Fanfic: Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC) | Tema: Attack on Titan/Shingeki no Kyojin
Faziam cerca de dez minutos desde que Hange havia saído do acampamento.
Os sons de animais noturnos já começavam a preencher a floresta.
- Perfeito - disse Hange para si, com um sorriso atrevido - Daqui a pouco escurece e os Titãs vão começar a ficar mais lentos. Capturar um vai ser mamão com açúcar.
Hange andava fazendo o mínimo de barulho possível. Caminhou mais alguns metros e ouviu o som de um galho quebrando.
Com cautela, andou em direção ao som.
“Deve ser apenas um cervo”, pensou.
Então, sentiu algo estranho sob seus pés e viu que era lama. Com nojo, se afastou. Ao tomar uma certa distância, notou algo.
Havia a pegada de um Titã ali. E estava fresca.
Pelo tamanho da pegada, deveria ser um de sete metros.
Hange olhou ao seu redor, silenciosamente. Por entre as enormes árvores, avistou algumas estrelas despontando no céu.
- Psiu!
De maneira abrupta, Hange virou-se. Por acaso alguém tinha lhe chamado, fazendo “psiu”?! Ou estava ouvindo apenas barulhos da floresta?
Ela estreitou os olhos, tentando enxergar por entre as árvores, mas já estava começando a ficar um pouco escuro.
Então, avistou um certo brilho, vindo de alguns metros à sua frente.
Hange congelou. Havia alguém ali, junto ao brilho.
- Atrás… Você... - Hange ouviu a pessoa dizer.
Ela balançou a cabeça, como se dissesse que não entendeu, e começou a caminhar em direção à voz.
- Atrás de você! - a voz exclamou, em alerta.
Como um raio, Hange olhou para trás e viu a mão de um Titã quase a agarrando e deu um enorme grito, que assustou alguns pássaros.
Hange rolou para os lados, caindo em cima da lama. Logo em seguida, ouviu o grito da pessoa que tentou alertá-la.
O grito era fino e denunciava que tipo de pessoa era aquela.
- Uma criança?! - exclamou Hange, com os olhos arregalados.
Levantando-se do lamaçal, Hange começou a andar para trás, para tomar distância e ter uma visão melhor da situação.
Ela não estava acreditando no que seus olhos viam.
Lá estava uma criança à sua frente, uma menina, correndo igual um ratinho por entre as pernas do Titã (que realmente tinha os sete metros que Hange suspeitava).
Seu coração estava quase saindo pela boca. Tantas perguntas vinham à sua mente, mas a mais importante era:
“O que raios uma criança está fazendo aqui?!”
Essa região nem era mais habitada, principalmente depois do ataque do Titã Colossal. Era completamente impossível a presença humana por aqui, pelo menos nos últimos dois anos, além dos soldados da Tropa de Exploração.
Hange olhava os rápidos movimentos daquela criança com grande espanto (e, com um pouco de dificuldade para admitir), uma certa admiração. A menina tinha a mesma cor de seus cabelos.
Sem o uso de qualquer aparelho - como o DMT que a Tropa de Exploração usava - a menina conseguia se desviar do Titã, até que com uma certa facilidade.
Hange percebeu que a criança dava voltas por entre as pernas do Titã, cansando-o rapidamente, porque tinha que se desviar das grandes árvores. Suas leves e finas pernas faziam com que seus movimentos fossem muito rápidos, comparados com os do Titã.
Por incrível que pareça, a menina não parecia confusa, apenas um pouco assustada. Parecia saber muito bem o que estava fazendo. Logo, Hange percebeu que o brilho que tinha aparecido junto a menina, era na verdade, uma espada igual à dos membros da Tropa de Exploração.
“Onde ela conseguiu isso?”, Hange se perguntou, perplexa.
Tantas perguntas rodeavam sua cabeça, que não percebeu que, quanto mais andava para trás, mais fundo na lama entrava. Quando deu por si, percebeu a besteira que fez.
Havia entrado em uma região de areia movediça.
Um calafrio percorreu todo o corpo de Hange. Tinha se esquecido de que havia água por ali.
“Não…”, ela pensou, seu coração batendo cada vez mais forte. “Não pode terminar assim…”
A visão à sua frente não ajudava. Parecia que a menina estava começando a ficar cansada de distrair o Titã. Hange percebeu que a criança olhava de relance para ela, com um olhar desesperado, pedindo ajuda.
Hange olhou para os lados, tentando pensar em alguma coisa. Até que uma ideia lhe ocorreu.
- Ei! - exclamou, balançando os braços em direção ao Titã - Aqui, grandão!
Zonzo, o Titã parou de correr e tentou ficar quieto no lugar. Em seguida, focalizou sua visão e finalmente avistou seu próximo alvo: a mulher dentro da areia movediça.
Com as mãos nos joelhos e tomando fôlego, a menina respirava com dificuldade, enxugando o suor da testa.
Devagar e um pouco cambaleante, o Titã avançava em direção à Hange, que já estava afundada até o quadril.
“É mais fácil me livrar das mãos de um Titã, do que desta areia”, pensou.
Se o Titã a agarrasse pela cintura, sairia facilmente da areia movediça e, se fosse rápida, poderia sacar suas espadas e cortar a mão da criatura.
Mas, de repente, Hange afundou muito mais do que esperava e a areia movediça chegou na região de seu peito. O Titã se aproximava rapidamente. Se ele fosse a agarrar por alguma parte, não seria mais pela cintura, mas pegaria sua cabeça e pela força, a arrancaria, com certeza.
“Acabou”, pensou Hange, com os olhos arregalados e sentindo as lágrimas virem. “É meu fim. E nem vou conseguir salvar esta criança.”
Faltavam poucos metros para o Titã a alcançar.
“Vou gritar para ela correr, pelo menos pode alcançar o acampamento…”, pensou, fechando os olhos.
Quando Hange abriu a boca para gritar, ao invés do som sair de sua garganta, ouviu a menina dar um enorme grito.
De repente, ouviu-se um grande TUM…. E o Titã caiu no chão a uns cinco metros de distância de Hange. Ela encarou os dois olhos da criatura, que pareciam um tanto confusos, como se por um instante, se perguntava como tinha ido parar no chão.
- O-O que aconteceu? - sussurrou Hange, tremendo.
Ela esticou o pescoço e finalmente viu: a menina segurava a espada e havia sangue nas lâminas.
O sangue era do Titã, pois saía fumaça da espada.
Hange entendeu. A menina havia cortado os tendões dos calcanhares do Titã, por isso ele havia caído.
- Garota esperta! - exclamou, se surpreendendo com a inteligência da menina.
Então, Hange teve uma ideia.
- Ei! - gritou para a criança, que estava com os olhos arregalados, como se não acreditasse no que tinha acabado de fazer - Rápido, suba no Titã e faça um grande corte em sua nuca!
Com dificuldade, por conta da areia movediça, que agora chegava em suas axilas, Hange indicou na própria nuca como deveria ser o movimento da espada.
A menina acenou, concordando. Hange se admirou que, mesmo com muita dificuldade, a criança subia no Titã, demonstrando uma grande coragem e um estômago forte, pois ela ia enfiando a espada no corpo da criatura conforme ia subindo.
Felizmente, o Titã ficou distraído com a menina, que nem percebeu que, se esticasse os braços, poderia alcançar Hange com facilidade.
“Quase lá…”, a menina pensou, ofegante.
“Vai, garota!”, pensou Hange, que a essa altura, estava tão impressionada com a habilidade da menina, que não percebeu que um de seus braços já havia sido engolido pela areia movediça.
Com um grito, a garota deu um salto das costas do Titã e deu um golpe preciso, fazendo um enorme corte em sua nuca.
No instante seguinte, a cabeça do Titã tombou no chão e fumaça começou a sair de seu corpo.
- AEEEEEEE!!! - berrou Hange, mal acreditando no que acabara de ver.
De cima do Titã, ofegante e secando o suor, a menina deu um enorme sorriso de vitória para Hange. Levantou seus olhos para o alto, para se certificar de que finalmente, não havia mais nenhum Titã por ali e levou um grande susto.
Vários pares de olhos a encaravam.
Eram os soldados da Tropa de Exploração.
Todos pareciam estar perplexos. Alguns até cobriam a boca.
A menina olhou para a mulher que estava dentro da areia movediça, que com um sorriso, gritou em direção a um homem loiro alto e um moreno baixo:
- Podem me tirar daqui, por favor?
Os dois encaravam a menina. O moreno parecia que havia visto um fantasma, e o loiro parecia que estava diante da próxima maravilha do mundo.
Com o auxílio do DMT, alguns soldados puxaram Hange para fora da areia movediça, o que a feriu bastante. Seu próprio aparelho DMT estava completamente danificado.
A menina, ainda em cima do Titã, colocou a espada ao lado de seus pés e se encolheu, não sabendo para onde olhar, tímida. Começou a sentir enjoo e muita tontura. Se caísse daquela altura, com certeza se machucaria.
A última coisa que se lembrou antes de ter desmaiado, foi ver o soldado moreno e baixo se aproximando, segurando-a em seus braços antes de cair, ainda com uma expressão de assombro.
Autor(a): NathaliaCroft
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