distante desde que encontramos Rhys na praia.


Eles eram amigos há bastante tempo, Rhys vivia em casa... E houve uma época em que tive... uma quedinha por ele. Agora parecia ele quem estava flertando comigo, mas eu podia ter interpretado errado também. De qualquer forma, Billy tinha ficado visivelmente incomodado com alguma coisa... e eu não ia citar Rhys. Ele já era suficientemente ciumento sem motivos.


– Estou ótimo – ele respondeu sem tirar os olhos da rua. – Por que não estaria?


– Não sei – eu não tinha ideia do que Rhys tinha dito a ele. – Onde estamos indo? – perguntei quando vi que Billy estava fazendo um caminho diferente.


– Pensei em parar em algum lugar para comer – olhei para os clarões no céu e a chuva caindo com cada vez mais intensidade nos vidros do carro.


– Com essa tempestade que está se formando? – ouvi um trovão. Eu não me sentia muito confortável com Billy dirigindo debaixo de um temporal... seria o auge da tempestade quando voltássemos para casa.


– A gente espera a chuva passar antes de voltar – ele disse, como se lesse meus pensamentos.


Comecei a pensar no que os meninos estariam fazendo uma hora dessas em Hawkins... Sem demogorgons para lutar, sem portal para fechar... o que eles faziam no tempo livre? Será que El estaria com eles? Seria incrível ter poderes como os dela no dia a dia...


Billy estacionou o carro; nós dois descemos e ele abriu o porta-malas, me entregando uma blusa com capuz e vestindo uma jaqueta de couro.


– Você tem um guarda-roupa no carro? – perguntei, colocando o capuz para me proteger da chuva.


– É da época em que eu passava as noites fora para evitar o meu pai – Billy andou na frente e eu o segui, sem saber para onde estávamos indo.


– Não sabia disso – ele olhou para mim, com um sorriso amargurado.


– Nunca percebeu que eu sumia, não é? – comecei a me sentir mal; houve um tempo em que percebi que as brigas diminuíram razoavelmente, sim, mas não tinha parado para pensar no porquê.


Entramos no que parecia ser um bar... Só que mais organizado. Não tinha gente bêbada para todo lado, nem a gritaria constante. E era bonito. Tinha uma parede coberta de desenhos de personagens, quadros de celebridades como Marilyn Monroe, Charlie Chaplin, Beatles, Audrey Hepburn e vários outros; e uma moto pendurada no teto. Rock clássico tocava em som ambiente numa jukebox, era um lugar bem agradável.


– Você parece surpresa – Billy comentou.


– É, não sabia que você vinha em lugares assim...


– O que você esperava? Membros de gangue apostando drogas numa mesa de sinuca?


– Bom... – para ser sincera, era exatamente o que eu imaginava.


– Eu sei ser civilizado, Max – sentamos em uma das mesas; pedimos hambúrguer, coca e batata frita, ainda em silêncio.


 


~Billy~


Eu não costumava fazer isso, aliás, não me lembrava da última vez de ter feito, mas aquilo se parecia muito com um encontro. Não os que eu tinha com outras garotas, em motéis ou em casa... Acho que já levei uma delas em algum bar ou algo assim, mas era muito diferente.


Estávamos comendo, em um lugar calmo, onde podíamos conversar e, surpreendentemente eu não estava entediado, nem gostaria de estar em outro lugar que não aquele, com outra pessoa, que não a Max. Eu estava gostando de ter um “encontro de verdade”, mesmo que mal planejado. Ou, ao menos, era o que eu imaginava ser um encontro normal... definitivamente nunca tive um, não desses que Rhys costumava me contar.


– Você está estranho – Max falou; de repente eu percebi que estava simplesmente encarando ela, enquanto me perdia nos pensamentos. – Tudo bem mesmo?


– Desculpa – peguei uma batata.


– O que está acontecendo, Billy? – Max não era idiota, ela percebeu que algo estava diferente. Mas a verdade era que nem eu sabia responder essa pergunta. O que estava acontecendo, exatamente?


Rhysand insinuou que eu estava apaixonado e não conseguia tirar isso da cabeça. Não sei o que é me apaixonar, não quero acreditar nisso. Ao mesmo tempo, não tinha outra explicação plausível para o que estava acontecendo e para tudo ter mudado drasticamente de uma hora para outra...


– Como assim? – perguntei; queria saber até onde Max tinha percebido que algo mudou. E também preferia não falar sobre o que estava sentindo até ter certeza.


– Não sei... Desde a praia você está meio quieto... Fora as outras coisas...


– Que coisas? – Max me encarou por um momento antes de responder.


– Você não tem tido aqueles ataques de raiva, não que eu esteja reclamando... Também não te vejo mais fumar e você fumava o tempo inteiro...


– Isso é ruim?


– Não – ela respondeu rápido. – Aliás, é bom, não gosto de quando fuma.


– Não?


– A fumaça, o cheiro... Me incomoda – eu não sabia que ela ficava incomodada com o cigarro. Eu definitivamente não voltaria a fumar tão cedo. Quanto aos ataques de raiva, acho que devia dar créditos ao fato de estar longe do meu pai, isso me mantinha mais pé no chão.


– Não era você que queria experimentar? – ela deu de ombros.


– É, achei que tivesse algum ponto positivo, já que você estava o tempo inteiro com um na boca... – bebi a coca, sem dizer nada; não sabia bem se estava gostando dessa conversa. – Vai me dizer o que está acontecendo?


Max olhou no fundo dos meus olhos e foi então que eu percebi que seria impossível continuar fingindo que não estava acontecendo nada. Eu me envolvi demais com ela; muito mais do que eu pensei que seria capaz.


– Sabe, eu gosto de você, Max. Gosto mesmo – nunca tinha dito isso a alguém; ao menos, não sendo totalmente sincero como estava sendo agora. 


Sobre estar apaixonado, como Rhys disse, eu precisava pensar a respeito. Eu sabia que gostava de Max, queria que ela ficasse bem, a possibilidade do meu pai – ou de qualquer outra pessoa – encostar nela me deixava atordoado, eu fazia tudo que ela me pedia, eu queria o melhor para ela em todos os sentidos. Eu não queria mais estar com outras pessoas, não sentia mais a necessidade da nicotina, nem do álcool, nem de qualquer outra coisa que não fosse Max. E não dirigiria bêbado numa estrada, torcendo para perder de vez o controle e morrer num trágico acidente, porque agora tinha alguém com quem eu me importava o suficiente para não querer acabar com tudo. Essa era a sensação de estar apaixonado? Eu não tinha ideia e não queria me precipitar.


– É tudo meio diferente agora... eu... eu só... não quero decepcionar você – falei.


– Se não quer me decepcionar...– Max falou lentamente – Coloca isso – então ela pegou o óculos de sol rosa, com um sorriso no rosto. Franzi o cenho.


– Por que?


– Porque você está começando a ficar muito sério... – era um assunto relativamente sério... – Além disso, vai ser engraçado te ver com essa jaqueta de couro, a pose de bad boy e óculos cor de rosa...


– Pose de bad boy? – repeti. – Só pode estar brincando... – então ela se aproximou e colocou o óculos em mim; eu tinha perdido o controle da minha vida. Tinha acabado de deixar uma menina colocar um óculos de sol rosa em mim num lugar público por motivo nenhum.


Max riu e eu me segurei para não rir junto. Tudo bem, valeu a pena passar por essa humilhação momentânea; ela ficava linda rindo, um sorriso contagiante, iluminado. Eu poderia passar horas admirando.


Max se aproximou de novo e me beijou, do nada; apenas encostou os lábios nos meus, de um jeito suave e totalmente inocente. Depois se afastou.


– Eu também gosto de você, Billy. Muito. Achei que já tivesse dito isso... você não vai me decepcionar – Max abriu outro sorriso; era tão fácil deixá-la contente, eu devia ter feito antes, com mais frequência. Não conseguia mais me imaginar gritando com ela por algum motivo idiota, nem xingando ou brigando. Minha única vontade era cuidar dela e preservar aquele sorriso para sempre. – Só que você tem que ser sincero comigo... 


– Vou ser – coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.


– E eu também não gosto da ideia de ser só mais uma na sua enorme lista de conquistas. Não quero ser como essas garotas que você vive levando para casa – suspirei. 


– Vivia – corrigi. – E você não é, Max. Pensei que já tivesse deixado isso claro.


– Às vezes sinto como se fosse – tirei os óculos; não dava para ter esse tipo de conversa usando aquilo. – Quer dizer... tenho a sensação de que você só está brincando comigo e que vai voltar a me tratar daquele jeito quando cansar...


– Não é assim, eu garanto – Max desviou o olhar. – Você não acredita em mim?


Ela demorou um tempo para responder.


– Passei anos vendo você ir e vir com mais garotas do que sou capaz de contar, anos vendo você usando e desprezando cada uma delas depois de conseguir o que queria; não me culpe por não acreditar tão facilmente em você. Foram tantas que... – ela parou de falar.


– Que você achou que eu não mudaria nunca – completei.


– Eu não disse isso.


– Mas pensou – Max não respondeu, nem precisava. – O que eu tenho que fazer para provar que é diferente?


– Não sei. Acho que isso só o tempo vai dizer – eu não podia mesmo culpá-la por pensar aquilo; nunca fui um bom exemplo como pessoa, muito menos se tratando de garotas... Eu não fazia o ripo educado, gentil e respeitoso que meu pai tanto tentava me forçar a ser. Não era nada disso, com ninguém; mas era porque eu as tratava como objetos, uma distração, só um passatempo e, sim, eu sabia que estava errado ignorar os sentimentos das pessoas assim, mas não podia evitar.


Eu pensava que, se ninguém se importava com o que eu queria ou sentia, por que devia me importar com os outros? Mas com a Max era diferente. Eu me importava, querendo ou não; mesmo quando brigávamos e eu gritava com ela, me importava.


Até mesmo antes de nos mudarmos para Hawkins... algumas pessoas falavam sobre ela na escola e, em todas as vezes, fiz questão de dar uma surra em quem quer que fosse. Até quando comecei a juntar dinheiro para ir embora permanentemente de casa, eu meio que incluía Max nos planos, mesmo sem ela saber; no momento em que fosse saísse, a levaria comigo. Podíamos não ter uma relação muito boa naquela época, mas não podia pensar sequer na possibilidade de deixá-la naquela casa com o meu pai.


Ok, eu gostava e me importava com ela há mais tempo do que gostaria de admitir... só que eu odiava esse sentimento, então era muito mais fácil afastá-la e tratá-la mal, principalmente porque odiava o jeito com que Max fazia eu me sentir vulnerável e perdido.


Agora já não estava ligando para o quão idiota eu pudesse parecer, só queria ficar perto dela e provar que, com ela, era diferente, que eu gostava mesmo. Estando ou não apaixonado.


– Quero que conheça um lugar amanhã – falei, com uma ideia em mente.


– Outro bar? – ela riu.


– Não.


– E que lugar seria esse então?


– Surpresa.


– Odeio surpresas, Billy.


– Eu sei – pisquei para ela.


De repente alguns casais levantaram e foram para o centro do bar, dançando lentamente a música “Every Breath You Take”.


– Não sabia que era um bar com pista de dança – Max comentou, encarando as pessoas.


– Não é. Eles que são bregas – eu já tinha ido naquele bar algumas vezes, sabia que as pessoas sempre faziam isso, como se estivesse num baile de colégio. Era brega, vergonhoso e clichê. Mas...


Levantei e puxei Max pelo braço.


Já estava escurecendo lá fora, a tempestade ainda estava forte, com trovões estrondosos e clarões no céu. Teríamos que passar o tempo de alguma forma.


– Billy, o que está fazendo? Eu não sei dançar isso. E é ridículo! – revirei os olhos. Levei muitas garotas a muitos bailes e aprendi algumas coisas.


– Então vamos ser ridículos – eu a puxei pela cintura, trazendo-a para perto de mim, no meio de outros casais. – Coloca os braços nos meus ombros – ela obedeceu. – Agora a gente fica assim, andando devagar de um lado para o outro.


– É realmente muito idiota... – Max deu risada.


– Talvez... Mas não vou negar que gosto do pretexto de ficar assim com você – nossos corpos tão próximos, os olhos dela brilhando sob a meia luz, a vantagem de poder acabar com aquela proximidade entre os nossos lábios a qualquer momento, com tanta facilidade... Eu podia ter dançado milhares de vezes com outras pessoas, mas com ela era especial. Não estava com aquela sensação de estar sendo forçado, nem contando os segundos pra sair dali... Na verdade, ao contrário, eu queria que durasse mais tempo.


Em uma parte mais acelerada da música, eu a girei; ela se afastou por um momento, depois voltou de novo pra perto e eu não pude resistir em beijá-la.


Max parecia surpresa com cada gesto. Era isso que eu queria; surpreendê-la, para que ela visse que eu estava sendo sincero, que nunca faria com ela o que já tinha feito antes.


Ela tinha uma péssima coordenação motora, pisava ocasionalmente no meu pé e um senso de ritmo muito ruim. Mas estávamos nos divertindo e esse era o principal.


– É, talvez uma dancinha brega não seja tão ruim assim – ela disse, me olhando com um sorriso brincalhão; sorri de volta. Esses momentos com Max... Eram únicos. E eu estava decidido a fazer o dia seguinte ainda melhor.


 


~Max~


Billy e eu passamos a tarde inteira no bar; nós comemos, dançamos, conversamos, rimos... Foi ótimo. Mesmo assim, eu não conseguia deixar de sentir aquele incômodo, aquela sensação de que ele estava só me usando. Billy parecia sim estar melhorando em vários aspectos, mas eu não conseguia acreditar que eu era a razão para essa melhora, não entendia como alguém como ele poderia gostar de alguém como eu.


Por mais difícil que fosse admitir, Billy era irresistível; era impossível passar mais de 5 minutos sem querer pular no pescoço dele... Especialmente para quem já sabia que tipo de efeitos e sentimentos ele era capaz de despertar... Agora eu entendia perfeitamente bem como tantas meninas caíam no papinho dele. Aqueles olhos verdes pareciam hipnotizar... Aquele sorriso de galã entrava no cérebro e o fazia derreter, sem raciocinar direito... e aquela voz convidativa quase como se disse “vem aqui, me beija”, mesmo que estivesse falando outras coisas. E eu não conseguia lutar contra essa vontade.


Ele dizia que gostava de mim, que eu era diferente... E eu queria do fundo do coração acreditar, mas li livros o suficiente e assisti muitos filmes para entender que garotos mentem usando essas exatas palavras. Por outro lado, em todo filme tem um bad boy que não se importa com nada e com ninguém e se apaixona pela garota estranha da escola. Seria possível? Eu realmente queria acreditar que sim.


– Acho melhor irmos para casa – Billy falou depois de um bom tempo, quando já estava totalmente escuro do lado de fora.


A chuva tinha minimamente diminuído, embora ainda escutássemos os trovões e o barulho da água atingindo o teto e as laterais do bar.


Assenti e nós saímos; não tinha chance de chegarmos até o carro sem nos encharcarmos. Respirei fundo antes de começarmos a correr debaixo da chuva, seguindo alguns metros, tomando um banho... Então nós paramos num beco, onde não estava chovendo, para pelo menos darmos uma pausa.


Billy olhou para mim; seu cabelo estava bagunçado, alguns fios grudados em seu rosto molhado, a camisa grudada em seu peito, demarcando bem o abdômen, a jaqueta pingando, a respiração ofegante por termos corrido...


Era exatamente isso: irresistível. Eu era simplesmente incapaz de ficar ali e não me jogar em cima dele... na realidade, não tinha nada que me impedisse de fazer exatamente isso.


Fiquei na ponta dos pés e o beijei com uma intensidade que consideraria quase sobrenatural, puxando-o para perto. Ele me colocou contra a parede, sem tirar a boca da minha; suas mãos frias percorriam o meu corpo, segurando firmemente minha coxa.


Enterrei os dedos nos cabelos dele, sentindo a água escorrendo pelo meio braço; mesmo sentindo o vento frio, eu estava com calor... um calor diferente... queria mais, queria que ele fizesse comigo o mesmo que tinha feito antes. Acho que o efeito que Billy exercia sobre mim não mudaria nunca... Cada vez que a gente ficava, eu me perdia, estava cada vez mais dominada por ele... A insegurança parecia sumir.


– É, Maxizinha, às vezes você me pega de surpresa...


– Desculpa... – murmurei de volta.


– Relaxa – ele beijou meu pescoço. – Eu adoro isso – e eu estava adorando muito mais...


Parecia uma cena de filme; os raios, os trovões, a chuva, a gente num beco, perto de um bar, se pegando como dois loucos, sem nem pensar no mundo lá fora, em quantas pessoas poderiam nos ver nessa situação. Billy me apertou ainda mais contra ele; cravei as unhas em suas costas, e, em meio aos sons exteriores, distingui sua respiração ainda mais ofegante; ele passou a língua pelos meus lábios, eu continuei aérea, de olhos fechados. Aquele beijo....Viciava.


– E odeio ter que interromper – ele disse sem se afastar um milímetro – Mas está um frio do caralho aqui... Acho melhor irmos para casa.


– Fala sério, Billy – inacreditável ele cortar o clima assim.


– Você está tremendo – foi só então que percebi que estava mesmo tremendo, batendo os dentes. – E eu iria gostar de te esquentar, mas também estou com frio – ele me olhava com as sobrancelhas arqueadas, parecendo levemente preocupado. – Não quero que você fique doente. Vamos?


Fiz cara feia; eu não queria... Mas ele tinha razão, talvez fosse melhor mesmo.


– Não faz essa cara... Vem! – de repente ele me pegou e me colocou nos ombros; eu dei um grito, surpresa, depois comecei a rir.


– Doido!


Aquele dia não poderia ter começado e terminado de uma maneira melhor. Billy foi um amor comigo durante o dia todo, fizemos coisas simples e legais e até parecíamos um casal de verdade, se é que era possível... Talvez ele estivesse sendo sincero, afinal, quando dizia que gostava de mim. Mas eu não conseguia parar de pensar no que ia acontecer quando voltássemos para Hawkins, se tudo ia mudar... para pior.


 


~Billy~


Max e eu estávamos deitados no meu quarto; dormimos juntos todas as noites desde que saímos de Hawkins e eu estava começando a me acostumar e até a gostar disso. Nunca tive o costume de dormir com garotas, nem vontade de ficar com elas depois do sexo... era algo incomum, não tinha esse hábito, sempre dormi sozinho.


Mas estava realmente gostando de dormir e acordar com Max ao meu lado, o perfume dela nos lençóis, os cabelos ruivos espalhados no travesseiro e a tranquilidade com que ela dormia... Parecia perfeito.


Ela tinha dormido há horas, depois de um banho quente e um filme. Eu, por outro lado, não preguei os olhos; já era cerca de três ou quatro da manhã e minha cabeça ainda estava na conversa com Rhys.


Ele tinha dito que eu estava apaixonado e apontado boas razões para pensar assim, razões que faziam sentido... E Max falou que sentia que era como as outras para mim. Isso doía, porque para mim estava claro que não era...


Max e eu brigamos muito ao longo dos anos e eu não poderia ser ignorante a ponto de dizer que ela tinha como saber dos meus sentimentos; nunca nem cogitei ficar com ela... e agora ela estava ali, deitada no meu braço, dormindo como um anjo, despreocupada.


Eu me importava e nunca poderia fazer com ela o que fiz com outras garotas, isso a magoaria, tinha certeza. Talvez Rhys estivesse certo...


Eu estava bem, não sentia mais aquela raiva que me consumia, porque meu pai estava longe e porque Max estava comigo. Agora e percebia o quanto eu gostava de vê-la feliz, empolgada, os olhos azuis brilhando de alegria, e não com medo, como costumava fazer antes.


Afastei alguns fios de cabelo de seu rosto e passei o polegar por sua bochecha, ela era linda, como é que eu nunca tinha reparado nisso antes de irmos para Hawkins?


Ela colocou um braço ao meu redor, me abraçando, como se pudesse adivinhar os meus pensamentos.


Pensei em todas as vezes em que Max veio falar comigo depois dos surtos e explosões do meu pai e em como me senti melhor com ela, mesmo que odiasse admitir isso e acabei sendo horrível com ela. Eu não queria mais ser assim.


Eu tinha consciência de que, mesmo se não agisse mais daquele jeito, mesmo que parasse com o cigarro, o álcool, as garotas e as festas, eu não seria a pessoa certa. Max merecia muito mais do que qualquer coisa que eu pudesse oferecer. Mas ainda era egoísta demais para desistir dela.


– Talvez eu esteja mesmo apaixonado por você, Maxizinha – sussurrei.


Ela estava num sono profundo, jamais teria escutado aquilo... Mas eu admiti em voz alta. Era errado de todas as maneiras possíveis me apaixonar pela minha irmã caçula postiça, mas podia ser verdade.


A única coisa que tinha certeza era que me importava muito com a Max, sentia uma atração forte e a necessidade de cuidar dela.


A luz do sol começou a entrar pela janela, já que esquecemos de fechar as cortinas na noite anterior; Max resmungou e enterrou a cabeça no meu peito. Eu a abracei um pouco mais forte.


Teria conseguido dormir tranquilamente se não fossem todas aquelas questões rodando um milhão de vezes na velocidade máxima pela minha mente; não conseguia tirar o que Rhys tinha dito da cabeça...


Eu estava planejando levar Max para um lugar diferente no dia seguinte, um lugar em que eu me sentia bem, onde nunca tinha levado outra pessoa antes. Talvez essa fosse a maior prova de que eu estava, de fato, apaixonado.



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Autor(a): nirvana666

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • merophe Postado em 13/08/2022 - 19:52:52

    Boa sorte com os ADMS da plataforma!


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