Fanfics Brasil - Um pé na sua bunda Improvável

Fanfic: Improvável | Tema: Stranger Things


Capítulo: Um pé na sua bunda

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~Max~


Exatamente como eu previa, não foi difícil achar uma roupa que combinasse com Eleven. Ela tinha um corpo lindo e literalmente qualquer coisa ficava incrível nela.


El provou uma camisa azul, com uma calça amarela com suspensório. E eu peguei uma boina também amarela, que parecia combinar com o look. El se olhou no espelho, sorrindo e colocou a boina do jeito errado; eu ajustei o acessório na cabeça dela e sorri também.


Maravilhosa. Ela parecia uma modelo.


El vestiu uma camisa branca com riscados coloridos e uma saia longa com as mesmas estampas; peguei dois cintos, um vermelho e um amarelo para que ela experimentasse com a roupa. Ela escolheu o amarelo e começou a girar, perdendo o equilíbrio.


Parecia uma criança feliz... e eu, surpreendentemente, me senti feliz também, segurando-a para que ela não caísse. El não tinha nada de assustadora... ela era um doce de garota. E tinha um ótimo gosto para roupas, eu só precisava refinar um pouco...


Provei alguns óculos escuros. Não tinha exatamente a intenção de fazer compras para mim, já tinha comprado muitas roupas da última vez que fui ao shopping com a minha mãe, mas alguns daqueles óculos eram bonitos e estevam em promoção.


Escolhi um vermelho. Além disso, El e eu escolhemos capas de chuva combinando, uma vermelha e outra amarela.


Impressionante como em tão pouco tempo, criamos uma conexão quase como se nos conhecêssemos a vida toda; como eu pude sequer ter sentido medo dela um dia?


– Esse ficou lindo – falei, analisando o macaquinho preto com estampas em tons neon que El vestia. – Acho que ficou perfeito em você – ela arrumou o cabelo; definitivamente parecia como uma atriz de televisão... tinha o charme de uma, apesar de ainda ser meio, digamos, inocente demais. Pelo menos em relação aos garotos.


– Você acha?


– Absolutamente – falei. Nós duas rimos e ela, finalmente, tomou a iniciativa de me puxar e começar a me guiar pela loja.


El escolhia coisas mais chamativas e coloridas, que vestiam muito bem nela; não eram bem meu estilo, mas tinha que admitir que eram peças maravilhosas. Assim que saímos da loja, cheias de sacolas, passamos no banheiro.


Eleven colocou o macaquinho e eu coloquei os óculos escuros vermelhos. Enganchei meu braço no dela e continuamos andando juntas, sorridentes, como se não houvesse amanhã.


Finalmente eu estava tendo um momento de paz... Sem me preocupar com Lucas ou Billy ou com a merda do skate. Eu estava impressionada...


Era como se Eleven tivesse um efeito quase anestésico quando estávamos juntas, como se não tivéssemos nenhum problema ou preocupação. Ela era o máximo e eu estava começando a entender porque Mike gostava tanto dela.


Me perguntei se essa sensação tinha a ver com os poderes de El, como se fosse um “pacote completo” ou se era só a personalidade dela, mas não tive coragem de perguntar. Apenas aproveitei o momento.


Nós duas corremos para um estúdio de fotos.


– Temos que registrar isso – falei.


– Registrar?


– É, nós vamos tirar fotos... sabe, nos arrumar, colocar umas roupas diferentes e fazer poses – El não parecia ter entendido. – Vem, eu te mostro.


Colocamos umas roupas de madame, completamente ridículas, as duas rindo, emperequetadas com flores e joias do figurino do estúdio.


– Isso aí, meninas... Vamos lá – disse o fotógrafo, mirando a câmera em nós duas.


Eu guiava Eleven, dizendo mais ou menos quais poses fazer, como sorrir – ou não sorrir – nas fotos. Ela era muito boa naquilo... se alguém me dissesse que era modelo, eu acreditaria na hora.


– Troca de roupa, gente, troca de roupa – ordenou o fotógrafo.


El se apoiava em mim, estava sendo carinhosa e gentil... diferente da garota emburrada e antipática que conheci há uns meses. Adoraria saber a razão do comportamento anterior dela comigo, visto que ela não era uma pessoa sombria e má como parecia antes.


Peguei a fileira de fotos e entreguei metade delas para El; ela me olhou, admirada.


– O que... eu faço com isso? – ri.


– Ah, você guarda... sabe, de lembrança... Pode colocar no seu quarto, se quiser. Ou dentro de um livro.


– O que é aquilo? – El perdia o foco muito facilmente; ela estava encarando a vitrine de uma loja de sapatos, especificamente, sapatos de salto alto.


– São saltos – expliquei. – Realmente lindos, mas é muito difícil andar neles... Quer tentar?


– Sim!


Nós entramos. O vendedor nos olhava meio sério, mas ignoramos. El escolheu um sapato não muito alto, mas com o salto fino, com estampas geométricas coloridas.


Ela os colocou por cima das meias – grandes demais para serem femininas – e eu a ajudei a caminhar pela loja. Não deu nada certo. Ela acabou no chão e nós duas nos acabamos de rir.


Um grupinho de garotas mais velhas nos encarou; suas caras demonstravam repulsa, elas reviravam os olhos como se fôssemos duas crianças. Ridículas. Eu reconheci uma delas, a de cabelos ruivos, num tom mais desbotado que o meu, cabelo crespo e armado. Eu já a tinha visto com Billy antes, mas não me lembrava do nome.


El e eu continuamos rindo, mas aquela atitude me incomodou.


– Sabe o que seria engraçado? – disse a El em voz baixa, enquanto saíamos da loja de sapatos, logo atrás do grupinho de meninas.


– O que?


– Vem cá – observei quando as quatro pegaram copos de refrigerante e pararam para conversar com um garoto; eu também o conhecia, de uma das festas que Billy deu em casa.


A garota ruiva sorria insistentemente, claramente flertando com ele.


– Você pode usar seus poderes para explodir o copo dela, não pode? – perguntei a El.


– De quem?


– Daquela – apontei –, a do meio.


– Acho que posso – El e eu nos escondemos atrás de uma parede.


Eleven encarou a garota por um tempo, parecendo extremamente concentrada e, de repente, o copo explodiu, voando refrigerante para todo lado.


Nós duas caímos na gargalhada de novo. Era hilário... O sorriso sumiu da cara dela na mesma hora, ela ficou constrangida e coberta de fanta laranja, sem entender o que tinha acontecido.


Puxei El antes que alguém nos visse ali, rindo. Saímos correndo, ainda de mãos dadas.


– Viu? O que foi que eu falei? A vida é mais do que...


– Garotos idiotas – El falou junto comigo. Ela estava aprendendo. Eu estava orgulhosa.


– Vamos até a sorveteria, podemos perturbar o Steve... – e, de brinde, tomar um sorvete.


Fomos à sorveteria.


– Oi, bocó – disse a Steve, imitando o cumprimento genial de Robin.


– Essa é a minha garota – disse Robin lá dos fundos. Sorri.


Robin era uma garota impressionante também; eu a conhecia por causa das festas de Billy, mas ela não era como as outras meninas do colegial. E ainda tinha aquele beijo... nunca conversamos sobre aquilo, mas eu tinha a impressão que ficava algo no ar.


Steve revirou os olhos.


– O que vão querer? – ele perguntou. Olhei para El, que deu de ombros; meu Deus, ela ainda tinha muito a aprender...


– Uma casquinha de morango e outra de creme com granulado e chantilly... por conta da casa? – arqueei as sobrancelhas e dei meu melhor sorriso; lembrava de Billy fazendo isso comigo e geralmente funcionava.


– Nada disso. Regras são regras... Dois dólares.


– Ah, vai Steve – me apoiei no caixa, piscando os olhos. – Pelos velhos tempos...


Ele deu um longo suspiro.


– Só dessa vez...


Steve pegou as casquinhas.


Robin abriu a janela que dava para os fundos da sorveteria e me deu um tchauzinho, que eu retribuí, depois chamou Steve. 


– Como assim velhos tempos? – perguntou El; fiz um sinal para que ela falasse mais baixo.


– Depois eu explico – sussurrei.


– Enfim – disse Steve, voltando-se para nós depois que Robin fechou de novo a janela –, aqui, um de morango e um de creme com granulado e chantilly – ele nos entregou as casquinhas.


Nós duas agradecemos. Steve agora parecia ter percebido que El estava comigo; até o momento, ele só tinha olhado para mim.


– Espera aí! – ele disse para Eleven. – Você pode vir no shopping?


El e eu nos entreolhamos, rindo e saímos correndo antes de responder. Na teoria, não, Eleven não poderia ir, mas era mais divertido assim.


Saímos do shopping.


– Quer trocar? – ofereci meu sorvete a El e ela me entregou o dela. O dia tinha tudo para ser incrível, estava indo cada vez melhor até eu reconhecer aquelas vozes.


Olhei para um canto de uma das saídas do shopping e meu sorriso sumiu na hora. Will, Lucas e Mike estavam pegando as bicicletas.


– Ah... está de sacanagem... – falei. – Mas que surpresa agradável! – El e eu nos aproximamos do trio.


Eles pareciam em estado de choque absoluto. Mike olhava para Eleven, abismado; ele deixou a bike cair e apontou para ela.


– O que você está fazendo aqui? – nossa, quem ele pensava que era? Pai dela? Olhei para El.


– Fazendo compras – ela respondeu, simplesmente.


– É o novo estilo dela – provoquei. – O que você achou? – arqueei uma sobrancelha. Era um teste claro e bem simples; e eu esperava que El entendesse que o relacionamento dela poderia depender da resposta de Mike àquela pergunta. Um bom namorado apoia a namorada nas compras e nas roupas que ela quiser escolher.


– Qual é o seu problema? – Mike me perguntou, incomodado. – Você sabe que ela não pode vir aqui.


– Mike, para... deixa elas... – Will murmurou e foi totalmente ignorada,


– E ela é o seu bichinho? – questionei com sarcasmo.


– É, eu sou o seu bichinho?


– O que? Não! – era exatamente o que parecia.


– Então por que me trata que nem lixo? – El questionou. Maravilhosa; eu bateria palmas para essa garota. E minha vontade era esfregar aquele sorvete na cara do Lucas; ele viu o jeito grosseiro que Mike falou comigo e sequer tentou me defender. Ótimo namorado...


– O que? – perguntou Mike.


– Disse que a sua avó estava doente.


– Ela está – insistiu Mike; resposta rápida demais para ser verdadeira. – Ela está... Ela está doente – ele olhou para Lucas, buscando apoio. Ah, eu já conhecia esse truque; Lucas não podia ser descarado a ponto de ajudar Mike a mentir, podia?


– É, ela está doente... – concordou Lucas, gaguejando. – Ela está super doente... – palhaço. – Foi por isso que a gente veio aqui.


– É, viemos fazer compras – nossa, como esses dois eram ridículos e descarados. – Não para a gente, mas para ela, para a vovó.


– É, para a vovó – concordou Lucas, sorrindo. Estreitei os olhos, deixando claro que não acreditava em uma palavra.


– E a gente veio comprar um presente... para você – disse Mike, olhando para El. Agora sim parecia verdade, mas eu ainda desconfiava das razões dele. – Só que não achamos nada que servisse e... eu só tenho três dólares e cinquenta, então é difícil...


– Super difícil – disse Lucas. Esse exagero dele concordando com tudo o que Mike dizia me irritava, especialmente porque eu sabia que os dois estavam conspirando; Will continuava calado, simplesmente observando a cena. Por que é que ele andava com esses dois patetas? – Sério... é tudo caro...


– Você mente – disse El, olhando para Mike, num tom sério e autoritário. – Por que você mente?


Ele abriu a boca para responder, mas não disse nada. Eu também não diria; eu é que não queria ter Eleven como inimiga nunca mais. Era nessas horas que ela podia ser bem assustadora.


O ônibus estacionou, era ele que usaríamos para voltar para casa; El olhou para o ônibus, bem brava, depois para Mike e deu dois passos na direção dele. A cara dele naquele momento era impagável; ele estava com medo dela.


– Um pé na sua bunda – disse Eleven, olhando bem nos olhos dele, que ficou chocado e confuso. Eu sorri e olhei para Lucas.


– O mesmo vale para você – falei. – Will, quer ir com a gente?


– O que? Por que está chamando o Will? – Lucas perguntou, irritado.


– Porque ele é o menos babaca de vocês três – todos voltamos os olhares para Will, que agora estava corado e um pouco sem graça.


– Ah... eu... Obrigado, Max, na próxima eu vou – ele gaguejou sob o olhar ameaçador do Mike. Assenti.


El e eu viramos de costas e fomos até o ônibus, sem olhar para trás.


Esperei para ver qual seria a reação da Eleven. Ela sentou ao meu lado e deu um sorriso de orelha a orelha; como um bom término podia fazer bem para uma garota... Estendi a mão para ela, que bateu e nós duas rimos de novo. Aquele dia não tinha como ficar melhor. 


– Você quer ir lá para casa? – perguntei a El. – Meus pais estão viajando e Billy quase não fica lá.


– Não posso... eu tenho hora para voltar...


– Hopper já está em casa?


– Não sei bem... acho que não.


– Podemos ir para a sua casa, então.


– Por que? – ri.


– Porque é isso que amigas fazem, oras!


– O que elas fazem?


– Ficam conversando, ouvindo música... O que você acha? – El esboçou um sorriso.


– É, acho que sim...


– Perfeito!


 


~Billy~


Eu não me lembrava muito bem o que tinha acontecido, só sabia que Heather estava inconsciente. E eu é quem tinha feito aquilo, claro.


Não era como se eu quisesse fazer, mas não tinha outra opção; ele queria alguém... queria mais pessoas e eu precisava levar. Era melhor Heather do que a Max. Aquilo doía tanto, eu só queria que parasse...


De algum modo, fui parar de novo na estrada onde tinha sofrido o acidente; o carro ainda estava detonado, mas funcionava e eu não tinha cabeça para pensar em concertar. Parei na frente do celeiro e abri o porta-malas; olhei para Heather, ainda com as roupas de salva-vidas, com as mãos e pés amarrados e uma fita na boca. Eu queria dizer a ela que sentia muito, que as coisas iam ficar bem... mas eu não podia mentir daquele jeito.


Ainda tinha muita dor pela frente. O erro dela foi ter ido atrás de mim, foi ter se preocupado; não podia correr o risco de Maxine fazer isso também. Tinha que levar outras pessoas.


Carreguei Heather no colo para dentro do celeiro e a coloquei no chão; tinha sangue escorrendo de sua cabeça e eu não sabia como tinha acontecido.


Ela levou um tempo para acordar, desnorteada e, quando focou a visão em mim, começou a chorar e tentar gritar, mas a fita permitia apenas que seus gemidos soassem baixo. Ela estava desesperada, começou a se debater e eu a segurei pelos braços, batendo suas costas no chão. Não queria fazer aquilo; não queria fazer nada daquilo, mas eu não tinha controle nenhum. Cheguei mais perto de seu ouvido.


– Não precisa ter medo – falei; aquela voz não era a minha, as palavras não eram minhas. Não era, de fato, eu quem estava falando –, vai acabar rápido. É só ficar parada...


Puxei a fita de sua boca; ela não gritou, mas seu rosto demonstrava pavor. Eu conhecia aquele medo, também o estava sentindo, mesmo que uma parte de mim estivesse calma.


Eu não entendia, não estava entendendo nada... Olhava para a névoa do celeiro, escutava sons de criaturas grotescas as quais eu já tinha visto, mas era como se eu visse através de uma janela.


Eu estava paralisado, vendo aquela coisa se aproximar, indo na direção de Heather, que agora gritava. Já estive nesse lugar antes, eu sabia como era... e odiava ter que entregar alguém assim, especialmente alguém de quem eu, de certa forma, gostava.



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Autor(a): nirvana666

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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~Max~ Eleven e Hopper moravam praticamente no meio do mato; mas eu não estava com medo. El tinha poderes, podia nos proteger de qualquer coisa, então eu me sentia segura perto dela. – Posso perguntar uma coisa? – falei enquanto caminhávamos, de braços dados. – O que foi? – olhei para ela. – Antes você n&atil ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • merophe Postado em 13/08/2022 - 19:52:52

    Boa sorte com os ADMS da plataforma!


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