Fanfics Brasil - O Panteão Eclipsar

Fanfic: Eclipsar | Tema: Jujutsu Kaisen


Capítulo: O Panteão

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Ninguém sabe ao certo quando cada um surgiu, o Sol era o mais confuso de todos e solitário, um aspecto sozinho,o primeiro, mas isso não perdurou muito já que logo as gêmeas surgiram determinando Dia e Noite aliviando o trabalho árduo do portador da luz, quando o crepúsculo dominava a terra o Sol podia descansar e não havia mais nada para se fazer até que a aurora o despertasse. Aos poucos surgiram os sentimentos, a discórdia, prazer, paixão, amor verdadeiro e muitos outros, os aspectos da natureza e coisas físicas foram um dos últimos a surgir e foram provavelmente uma das mais perfeitas criações do Tempo que olhava orgulhoso para todos seus filhos, mas aquilo era demais para si, Utahime então surgiu junto com Noritoshi para que um auxiliasse o outro no reinado que os aspectos precisavam.


 


A paz nunca fora uma opção, Toji, o aspecto da perversidade e ciúme não podia suportar que seu filho estivesse sendo disputado entre vários de seus colegas, logo surgindo a trapaça e a vingança, Mahito, que manipulava a perversão com destreza. Masamichi não pode suportar quando Sukuna surgiu, declarando guerra entre suas criações, seus amados filhos, Toge e Choso então nasceram juntos sendo a justiça e punição para aqueles que precisavam de uma lição. Logo a paz foi voltando e o Criador teve mais uma ideia por misericórdia com Toji, Masamichi mais do que ninguém sabia como era ser pai, então com a vontade de acalentar o coração da maldade nasceu Panda, mas não só ele, seus irmãos viviam em sua sombra por escolha e não por obrigação, os três trabalhavam perfeitamente para que Megumi, o aspecto dos bosques e animais fosse protegido e poupado de ser o motivo de uma futura guerra novamente. As brigas pareciam ter cessado por milênios, mas as festas resididas por Suguro só tinham uma função, o caos em seu mais puro estado e foi neste instante que as gêmeas, primogênitas do Tempo, começaram a discutir.


 


“Isso é injusto!” gritou Mai enquanto batia seu pé no chão fazendo com que ele tremesse,”A Maki tem o Nanami e eu não tenho nada?” sua indignação causava nervosismo em massa nos aspectos do panteão, lógico que não a todos, mas até mesmo Satoru cessou sua sessão de cortejos para o dono dos bosques que apenas revirava os olhos.


 


“Irmã, não tive escolha ao tomar conta do Sol, sabes disso mais do que ninguém! Se a sua revolta for maior que seu amor e compreensão por mim, vá em frente, faça o que bem entender, porém me esqueça. Não terá minha ajuda para controlar seja lá o que sairá de você.”


 


Parecia ser audível os dentes de Mai se cerrando, ela respirou fundo e engoliu o sentimento de fúria que estava por vir, antes que fosse embora para planejar o que iria criar o aspecto da noite encarou Kento que sempre se mantinha em silêncio e recluso em qualquer reunião. 


 


“Eu irei criar o inferno na sua vida, se acha que poderá ser melhor que minha prole, está muito enganado e o melhor de tudo, você nunca a terá! Nenhum de vocês!” ela se dirigiu ao grande arco de entrada e se dissipou no ar.


 


O loiro não entendeu o que aquelas palavras poderiam significar, sua cuidadora agora estava servindo de consolo, dizendo que a Noite tinha seus momentos frios e verbalizou também algo que de fato não parecia ter importância no momento, mas que marcou a alma de Kento.


 


“A noite sempre será dos loucos.”


 


Aquilo foi a primeira coisa que conseguiu fazer o portador do calor temer pelo seu futuro, seu corpo parecia congelado se não fosse ironia o suficiente para tal. O resto da festividade ocorreu bem para quase todos e encerrou pela manhã sem mais emoções negativas para a felicidade de Masamichi. O Sol então pode fazer seu trabalho mais uma vez como todos os outros dias, com exceção do fato que até seus pés hesitavam de fazer qualquer movimento, era um pavor irracional que o dominou e parecia que não iria deixá-lo tão cedo, enquanto estava caminhando lentamente em direção aos bosques do panteão, ele encontrou Mai que bocejava incessantemente, nem se atreveu a interagir com ela e a mesma não notou a presença de Kento, apenas continuou seu caminho para casa e ele para seu serviço. Ao chegar em seu destino, tudo parecia mais colorido que o normal, mais sensível que o normal, as folhas o rodeavam e acariciavam sua pele de forma serena quase relaxante se alguém perguntasse, o loiro se dirigiu a clareira onde Megumi sempre estava acompanhado de Yuuji, Satoru e Nobara que acabavam por ser as pessoas mais próximas do Sol. Sua presença foi notada rapidamente e com todo o gingado que o albino portava se aproximou do recém chegado passando o braço por volta de seu pescoço e repousando sua mão nos ombros alheios.


 


“Olha, se não é o mais lascado do panteão, estamos honrados com a sua presença, meu caro!” Ele riu, se afastando de Kento e voltando para os braços de Megumi que repousava sobre a água que ali tinha.


 


“Por favor, Satoru, se não tem nada para a dizer nos poupe de suas falas medíocres.” disse o moreno que agora cruzava os braços em seu peito e revirava os olhos quase como se já soubesse o que estava por vir que seria, claro, mais uma fala medíocre em seu julgamento.


 


“Você sabe como eu amo quando fala assim, não sabe?” suspirou o aspecto do prazer, direcionando sua mão para acariciar o rosto de Megumi, mas logo foi interrompido pelo tapa que Nobara deu o impedindo de concluir suas carícias. “Estraga-prazeres.”


 


“Ele está cansado, seu palerma, não vê como a Mai praticamente sugou a vida dele? Agora é como se ele tivesse reprogramado metade da fauna e flora do mundo inteiro! Tudo por causa da novata…”


 


“Novata?” perguntou Kento, sem ponderar muito.


 


“Sim, ninguém sabe o nome dela ainda, só sabemos que é uma pedra, quer dizer, ela representa uma!” Yuuji respondeu ansioso e animado, talvez o único ser bem intencionado naquele local.


 


“Kento, essa noite você não poderá sair conosco… Desculpa, mas é a condição que a Mai colocou para conceber sua filha.” explicou Megumi com decepção tanto em sua voz quanto em seus olhar.


 


“E o que eu devo fazer então?”


 


“Você tem duas opções na verdade. Pode respeitar a condição e fazer o que bem entender durante as próximas noites do resto de sua vida imortal, que é a opção sensata se me permite dizer.” gesticulou Satoru enquanto colocava o sorriso mais malicioso que qualquer ser havia visto, antes mesmo que o moreno pudesse interferir a baboseira que estava prestes a vir o albino prosseguiu, “Ou, você pode desobedecer a todos, inclusive a Maki e se tornar independente e causar um desequilíbrio em toda a Terra para conhecer sua possível inimiga mortal, seu antônimo, sua fraqueza, sua-”


 


“Basta!” interviu Nobara, “Pare de envenenar a mente do Kento com essas ideias banais, você está andando muito com Suguro de novo e sinceramente, ninguém gosta de você quando age dessa forma e se nós não gostamos, então Megumi odeia.”


 


Talvez a única estratégia válida para convencer Satoru fosse envolver seu ponto fraco na conversa, justamente o aspecto dos bosques e animais. Antes mesmo que a discussão pudesse ter qualquer avanço, Kento sumiu da clareira correndo sem direcionamento, mas seu coração parecia o guiar ou puxar para uma certa direção. A corrida perdurou pelo dia todo, o Sol estava quase caindo de cansaço que parecia tomar cada parte de si, sua respiração errática só teve fim quando seus joelhos tocaram a areia, ele olhou para frente viu o mar se movendo pela primeira vez e em meio aquela turbulência nas águas emergiu uma figura. Uma mulher nua, de cabelos negros e encharcados que escondiam sua feição, ela caminhava para a beira do mar onde Kento estava paralizado, seu corpo recebia choques a cada passo que aquela mulher aproximava de si, foram alguns segundos tortuosos que mais pareceram uma eternidade quando ela finalmente estava perto o suficiente para que ele pudesse enxergar seu rosto. A mulher misteriosa tinha pele clara refletida por uma luz diferente do sol, algo novo havia tomado os céus, seus olhos eram tão escuros quanto seu cabelo e em sua testa repousava um símbolo diferente, suas bochechas carregavam pontinhos pequenos e brilhantes, ela encarou friamente o homem à sua frente e se ajoelhou junto a ele, suas mãos repousaram sobre o rosto quente do aspecto do sol que logo teve um choque térmico pelo frio que a desconhecida irradiava. Ela quebrou a distância entre eles, fazendo com que seus lábios se colassem com os do loiro que estava ainda estático. Aquele toque era mágico, magnético, mesmo sem saber o que estava fazendo Kento fechou seus olhos e sua mão foi em direção a nuca da mulher que ele beijava, entrelaçando seus dedos nas mechas de cabelo encharcadas dela. O ar se tornou necessário para os dois que se afastaram apenas o suficiente para que pudessem recuperar o fôlego, eles se olharam bem nos olhos como se estivessem conectados por algo e em meio a ofegação de Kento sua mente relembrou de algo que haviam dito anteriormente. A noite realmente é dos loucos.


 


 



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Autor(a): dione

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