Fanfic: Improvável | Tema: Stranger Things
~Max~
Billy e eu ainda não estávamos nos falando quando as férias de dezembro começaram, não depois que ele teve uma overdose... Eu continuei preocupada, claro, ainda fiquei de olho nele, tentando adivinhar se tinha usado alguma droga desde aquele dia, mas Billy parecia melhor.
Tinha voltado a fumar, o que me incomodava, mas era com uma frequência relativamente menor, em comparação aos anos anteriores.
Me acostumei a ir para os lugares de skate ou ônibus, já que Billy passava o dia fora e eu não tinha ideia de onde estava ou o que estava fazendo... mas a noites ele sempre voltava, antes da minha mãe e o Sr. Hargrove chegarem. Não éramos uma família muito convencional, mas, de vez em quando, sentávamos juntos à mesa de jantar. Os quatro. E essa era uma dessas vezes.
O Sr. Hargrove falava sobre investimentos em terrenos de uma cidade em Ohio e, de repente, me lembrei de algo.
– Tio Jack mora lá perto, não é? – perguntei. O Sr. Hargrove e minha mãe olharam para mim; Billy e eu nunca falávamos nada quando estávamos na mesa de jantar.
– Mora – o Sr. Hargrove respondeu, pensativo. – Inclusive... Faz um bom tempo que não visitamos o meu irmão e a família dele.
Tio Jack era legal, eu gostava de visitá-lo, embora tenhamos ido poucas vezes e a cidade não fosse exatamente muito legal. Fiquei empolgada com a ideia.
– Vamos viajar para lá esse final de semana – o Sr. Hargrove declarou. – Arrumem as suas coisas, iremos na sexta.
E, tão rápido quanto chegou, a empolgação para visitar o tio Jack sumiu. Lucas e eu – e os outros garotos – tínhamos planos para ver a esteia de um filme no cinema naquele sábado... o que significava que eu ia perder.
Billy também não pareceu muito contente com a ideia, ele me lançou um olhar ameaçador e, em seguida, sem dizer uma palavra, levantou da mesa.
~Billy~
Eu já estava irritado. Tinha passado os últimos dias procurando um emprego por Hawkins para as férias, mas, aparentemente, os empregos temporários só funcionavam no verão naquela cidadezinha de merda.
Estava começando a ficar desesperado com a ideia de que ia ter que passar as férias vendo Max sair com o novo namoradinho escroto dela... Quando surgiu uma oportunidade.
Heather Holloway, uma garota da escola, comentou sobre trabalhar permanentemente como salva-vidas na piscina municipal de Hawkins nos verões. Ela trabalhava lá desde os quinze anos.
Me interessei. Começaria só em julho, mas tinha que fazer um curso básico de, no mínimo, seis meses para me candidatar, porque, além de salva-vidas, a vaga também incluía dar aulas de natação... ou seja, seis meses fazendo um curso e evitando Max. Mesmo que fosse para lidar com crianças ranhentas depois.
A questão era que ainda precisaria passar num teste para começar as aulas. Não era a minha preocupação; eu sabia nadar muito bem e tinha uma noção leiga de primeiros-socorros... além disso, fiz questão de conversar com Heather, que era a capitã da equipe de salva-vidas. Ela estava louca por mim e faria questão de me passar no teste.
O problema é que a Maxine inventou de falar do tio Jack, o irmão mais novo do meu pai... E agora ele queria viajar para vê-lo justamente no final de semana em que eu teria que fazer o teste.
Esmurrei a parede, com ainda mais raiva do que estava antes. Como é que Max podia ficar no meu caminho em absolutamente tudo? Não podia ter um segundo de paz sem que ela interferisse.
– Você é inacreditável – falei a ela no dia seguinte. Max me olhou surpresa.
Eu já estava a evitando e não conversava com ela, mas aquele era um caso à parte; não conseguia controlar minha irritação e alguém precisava ouvir.
– O que foi que eu fiz?
– Falou sobre o Jack... Agora a gente vai passar a porra do final de semana numa fazenda em Ohio!
– E o que é que tem? Achei que gostasse de lá... – eu meio que gostava, meio que achava entediante... tinha o meu primo Theo para passar o tempo e não ficar tão chato, mas aquele não era o momento para confraternizar em família.
– Esse final de semana eu ia fazer o teste para salva-vidas, arrumar um emprego, se é que você sabe o que é isso – Max franziu o cenho.
– Mas ainda estamos no inverno...
– Que se foda que é inverno, eu ia fazer o teste sábado até você inventar essa historinha do tio Jack! – ela cruzou os braços.
– Mas eu só disse...
– E devia ter ficado quieta – Max não entendia que o melhor jeito de sobreviver naquela casa era ficando em silêncio.
Ao invés de gritar comigo ou começar uma discussão, o que, na verdade, eu acharia bem plausível, Max respirou fundo e balançou a cabeça.
– Tudo bem, me desculpa. Vou falar com o seu pai para...
– Não – interrompi. – Não é para falar nada. Esquece, eu resolvo do meu jeito.
Peguei as chaves do carro.
Seria muito mais fácil falar com Heather; ela era meio ingênua e gostava de mim, não ia ser difícil convencê-la a me deixar fazer o teste outro dia, mesmo que fosse contra as regras.
Dirigi até a piscina municipal de Hawkins; algumas pessoas ainda estavam fazendo inscrições para salva-vidas, já que, com exceção de Heather, a maioria só ficava no emprego durante o verão, eram vagas bem transitórias. Não tinha uma concorrência muito ampla e eu tinha certeza que passaria no teste sem precisar de ajuda, mas agora que ia para Ohio no final de semana, precisava fazer qualquer coisa para Heather mexer os pauzinhos com as datas.
– Oi, Heather – falei, dando um sorriso largo. Heather era bonita, tinha longos cabelos castanhos ondulados e olhos escuros.
Seria fácil gostar dela... Ela me tratava bem, não só porque era afim de mim, mas parecia genuíno. No geral, se importava com as pessoas, eu já tinha percebido antes, não era irritante... Não. Heather era inteligente e sabia como e quando agir. Ainda assim, eu não ia ficar com ela; não queria estragar as coisas entre a gente. Precisava dela por mais uns meses, pelo menos até passar no teste e concluir o curso e sabia que se acontecesse algo entre nós, Heather iria ter uma visão diferente de mim e, possivelmente, não ia ficar mais tão inclinada a me ajudar.
Então manter um “meio-termo” era o suficiente.
– Billy... – ela respondeu, retribuindo o sorriso. – Por que está aqui? Achei que já tivesse entregado a ficha de inscrição... – ela conferiu alguns papéis.
– É, entreguei – me aproximei do balcão, ficando ainda mais perto dela.
– Precisa de alguma coisa?
– Na verdade... – abaixei o tom de voz. – Estou meio preocupado em não conseguir mais a vaga... – tirei os óculos, forçando um olhar mais preocupado e triste do que eu realmente estava.
– Considerando seus concorrentes, não vai ser difícil você passar no teste – Heather sorria. – E sabe que posso te ajudar, se for o caso... Vai ser ótimo ter você como colega de trabalho.
– E eu agradeço por isso, mas... – dei um suspiro dramático. – Meu pai vai ter uma viagem importante nesse final de semana e precisa que eu vá. Eu não podia recusar um pedido dele, entende?
Seu sorriso diminuiu e ela pareceu chateada.
– Quer dizer que não vai fazer o teste?
– Se não tiver como fazer em outro dia, não... – toquei seu rosto. – Sinto muito, Heather, eu queria mesmo a vaga. Seria incrível fazer esses meses do curso e passar o verão com você... Mas não posso mesmo perder essa viagem – e meu pai não sonharia em me deixar ficar; ele fazia muita questão de fingir manter uma família incrível.
Ela me encarou por um tempo, depois colocou a mão sobre a minha.
– Eu vou dar um jeito – Heather disse, decidida. – Você pode vir na segunda, o que acha?
– Isso não vai te causar problemas? – ela voltou a sorrir.
– Não. Vou explicar a situação e conversar com algumas pessoas. Tenho certeza que você vai ser um ótimo salva-vidas, você é o candidato com o melhor físico! E, claro, não podemos quebrar a tradição dos salva-vidas gatos...
Sorri para ela e beijei sua bochecha.
– Obrigado, Heather. Isso é muito importante para mim.
Era importante para eu poder manter distância de Max e dos amiguinhos estúpidos dela; teria a desculpa perfeita para não passar os próximos meses convivendo com ela.
~Max~
– Você parece irritada – disse Lucas, enquanto andávamos no shopping.
Eu já tinha marcado de encontrar com ele antes da pequena discussão com Billy. Ele estava há dias sem falar comigo, não olhava na min há cara e, de repente, ficou bravo porque íamos visitar nosso tio... Não fazia sentido. Eu sabia que Billy adorava me perturbar e me deixar confusa, mas esse era um extremo... Que história era essa de salva-vidas? Estávamos em pleno inverno! Era uma desculpa esfarrapada para ele brigar comigo.
– Não estou, está tudo perfeito – respondi. Lucas sorriu.
– Que bom, pensei que estivesse com raiva de mim...
– Eu estava sendo irônica – revirei os olhos.
– Ah...
Aquele encontro tinha tudo para ser perfeito, o primeiro encontrado de verdade que teríamos... Se Billy não tivesse azedado meu humor logo cedo. Estávamos tomando milk-shake, sentados num banco do shopping e eu juro que estava me esforçando para não perder a paciência; não era um bom dia para Lucas começar com gracinhas e idiotices para cima de mim.
No geral, eu até achava engraçado o jeito bobo e as palhaçadas que ele dizia, mas, naquela tarde, especificamente, qualquer coisa iria me tirar do sério. Por que Billy tinha que ser tão babaca? Tudo bem, ele não tinha voltado a gritar comigo, nem me xingar, nem nada parecido... Talvez eu até preferisse que ele voltasse a ser assim do que aquele tratamento distante e frio, como se não ligasse a mínima para mim.
– Vou perder a estreia do filme – falei, tomando um gole do milk-shake. Esse era outro ponto que me deixava incomodada, mas não a ponto de arrumar uma briga por causa da viagem... Seria legal ver o tio Jack.
– O que? – Lucas arregalou os olhos, boquiaberto. – Como assim você vai perder a estreia? Por que?
– Porque meu padrasto decidiu que vamos visitar meu tio em Ohio nesse final de semana e...
– Ele decidiu assim, do nada? Ou ele já tinha marcado essa viagem e você esqueceu de falar? – contei até dez mentalmente.
– É óbvio que eu não esqueceria algo assim. É que ontem eu acabei falando sobre esse meu tio e ele resolveu que era um bom momento para visitá-lo...
Lucas levantou, cruzando os braços e me olhando sério.
– Está dizendo que a ideia da viagem foi sua? – levantei também, sentindo a raiva começar a tomar conta de mim.
– Não foi isso que eu disse, ele...
– Estamos planejando ver essa estreia há séculos, Max! – essa coisa de ele me interromper estava me deixando ainda mais nervosa.
– Eu sei! – falei mais alto. – Acha que fui eu que quis isso?
– Acho! – ele também levantou a voz. – Foi você quem falou desse seu tio aí, então sim, acho que quis sim!
– Eu só falei sobre ele, não pedi para ir vê-lo justamente essa semana...
– Dá na mesma!
– Não é culpa minha!
– É sim! Por que foi que você falou dele? – senti meu rosto esquentando por causa da irritação.
– Quer saber? É só um filme idiota! Você já tinha combinado de ir assistir com o Dustin, o Will e o Mike antes de combinar comigo. Então por que não vai com eles? Aproveita e pede para namorar com os seus amiguinhos bocós, já que agora você está oficialmente solteiro – virei o copo de milk-shake na cabeça dele, que me encarava, em choque. – Um pé na sua bunda, Lucas!
Saí andando, sem olhar para trás. Sério, quem ele pensava que era para falar daquele jeito comigo? Já não bastasse o Billy me perturbando, agora Lucas ia encher meu saco também? Nem morta.
Talvez eu estivesse errada sobre tudo e não tivesse mesmo capacidade para lidar com Lucas; ele era novo demais, imaturo demais e, aparentemente, nada compreensivo... Não ia perder meu tempo com alguém assim. Podia esquecer Billy de outro jeito, não precisava namorar ninguém para isso.
De repente, esbarrei com alguém... e teria caído, se não fossem braços fortes me segurando e me equilibrando. Estava distraída pensando em todas essas merdas e acabei não olhando para frente.
– Max? Tudo bem? – era Steve. Nós não tínhamos conversado desde o dia em que Billy deu uma surra nele e, pouco tempo depois, tocamos fogo no centro do Devorador de Mentes.
– Oi, Steve... Desculpa. Está sim – ele me soltou.
– Tem certeza? Você parece um pouco... distraída.
– É, bom... – nesse momento, Lucas passou por nós, coberto de milk-shake, sem olhar para mim, pegou a bicicleta e saiu pedalando para longe, sem dizer uma palavra.
Steve e eu o encaramos até que ele sumisse de vista.
– Vai me dizer o que houve ou...? – Steve perguntou, de braços cruzados.
– Eu terminei com ele – suspirei.
– Nossa... eu nem sabia que estavam namorando.
– Não estamos mais – dei de ombros. Na verdade, eu estava muito mais irritada do que chateada com aquele término.
– Faz sentido. Você parece do tipo que gosta de caras mais velhos – eu não sabia bem como interpretar essa frase; podia soar inocente ou como um flerte.
Steve Harrington... Tinha sido a primeiro pessoa que eu beijei e o primeiro com quem eu fiquei bêbada. Era alguém marcante e, inegavelmente, era lindo. Meio bobo também, mas era mais velho e com certeza tinha um nível de maturidade que Lucas não tinha.
Me perguntei se Steve não seria a oportunidade perfeita para esquecer de uma vez por todas Billy... e, no instante seguinte, descartei essa possibilidade. Ele ainda parecia meio apaixonado pela Nancy Wheeler, a irmã do Mike, então eu sabia que a história podia não acabar bem para mim... Mas, quem sabe, para me divertir, passar um tempo...
Tinha dias que Lucas e eu estávamos “namorando” e não demos sequer outro selinho... era ridículo. Eu sentia falta disso. Se não podia ficar com Billy, Lucas não me dava o que eu queria, talvez, Steve fosse um bom passatempo.
– Nem é esse o problema – respondi.
– Então qual é? Você está bem abalada, pelo visto...
– Meu padrasto resolveu que quer viajar nesse fim de semana e vou acabar perdendo a estreia de um filme, Lucas ficou com raiva e colocou a culpa em mim... E o Billy fez a mesma coisa... falou de um teste ou algo assim; eu nem acho que seja verdade, deve ser mais para me irritar, só que os dois decidiram me perturbar no mesmo dia e pela mesma coisa... – ele deu uma risadinha.
– Bom... não sei se isso ajuda ou não, mas esse teste que seu irmão falou é verdade. Ele vai fazer teste para salva-vidas na piscina municipal de Hawkins.
– Ele não é meu irmão. E como você sabe disso?
– Eu também entreguei a ficha de inscrição e, por acaso, ele estava lá.
– Mas ainda estamos no inverno... por que vão fazer o teste agora?
– Porque precisa de uns meses de curso antes de poder assumir a vaga... Quem não tem o certificado desse curso ainda precisa se candidatar agora. Eu pretendo estar na faculdade nesse período, mas, se não tiver, é bom pensar numa outra alternativa...
– Ah... – então era verdade, eu tinha mesmo feito Billy perder o teste. Não que fosse culpa minha diretamente, mas, se eu tivesse ficado quieta...
– Mas não tem porquê se preocupar. A Heather Holloway morre de amores por ele acho que ele já vai fazer parte da equipe de salva-vidas sem nem precisar do teste.
– Quem é Heather Holloway?
– É capitã da equipe... desculpa, esqueci que você e o Billy tem um lance, eu não devia ter dito...
– Esquece. Combinamos que não falaríamos sobre isso – Steve assentiu, meio sem graça.
– Eu acabei não te agradecendo por ter salvado a minha vida naquela noite... Duas vezes.
É, Billy provavelmente o teria matado se eu não tivesse literalmente enfiado uma agulha no pescoço dele... E o demodog também o mataria se eu não tivesse meio que pulado em cima dele.
– Não precisa agradecer... Só tenta ficar longe do Billy... ele pode começar uma briga e não ter ninguém para te salvar, donzela – rimos. Era legal conversar com Steve, mesmo que ele parecesse dizer as coisas erradas nos piores momentos de vez em quando, era divertido e leve.
– Pode deixar.
~Billy~
Eu já tinha decidido fazer uma tatuagem na noite em que voltei para Hawkins, mas estava ocupado demais ficando chapado para colocar essa ideia em prática. Agora, depois de uma overdose, uma ou outra discussão com a Max e a garantia de que eu ia passar naquele teste para salva-vidas, finalmente tinha algum tempo para ir ao estúdio de tatuagens da cidade vizinha, já que em Hawkins não tinha nenhum.
– Essa – apontei para o desenho.
O tatuador me encarou por um tempo, como se estivesse ponderando se devia pedir meus documentos ou não; Tommy já tinha me falado que aquele lugar, em específico, não era tão rígido em relação a documentos e eu aparentava ser mais velho. Não era possível que justamente naquele dia, na minha vez, iam decidir seguir à risca o procedimento.
– Onde? – o homem perguntou, por fim. Suspirei, com um quê de alívio, porque realmente não era um bom dia para ser contrariado.
– No braço.
Ele assentiu e me mandou sentar em uma poltrona.
Era a primeira tatuagem que eu faria; era o desenho de uma caveira e um cigarro. Aquilo, de certa forma, representava uma parte de mim que tinha ficado para trás, talvez até morrido.
Morreu no momento em que Max escolheu voltar para aquela merda de lugar. Eu estava mais afetado por isso do que gostaria de admitir; sentia falta dela, sentia falta de tudo que vivemos na Califórnia e me machucava saber que Max ainda preferia aquele lugar.
Eu não me importaria de largar tudo por ela, viveríamos bem longe da nossa família problemática e maluca... Seria ótimo. Já estava sendo ótimo até Max começar com essa história de Indiana de novo.
Eu entendia que ela não gostava tanto de praias quanto eu, mas também não precisávamos viver no meio do mato para sempre... Na cidade grande teríamos muito mais oportunidades, as pessoas julgariam menos, poderíamos ficar juntos...
– Avise se for desmaiar – disse o tatuador, passando a agulha no meu braço.
– Eu estou bem – falei.
– Está com cara de quem vai desmaiar – a minha cara não tinha nada a ver com a tatuagem, isso ele podia ter certeza, eu mal sentia a agulha me furar. – É sua primeira?
– É – respondi. Além de primeira tatuagem, era a primeira vez que eu sentia algo assim por alguém... todos aqueles sentimentos misturados.
Eu estava perdido. Nunca na vida ia imaginar que Maxine Mayfield, minha irmã postiça fosse capaz de mexer tanto assim comigo.
~Max~
Fiquei um bom tempo andando de um lado para o outro até Billy chegar em casa; já tinha escurecido quando ele entrou e trocou um olhar rápido comigo, o que era uma evolução, considerando os dias anteriores. Ainda assim, ele ia passar por mim, provavelmente sem dizer uma palavra.
– Billy – chamei. Por um momento, pensei que ele fosse me ignorar, exatamente como tinha feito nas últimas semanas, mas Billy parou e, lentamente, virou para mim.
– O que foi? – seu tom era ríspido, mas ainda beirando à indiferença.
– Me desculpa... Não sabia que você ia ter aquele teste no sábado... Se eu tivesse a menor ideia de que isso ia acontecer, não teria falado nada sobre o tio Jack... Juro. Desculpa mesmo.
– Ele não é seu tio – Billy respirou fundo. – E, de qualquer forma, não importa.
– Posso falar com o seu pai, se quiser, posso tentar pedir para ficarmos aqui...
– Não – sua voz mudou um pouco, não parecia mais distante, nem com raiva... parecia um vislumbre do Billy que passou dias na Califórnia comigo e me levou a Malibu. – Fica longe do meu pai. Eu já resolvi, vou fazer o teste segunda.
Sorri.
– Fico feliz – falei.
– Por que você ficaria feliz com isso?
– Porque é algo que você parecia querer muito e eu, sem querer, estraguei... Mas deu certo no final – Billy balançou a cabeça e fez menção de que iria para o quarto. – Espera – chamei.
Ele virou para mim de novo.
– Você ainda está bravo comigo? – ele deu um longo suspirou, jogou a chave do carro em cima da mesa e deu alguns passos na minha direção.
– Max... – mas, antes que ele pudesse terminar a frase, a porta da frente se escancarou e minha mãe e o Dr. Hargrove entraram.
Billy e eu não tivemos mais a chance de conversar a sós antes da viagem e ele tinha voltado a me ignorar. Merda... no único momento em que parecia que teríamos algum progresso, minha mãe tinha que estragar tudo... Como sempre.
Autor(a): nirvana666
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
~Max~ Tio Jack morava numa cidade parecida com Hawkins, talvez só um pouco maior. Era no interior de Ohio, uma típica cidade interiorana, repleta de fazendas e mato para todo lado e nenhum fliperama à vista. Apesar de ser maior que Hawkins, ainda parecia uma cidade parada no tempo; nada de shoppings ou cinemas... nada interessante. Desde que minha m&at ...
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