Fanfic: Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC) | Tema: Attack on Titan/Shingeki no Kyojin

Este é um dos capítulos mais especiais da história. Por isso, a trilha sonora dele também tem que ser especial, de um dos meus filmes favoritos: Spirit, o Corcel Indomável. A música é a "Nothing I've Evern Known", de Hans Zimmer, que vou sinalizar quando vocês puderem dar o Play (já deixem preparada!). Tem no YouTube e Spotify :) Foto por "atrm_newone". Boa leitura!

♦♦♦

Certa manhã de um domingo bem ensolarado, Levi foi até o quarto de Hange e a encontrou sozinha sentada em sua cama, pensativa e um pouco cabisbaixa.

Hange levantou sua cabeça e com um sorriso triste, observou Levi sentar-se ao seu lado. Ele sorriu de volta, dando um apertãozinho no joelho dela, em sinal de compreensão.

Ela deitou a cabeça em seu ombro e respirou fundo.

- Quando eu penso que a dor já passou, ela volta e me acerta em cheio…

Levi carinhosamente tirou os cabelos da frente do tapa olho de Hange, que a partir de agora, usava para cobrir o olho machucado, conforme Lara a tinha sugerido. Então, tirou um papel dobrado do bolso, entregando-o para Hange.

- O que é isso? - perguntou ela, desdobrando o papel.

Era o panfleto da casa que eles receberam no Festival que foram com Lara, há muito tempo atrás. As bordas da folha já estavam começando a ficar amareladas e as marcas das dobras apagavam as linhas do desenho da casa.

- Você se lembra deste panfleto? - perguntou Levi.

- Como esquecer, não é mesmo? - respondeu Hange, corando um pouco.

- Lembra que eu te disse que iria comprá-la?

Ela olhou para Levi, curiosa.

- Sim… Lembro… Você me deu o maior susto quando sussurrou aquilo na minha orelha - Hange riu.

- Pois bem… Eu comprei.

Hange arregalou os olhos e empertigou as costas.

- Você está falando sério?! E-Eu achei que estivesse brincando, porque nunca mais tocou no assunto…

- Eu comprei logo na semana seguinte - Levi coçou o nariz, tímido - Eu pedi licença para o Erwin, que apoiou minha ideia. Fui na corretora, visitei a casa, pensei e... Comprei.

Hange estava perplexa, então, olhou para Levi com um olhar de dúvida.

- Ah… - disse ele, passando a mão atrás do pescoço - Você deve estar se perguntando que, se eu comprei logo depois do Festival, por que estou falando dela de novo só agora?

- Não sabia que você lia mentes.

- Você sabe que a gente consegue se comunicar só pelo olhar - respondeu Levi, fazendo Hange corar novamente - Mas, como eu estava dizendo, o que aconteceu foi que eu estava certo.

- Como assim?

- Lembra que eu disse que as pessoas exageram um pouco nas características das coisas que querem vender?

- Sim, me lembro.

- Eu estava certo, em partes - Levi deu de ombros - A casa realmente é muito bonita, igual no folheto. Mas, só por fora mesmo, porque quando eu entrei para visitar, estava bem detonada. Então, a resposta para sua pergunta do por que eu demorei tanto para te falar sobre a casa, era porque eu estava a reformando. Por isso fiquei te pedindo para que me esperasse…

Hange estava com os olhos arregalados. Após um período de silêncio, finalmente conseguiu falar.

- Você… Reformou a casa?! - ela colocou as mãos na boca.

- Por que a surpresa? - Levi levantou uma sobrancelha - Você sabe que eu gosto de arrumar e organizar as coisas, e que, por muito tempo, morei sozinho, quando vivia no subterrâneo, antes de conhecer o Farlan. Quem você acha que consertava as coisas do lugar onde eu morava? Eu precisava que me virar com o que tinha… - ele deu de ombros.

- Mas, você fez tudo sozinho?

- Sim.

- Ora, Levi… - Hange fez um biquinho - Por que não contratou um empreiteiro?

- Ah! - ele estalou a língua, franzindo o cenho - Eu gosto de eu mesmo fazer minhas coisas, ainda mais se tratando da minha futura casa.

- Mas, deve ter dado muito trabalho!

- Olha… - Levi colocou a mão no queixo, pensativo - Dar trabalho, até que deu. Mas, no final, achei que foi até terapêutico - Levi olhou para baixo - Principalmente nos últimos meses...

Hange deu um sorriso.

- Só que tem uma coisa, Levi… Estou até agora tentando adivinhar que horas do dia você fazia essa tal reforma! Você estava sempre aqui quando eu e a Lara nos encontrávamos com você no almoço.

- Ah - ele deu um sorriso atrevido - Tive a ajuda do Erwin.

- O Erwin te ajudou na reforma?! - Hange tapou boca, incrédula.

- Não! - respondeu Levi, indignado - Aquele lá não sabe bater um martelo, ou melhor, não sabia…

Um pequeno sentimento de tristeza invadiu o coração dos dois, que suspiraram.

- Enfim… - continuou Levi - Eu contei para ele que tinha comprado aquela casa e que precisaria reformá-la por conta própria, o que ele também achou um absurdo, assim como você. Mas, no final, acabou achando a ideia interessante e apoiou meu projeto, dizendo que aquilo iria me fazer bem. Então, eu combinei com ele de que, durante umas três vezes por semana, na parte da manhã, eu iria ficar lá na casa, a reformando. Como você e a Lara ficavam enfurnadas naquele laboratório a manhã inteira e não saiam para nada nesse mundo, tenho certeza de que nem notaram minha ausência durante todo esse tempo. Eu voltava antes da hora do almoço... - Levi pressionou os lábios e pausou por uns instantes - Só foi um pouco mais difícil agora nos últimos meses. Felizmente, estava quase tudo pronto antes de irmos para Shiganshina, só faltando alguns retoques aqui e ali. Mas, como nossa rotina mudou bastante, por causa de tudo o que aconteceu, acabou demorando mais do que eu gostaria. Eu finalmente acabei terminando tudo na sexta passada, por isso estou te avisando só agora - ele deu um sorriso triste - Me perdoe por te fazer esperar tanto...

Hange balançava a cabeça em negação, enquanto ria.

- Levi do céu… Eu não acredito que você fez isso… Por que não chamou eu e a Lara para ajudarmos na reforma? Ela iria gostar!

- O quê?! - exclamou Levi - Imagina que eu iria deixar vocês entrarem lá naquela bagunça! Iria ficar muito pior do que já estava! Você sabe muito bem que a Lara puxou você no quesito limpeza. Ela é sempre muito preguiçosa quando vamos limpar aqui.

- Isso eu não posso negar - Hange riu, contemplativa - Mas, em compensação, ela puxou você quando se trata em lutar e matar Titãs, não é?

- Verdade - Levi riu, olhando para Hange - Ela é uma versão feminina ainda menor de mim mesmo nessa parte.

Os dois continuaram a rir por alguns segundos, até que foram parando, devagarinho.

- Sabe, Levi? Às vezes, eu esqueço de que ela não é nossa filha biológica...

- Eu também… - ele ficou em silêncio por um tempo e então, tamborilou os dedos no colchão - Hange, você se lembra de como era a nossa vida antes da Lara?

- Você acredita que eu não consigo me lembrar muito bem?! - respondeu ela, pegando nas mãos de Levi, com os olhos arregalados - Eu achei que era só comigo que isso acontecia, mas, na época em que levávamos a Lara no parque e eu conversava com algumas mães, elas me diziam que também não conseguiam se lembrar de como eram suas vidas antes dos filhos. Não no sentido de que não fazem mais as mesmas coisas que antes, mas, é que, assim como elas, eu simplesmente não consigo imaginar--

- Como a gente conseguiu viver tanto tempo sem a Lara - os dois completaram a frase, juntos. De mãos dadas, sorriram um para o outro.

- A impressão que eu tenho - continuou Levi - É que ela sempre esteve em nossas vidas, ao mesmo tempo que não… Sei lá, eu não consigo explicar…

- Eu também sinto a mesma coisa… Parece que eu a conheço desde que era uma bebezinha… 

Então, para a surpresa de Hange, Levi ficou muito vermelho.

- O que foi? - perguntou ela, curiosa.

- É que… - Levi esfregou as mãos, nervoso - Quando você falou da Lara parecer nossa filha biológica, não consigo evitar imaginar você grávida dela - novamente, ele passou a mão atrás do pescoço e baixou seu tom de voz, tímido - E pensar em como você teria ficado linda…

Hange arregalou os olhos, agora ela mesma muito vermelha. Cobriu a boca, escondendo um sorriso.

- Queria só ver você tendo que me aguentar, com os hormônios e tudo o mais!

- Se eu te aguento a falar incansavelmente sobre os Titãs, uma gravidez seria párea para mim.

Os dois riram por um tempo e Hange começou a se perguntar onde Levi queria chegar com toda aquela conversa da casa e tudo o mais, então, voltou a olhar para o panfleto e virou a folha, porque viu algo escrito no verso. Quando leu, arregalou os olhos. Em letras cursivas que denunciavam a caligrafia de Levi, estava escrito no canto inferior da folha:

“Casa da Família Ackerman”.

- O que é isso? - Hange perguntou, lentamente, se virando para Levi, que estava completamente corado, de novo.

-  É que… - ele passou a mão no rosto - E-Eu não vim aqui só para te falar que eu comprei a casa e a reformei. Na verdade, eu vim aqui te perguntar outra coisa…

Hange o olhou com curiosidade, sinalizando que continuasse.

Levi sentiu seu coração disparar muito rápido e suas mãos suarem. Molhou os lábios e limpou a garganta.

- Hange… - ele pegou nas mãos dela, olhando profundamente em seus olhos, procurando manter uma respiração calma - Você aceita morar naquela casa comigo, com a Lara, onde podemos acordar a hora que quiséssemos, passar o dia inteiro nos divertindo no quintal, e à noite, eu cozinhar algo bem saboroso, porque eu sei que você é uma negação para isso, e então, brincar com alguns jogos de tabuleiro e, quando Lara ficasse com sono, colocá-la em seu quarto para dormir e então, por causa da minha insônia, eu e você ficarmos fazendo amor a madrugada inteira?

Hange engasgou de tal maneira, que Levi teve que bater em suas costas.

- I-Isso é… - Hange tossiu mais uma vez - Isso por acaso é um-- 

- Pedido de casamento? - perguntou Levi, como se estivesse falando sobre o clima - Sim. É.

Hange o olhava, com as mãos na boca, completamente atônita. Levi batia o pé no chão rapidamente e então, olhou para ela, preocupado.

- Se possível, poderia me dar uma resposta ainda hoj--

- SIM! - exclamou Hange, levantando os braços para o alto - UM MILHÃO DE VEZES, SIM!

Levi a encarou, incrédulo.

- É sério?!

- Ah, Levi! Tenha dó! - Hange lhe deu um tapinha no braço - É lógico que estou falando sério! O que mais eu preciso fazer para te mostrar que quero passar o resto da minha vida com você?!

Levi estava com os olhos arregalados e brilhando, com um sorriso bobo nos lábios. Então, adquiriu uma expressão preocupada.

- Eu só… Não comprei essas coisas de alianças e tal, porque eu acho esses pedidos exagerados e de joelhos, bem brega. E como eu te conheço, sei que também não é muito fã dessas coisas. 

- Levi… - suspirou Hange - Eu não preciso de nada disso. Só você me basta.

Ele pegou delicadamente no rosto dela. Quando estavam quase tocando seus lábios, ouviram uma Lara completamente eufórica invadir o quarto, gritando a plenos pulmões:

- ALELUIA, SENHOOOOOOOOOOOOOOOR!!!

♦♦♦

Hange e Levi se casaram duas semanas depois.

Foi uma cerimônia simples e com somente as pessoas mais próximas, realizada na hora do almoço de um sábado. Hange estava belíssima. Usava um vestido branco e longo, e casou-se de cabelos soltos. Como seu tapa olho preto já era praticamente parte de sua personalidade, também o usou. Emocionada, Lara chorava de tal maneira, que era necessário que Sasha e Mikasa a abanassem, por às vezes lhe faltar o ar.

A única coisa que trouxe um sentimento de tristeza para Lara naquele dia, foi Armin. Durante a cerimônia, ela percebeu que ele a olhava nervosamente, como se quisesse dizer algo, mas que não conseguia.

Nos últimos meses que se passaram, Lara achou por bem manter distância, já que Armin demonstrava continuar querendo evitá-la, indo conversar com ele somente assuntos concernentes a Líder e Oficial. Imaginou que Armin estivesse desse jeito por causa do trauma que havia passado.

Porém, com o tempo, ela notou que ele começou a adquirir um comportamento mais melancólico, deixando aos poucos de ser aquele garoto feliz. Continuava educado como sempre, mas, agora possuía sempre um semblante triste no olhar. Até mesmo Eren e Mikasa estavam mais distantes, não somente dela, mas de todos os outros amigos, também.

Lara pensou em conversar com a mãe sobre o assunto, já que Levi provavelmente poderia interpretá-la mal. Porém, nem mesmo Lara entendia o que estava acontecendo dentro de si para poder ficar tão abalada com isso e achou por bem ficar quieta, por enquanto.

Por fim, decidiu que excepcionalmente hoje, não deixaria a tristeza invadir seu coração, e procurou passar o restante da festa se preocupando em somente ficar feliz pela conquista de seus pais.

Com a chegada do casamento, Lara teve um pouco de bom senso e, em determinado momento antes do dia da festa, disse para Hange e Levi que passaria mais alguns dias morando sozinha em seu antigo quarto no Quartel General da Tropa de Exploração que, por tanto tempo, compartilhou com Hange. 

Para a total vergonha alheia de Levi e Hange, Lara argumentou de que faria isso, porque eles precisavam de bastante tempo para “tirarem o atraso”, pois ela ainda soltava, vez ou outra, de que seu pai fora muito lerdo para finalmente pedir sua mãe em casamento e que, desde cedo, quando Lara ainda era criança e nem ao menos tinha sido adotada, já notava que Hange mostrava claros sinais de que queria ser casada com Levi, mesmo ele tentando argumentar que estava ocupado, fazendo a reforma.

Por fim, combinaram de que ela ficaria sozinha por apenas uma semana depois do casamento, tempo em que seus pais poderiam aproveitar sua lua de mel com total tranquilidade.

Era entardecer quando Levi e Hange chegaram em sua nova casa, após a cerimônia de casamento, com algumas estrelas começando a despontar no céu. Quando a carruagem que os tinha levado até lá já sumia no horizonte, os dois estavam parados na frente da casa, a contemplando.

O sol se punha por detrás das montanhas, refletindo seus raios nos pinheiros que haviam em volta na região. Estava exatamente igual ao desenho que viram pela primeira vez naquele panfleto.

Era uma casa grande e térrea, de madeira. Possuía uma varanda aconchegante na frente, onde era acessada através de uma pequena escada, e rodeada por um lindo jardim florido. Tinha grandes janelas e uma chaminé saindo por uma das laterais da casa.

De mãos dadas, Levi olhou para o lado e percebeu que Hange tinha lágrimas em seus olhos. Era como um sonho realizado.

Entraram em sua nova casa, dirigindo-se ao seu quarto, não soltando suas mãos nem por um segundo. Levi se mostrou ser um excelente decorador de interiores, pois os móveis e objetos eram harmônicos e combinavam entre si. Lara agora tinha seu próprio quarto, Hange tinha seu pequeno laboratório e Levi, uma grande despensa para todos os seus chás.

Os dois passaram pela sala, que era bem espaçosa, onde couberam pelo menos três sofás, formando uma letra “U” em frente à uma grande lareira. O quarto deles era o maior, que ficava bem ao fundo da casa, com mais privacidade.

Quando chegaram, sentiram que uma brisa suave entrava pela grande janela que ficava de frente à cama, com suas cortinas brancas se movimentando, como se dançassem, e com uma bela vista para o pôr do sol. Ao sentir o vento em seu rosto, Levi não pôde deixar de se lembrar de que Hange estava certa, pois a casa era, afinal, muito bem arejada.

Ela tinha um sorriso bobo nos lábios, o que fez Levi também sorrir.

Lentamente, ele a puxou para perto de si, dando-lhe um beijo suave. Porém, percebeu que Hange mantinha os punhos fechados em seu peito e sentiu que ela estava um pouco… Tensa.

- O que foi? - perguntou ele, baixinho.

Olhando para seus pés, Hange molhou os lábios. Ainda sem encarar Levi, disse, quase num sussurro:

- É que… - ela estava muito vermelha - Estou com medo de que vai doer...

As únicas menções sobre relações sexuais que os dois haviam feito na presença do outro, foi no Festival e no próprio pedido de casamento, onde no caso, Levi só repetiu o que Hange havia falado. Mas, ao ouvir o que Hange disse, Levi sentiu até um certo alívio. Colocou a mão em seu rosto, fazendo-a olhar para ele.

- Você vai me guiar, porque… - Levi corou - Eu também não sei de nada sobre... Isso.

Hange arregalou os olhos, surpresa.

- Jura?! Você nunca…?

- Não é algo que eu fique falando para os quatro ventos - ele deu uma pequena risada - Mas, não. Nunca. Você será a primeira e única.

Ao ouvir as palavras de Levi, uma paz invadiu o coração de Hange e desta vez, ela mesma o puxou para um beijo profundo.

Como se tivessem combinado, enquanto se beijavam de maneira intensa, Levi puxou para baixo as alças do vestido de Hange, enquanto ela tirava seu paletó cinza. Quando menos perceberam, não havia mais nenhuma peça de roupa em seus corpos. Afastando seus lábios lentamente, enquanto sentiam suas respirações, um olhou para o corpo do outro à sua frente.

Hange já havia visto Levi sem camisa por diversas vezes, por conta de sempre fazer questão de cuidar de seus ferimentos, mas aquela parecia ser a primeira vez novamente. Apesar de ser um corpo com uma excelente forma física, era até mesmo um tanto quanto pesaroso ver como ele era machucado. Manchas roxas e verdes preenchiam suas costas e pernas, e algumas cicatrizes de cortes ainda podiam ser vistas aqui e ali. Além, é claro, das profundas marcas dos cintos do aparelho DMT, que transpassavam seu peito, ombros, costas e pernas.

Delicadamente, Hange passou os dedos por cada marca e cicatriz de seu torso, como se a cada toque, as apagasse por completo. Uma cicatriz em especial, localizada no seu antebraço esquerdo, lhe fez despertar uma memória, de quando estavam em Shiganshina com Lara, quando ela ainda era muito pequena.

Levi também olhou para o corpo de Hange. Era uma mulher que também possuía um ótimo aspecto físico, mas que, assim como ele próprio, também era muito machucada e possuía diversas marcas em seu corpo, só que em uma intensidade bem menor. Levi não pôde deixar de pensar em como ela era belíssima, principalmente com seus cabelos soltos, caindo pelos ombros.

Ali, um olhando para o corpo do outro, o único sentimento que conseguiram ter foi o da mais profunda ternura.

Então, de maneira suave e delicada, Levi tirou o tapa olho de Hange, que corou um pouco. Após dar um leve beijo em seu olho machucado, a pegou pela cintura com uma das mãos e atrás de seus cabelos com outra, puxando-a para um beijo apaixonado, enquanto Hange abraçava seu pescoço.

Apesar de ser mais alta que Levi, neste momento, Hange parecia muito pequena. Gentilmente, ele a pegou no colo, colocando-a deitada na cama. Engatinhou no colchão até ficar frente a frente com Hange, que o olhava de baixo com a mais pura expressão de afeto.

Lentamente, Levi foi passando suas mãos nos dois braços de Hange, até que eles ficassem acima de sua cabeça, e então, entrelaçaram suas mãos. Ele a beijava com paixão, variando entre sua boca e pescoço.

Apesar de que ainda estava com um pouco de medo, Hange se sentia extremamente confortável e segura, enquanto Levi a amava com cada parte do seu ser. Ele era delicado, gentil e intenso ao mesmo tempo. Hange passava as mãos em seus cabelos e suas costas, enquanto ele a beijava por inteiro.

Levi sentia seu coração pulsar por todo o corpo enquanto enrolava Hange em seus braços, lentamente passando as mãos em suas pernas, costas, até chegar em seu pescoço e por fim, segurando seus cabelos por trás, enquanto sentia o doce gosto de Hange nos lábios.

De vez em quando, Levi abria os olhos para ver se Hange estava bem e sentia felicidade ao ver que ela sorria e, em determinado momento, pôde ver uma lágrima saindo de seus olhos. Não souberam por quanto tempo ficaram assim, um sentindo o mais profundo amor do outro.

A brisa do vento balançava as cortinas da janela e o céu agora já estava numa mistura colorida de azul, roxo, rosa e laranja, e nuvens compridas refletiam os últimos raios de sol existentes do dia. As estrelas piscavam rapidamente no céu, como se estivessem aplaudindo aquele momento.

Quando menos perceberam, seus corpos já haviam se unido por completo e se movimentavam com tal sincronia, que era como se já fizessem isso há muito tempo. Hange sorria ao perceber que não sentia dor alguma, e amou Levi ainda mais por isso.

- Hange…? - sussurrou ele, ofegante.

- Sim? - respondeu ela, com sua respiração entrecortada.

- Eu te amo…

Hange sorriu.

- Eu também te amo, Levi… Muito...

♦♦♦

Levi acordou bem cedo na manhã seguinte. Olhou para o lado e viu Hange dormindo profundamente, com a cabeça e mão apoiada em seu peito. Ele sorriu.

Afastou os cabelos do rosto de Hange e delicadamente, retirou seus braços debaixo dela, a deixando numa posição confortável para continuar dormindo. Foi até o guarda-roupa e colocou uma roupa casual.

Fechando a porta de seu quarto, caminhou até a cozinha. Fazendo o mínimo de barulho possível, fez seu chá favorito e saiu com a xícara em direção à varanda que ficava na frente da casa.

O sol despontava logo acima das montanhas à frente, banhando toda a paisagem ao redor com seus raios laranjas. Uma brisa gelada movimentava seus cabelos e a fumaça da xícara de chá. Nuvens brancas, que davam um leve aspecto de neblina, cobriam algumas montanhas.

Levi respirou o ar gelado profundamente, olhando o sol subir aos céus, devagar. Sentiu seu queixo tremer e lágrimas virem aos seus olhos. Apesar de toda a dor que tinha passado, nunca havia se sentido tão feliz em toda a sua vida.

Ali, olhando para os céus, Levi só conseguiu dizer uma palavra:

- Obrigado…