Fanfics Brasil - Alerta vermelho Improvável

Fanfic: Improvável | Tema: Stranger Things


Capítulo: Alerta vermelho

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~Billy~


Agora era real. Max estava ali. Ela não deveria estar ali... Ela tinha mesmo ido atrás de mim... por que ela foi atrás de mim? Como ela sabia onde Heather morava? Como sabia que eu estava lá? Ela precisava ficar em casa, para onde eu não voltaria.


Respirei fundo. Maxine era minha irmã. Eu nunca me importei de fato com ela. Era nisso que eu precisava pensar. Ele não podia saber o quanto eu estava com medo naquele momento.


Eu não tinha o controle das minhas palavras, nem do meu corpo. Ela tinha que perceber que não era eu... ela tinha ver que alguma coisa estava fora do comum.


Não era eu. Eu só assistia a toda a cena e parecia estar dando certo. Aquela coisa estava mais focada na garota morena ao lado da Max, não tirava os olhos dela...


Ele estava curioso e instigado por ela. Aquilo era bom. Enquanto ele estivesse distraído com El, não repararia tanto na presença de Max.


Ele queria mais do que só a Heather, queria os pais dela também e agora tínhamos montado um plano para dominá-los. Eles tinham, não eu. Mas era como se eu fizesse parte deles também... minha cabeça começava a doer.


El... de onde eu a conhecia? Não. Eu não conhecia, ele conhecia.


Heather ofereceu biscoitos para elas. Quis gritar que não, que Max não aceitasse... queria que ela fosse embora. Era uma garotinha irritante e insuportável, ela ia atrapalhar tudo... ela tinha que ir embora. Ele tinha que deixá-la ir.


Funcionou. Tudo estava bem. Max e El estavam saindo da casa; Max parecia transtornada. Eu não me importava. Eu não podia me importar.


– Billy... – ouvi sua voz me chamar. Aquilo me tirou do fundo de minha própria mente. Eu tinha o controle de novo. Eu podia falar e fazer o que quisesse, mas ele estava observando...


Coloquei Max contra a parede, segurando-a pelos braços.


– Max, vai embora agora – falei firme. Eu não queria soltá-la, não queria que ela fosse embora... mas ela precisava ir. Tinha que ficar longe de mim.


– Mas... você e a Heather... – seus olhos azuis buscavam os meus, atordoados. Eu quis gritar. Ela estava entendendo tudo errado... não tinha outra opção. Aquilo iria doer muito mais fisicamente se não fosse assim.


– Eu não quero mais te ver, nem falar com você – falei. Os olhos dela brilharam; eu quase podia ver o coração se partindo. Não era nada daquilo que eu queria falar. Mas ela tinha que se afastar de mim, agora mais do que nunca.


– Billy – ela sussurrou meu nome. Merda, eu não ia me controlar se ela continuasse falando daquele jeito...


Não. Eu não ligava para os sentimentos dela. Minha irmã chata tinha que ficar longe e parar de atrapalhar a porra da minha vida.


– Eu estou melhor sem você. Quero que vá embora – eu estava voltando a perder o controle. Antes que isso acontecesse, eu a soltei.


Max saiu andando apressada da casa, no meio da chuva. Ela não olhou para mim; era melhor desse jeito. Eu não queria vê-la.


Mas El... quem era aquela menina? Eu já a tinha visto antes... Observei enquanto as duas montaram na bicicleta e saíram em disparada rua acima, em meio aos trovões; um clarão branco surgiu no céu e flashes de lembranças que não eram minhas começaram a aparecer.


Uma luz alaranjada, uma menina estranha, com a mão esticada, irritada... Uma dor que ardia de dentro para fora, como se meu sangue fervesse. Eu queria gritar, me jogar no chão e me contorcer... mas não podia. Não era mais eu. Continuou observando as duas indo embora.


Eleven gritava. Era esse o nome dela. Ela quem tinha fechado o portal da última vez, ela parecia com muita raiva... muito poderosa... usava a mente para me perseguir e me prender.


Ela quem me trancou. Ela era meu alvo agora e precisava ser exterminada. Eleven.


Andei de volta para a sala de jantar, onde Heather e os pais estavam sentados na mesa, ouvindo uma música tranquila e comendo cookies.


– Está tudo bem? – Heather perguntou.


– Sim, está tudo bem – respondi, sentando de volta no lugar que estava antes.


– Sua irmã não quis ficar mesmo? – a Sra. Holloway perguntou. Não importava. Max não importava, ela não tinha que ficar, só estragaria tudo como de costume.


– Não – falei. – Acontece que ela não é muito sociável, sabe?


– Puxa! Eu não gosto de pensar nelas lá fora nessa chuva... – melhor lá fora do que do lado de dentro.


– Elas se viram – disse o Sr. Holloway. Ele era alguém de quem eu não teria pena de entregar. Entregaria com todo o prazer.


A Sra. Holloway derrubou uma taça de vinho.


– Falei para não exagerar no vinho, Janet – disse o Sr. Holloway, rude.


– Sim, querido.


– Está tudo bem, mãe? – perguntou Heather.


– Tudo... eu só estou um pouco alta, só isso – coloquei uma garfada de algo na boca e mastiguei lentamente. Eu nem sabia o que era e também não ligava. Estava começando a fazer efeito.


– É o vinho – disse o Sr. Holloway.


– Ah... desculpe, com licença. Acho que eu vou subir para deitar um pouco – ela levantou da mesa.


Heather olhou para mim. A Sra. Holloway caiu dura no chão segundos depois; o Sr. Holloway foi atrás dela.


– Janet? – ele chamou preocupado. – Janet?


Peguei o clorofórmio que Heather tinha colocado nos cookies que o Sr. Holloway, para o azar dele, não comeu e molhei um pano. Heather pegou a garrafa de vinho.


– Liga para a emergência! – ouvi o Sr. Holloway gritar do outro lado do cômodo. – Liga para...


Ele foi interrompido por um som de pancada. Levantei calmamente, sem me deixar abalar pela cena; eu estava anestesiado, nem sabia como deveria reagir.


Heather tinha batido a garrafa de vinho na cabeça do pai, fazendo-o cair sangrando e se arrastando pelo chão. Eu lhe entreguei o pano encharcado de clorofórmio e observei enquanto ela pisava no pai, sem a menor empatia, como uma psicopata. Ela puxou o cabelo dele e colocou o pano em sua boca.


– Me desculpa por isso, pai. Mas vai acabar rapidinho, eu prometo – eu o ouvi tentando gritar, se livrar da filha psicótica.


Sorri. A cena me agradava. Eu gostava de ver aquelas pessoas machucadas. Era bom.


Não.


Não era eu quem sentia aquilo, não era eu sorrindo. E aquela não era a Heather.


 


~Max~


– Max? Tudo bem? – El perguntou enquanto entrávamos em casa como se tivéssemos acabado de dar um mergulho de roupa e tudo.


– Eventualmente, vai ficar – falei começando a tirar as roupas molhadas.


– Por que o Billy disse você era irmã dele?


– Para me irritar, eu acho. Mas não somos irmãos.


– Foi... muito ruim ver o Billy com a Heather? – suspirei.


– Foi chato – falei. – Mas isso é uma lição importante.


– Lição?


– É – dei de ombros, tentando soar indiferente. – Às vezes passar por coisas assim fazem a gente crescer...


– Crescer?


– Amadurecer, El. Billy está com outra pessoa agora. Eu preciso superar. É bom para ver que a vida não é um conto de fadas; nem sempre temos finais felizes e as coisas saem como a gente quer.


– Mas você ainda gosta dele... não gosta?


– Acho que, em algumas situações, gostar de alguém não é o suficiente – colocamos as capas de chuva penduradas na lavanderia.


– Isso parece triste...


– Faz parte da vida, El – embora eu tivesse um nó na garganta e meu peito estivesse apertado.


– Você vai voltar com o Lucas agora?


– Não sei... a única coisa que eu sei é que nesse momento quero tomar um banho bem quente e ficar até tarde conversando com a minha amiga. O que acha? – ela sorriu.


Eu sequei e penteei o cabelo de El depois do banho e emprestei um pijama para ela; ao menos seria uma boa companhia e eu não ia ter que ficar pensando em Billy com Heather.


El voltou do banheiro e subiu na cama comigo; os trovões ainda estalavam alto lá fora. Ia ser uma noite bem tempestuosa.


– Prefere qual? – perguntei segurando duas revistas em quadrinhos; uma era da Mulher Maravilha e a outra do Lanterna Verde.


– Eu não sei – El se cobriu; seu rosto ainda parecia preocupado e eu odiava ter que voltar naquele assunto.


– Ei – falei –, não precisa mais se preocupar com isso, ok?


– Isso não faz sentido...


– O que não faz sentido?


– A Heather... – nossa como eu passei a detestar esse nome. – O sangue... O gelo...


– A Heather devia estar com febre, então tomou um banho gelado... – no banheiro do Billy, provavelmente na companhia dele. – Mas está melhor agora – claramente melhor, sorrindo e assando biscoitos...


Eleven ainda não parecia convencida.


– Só pode ser isso... eu não sei de onde veio aquele sangue, mas... – mas tinha uma teoria, embora não quisesse abordá-la. – A gente viu ela. Nós duas vimos ela... – e foi uma visão do inferno. – A Heather está muito bem.


– Mas e quanto ao Billy? – senti outra pontada no coração.


– O que tem ele?


– Ele parecia errado... – disse El com convicção.


É, Billy estava mesmo estranho. Mas não era como se não tivesse razões para isso... eu fui meio escrota com ele. E acho que essa era a maneira dele de se vingar... ou lidar. Ou superar. Billy estava superando e esse era o jeito dele. Me chamando de irmã, me dizendo que está melhor longe de mim.


– Ele está com raiva de mim, El. Eu disse umas coisas que podem tê-lo magoado e ele quer me magoar também... Então errado, nesse momento, é meio que o normal para ele. Mas é bom saber que não é um assassino... isso sim seria um saco – tentei descontrair.


El forçou um sorriso e eu torci para ela deixar esse assunto quieto. Era doloroso falar a respeito, eu precisava de um tempo para me acostumar com a ideia.


Ela olhou para as revistas em quadrinho, mais especificamente para a da Mulher Maravilha.


– Quem é essa aí? – ela perguntou. Agora sim ia ser legal.


– Viu? É por isso que você não pode andar só com o Mike o tempo todo... – peguei a revista; El encostou no meu ombro. Bem, agora era uma conversa legal... Eleven não sabia nada sobre o universo dos quadrinhos e eu entendia e amava esse assunto. – Essa é a Mulher Maravilha – comecei a explicar a história, enquanto abria a HQ. – O nome dela é princesa Diana, ela é da Ilha Paraíso, que é... uma ilha escondida que só tem mulheres guerreiras Amazonas.


Pensando bem, El se parecia um pouco com essas mulheres... Ela era forte e poderosa e já tinha lutado contra o mal antes.


 


~Billy~


Com a ajuda de Heather, coloquei o Sr. e a Sra. Holloway no carro e dirigi até o celeiro na estrada, no meio da tempestade. Nós amarramos e amordaçamos os dois e os arrastamos pela escada, exatamente como aquela coisa já tinha me arrastado antes.


Eles acordaram pouco tempo depois, assustados. Eu já estava começando a me acostumar com essa sensação; já tinha sentido aquele pavor antes, Heather também sentiu e agora Tom e Janet Holloway sentiriam. Quem seriam os próximos?


Os dois se debatiam e tentavam gritar. Heather se aproximou e tirou a mordaça do pai, abaixando-se ao lado dele.


– Oi, papai – ela disse num tom quase doce.


– Heather... – ofegou o Sr. Holloway. – Querida... – ele parecia desesperado. – Não sei o que é isso, não sei no que se meteu... mas não precisa continuar. Pode parar com isso.


Eu queria que fosse verdade. Queria que fosse só um culto satânico e idólatra entre jovens estúpidos... Era só soltar os dois e tudo seria perdoado, ninguém precisaria se machucar.


Mas não era assim.


– Não tem como parar com isso, papai – disse Heather, tranquila, acariciando o rosto do pai. – Você vai ver.


Por um momento era como se Tom Holloway estivesse buscando conforto no toque da filha; ele não sabia. Não tinha como saber que aquela não era a filha dele; não mais. Talvez em algum lugar, lá no fundo, a Heather de verdade ainda estivesse ali... Mas não era ela falando.


Eu me aproximei da Sra. Holloway, que se encolheu, apavorada e tirei sua mordaça. Seus olhos exprimiam puro pavor.


– Heather! – ela gritou. – Por favor, Heather! – eu segurei o rosto da mulher, forçando-a a olhar para mim e ficar quieta.


– Tente não se mexer – falei, chegando mais perto de seu rosto.


Heather e eu demos as costas aos dois e começamos a subir as escadas; ótimo, eu não tinha que ver aquela cena horrível de novo. Eu não queria ver.


Escutei o Sr. Holloway chamando o nome da filha, desesperado, sem ter ideia do que estava prestes a acontecer. Ele nunca mais seria o mesmo. Nenhum de nós seria.


Logo os gritos se transformaram em rugidos e gemidos de dor; era como se eu estivesse assistindo à cena, mesmo que não estivesse lá. Aquilo me deixava apavorado... como se eu estivesse revivendo quando foi a minha vez.


 


~Max~


Já era bem tarde quando El e eu pegamos no sono; eu nem me lembrava de termos guardados as revistas... Provavelmente não guardamos. Dormimos de mãos dadas, os rostos muito próximos, como na noite anterior; eu gostava de ficar ao lado dela assim, me sentia muito melhor.


Acordei, irritada, escutando a voz de taquara rachada do Lucas pelo walkie talkie; a princípio pensei que estivesse tendo um pesadelo, mas percebi que o aparelho estava jogado no chão, do meu lado da cama, e meu sono estava mesmo sendo atrapalhado por ele.


– É um alerta vermelho... Max? Está na escuta? Isso é um alerta vermelho! – tateei o chão e peguei o walkie talkie; sorte de Lucas que ele estava longe, ou eu jogaria o negócio na cabeça dele.


Cala a boca! – falei, abaixando a antena para não captar a frequência de ninguém e apertei o botão de desligar.


Joguei o walkie talkie de volta no chão e virei na cama, puxando a coberta. Eleven tinha levantado a cabeça; seu cabelo estava bagunçado e ela esfregava os olhos, mas voltou a deitar de frente para mim um segundo depois.


Achei que finalmente poderia voltar a dormir quando o telefone fixo tocou. Resmunguei, agora mais estressada ainda.


– Ah... só pode estar brincando... – reclamei, levantando e jogando a coberta com raiva na cama. Eu estava a um passo de arrancar qualquer aparelho eletrônico da tomada só para poder dormir em paz; não estava com a menor paciência para lidar com garoto nenhum.


Atendi o telefone.


– Eu estou dormindo, não me enche! – estava quase colocando o telefone de volta no gancho quando escutei a voz de Mike. Ele nunca me ligava.


– É o Mike. Não desliga... uma coisa aconteceu... uma coisa ruim... As nossas vidas estão em perigo – estreitei os olhos.


Eu geralmente não daria nem chance daquele assunto continuar, mas dadas às esquisitices pelas quais já passei em Hawkins...


– Do que você está falando? – perguntei.


– Vem para a minha casa. A gente vai explicar tudo.


– Quê? Se isso for brincadeira...


– Não é! Vem rápido!


Antes que eu tivesse oportunidade de questionar ou perguntar exatamente o que ele queria dizer com aquilo, Mike desligou e eu só escutei o barulho irritante do telefone.


– O que ele disse? – El perguntou.


– Era o Mike – falei, voltando para a cama, mas agora sem a intenção de dormir. – Ele disse que algo ruim aconteceu e que nossas vidas estão em perigo e que temos que ir até a casa dele.


Eleven arregalou os olhos.


– Então vamos – ela falou.


– Mas... e se for só um truque? Sabe, se ele e o Lucas estiverem fazendo isso só para tentarem reatar com a gente?


– Isso seria ruim?


– Não... – pensei bem. – Não, não seria tão ruim... Mas se eles estiverem assustando a gente de propósito a essa hora da manhã...


– Mas e se for sério? E se... tiver alguma coisa a ver com o Billy e a Heather?


– Com certeza não tem nada a ver com eles – suspirei. – Mas vamos lá. Se for só um truque idiota, nós vamos embora, ok?


Ela concordou.


Fiz um penteado em El usando um dos meus elásticos e prendi o meu cabelo num rabo de cavalo e nós duas partimos de bicicleta até a casa do Mike. O dia estava bem mais bonito do que o anterior; apesar de algumas gotículas ainda pingarem das árvores, o sol iluminava o céu e estava calor.


El e eu deixamos a bike na entrada da casa; Lucas atendeu a porta. Nós trocamos um olhar rápido e eu percebi que, realmente, algo sério tinha acontecido. Fomos até o porão.


Mike e Lucas sentaram no sofá, eu sentei no chão, El numa poltrona e Will numa mesa; ele parecia prestes a começar uma reunião seríssima de negócios. Will começou a falar sobre calafrios que sentia, assim como sentia quando o devorador de mentes estava a solta; nós o encaramos em silêncio absoluto.


– Eu achei que não fosse nada no começo... Na verdade, acho que eu só não queria acreditar – disse Will, pensativo. – Eu senti primeiro vendo Dia dos Mortos.


– Teve um apagão naquela noite – disse Mike. É, Mike, todos nós estávamos lá e já sabemos... não precisa fazer comentários inúteis.


– Depois eu senti de novo no campo, perto da fazenda Nelson, no dia seguinte – quando passamos o dia subindo um morro para falar com a namorada imaginária do Dustin. – Depois de novo e ontem, perto do Castelo Byers.


Castelo Byers? Quanta pré-potência...


– E qual é a sensação? – perguntei.


– Parece que... – ele pensou por um momento. – Sabe quando a gente desce na montanha-russa?


– Sei – respondeu Mike.


– Sim – falei.


– Não – disse El.


– É como... se tudo dentro do seu corpo afundasse de uma só vez, mas... é pior. O seu corpo fica frio e você não... respira – era perturbador pensar que Will já tinha passado por isso. – Eu já senti isso. Sempre que ele estava por perto.


– Sempre que quem estava perto? – perguntei.


– O Devorador de Mentes.


– Eu fechei o portal – disse El.


– Eu sei, mas... e se ele não foi embora? – sugeriu Will, olhando para El. – E se nós trancamos ele aqui com a gente?


Aquilo soava muito mal. Significava que os demogorgons e demodogs iam voltar? Aquele pesadelo ia recomeçar?


Will levantou e começou a pegar folhas e giz; nós fomos atrás dele. Ele colocou uma folha na mesa e fez um círculo preto.


– Esse é ele. Ele inteiro. Mas, naquele dia, no campo, parte dele se prendeu a mim.


O desenho se parecia muito com uma aranha mal feita, mas tentei acompanhar o raciocínio sem fazer nenhum comentário sarcástico. Will passou a mão no desenho, deixando sua mão borrada.


– Minha mãe tirou ele de mim – continuou. – Aí a Eleven fechou o portal. Mas... – ele virou a folha. – ...a parte que estava em mim... e se ainda estiver no nosso mundo?


Will carimbou a mão na folha.


– Em Hawkins – ele concluiu.


– Eu não entendi – falei. – Os demodogs morreram quando a El fechou o portal – lembrei do que Lucas me contou. – Se o cérebro morre, o corpo morre.


– Nós não podemos arriscar – disse Mike. – Temos que supor o pior. O Devorador de Mentes voltou.


Merda.


– É – disse Will. – E, se ele voltou, vai querer se prender a uma pessoa de novo. Um novo eu.


– Um novo hospedeiro – disse Lucas.


– Como nós sabemos que alguém é o hospedeiro? – perguntou El.


– Tem... sinais estranhos. A pessoa passa a não parecer ela mesma... como se tivesse duas consciências – explicou Will. – Fora o frio. Ele gosta muito do frio...


– Billy – disse El.


– O que? – questionou Mike.


– El, para... – pedi.


– Billy? O irmão da Max? – perguntou Lucas.


– Eles não são irmãos – disse El. – Mas nós espiamos ele... Billy parecia bem estranho, eu vi coisas estranhas...


É, eu não ia explicar nada daquelas coisas estranhas ali.


– E tinha gelo na banheira dele... e a Heather... ela pediu ajuda. Tinha sangue...


– Isso parece um sinal – disse Will.


– Gente, o Billy não está... possuído pelo Devorador de Mentes ou sei lá o quê – falei.


– Mas e se estiver? – questionou Mike. – Temos que averiguar.


– E se não estiver? – rebati.


– Aí eu vou pedir as mais sinceras desculpas e nós vamos procurar o hospedeiro e deixar seu irmão em paz.


– Ele não é... – bufei. – Tá bem – concordei. A única razão pela qual eu concordei era porque eu sabia que Billy não podia ser o hospedeiro e seria ótimo ver o Mike se rastejando pelo meu perdão. – Qual é o plano?


– Nós temos que ficar de olho nele – disse Lucas. – Ele é salva-vidas, não é? Podemos ir até a piscina.


Suspirei. Não acredito que estava concordando com aquilo... só para vê-lo de novo com a Heather.


– Espera um pouco – disse Mike enquanto saíamos da casa. – O que você quis dizer com “nós espiamos ele”? – perguntou a El.


– Ai, esquece isso – revirei os olhos e puxei El para a garupa da bike.



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Autor(a): nirvana666

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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~Max~ Observei Billy pelo binóculo que Mike havia trazido. Nós estávamos atrás de um carro no estacionamento na piscina. – Não sei não – falei. – Estou achando ele bem normal... – Normal? – repetiu Lucas. – Quantas vezes você já viu ele de camisa no corpo? Franzi o cenho. Tudo bem, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • merophe Postado em 13/08/2022 - 19:52:52

    Boa sorte com os ADMS da plataforma!


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