Fanfics Brasil - Gabi e Falco Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC)

Fanfic: Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC) | Tema: Attack on Titan/Shingeki no Kyojin


Capítulo: Gabi e Falco

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O saguão estava no mais completo silêncio. Nem as respirações dos soldados podiam ser ouvidas.


Sasha levantou seus olhos. Havia um enorme buraco no teto, bem acima de sua cabeça. 


Ela tateou o corpo. Estava viva.


À sua frente, viu Lara ainda jogada em cima da garotinha.


De alguma maneira, ela conseguiu empurrar o cano do rifle para o alto e o tiro acertou o teto do saguão.


Lara então rapidamente arrancou o rifle da menina e o jogou em direção aos soldados à frente. Jean o agarrou no ar, boquiaberto.


Lara e a garotinha se encararam profundamente, de olhos arregalados. 


O silêncio foi quebrado por um grito.


- LARA!!! - era Armin. Ele a puxou de volta, que ainda parecia um pouco transtornada. Assim como Hange fazia, Armin começou a inspecionar cada centímetro dela, procurando se havia algum ferimento.


- Amor! - exclamou ele, desesperado - Você está bem?! Se machucou?!


- E-Eu estou bem, sim... - respondeu ela, piscando os olhos, confusa - O-O que essas crianças estão fazendo aqui?


Esta era a pergunta que pairava na mente de todos no saguão.


Lara olhou para Sasha, que parecia que havia visto uma assombração.


- Sasha… Como você está? Se feriu?


Ela não conseguiu responder inicialmente. Aos poucos, foi balançando a cabeça.


- N-Não… Eu estou bem… - lágrimas saíram dos olhos de Sasha - Lara… Você salvou a minha vida… 


Todos então olharam para o buraco no teto acima da cabeça dela e, como se estivessem conectados, pensaram a mesma coisa. Se Lara não tivesse empurrado o cano do rifle, o tiro teria acertado bem no meio do peito de Sasha, matando-a no mesmo segundo.


Instintivamente, Connie e Jean se puseram na frente dela, como se quisessem a proteger de qualquer outro tiro que viesse de algum lugar imaginário.


Então, o caos tomou conta do saguão. Gritos de ódio, perguntas e exclamações vieram de todos os soldados. As duas crianças estavam encostadas na parede, parecendo assustadas e acuadas, principalmente o garotinho loiro. 


- Lara… - Armin segurou a cabeça dela, em meio ao barulho, com lágrimas saindo de seus olhos - Quando eu ouvi aquele tiro, e-eu pensei… Por um segundo, eu pensei… Que tinha te perdido… - ele beijou sua testa, pressionando-a num abraço muito apertado. Lara retribuiu o abraço na mesma intensidade.


- Eu estou bem, môzinho, eu juro - respondeu ela, ainda com a respiração ofegante. Seu coração estava muito acelerado. Assim como o de Armin.


As palavras de Levi ecoaram na cabeça dele, ditas apenas no dia anterior: “Não espere ter que vê-la desfalecida em seus braços, para poder tomar uma atitude. Não deixe para a última hora, por causa do medo que eu sei que também está dentro de você.”


Armin sentiu uma aflição invadir seu coração, por ter chegado tão perto deste cenário digno de um pesadelo e então, puxou Lara e pressionou seus lábios contra os dela, com uma expressão de dor, ainda segurando seu rosto. Ele não estava nem aí se tinha pessoas olhando ou não. O que importava, era que Lara estava ali com ele, viva. Seus lábios estavam quentes, e não frios, como os de um cadáver.


Ela gentilmente acariciou o seu rosto e os dois encostaram suas testas. Nenhum deles perceberam, mas o garotinho loiro os observou o tempo todo.


- Precisamos resolver isso aqui - disse Lara. Então, virou-se para os soldados, pedindo silêncio.


Sua voz não saiu tão alta, porque ainda estava um pouco perturbada com o que tinha acontecido, então, levou um susto ao ouvir Armin gritar a plenos pulmões:


- FIQUEM QUIETOS!!!


Imediatamente, todos olharam para ele, atônitos. Armin nunca levantava a voz.


Lara lhe deu um pequeno sorriso em agradecimento.


- Tem alguém ferido? - perguntou ela.


Aos poucos, todos foram balançando a cabeça em negação.


- Ótimo - respondeu Lara, e se abaixou para ficar na altura dos olhos das crianças.


O garotinho loiro a olhava com muito medo e parecia que ia chorar a qualquer momento. A menina, entretanto, tinha o olhar da mais pura e extrema fúria. Da maneira mais calma possível, Lara olhou de um para outro e disse:


- Oi… Meu nome é Lara e sou Líder de Esquadrão da Tropa de Exploração da ilha de Paradis. Vocês estão bem? Poderiam por favor me dizer o que estão fazendo aqui?


- NÃO DIRIJA A PALAVRA A MIM, DEMÔNIO!!! - gritou a garotinha, com os olhos injetados de sangue.


Lara levou tamanho susto, que quase caiu para trás. Quando compreendeu o que a menina havia dito, sua expressão passou a ser de alguém que se sentiu profundamente ofendida.


Todos no saguão arregalaram os olhos e prenderam a respiração. De todas as pessoas que conheciam, a que sabiam que tinha a mais completa repulsa por este xingamento maldoso que os Eldianos recebiam, era Lara.


Ela sentiu que Armin quis se aproximar, mas sinalizou com a mão para que ficasse onde estava. Lara respirou fundo e passou a mão no rosto, então olhou para o garotinho loiro.


- Vamos tentar com você, então - ela se esforçou para dar um sorriso gentil - Poderia por gentileza me dizer o seu nome?


O garotinho olhou de Lara para sua amiga, que balançava a cabeça em negação, pedindo para que ficasse quieto. Ele, porém, disse, quase num sussurro:


- Meu nome é Falco… Ela é a Gabi…


Lara finalmente conseguiu dar um sorriso genuíno.


- Muito prazer, Falco. Poderia me dizer o que estão fazendo aqui?


Quando ele foi responder, foi interrompido.


- Ela matou meu amigo!!! - Gabi apontou para Sasha - Essa demônio deve morrer!!! 


Sasha arregalou os olhos.


- Gabi! - Falco agarrava a blusa da amiga, desesperado - Fique quieta! Não vê que estamos cercados?!


- Olhe o que vocês fizeram lá embaixo! - Gabi gritava, apontando para a porta, com lágrimas nos olhos - Por culpa de vocês, meus amigos estão mortos!


Lara sentiu um grande pesar invadir seu coração e baixou a cabeça, cobrindo o rosto. Tinha um nó na garganta e, quando os encarou novamente, seus olhos estavam vermelhos e marejados. Por um instante, as duas crianças levaram um susto com a inesperada reação de sua “inimiga”.


- Eu… - começou Lara, com um tom de voz muito abatido - Simplesmente... Não sei o que dizer para vocês. Eu não sei. Toda essa situação é... Horrível. Eu sinto muito, muito mesmo.


- Sentir muito não vai trazê-los de volta... - Gabi também tinha um nó na garganta.


- Eu sei… - respondeu Lara, com a voz embargada - Eu sei, Gabi… E é isso o que mais dói…


Elas se olharam por alguns segundos, em silêncio. Então, ouviram Floch berrar do meio dos soldados:


- Devemos matá-los agora mesmo!


Alguns colegas o acompanharam. Lara sentiu seu sangue ferver e o fuzilou com o olhar.


- Está louco?! - exclamou, levantando-se num salto, até esquecendo-se de seu pé machucado - São apenas crianças!


- Muito bem treinadas, pelo visto! - respondeu Floch, bravo - Vai fazer o quê? Adotá-las, também?!


Lara abriu a boca, indignada. Alguns soldados olhavam de um para o outro, atônitos. Armin tinha uma expressão enfurecida no olhar e se Jean não tivesse intervido, ele não sabia dizer o que teria feito.


- Ei, idiota! - exclamou Jean, que estava ao lado de Floch - Isso é jeito de falar com uma Líder de Esquadrão?! Quer ser punido por desacato? Dobre essa sua língua de trapo, imbecil!


Antes que Floch pudesse respondê-lo, ouviram uma voz vinda de trás dos soldados, do outro lado do saguão.


- Mas que droga está acontecendo?! Que barulho todo é esse?!


Era Levi, e parecia furioso.


Todos prenderam a respiração, até mesmo Floch. Os soldados deram passagem e Levi foi até Lara e as crianças.


- O que esses pirralhos estão fazendo aqui? - Levi procurou manter a calma ao falar com sua filha.


- Depois te explico - respondeu Lara, também procurando manter o mesmo tom - Por favor, peça para Onyankopon parar o dirigível, que vou descê-los.


Levi olhou das crianças, para Lara e então para Armin, que acenou com a cabeça, concordando com ela.


- Certo. Vocês têm dois minutos, estamos quase deixando Libério.


Pouco tempo depois, Jean, Connie e Armin ajudavam as crianças a descerem com o auxílio do DMT. Antes delas sumirem de vista da borda, Lara olhou para Falco e Gabi.


- Espero do fundo do meu coração que isso acabe logo. Desejo que vocês fiquem bem e a salvo. Adeus.


Gabi não disse nada, apenas baixou a cabeça. Falco, porém, lhe deu um singelo sorriso triste e piscou lentamente. Sem que a amiga ao lado percebesse, mexeu nos lábios um “obrigado”. Lara sorriu de volta e também lhe disse um “sinto muito”. Após verem que eles pousaram em segurança no chão e se livraram do DMT, puxaram o fio de volta e fecharam a porta.


Sasha rapidamente veio ao encontro de Lara e a abraçou forte, chorando em seu ombro em agradecimento por ter salvo sua vida. Ela retribuiu o abraço da amiga com força, deixando algumas lágrimas caírem, também.


Quando se soltaram, então foi a vez de Connie e Jean também abraçarem Sasha, que ainda estava aos prantos. Os outros soldados voltaram a fazer sua algazarra, ora reclamando que não prenderam as crianças, ora comemorando que estavam indo para casa, ora falando sobre a operação, etc.


Vendo que todos estavam muito distraídos para prestar atenção em Armin e Lara, os dois foram para um cantinho do saguão, ao lado da porta por onde haviam se reconciliado e deram um abraço bem forte.


Armin segurava Lara como se fosse o tesouro mais precioso do mundo, beijando o topo de sua cabeça. Os dois se balançavam, tentando se acalmar de todo o estresse que passaram há pouco. Armin novamente pegou no rosto dela.


- Você está bem mesmo, meu amor? - perguntou ele, aflito - Tem certeza de que não se machucou?


- Fique tranquilo - Lara fechou os olhos, enquanto ele lhe dava um beijo na testa - Não me feri. Somente meu pé que está doendo um pouco, acho que preciso de outra dose da medicação.


- Claro, claro… - disse ele, acariciando seu rosto com os polegares - Assim que chegarmos em casa, eu te levo na enfermaria, tá bom?


Lara deu um sorriso triste em agradecimento. Apesar de estar mais calma, ainda se sentia um pouco abalada com toda a situação que estavam passando.


- Vamos lá para a cabine. Quero ver como minha mãe está. Esse ambiente todo não vai fazer bem para ela e nem para o bebê…


- Sim - respondeu Armin, a olhando profundamente, tentando lhe dar um sorriso gentil - Vamos voltar para casa o mais rápido possível, porque quero que todos saibam logo que agora eu sou inteiramente seu.



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Autor(a): NathaliaCroft

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