Fanfic: Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC) | Tema: Attack on Titan/Shingeki no Kyojin

Hange e Levi andavam a passos nervosos pelos corredores da enfermaria. Era final da tarde do dia antes de partirem para Libério. Hange segurou sua barriga, como se quisesse proteger o bebê que se formava lá dentro.

- Está sentindo alguma coisa? - perguntou Levi ao seu lado, aflito.

- Foi somente uma fisgada de dor… Mas, já passou...

- Por favor, não se preocupe - disse Levi, ansioso - Parece que não foi nada grave.

- Isso é algo impossível de se pedir para uma mãe - Hange lhe deu um sorriso triste.

Levi teve que concordar. Ele então olhou para a barriga dela, que já estava num incrível formato redondinho, marcado pelo uniforme preto que usava, como se ela tivesse comido um pequeno melão. Sem querer, sorriu, apesar de sentir um aperto no peito.

Desde que descobriu que Hange estava grávida, Levi foi tomado por um misto de sentimentos de medo, preocupação e proteção. Apesar de já ser pai há muito tempo, Lara entrou em suas vidas já com dez anos. Ele e Hange não tiveram que passar por uma das fases mais difíceis: a de quando ela era muito criancinha ou bebê. Então, era tudo uma grande novidade para ele, pois, pela primeira vez, iria ter que cuidar de alguém muito, muito pequeno.

Levi se pegava imaginando que, quando o bebê nascesse, não saberia nem segurá-lo, com medo de derrubá-lo no chão acidentalmente. Sentia em suas costas um grande peso de responsabilidade, tanto pelo bebê, quanto por Hange, que tinha que tomar cuidado redobrado em sua gravidez.

Nos primeiros dias, ficou muito perdido sobre o que tinha que fazer e adquiriu um comportamento de cuidado com Hange, que chegou a um nível fora do normal, tendo ocasiões em que ele não a deixava sair da cama nem para buscar água. Então, com toda a paciência do mundo, Hange e até Lara lhe explicaram que não precisava exagerar.

Porém, até mesmo Hange se sentia um pouco perdida no que fazer, o que começou a lhe causar algumas crises de ansiedade e aumento de pressão, o que não é nada bom para uma gestação de risco, tendo momentos em que ambos Levi e Hange estavam um tanto quanto descabelados em relação ao que fazer durante a gravidez.

Neste momento, agradeceram por terem Lara em suas vidas. Ao ver como os pais estavam um tanto quanto perdidos, Lara decidiu tomar alguma atitude e tentar ajudar de alguma forma. 

Na época em que completou quinze anos, Lara disse a Levi que gostaria de que ele liberasse seu salário para ela comprar algumas coisas que tinha vontade, já que até o momento, tudo era colocado naquela aplicação que o pai havia lhe feito, tempos atrás. Depois de conversarem tomando um bom chá, os dois combinaram de que o salário de Lara seria dividido em um sistema chamado “70/20/10”, onde 70% de seu salário iria continuar sendo aplicado em algum investimento para seu futuro, 20% ela poderia gastar com o que quisesse e 10% seriam usados para ajudar nas despesas da casa e assim, ensiná-la a ser responsável com as contas mensais.

Então, com o seus 20% de dinheirinho do salário, Lara comprava materiais de desenhos, algumas roupas, livros, discos de vinil e tudo o mais que tinha vontade. 

Hange e Levi ficaram muito surpresos quando em um belo dia de início de gestação, Lara apareceu em casa com uma pilha de livros, almofadas para grávidas e até mesmo, algumas roupinhas para recém-nascidos.

Lara então fez uma planilha à mão de tudo o que eles precisariam fazer para garantir que sua mãe tivesse a gestação mais tranquila possível. Então, todas as noites do início da gravidez, depois que chegavam do trabalho, os três se reuniam na varanda e, enquanto tomavam chá, liam juntos alguns dos livros e aprendiam tudo o que podiam sobre o imenso mundo da maternidade. Passar aquele tempo juntos fez muito bem para eles, principalmente para Hange, que agora estava se sentindo muito mais aliviada e não mais perdida.

Não existiam muitos livros sobre literalmente o que fazer durante a gestação, mas o material que encontraram já os ajudaram a ter uma boa base.

Depois que leram os livros, chegou a vez de colocar tudo em prática, então, quase todas as noites, antes de dormirem, Lara e Levi arrastavam os sofás da sala e colocavam os futons no chão. Enquanto olhava suas anotações, Lara orientava Levi a ajudar Hange a fazer alguns exercícios que fariam bem para ela e o bebê, como alguns alongamentos e musculação bem leve. Nos finais de semana, os três caminhavam ao redor da casa.

Agora que Hange era responsável por outra vida dentro de si, passou a tomar banho com muito mais frequência, quase todos os dias, porque tinha que sempre manter sua região íntima muito limpa. Levi e Lara intercalavam para ajudar Hange no banho (não que ela precisasse de ajuda, mas sim porque queriam que fosse um momento relaxante para ela, com direito a até receber massagens nos pés e nas costas).

Lara também comprou alguns óleos essenciais para passar na barriga de Hange, como lavanda, para deixar a mãe mais calma, e hortelã, para ajudar nas náuseas e vômitos, coisa que Hange ainda tinha bastante.

Então, todas as noites antes de dormir, Levi passava os óleos essenciais em Hange, que se sentia a mulher mais feliz do mundo, ao receber todo aquele carinho e dormia profundamente.

Apesar de sentir muitas dificuldades no começo, Levi foi se mostrando um marido muito dedicado, fazendo questão de acompanhar Hange em todas as consultas médicas, ajudá-la no trabalho para não sobrecarregá-la e também, fazer um cardápio muito mais saudável e rico em nutrientes para ela e o bebê.

Ele também fez questão de não ser mais a conchinha menor na hora de dormir, e agora, Levi dormia envolvendo Hange em seus braços, com sua mão segurando a barriga, como se quisesse proteger o bebê de todo o mal que existia no mundo. Dormir assim com sua esposa trazia tamanha alegria ao seu coração, que ele mesmo começou a dormir melhor, apesar de ainda passar algumas noites em claro, devido à sua ansiedade e preocupação. Hange também ficou muito surpresa e feliz que, aos finais de semana, Levi a trazia um belo café da manhã na cama, muito balanceado, cheio de frutas.

Lara também se mostrou ser uma irmã muito prestativa, principalmente no trabalho, onde agora, passava bem menos tempo no laboratório e mais tempo no escritório de sua mãe, lhe ajudando com o que fosse preciso, para que Hange evitasse se levantar. Na pausa para o almoço, Lara e Levi caminhavam com Hange pelo gramado da área de treinos, para ela tomar sol e se exercitar.

Sempre que tinha oportunidade, Lara se sentava no sofá de casa e pedia para que a mãe deitasse em seu colo, enquanto ela lia algum livro de histórias infantis para o irmãozinho ou irmãzinha começar a reconhecer sua voz. Hange simplesmente amava esses momentos, pois Lara ficava acariciando sua barriga e beijando a testa da mãe.

Agora, falando do sexo do bebê, eles estavam divididos. Hange e Lara tinham plena convicção de que seria uma menina, mas, cerca de uns cinco dias antes de Levi e Hange irem para o porto fazer os preparativos para Libério, os dois estavam na cama antes de dormir, tarde da noite. Levi conversava com a barriga de melão da esposa.

- Ei, pirralho - disse, com a boca próxima ao umbigo de Hange - Vamos fazer um teste.

- Não chame o bebê de ‘pirralho’ - Hange fez um biquinho e torceu o nariz.

- Tudo bem, então - Levi revirou os olhos - Vou te chamar como sua irmã te chama.

- Bem melhor! - exclamou Hange, afagando os cabelos do marido.

- Serumaninho, se você for menino, chute uma vez. Se for menina, chute duas vezes.

Os dois aguardaram ansiosos, olhando para a barriga e colocando a mão sobre ela.

Então, sentiram um enorme TUM! do lado onde Levi colocou sua mão.

- É MENINO! - exclamou ele, tão alto que Hange teve que lhe dar uma bronca, para não acordar Lara.

- Não sei, não… - disse ela, colocando a mão no queixo - O bebê pode estar te pregando uma peça.

- Que bobagem! - Levi estalou a língua, indignado - Ele nunca faria isso comigo. Acho que nem conseguem fazer essas coisas.

- Bebês são mais espertos do que você imagina, amor - Hange deu uma risadinha.

Mesmo assim, ele continuou irredutível, dizendo que seria sim, um menino, pois o próprio havia lhe contado. Naquela noite, Hange foi dormir dando bastante risada da ingenuidade do marido, apesar de sentir algumas dores.

De volta a enfermaria, Levi e Hange se encontraram com uma das enfermeiras mais antigas do Quartel.

- Hange, querida! - exclamou a enfermeira - Como vai? Imaginei que vocês dois apareceriam mais cedo, ou mais tarde.

- Olá, Jude - respondeu Hange, segurando as mãos da colega - Eu estou bem, obrigada. Por favor, me diga como a Lara está, estou tão preocupada. Ficamos sabendo só agora que ela se acidentou.

- Não, imagina! - Jude balançou a mão, como se espantasse uma mosca - Aquilo não foi nada! Querida, lembre-se de sua pressão alta. Não pode se estressar, faz mal para o bebê.

Jude então explicou tudo o que aconteceu para os dois, em como o Capitão Rufus maldosamente obrigou Lara e Armin entrarem em combate e que no susto, os dois acabaram dando o mesmo golpe e Lara torceu o pé, sofrendo uma pequena luxação. Hange tinha uma expressão de espanto, enquanto Levi estava com uma carranca de irritação.

- Hange - disse ele, olhando para a esposa - Por favor, demita logo o Rufus e coloque o Armin como instrutor no lugar dele! Sujeito imbecil…

- Olhe, Capitão... - disse Jude - Acho que não é uma má ideia, viu? Porque, logo depois que Armin e Lara chegaram aqui, Rufus apareceu com o pulso deslocado e, pelo que fiquei sabendo, foi o próprio Armin quem fez aquilo, para dar uma lição em Rufus.

Levi não conseguiu evitar uma expressão de surpresa, assim como Hange também ficou perplexa.

- O Armin fez isso?! - perguntou Hange, de olhos arregalados - “O” Armin?!

- Ele mesmo - Jude riu - Mas, na nossa opinião aqui das enfermeiras, foi é pouco.

Hange não conseguiu evitar rir. Levi ainda estava surpreso.

- Podemos ver a Lara? - perguntou Hange, ansiosa.

- Claro. Mas, acabei de sair de seu quarto e ela estava dormindo. Há umas duas horas, Armin a estava ajudando a caminhar pelo corredor e fico feliz em dizer que ela já consegue andar muito bem com o auxílio de uma muleta.

- O Armin está aqui? - perguntou Levi, confuso.

- Sim! - Jude levantou as sobrancelhas - Vocês tinham que ver o pobrezinho... Não desgrudou dela por um minuto sequer durante esses dias. Está se sentindo péssimo por tê-la machucado. Ele é tão prestativo e carinhoso com Lara… - Jude adquiriu um semblante triste - Sinto tanto por eles não estarem juntos… Na minha opinião, Armin está fazendo uma besteira.

Levi e Hange se entreolharam, preocupados. Eles sabiam disso mais do que ninguém. Jude então apontou qual era o quarto de Lara e gentilmente pediu para que fossem em silêncio, para não acordá-la, e saiu andando pelos corredores. Antes de entrarem no quarto, Levi fez Hange parar e disse, num sussurro:

- Vamos espiar pela porta.

- O quê?! - exclamou Hange, também sussurrando - Já te disse para parar com essa mania.

- Não! - respondeu ele - Não me interprete mal… É que eu quero ver como o Armin se comporta quando está sozinho com nossa filha e pensa que ninguém está olhando, se é que me entende. Não consigo evitar pensar nessas coisas, sou pai!

Hange foi obrigada a concordar e quando colocaram suas cabeças no cantinho da porta, não conseguiram evitar um certo aperto no coração.

Lara estava deitada de lado, dormindo profundamente. À sua frente, Armin sentava em uma cadeira, com o cotovelo apoiado na cama, segurando a cabeça com a mão. Ele a contemplava com um misto de ternura e amargor.

Lara tinha uma das palmas de sua mão virada para cima, apoiada no travesseiro. Hange e Levi viram que Armin a acariciava com os dedos. Ele pressionou os olhos, como se estivesse tomando coragem, e então, entrelaçou seus dedos nos de Lara, apertando sua mão com força. Naquele momento, os olhos de Armin ficaram vermelhos e marejados, e sua expressão era de profunda tristeza. Ele cobriu o rosto com a outra mão e, após alguns segundos, quando a tirou, puderam ver que uma lágrima escorria de sua bochecha. Os dois voltaram para o corredor, se entreolhando com muito pesar.

- Ah, Levi… - choramingou Hange, sentindo lágrimas virem aos seus olhos - Olhe só essa situação… Até quando isso vai durar? Me sinto tão impotente em não conseguir fazer nada para ajudar… - ela acariciou a barriga.

Levi pressionou os lábios, franzindo o cenho e olhando para os próprios pés. Então, sentiu algo em seu coração, mas não disse nada para Hange. Ela sinalizou para que os dois fingissem uma tosse e apareceram na porta do quarto.

Armin se empertigou na cadeira, ficando muito vermelho. Ele rapidamente limpou a lágrima em seu rosto. Hange sinalizou para que viesse até eles. Armin foi para o corredor e fechou a porta do quarto atrás de si, esfregando as mãos, muito nervoso.

- Comandante… Capitão - ele olhava de um para o outro, muito tímido - Que bom que chegaram.

- Oi, querido - Hange deu um sorriso gentil - Chegamos agora há pouco do porto e viemos direto para cá quando soubemos o que aconteceu com a Lara.

- Por favor, me perdoem! - exclamou ele, com um olhar desesperado - Foi um acidente, eu não tive intenç--

- Não! - exclamou Hange, apertando seu ombro com carinho - Não precisa pedir desculpas. Já nos contaram tudo e sabemos que foi sem querer.

Armin olhava para as mãos, nervoso. Sua respiração era rápida. Levi permanecia em silêncio.

- Querido, muito obrigada por ter cuidado de Lara - disse Hange, piscando lentamente, com um sorriso - Ficamos felizes por você se preocupar tanto com ela, assim, podemos ficar mais sossegados.

Armin a olhou por baixo, dando um sorriso sem graça.

- Será que podemos entrar? - perguntou Hange, apontando para o quarto.

- C-Claro! - exclamou Armin, rapidamente se empertigando e abrindo a porta - Por favor…

Hange agradeceu e entrou. Porém, Levi continuou parado no lugar.

- Você não vem? - perguntou ela, confusa.

- Eu já vou - respondeu Levi, impassivo - Vou conversar com o Armin. Feche a porta, por favor.

Com uma sobrancelha levantada, Hange obedeceu. Armin tinha uma expressão do mais puro assombro e pensou: “É agora que ele vai me matar!”

Levi sinalizou para que os dois se afastassem um pouco da porta. Armin suava frio. Levi passou a mão no rosto e respirou fundo.

- Você se lembra do que eu te disse, quando estávamos em Shiganshina e recebeu a notícia de que Erwin havia morrido e você se tornou o Titã Colossal?

Armin pressionou os lábios, com uma expressão preocupada. Aquele dia havia sido tão conturbado, com tantas informações e acontecimentos… 

Ele baixou a cabeça e acabou sinalizando que não se lembrava.

- Eu disse: “acima de tudo, nunca se arrependa” - relembrou Levi.

Armin levantou seus olhos. Levi era mais baixo, mas neste momento, ele se sentia muito pequeno e indefeso na presença do Capitão Levi. Armin voltou a baixar a cabeça.

- Me diga - continuou Levi - Você se arrepende de algo?

Armin adquiriu uma expressão de profunda angústia e sentiu seu coração apertar. Seus olhos marejaram e ele cobriu o rosto.

Sim, ele sentia arrependimento. Agora há pouco, no quarto, enquanto entrelaçava seus dedos nos de Lara e derramava aquela lágrima, estava sentindo arrependimento. Este conflito interno e este sentimento o corroía todos os dias de sua vida, desde que decidiu se afastar de Lara. Mas, não tinha coragem o suficiente para reverter o que fez, pois ainda não queria fazê-la sofrer por sua causa. Por isso, decidiu continuar ele mesmo sofrendo calado.

Durante esses anos, pensou em como gostaria de voltar atrás e poder fazer tudo de novo. Mas, Lara estava certa sobre ele: Armin colocava os outros acima de si, então, achou por bem continuar tentando evitar muito contato, mesmo que isso lhe custasse sua própria felicidade, só para não permitir que ela sofresse por ficar com alguém que estava com seus dias contados.

Mas, todos os dias, Armin mal via a hora de ir ao seu laboratório, só pelo simples prazer de vê-la, nem que fosse por apenas dois minutos. Todos os dias, dormia abraçado ao seu desenho, tentando se conformar de que isso era tudo o que teria dela. Todos os dias, era uma luta para ele não tomá-la em seus braços e implorar para que ficassem juntos, mesmo sabendo que ele iria morrer em breve. Todos os dias, tentava não demonstrar o quanto a amava, mas falhava miseravelmente.

- Sua expressão já me diz tudo - disse Levi.

Ainda cabisbaixo, Armin pressionou os olhos, tentando conter as lágrimas e engoliu uma saliva amarga. Então, levou um susto ao ver que Levi colocou a mão em seu ombro.

- À essa altura, Lara já deve ter lhe contado como foi seu processo de adoção e em como... - Levi pressionou os lábios, sentindo um aperto no peito - … Eu inicialmente a rejeitei, com medo de decepcioná-la.

Armin assentiu com a cabeça e lentamente, olhou para o Capitão.

- Por favor - disse Levi, apertando seu ombro - Não cometa o mesmo erro que o meu.

Armin arregalou os olhos, surpreso.

- Não espere ter que vê-la desfalecida em seus braços, para poder tomar uma atitude - continuou Levi, com um olhar pesaroso - Não deixe para a última hora, por causa do medo que eu sei que também está dentro de você.

Armin passou a mão no rosto e não conseguiu evitar derramar uma lágrima.

- Escute aqui - Levi o chacoalhou de leve - Neste momento, você está recebendo uma nova chance de mudar, coisa que eu quase não tive, apenas por um triz. Então, por favor, não desperdice esta oportunidade.

Armin arregalou os olhos, atônito com as palavras do Capitão.

- Lara já sofreu demais nessa vida, por dez anos naquele orfanato - continuou Levi - Eu te peço, não a deixe sofrer mais. Sei que, na sua cabeça, fazê-la sofrer é vocês ficarem juntos, mas, como pai, eu te digo que fazê-la sofrer, é vocês ficarem separados, mesmo que você vá morrer daqui… Nove anos?

- Sim… - respondeu Armin, quase num sussurro.

- Então - continuou Levi, agora dando tapinhas em seu ombro - Faça com que seja os melhores nove anos da sua vida!

Aos poucos, Armin sentiu um calor crescer em seu peito e um pequeno sorriso começou a se formar em seus lábios. Levi olhou para os pés e pressionou os olhos, como se fizesse muita força. Tomando coragem, disse:

- Veja bem, apesar de vocês dois serem muito maduros, acho que Lara ainda é nova para se casar. Gostaria que ela esperasse pelo menos mais uns três anos, quando completasse vinte. Mas… - Levi respirou fundo - Eu permito que fiquem noivos, pelo menos, caso esta seja a sua vontade agora. 

Armin colocou a mão na boca, perplexo.

- É-É sério?!

Levi piscou lentamente.

- Sim, é sério. Tem minha autorização. Hange com certeza também aprova. Só peço que tome uma atitude o mais breve possível.

Para a surpresa de Levi, Armin cobriu o rosto e começou a rir.

- Capitão - disse Armin, com um enorme sorriso e lágrimas descendo por suas bochechas - Muito obrigado!

Levi então colocou suas duas mãos nos ombros de Armin, apertando-os com força.

- Levi.

- Como é? - perguntou Armin, confuso.

- Me chame somente de Levi.

Então, para o total espanto de Armin, Levi fez algo completamente raro e inesperado.

Ele sorriu.