Fanfic: Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC) | Tema: Attack on Titan/Shingeki no Kyojin

Infelizmente, as férias acabaram e a rotina dos três teve que mudar novamente. No início, foi um grande desafio para poderem se adaptar, pois estavam acostumados a acordarem já no Quartel e irem direto trabalhar. Agora, tinham que acordar um pouco mais cedo, pois precisariam ir até o trabalho com seus cavalos, que dormiam em um pequeno estábulo que ficava atrás da casa.

Agora que a rotina era mais pesada, principalmente por Hange ser a Comandante, eles acharam por bem almoçar e jantar no Quartel, deixando para somente tomar o café da manhã em casa. Os três sempre se esperavam para poderem voltar juntos no fim do dia e normalmente, chegavam em casa muito cansados, indo direto para a cama. Pelo menos, podiam ir conversando no caminho, perguntando como tinha sido o dia de cada um, e durante os finais de semana, matavam a saudade um do outro.

E, conforme Hange havia dito no Festival, os sábados dos três incluíam acordar na hora que quisessem, se divertir o dia inteiro no gramado e à noite, Levi as cozinhava algo bem saboroso, agora com a ajuda de Lara, e depois, brincavam com alguns jogos de tabuleiro. Apesar de Lara já ser grande, não precisando mais que a colocassem na cama, fazia questão de ganhar um beijo de cada um de seus pais, antes deles fecharem a porta para ela dormir e então, para a total felicidade de Hange e Levi, os dois passavam a madrugada inteira do sábado para domingo fazendo amor.

Então, oito meses se passaram, até que Hange organizou uma expedição para a Tropa finalmente ir em uma missão além da Muralha Maria e explorarem mais territórios. Quem sabe poderiam até mesmo encontrar o tal Oceano.

Durante esse período de oito meses, muitas coisas aconteceram. Algo excelente foi que todos os Titãs que estavam dentro da regi]ao da Muralha Maria foram derrotados, e as pessoas finalmente puderam começar a voltar a morar em suas cidades natais. Todas estas coisas contribuíram para os negócios das lojas e comércios melhorarem bastante.

Nesse meio tempo, Lara completou 14 anos e finalmente, aconteceu um grande evento em sua vida: menstruou.

Tudo aconteceu num sábado de manhã. De uns tempos para cá, Hange e Levi começaram a notar um crescimento fora do normal em Lara. Agora, ela deveria estar apenas uns oito centímetros mais baixa que o pai. O corpo dela também começou a mudar bem mais rápido. Seus seios já começavam a crescer mais, assim como também algumas outras curvas, ganhando um pouco mais de peso, deixando de ser aquela garota mais magricela e, tornando-se aos poucos, uma moça muito bonita.

Porém, na semana anterior, Lara reclamou muito de dores nas pernas e de cabeça. Na sexta à noite, antes de dormirem, Hange comentou com Levi que suspeitava que os sintomas de Lara eram muito parecidos com os da primeira menstruação, pois Hange havia se sentido da mesma maneira em sua época. Ele foi dormir um tanto quanto preocupado em como seria a TPM de sua filha.

Não deu outra. Na manhã seguinte, bem cedinho, acordaram assustados ao ouvirem Lara dar um grito. Eles correram para o quarto da filha, somente para encontrá-la em total desespero, apontando para a enorme mancha de sangue que havia se formado no colchão.

Levi ficou parado na porta, de olhos arregalados, se perguntando como era possível alguém perder tanto sangue e continuar vivendo normalmente. Já havia visto muito sangue em sua vida, mas de alguma forma, ver tudo aquilo saindo de sua filha, o deixou muito assustado. Enquanto Levi divagava, Hange foi ao encontro de Lara, levando-a ao banheiro para lhe ensinar a colocar o absorvente.

Durante sua primeira menstruação, Lara morria de medo de que sua calça do uniforme da Tropa de Exploração pudesse manchar, por ser praticamente branca, e em certa noite, quando voltavam para casa, perguntou para Hange se não havia a possibilidade de trocarem o uniforme para algo totalmente preto, pois era realmente muito incômodo usar uma calça tão clara. Pois, como o sangue dos Titãs evaporavam, caso a menstruação de alguma garota vazasse, todo mundo ia saber que era sangue dela, e poderia lhe causar grande constrangimento.

Hange achou aquela ideia fantástica e disse que, assim que possível, faria o melhor para tentar providenciar que todos trocassem seus uniformes para preto. Levi encarava suas mãos, ponderando em como nunca tinha pensado nisso antes e que realmente, deveria ser um grande incômodo para suas colegas soldados terem que usar aquela calça branca. Também se pegou pensando em como elas eram verdadeiras guerreiras por conseguirem lutar, mesmo estando com cólicas terríveis.

Porém, Lara teve muitas dificuldades em lidar com todos esses novos hormônios em seu corpo no início, e por muitas vezes, não sabia controlar seus sentimentos, tendo um momento em que fora tão grossa com Levi por nada, que o deixou visivelmente chateado. Com toda a paciência do mundo, Hange foi até o quarto da filha e foi muito sábia em lhe aconselhar que, não era porque agora Lara estava tendo TPMs, que tinha total liberdade para ser grossa ou mal educada com as pessoas, usando essa desculpa. Agora é que o verdadeiro desafio viria, pois teria que aprender a lidar com suas novas emoções e sentimentos, sem se deixar influenciar por eles.

De início, Lara achou interessante o fato de sua mãe lhe dizer aquilo, por Hange normalmente ser uma pessoa extremamente intensa em suas emoções. Porém, de uns tempos para cá, talvez devido à sua nova responsabilidade como Comandante, Lara percebeu que ela conseguia se expressar de uma maneira “menos maluca”, se formos assim dizer. Então, chegou à conclusão de que a própria Hange estava tentando seguir seus próprios conselhos.

Por fim, Lara acatou os conselhos da mãe de muito bom grado, rendendo uma reconciliação muito chorosa com Levi, com ela deitada no peito do pai, pedindo perdão pelo péssimo comportamento. Ele a abraçou de volta, fazendo Lara e Hange se surpreenderem ao ouvi-lo dizer que caso ela quisesse conversar ou desabafar com ele, estaria à disposição.

De fato, Levi era um excelente marido e pai, sempre muito carinhoso e atencioso com as duas, fazendo de tudo para as verem felizes. Apesar de discutirem por coisinhas bobas de vez em quando, aqui e ali, Lara não tinha recordações de ver seus pais brigando.

Só existiu uma única ocasião em que Hange e Levi tiveram uma grande briga. Estava muito difícil para os três manterem aquela enorme casa limpa e organizada, por causa da rotina pesada do trabalho. Então, começaram a discutir se deveriam ou não contratar uma ou duas pessoas para virem limpá-la uma vez por semana.

No meio da leitura de um livro, Lara observava, atônita, seus pais discutirem na cozinha. Era a primeira vez que os ouvia levantar a voz mais do que o normal, com expressões de fúria em seus rostos. E, para a sua surpresa, eles cogitaram dormirem separados naquela noite.

Agora, era Lara quem estava furiosa. Num movimento súbito, puxou os dois pelos braços, os surpreendendo, sentando-os no sofá. Ela então começou a lhes dizer que não havia ganhado dois pais maravilhosos, só para os verem querer dormir separados por causa de um assunto tão banal. 

Lara apontava o dedo na cara deles, dizendo que estavam se comportando como duas crianças de cinco anos. Ou melhor, nem crianças se comportavam assim, pois normalmente elas faziam as pazes tão rápido, que nem se lembravam o motivo do porquê brigaram.

Por fim, terminou lhes perguntando se esse era o exemplo que queriam dar para Lara, ao demonstrarem que um casal deveria dormir separados por causa de uma briga, e disse que, se não tinham a capacidade de sentarem e conversarem para resolver os problemas e dormirem juntos, como adultos e verdadeiros marido e mulher, não deveriam nem terem se casado, o que deixou Hange e Levi um tanto quanto assustados.

Naquela noite, os dois deitaram na cama, muito tímidos e envergonhados, um virado de frente para o outro, se encarando profundamente. Então, sem querer, acabaram dizendo “me desculpe” ao mesmo tempo. Levi puxou Hange para um beijo apaixonado e por fim, namoraram para comemorar a reconciliação. Depois daquele dia, nunca mais eles cogitaram dormir separados e chegaram num acordo de que iriam contratar alguém para ajudar a limpar a casa, afinal.

Quando Lara já estava começando a controlar seus sentimentos e novos hormônios durante seu ciclo, foi a vez de Hange ficar um pouco abalada quando o assunto era menstruação. 

Em determinado mês, Hange chamou Levi e Lara na sala. Os dois sentaram no sofá e de pé, Hange os avisou que sua menstruação estava atrasada. Imediatamente, Lara começou a pular de felicidade, enquanto Levi encarava a lareira, com os olhos arregalados. Porém, Hange falou que não estava certa de nada e que poderia ser um alarme falso. Levi não dormiu naquela noite, onde ficou encarando o teto de seu quarto a madrugada inteira, pensando nas possibilidades que aquele comunicado de Hange poderia significar.

Passados alguns dias, os três já estavam começando a achar que Hange realmente estava grávida e então, passaram a adquirir um comportamento de entusiasmo com a ideia, principalmente Levi e Lara, não permitindo que Hange fizesse qualquer coisa, pois deveria ficar de repouso.

Porém, no próximo domingo de manhã, quando Hange foi ao banheiro, seu sangue desceu. Chegou à conclusão de que a menstruação atrasou, porque havia passado muito estresse nos dias anteriores. Por fim, os três passaram o resto do dia se sentindo tristes, pelo alarme falso de um suposto bebê. 

Então, os próximos meses sempre eram de muita expectativa, mas, infelizmente, Hange menstruava normalmente em todos eles. Isso estava começando a deixá-la um pouco abalada, pois estava gostando muito da ideia de engravidar. Lara percebia que Levi também ficava um pouco melancólico, sempre que Hange avisava que havia menstruado por mais um mês, o que resultava nele indo tomar um chá sozinho na varanda, olhando para o horizonte, com um semblante abatido. Ao ver o humor tristonho dos pais, Lara achou por bem incluir em suas orações a possibilidade de Hange engravidar no momento oportuno e assim, alegrar sua família.

Por falar em clima de tristeza, a saga de “o que estava acontecendo com Armin?” ainda fazia parte da vida de Lara. Durante todos esses oito meses antes da missão para além da Muralha Maria, o relacionamento dos dois parecia cada vez mais confuso e ele ainda continuava a evitá-la.

Lara tinha muita vontade de perguntá-lo o porquê estava se comportando de tal maneira com ela, mas, simplesmente não conseguia arrumar coragem o suficiente para isso. Não entendia o porquê não conseguia falar com Armin. Mas, parece que pelo fato de ele estar cada vez mais distante, uma barreira começou a se levantar entre eles a cada dia que passava. Porém, também havia momentos em que essa barreira parecia não existir, o que deixava Lara extremamente confusa. 

Como agora ela prestava mais atenção nos seus sentimentos e emoções, percebeu que toda a vez que ia conversar com Armin sobre assuntos concernentes aos seus postos ou qualquer outra coisa que fosse, sentia um imenso frio na barriga e o seu coração batia cada vez mais rápido. 

Na verdade, estava começando a ficar irritada em perceber como todo este assunto chamado “Armin” mexia tanto com ela. Durante o dia, nos treinamentos, se pegava olhando constantemente para ele, ocorrendo vezes em que Levi tinha que chamar sua atenção, pois Lara não estava executando o exercício da maneira correta e que andava muito distraída.

De fato, Lara estava um pouco avoada. Vez ou outra, se pegava contemplando o nada, com o olhar fixo em um ponto. Às vezes, enquanto almoçava ou jantava com seus pais, eles tinham que chamá-la por diversas vezes, até ela responder. E, se seu cavalo não fosse tão esperto, Lara teria batido a cara em um poste, certa vez em que cavalgava nas ruas de um Distrito.

Porém, ao pensar sobre esse seu comportamento distraído, Lara percebeu que a pessoa que ocupava sua mente em todos estes momentos era Armin. Com o passar do tempo, ela começou a notar que o garoto simplesmente não saía de sua cabeça.

Em determinado dia, precisava conversar com ele sobre alguns relatórios que havia solicitado, mas não estava o encontrando. Depois de muito procurar, um soldado informou que havia o visto descer ao local onde Annie estava sendo mantida sob custódia, ainda presa dentro de seu cristal, adormecida ou algo do gênero.

Quando Lara chegou ao local onde Annie ficava, se surpreendeu ao ver Armin a contemplando com um semblante triste, colocando a mão em seu cristal. Ao presenciar aquela cena, Lara sentiu uma grande aflição invadir seu coração. Tentou sair sem fazer nenhum barulho, mas, pisou de maneira tão brusca nos degraus das escadas, que Armin virou-se para ela, assustado. Lara parou e os dois ficaram encarando os imensos olhos azuis de cada um. Ele olhava para Lara, perplexo por ela estar ali. Ela sentiu seu queixo tremer e seus olhos marejarem e, num movimento rápido, saiu correndo do local, batendo a porta atrás de si, sem querer. Alguns minutos depois, Armin encontrou em sua escrivaninha um recado de Lara, pedindo que ele terminasse os relatórios o mais rápido possível.

Também teve outro episódio que mexeu demais com Lara. Certa noite, quando estava com seus pais nos estábulos arrumando os cavalos para voltarem para casa, depois de um longo dia de expediente, Lara os informou que havia esquecido sua capa verde no laboratório e que iria buscá-la.

Os corredores já estavam desertos e, quando se aproximava da porta do laboratório, ouviu como se fosse um choro vindo de lá de dentro. Então, silenciosamente espiou pelo canto da porta, preocupada, e seu coração deu um enorme pulo, pois, sentado na cadeira de sua escrivaninha, segurando a capa verde que havia esquecido, estava Armin, chorando copiosamente.

Lara percebeu que seu coração se apertou de maneira intensa, sentindo uma extrema angústia dentro de si. Armin sacudia seus ombros enquanto chorava sobre sua capa verde. Ele gentilmente a acariciava e no meio do choro, dava um sorriso triste, olhando para o tecido em suas mãos. Sua vontade naquele momento era correr em direção a ele e lhe dar um grande abraço, dizendo que ela estava ali e que não havia porque chorar. Porém, a coragem simplesmente havia sumido de seu ser.

A própria Lara sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. Virou-se de costas na parede do corredor, colocando a mão em seu peito, sentindo o coração disparar loucamente. Ela respirou fundo por diversas vezes e então, tossiu para sinalizar que iria entrar.

Do corredor, ouviu Armin levantar-se da cadeira e quando entrou, o viu parado ao lado da escrivaninha, com os olhos extremamente inchados e segurando uma pilha de papéis. Ele evitava olhar para Lara, tentando cobrir seus próprios olhos com sua franja. Percebeu que sua capa verde estava dobrada de qualquer maneira sobre sua cadeira.

Não conseguiu entender como foi capaz de caminhar em direção a Armin, pois sentia seu corpo inteiro tremer e ouvia os batimentos de seu coração em seus ouvidos. Percebeu que ele também tremia.

- Oi, Armin… - a voz de Lara quase não saiu - Não esperava te encontrar aqui essa hora.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, engolindo muita saliva, provavelmente tentando se recompor. Por um milissegundo, Lara deu um impulso para frente, para abraçá-lo, mas, não conseguiu continuar. Com seu queixo tremendo, Armin respondeu:

- E-Eu vim te entregar as avaliações médicas dos novos recrutas - ele fungou - Recebi agora há pouco da enfermaria.

Lara esfregava suas mãos, nervosa.

- O-Obrigada…

Armin colocou gentilmente a pilha de papéis na escrivaninha. Então, num ímpeto, ele deu um passo à frente em direção à porta, mas, sem nem saber como fizera aquilo, Lara bloqueou sua passagem, o encarando profundamente. Os dois ficaram ali, olhando um para o outro. Agora ela via com clareza como os olhos de Armin estavam muito vermelhos, do tanto que chorou. Da mesma maneira, ele a encarava, mas com uma expressão de grande tristeza.

Lara sentiu as lágrimas voltarem, ao vê-lo naquele terrível estado.

- Armin… - sussurrou ela.

Ele pressionou os olhos e os lábios, e então, delicadamente, pegou nos dois ombros dela, a colocando de lado, para que pudesse passar. Aquele toque fez o coração de Lara pulsar mais forte. Armin saiu pela porta, cobrindo o rosto com a mão.

Naquela noite, Lara não disse uma palavra sequer no caminho de volta para casa. Hange e Levi se entreolhavam, preocupados e, quando mais tarde, tentaram conversar com ela, Lara gentilmente lhes disse que gostaria de ficar sozinha em seu quarto. Quando a casa já estava silenciosa e seus pais já haviam ido para a cama, Lara se pegou abraçada em sua capa verde, chorando e pensando em Armin, e em toda aquela situação pela qual estavam passando.

Ela não entendia o que estava acontecendo consigo e muito menos, com ele.

Por que estava chorando tanto por causa de Armin?

Por que acordava e ia dormir pensando em Armin?

Por que sempre se pegava olhando para ele nos treinos e no refeitório?

Por que quando ele a olhava de volta, sentia como se tivesse borboletas em sua barriga?

Por que sempre se pegava inventando tarefas para ele fazer, só pelo simples ato de poder vê-lo?

Por que quando ia conversar com ele sobre as próprias tarefas que pedia, sentia seu coração bater descontroladamente?

Por que não parava de pensar no abraço que ele a havia dado, quando estavam em Shiganshina?

Por que não conseguia tirar de sua mente o olhar que ele havia lhe dado, antes de ir enfrentar o Titã Colossal?

Por que sentia uma grande dor em seu coração ao lembrar da cena com sua capa verde no laboratório?

Por que Armin simplesmente não saía de sua mente?!

Por quê? Alguém poderia explicar isso para ela?!

Chegou num ponto em que Lara não aguentava mais sentir tudo aquilo e tomou a decisão de que, quando finalmente fossem naquela missão e quem sabe, encontrarem o tal Oceano, por Armin talvez ficar feliz ao realizar o seu sonho, poderia ser o momento ideal para Lara conversar com ele e lhe perguntar o que realmente estava acontecendo para que ele a ignorasse tanto, ao mesmo tempo em que parecia sofrer demais com isso.

Poucos dias antes da missão, Armin foi até o laboratório. Ele a encontrou debruçada na escrivaninha, fazendo anotações no diário de sua mãe sobre as pesquisas dos Titãs. Limpou a garganta e Lara virou-se, levando um grande susto ao vê-lo parado ali, à sua frente.

- Com licença - disse ele, tímido - Vim te trazer alguns detalhes do planejamento da missão, que você me solicitou.

Lara ainda se recuperava do susto, com a mão no peito e respirando fundo.

- Certo, certo… - respondeu ela, estendendo a mão para pegar a pilha de papéis - Muito obrigada, Armin.

Neste momento, suas mãos se tocaram sem querer e eles se afastaram, como se tivessem levado um choque. Por alguns segundos, os dois ficaram se encarando, com as costas empertigadas. Então, num movimento súbito, que novamente assustou Lara, Armin deu-lhe as costas e saiu a passos rápidos em direção à porta. Porém, ela notou que antes de sumir pelo corredor, pôde ver que os olhos de Armin estavam muito vermelhos e cheios de lágrimas, novamente.

“Não dá mais…”, pensou Lara, levantando-se.

Ela caminhou firmemente até o escritório de sua mãe. A encontrou conversando com alguns soldados sobre os últimos preparativos da missão. Em poucos minutos, eles foram dispensados e Lara trancou a porta atrás de si, para conversar a sós com Hange.

Então, ela lhe contou tudo.

Contou desde quando achou que Hange havia morrido em Shiganshina, onde Armin havia a consolado, do episódio da capa verde no laboratório, até o que tinha acontecido, cerca de quinze minutos atrás. Contou tudo o que havia sentido nos últimos meses e o que estava sentindo neste momento. Quando terminou, se viu deitada no peito da mãe, chorando e pedindo por ajuda.

- Ah, querida… - disse Hange, balançando sua filha para frente e para trás, enquanto lhe dava um beijo no topo da cabeça - Só tem uma explicação para tudo isso.

Lara olhou para cima, com seus olhos vermelhos.

- O quê, mãe? O que está acontecendo comigo?! Por favor, me diga!

- Ora, filha… Não percebe? Você está apaixonada por Armin!