Fanfic: Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC) | Tema: Attack on Titan/Shingeki no Kyojin
A notícia de que Hange novamente estava grávida trouxe muita euforia e contentamento para a casa.
Logo de cara, já decidiram apelidar o novo bebê de Serumaninho II (lê-se “Serumaninho segundo”). Levi prontamente disse que, dessa vez, não iria mais cair nas armadilhas de feto algum, e que iria ficar mais esperto nas futuras respostas que o bebê daria para suas perguntas.
Kuchel pareceu não gostar inicialmente da ideia de não ser mais a caçula, rendendo-lhe uma leve crise de ciúmes, principalmente por ter ficado com muito medo de que o Serumaninho II roubasse seu ursinho de pelúcia. Porém, Armin lhe garantiu que compraria um brinquedo exclusivo para o próximo bebê e que Kuchel poderia ficar tranquila. Ao saber disso, sua crise de ciúmes pareceu passar, chegando à conclusão de que seria bom ter alguém próximo à sua idade para aprontar todas as travessuras que já maquinava em seu pequeno cérebro, principalmente se seus pais realmente fossem viajar e as duas crianças ficarem na futura casa de Lara e Armin.
Agora que Hange vivia em um ambiente muito mais leve e menos estressante, comparado ao terror que viveu em Paradis em sua primeira gravidez, estava tendo uma gestação relativamente bem tranquila, rendendo-lhe apenas algumas náuseas matinais, nada mais que isso.
Uns três dias antes de Lara e Armin completarem dois anos de noivado, Hange e Levi tomavam banho na banheira de sua suíte de madrugada. Levi massageava a barriga da esposa, passando sabonete de maneira delicada. Porém, Hange percebeu que ele estava muito quieto.
- O que foi, amor?
Levi continuou em silêncio por alguns segundos, agora jogando água do chuveirinho na barriga. Então, respondeu:
- Só estou pensando.
- Em quê?
Levi olhou para Hange.
- É que eu queria dar um bom presente de casamento para Lara e Armin.
Hange franziu o cenho.
- Ora, amor. Mas isso vai demorar um pouco. Eles começaram a construir a casa agora. Acredito que ainda vai demorar cerca de um ano para eles se casarem.
- Aí é que está. O presente que eu estou pensando em dar pode já ser útil para eles agora mesmo.
Hange empertigou as costas, confusa.
- Ué, mas o que você quer dar para eles, afinal?!
- O nosso carro.
Hange arregalou os olhos, surpresa. Levi pressionou os lábios.
- Veja bem. Os dois já nos falaram que têm vontade de comprar seu próprio carro e entendo que é natural eles quererem ter as próprias coisas. Sinceramente, acho que farão melhor proveito do que nós, já que saímos tão pouco. Eles já o usam para trabalhar e fazer compras. E pode ser muito útil para eles usarem para comprar as coisas da casa, ao invés de terem que ficar gastando mais dinheiro para entregarem. Você já viu o preço do frete que estão cobrando? É um absurdo! - ele fez um biquinho de indignação e Hange riu - Além de que, os dois vão morar aqui do lado. Se precisarmos do carro algum dia, é só pedirmos emprestado. Se, mais pra frente nós percebermos que precisamos de um só nosso, compramos outro - Levi encarou Hange - O que você acha?
Lentamente, um sorriso gentil foi se formando nos lábios de Hange e ela pegou no rosto do esposo.
- Eu acho uma excelente ideia, meu amor - ela lhe deu um selinho macio - Você está pensando em dar de presente no dia do aniversário de noivado?
- Isso mesmo - Levi então olhou para baixo, tímido - Você acha que eles vão gostar?
- Se vão gostar?! - Hange riu - Eles vão pirar!
O dia do aniversário de noivado chegou, e Lara e Armin pediram previamente para que o Sargento Hans escalasse a folga deles nesta data, para que pudessem passar o dia juntos e passear.
Tiveram um dia muito agradável. Lara acordou com alguém batendo em sua porta e quando a abriu, Armin lhe trazia café da manhã numa bandeja. Eles tomaram café juntos, sentados à escrivaninha de desenhos de Lara, observando o sol nascer da grande janela.
Na hora do almoço, foram ao restaurante de Niccolo e encontraram Sasha e o bebê, pois ela estava de licença maternidade. Depois, tomaram sorvete juntos na pequena praça que tinha no centro. Aproveitaram para visitar as obras em seu terreno, que estava bem no comecinho, mas que já lhes trouxeram uma grande alegria em seus corações, ao verem que aos poucos, sua casa estava tomando forma.
Passaram o resto do dia sentados debaixo de uma árvore, abraçados, da mesma maneira em que fizeram em seu primeiro encontro. Conversavam sobre o planejamento da construção da casa, da festa e da lua de mel, intercalando os assuntos com muitos beijos apaixonados.
Quando chegaram em casa ao entardecer, foram surpreendidos com um belo jantar feito por Levi (até mesmo Hange e Kuchel ajudaram) e quando ele anunciou que daria o carro de presente, o casal ficou muito emocionado. Lara encheu o rosto do pai de beijos, que à essa altura, já estava tão acostumado, que não sentia mais vergonha que sua filha demonstrasse afeto em público (desde que o tal público fosse sua própria família e que fosse dentro de casa). Armin também lhe deu um forte abraço, agradecendo pela generosidade e já autorizando que Levi pudesse usar o carro quando quisesse, sem nem precisar pedir emprestado. Em meio à risadas e abraços, Kuchel exclamou:
- Quero dirigir carro!!!
Hange a respondeu que, a única coisa que ela poderia dirigir no momento era seu berço, rendendo que Kuchel não falasse com a mãe até a hora de dormir, onde foi obrigada a voltar a falar, já que era dia de Hange lhe dar o “tetê da noitinha" (palavras de Kuchel).
Os meses foram passando, o Serumaninho II foi crescendo, assim como a casa de Armin e Lara, também. A cada dia que os dois visitavam as obras e, principalmente, quando em seus dias de folga iam ajudar (assim economizavam um pouco), sentiam que estavam cada vez mais próximos de seu sonho, se amando cada vez mais.
Os amigos de Lara e Armin os surpreendiam, também indo ajudá-los na obra de vez em quando, em seus dias de folga. À essa altura, Sasha já tinha voltado a trabalhar normalmente, e quando tinha um dia livre, deixava o Ben para brincar na casa de Kuchel e também ia ajudar. Mikasa deixava qualquer trabalhador das obras de queixo caído, ao verem que ela carregava vigas de madeira em seus ombros, como se levasse uma pilha de gravetos (Jean a observava com um orgulho no olhar). Quando finalizavam o dia de obras, Connie e Jean buscavam algumas pizzas para os seis amigos comerem no quintal, enquanto apreciavam o progresso que haviam feito na casa.
Armin e Lara estavam muito felizes por verem como Mikasa era uma pessoa completamente diferente agora, que, apesar de ainda ser uma mulher tímida, se demonstrava muito mais alegre e, principalmente, amava ser quem ela era. À essa altura, seus cabelos haviam crescido bastante, tendo uma certa vez em que ela foi trabalhar de cabelos soltos (onde já passavam dos ombros). Ao avistar Mikasa entrando no Quartel, linda e maravilhosa como era, Jean sentiu seu coração bater tão rápido, que pensou que fosse explodir. Sem nem mesmo perceber, ficou a encarando com um olhar apaixonado. Porém, Mikasa percebeu e passou por ele dando um sorrisinho acanhado e corando. Depois desse dia, Lara comentou com Armin em como Mikasa parecia sempre esquecer o prendedor de cabelo e agora só trabalhava com eles soltos, rendendo os dois ficarem dando risadinhas, ao verem que seu plano de unir Jean e Mikasa parecia estar dando mais certo do que eles pensaram, já que Armin ainda continuava os juntando em duplas para fazer as patrulhas.
Hange estava muito aliviada ao ver como sua gravidez ia muito bem, sem nenhuma complicação, muito menos dores. Acharam engraçado como o Serumaninho II era totalmente o oposto de Kuchel, pois era bem quietinho e só de vez em quando, dava algum chutinho tímido. Lara suspeitou de que o bebê teria a personalidade de Levi.
Conforme prometido, Armin comprou um brinquedo exclusivo para o Serumaninho II, um cachorrinho de pelúcia, que tinha compridas patinhas molengas. Kuchel ficou bem mais aliviada ao saber que, agora sim, podia dormir em paz, pois ainda passava muitas madrugadas em claro pensando em como, no calar da noite, o Serumaninho II invadiria seu berço e roubaria seu ursinho, a ameaçando com uma colher de pau.
Foi numa madrugada de terça-feira que o Serumaninho II decidiu nascer e novamente, Armin teve que sair correndo, completamente descabelado e de pijamas, atrás de Imani. Pelo menos, dessa vez Levi sabia o que tinha que fazer e antes que Lara mandasse, já providenciou as toalhas limpas e a água morna, enquanto Hange gritava de dor a cada contração. Ele também foi esperto o suficiente para ignorar os xingamentos de Hange, que foram piores dos que os que ela disse no nascimento de Kuchel.
Hange deu à luz a mais uma linda menina, que, dessa vez, puseram o nome de sua mãe para homenageá-la, Hannah.
Hannah era totalmente o contrário de Kuchel, pois o exterior era idêntico à Hange, com cabelos castanhos escuros e um nariz bem curvadinho. Já no interior, conforme Lara havia previsto, puxou Levi completamente. Era uma bebê muito quietinha e não dava trabalho algum, e gostava de dormir como ninguém, o que foi um grande alívio para Hange e Levi, que não tinham que passar mais madrugadas inteiras acordados, tentando fazer a filha dormir.
Junto com o nascimento de Hannah, outra alegria invadiu os corações de Lara e Armin: eles marcaram a data do casamento para dali poucos meses, pois mais da metade da casa estava pronta e em breve, Lara completaria vinte anos de idade.
O carro que Levi deu para Armin e Lara se provou muito útil para ajudar na questão da obra, pois realmente, os dois conseguiram economizar bastante ao buscarem os materiais para construção e outras pequenas coisas por conta própria, ao invés de terem que ficar pagando para entregarem em casa, o que os deixou muito contentes, pois poderiam gastar em melhores passeios quando fossem para sua lua de mel.
O tempo foi passando e Lara finalmente completou seus vinte anos. Ela e Armin passaram o dia na casa, que à essa altura, faltava somente mobiliar com os móveis e eletrodomésticos. À noite, Armin a levou para jantar em um restaurante que servia rodízio de massas italianas, e é claro, não podia faltar a famosa taça de sorvete, que Lara tanto amava tomar.
Quando faltava cerca de um mês para o casamento, Lara terminava de montar a mesa de jantar, enquanto Connie ajudava Armin a instalar a geladeira. Sasha não pôde vir, pois seu filho estava com muitas dores de barriga, provavelmente porque havia tomado mais mamadeira do que deveria. Enquanto parafusava uma das pernas da mesa, Lara avistou da janela, Mikasa e Jean subindo a rua a passos lentos, e deu um sorrisinho para si, ao ver que os dois amigos pareciam conversar e se dar bem.
Porém, em determinado momento, quando sem querer olhou pela janela novamente, Lara percebeu que Mikasa e Jean pararam no meio da caminhada e começaram a contemplar a casa dela e de Armin, ao longe. Lara estreitou os olhos para poder ver melhor e percebeu que, conforme os dois amigos pareciam conversar sobre algum assunto, suas expressões começaram a mudar. Mikasa para uma expressão muito tímida e Jean para uma expressão de completo assombro e ansiedade.
Então, para a total surpresa de Lara, presenciou Jean parecer ficar muito eufórico e dar uma volta completa em torno de si. O que Lara viu a seguir a surpreendeu tanto, que ela derrubou a chave de fenda que segurava na mão e deu um gritinho de empolgação, pois, após a euforia, Jean lentamente aproximou seu rosto no de Mikasa e tascou-lhe um belo de um beijo na boca. O mais extraordinário é que Mikasa, apesar de ainda parecer muito tímida e encabulada com o que quer que tivesse acontecendo ali, retribuiu o beijo apaixonado na mesma intensidade.
Lara sacudia as mãos em total entusiasmo e dava pulinhos no lugar, chamando Armin e Connie para correrem até ela e verem o que estava acontecendo lá fora. Quando os dois chegaram, preocupados com aquele desespero todo de Lara, também abriram suas bocas em completa perplexidade ao presenciarem Jean e Mikasa se beijando ao longe.
Lara, Armin e Connie então viram os dois terminarem o beijo, encostando suas testas, enquanto Jean carinhosamente segurava no rosto de Mikasa e lhe dava alguns selinhos. Ele entrelaçou seus dedos na mão de Mikasa e, juntos, começaram a andar em direção à casa de Armin e Lara.
Ao verem Jean e Mikasa se aproximando, os três trataram logo de voltar às suas tarefas, fingindo que não tinham visto nada. Segundos depois, ouviram a campainha tocar e Lara os atendeu na porta, fingindo surpresa por eles terem vindo ajudar em seu dia de folga.
- Desculpem a demora - disse Jean, que respirava ofegante - É que… Estávamos resolvendo algumas coisas - ele olhou para Mikasa com um sorriso nervoso, que estava muito corada.
- Ah, imagina! - disse Lara, abanando as mãos, se consumindo de ansiedade para perguntar o que raios tinha sido aquele beijo - Não precisam se preocupar!
Armin e Connie se aproximaram para cumprimentar os dois amigos, também tentando disfarçar sua curiosidade imensa. Então, um silêncio constrangedor caiu sobre eles, e Jean e Mikasa ficavam se olhando.
Até que, num movimento súbito, Jean novamente entrelaçou seus dedos nos de Mikasa (que ficou mais corada ainda) e levantou as mãos dadas, para que Lara, Armin e Connie pudessem ver.
- C-Como eu posso dizer isso? - perguntou-se Jean, passando a mão livre atrás do pescoço - É… Eu… Eu e a Mikasa… Bem… Nós… Estamos noivos!
Armin segurou a cabeça, Lara abriu a boca e Connie riu alto em zombaria, porque não acreditou de primeira, até Jean lhe fuzilar com o olhar e ele então arregalar os olhos em total perplexidade.
Lara começou a rir de alegria, se aproximando dos amigos, mas ainda muito surpresa.
- Meu De-- Gente! Ué! - Lara não conseguia falar, o tanto que sorria.
Mikasa olhava timidamente para os amigos, ainda de mãos dadas com Jean, mas não conseguindo evitar sorrir. Armin se aproximou e deu tapinhas nas costas de Jean, lhes dando os parabéns.
Somente Connie ainda estava parado no lugar e parecia fazer uma conta matemática na cabeça. Quando finalmente conseguiu falar, exclamou:
- Espere aí, Jean! Desde quando você gosta da Mikasa?!
Lara, Armin, Jean, e até mesmo Mikasa, abriram as bocas em completa indignação, o bombardeando de perguntas como: “onde você esteve nos últimos anos?!”, “de que planeta você veio?!”, ou “será que bateu a cabeça hoje cedo?!”.
Connie, que pareceu ofendido com as exclamações dos amigos, pois na sua mente, havia feito uma pergunta muito genuína, exigiu que Jean e Mikasa se explicassem como aparentemente, eles de repente decidiram ficar noivos.
Olhando timidamente um para o outro, o novo casal começou a explicar como aconteceu, em uma versão mais simplória, pois ainda estavam um pouco acanhados. Mas, contarei para você a versão completa e sem cortes.
Mikasa subia a rua que dava para a casa de Lara e Armin, acompanhada de Jean, enquanto conversavam. Falavam sobre assuntos do dia-a-dia, evitando falar sobre o trabalho. Porém, Jean tinha o costume de dar algumas nuances de elogios à Mikasa durante suas conversas. Isso é algo que você já deve ter percebido que ele fazia e, aqui temos que admitir que esses elogios estavam fazendo muito bem à Mikasa, pois finalmente, ela estava se sentindo o quê? Valorizada.
Durante esses agora quase três anos em que eles se mudaram para a Itália, aquela enorme ferida que Eren deixou no coração de Mikasa, começou a se fechar e se curar. À essa altura, eram raras as vezes em que ficava se recordando de algo relacionado a ele e, aos poucos, seus pensamentos foram se voltando para outras coisas. Fazer bordado também a ajudou muito neste processo. Para ser sincera, Mikasa nem se lembrava da última vez que teve dores de cabeça.
Agora que convivia mais tempo com Jean e, ao notar em como ele sempre a tratava com muito amor e carinho, quando menos percebeu, Mikasa começou a reparar que ele não saía de seus pensamentos e que gostava muito de sua companhia, principalmente de conversar a sós com ele.
Com o tempo, passou a ansiar por estar na sua presença, indo dormir muito empolgada quando sabia que o dia seguinte era de patrulha, e que passaria na agradável companhia de Jean, que sempre a fazia rir, se sentir respeitada e, principalmente, muito amada.
Agora que prestava mais atenção em seus próprios sentimentos e ações, nos últimos tempos, começou a perceber que sempre que estava próxima de Jean, seu coração batia mais rápido e engolia em seco, mas procurava manter sua compostura. E numa noite, há alguns poucos meses atrás, antes de dormir, se pegou pensando muito nele e sentia seu coração se inflar e se aquecer ao lembrar de seu rosto, e uma sensação de paz a invadia por completo. Após ponderar madrugada adentro, levou um grande susto quando então chegou à conclusão de que ela estava, definitivamente, apaixonada por Jean. Ela pensou que não havia outra explicação para estar se sentindo desta maneira quando ficava perto dele.
Quando finalmente se deu conta disso, ficar ao lado de Jean era cada vez mais difícil, pois realmente pôde comprovar que estava apaixonada, e se pegava olhando para Jean quando não estava vendo, contando os dias para ela levar Kuchel no parquinho e poder convidá-lo para acompanhá-la e, principalmente, para o total desespero de sua timidez, houve uma vez em que se pegou olhando para seus lábios, quando eles estavam fazendo uma patrulha. Felizmente, ela soube disfarçar muito bem e Jean não percebeu.
Então, quando estava subindo a rua da casa de Armin e Lara, conversando com ele, Mikasa sentia seu coração disparar muito rápido ao ouvir sua voz, e em como a cada palavra, Jean transparecia o quanto se agradava em estar ali, com ela.
Em determinado momento, sem nem mesmo perceber, Mikasa parou no meio do caminho e contemplou a casa dos amigos ao longe. Jean se assustou ao ver a repentina parada de Mikasa e a ficou encarando com curiosidade.
- O-O que foi? - perguntou ele, se aproximando - Você está bem, Mikasa? Precisa de alguma coisa?
- Não… - ela deu de ombros, suspirando, contemplativa - Estou apenas vendo.
- Vendo? - repetiu Jean, um pouco confuso. Ele então virou-se na direção que Mikasa olhava - Ah… A casa da Lara e do Armin?
- Sim… - respondeu ela, ainda contemplativa - É linda, não acha?
Jean também observou a casa. Era completamente feita de madeira marrom clara, com uma varanda na frente, acessada por uma escadinha e possuía várias grandes janelas, dando-lhe um ar muito aconchegante e acolhedor. Lara e Armin haviam plantado alguns pequenos arbustos em volta da casa, que agora já floresciam com diversas flores coloridas, destacando-se no verde. Ao longe, cadeias de montanhas entrecortavam a forma da casa, o que trazia uma intensa sensação de tranquilidade.
Jean sorriu.
- É… Como sempre, você tem razão… É linda, mesmo…
Mikasa respirou fundo.
- Queria uma dessas pra mim… - disse, fazendo um biquinho sem querer.
Jean sentiu seu coração derreter ao ver o biquinho acidental de Mikasa. Quando conseguiu se recompor, virou-se para ela, que ainda observava a casa, e disse, timidamente:
- Mas… Não acha que é muito grande para você morar sozinha?
Mikasa colocou a mão no queixo, pensativa, enquanto continuava a analisar. Passados alguns segundos, respondeu:
- É… Tem razão… Não seria bom que só eu desfrutasse de uma casa dessas.
Os dois ficaram em silêncio por um momento. Jean molhava os lábios, ansioso, pois não sabia o que responder. Por fim, acabou dizendo:
- B-Bom… Se você quiser, eu te ajudo a construir uma - ele lhe deu um sorriso sem graça, levantando os ombros.
Mikasa virou-se para ele, o encarando.
- Jura que você me ajudaria?
Sem nem mesmo pensar, Jean respondeu, enquanto piscava rapidamente:
- Por você, eu construiria até duas.
Mikasa riu, o que trouxe um acalento para o coração de Jean, pois estava se sentindo muito nervoso. Quando ela terminou, respondeu:
- Olha… Então, já que você se propôs em me ajudar, nada mais justo do que você também morar nela, não acha?
No mesmo instante, Jean empertigou as costas e arregalou os olhos, completamente atônito. Após gaguejar por alguns instantes, respondeu:
- E-E-Eu e v-você? Morarmos… Juntos? Na mesma casa?
Mikasa ficou mais vermelha que um pimentão, ao perceber o que disse e baixou a cabeça para se esconder atrás das franjas, molhando os lábios e apertando as mãos nas laterais do corpo. Seu coração batia muito rápido.
Os dois ficaram em silêncio. Então, Jean delicadamente segurou em seu rosto com as duas mãos, fazendo-a olhar bem no fundo de seus olhos. O corpo inteiro de Mikasa formigou, ao sentir o seu toque. A respiração de Jean estava ofegante.
- Mikasa… - disse ele, seu peito subindo e descendo - Você… Moraria comigo? Só… Nós dois?
Ela pressionou os lábios e olhou para o lado, com uma expressão muito ansiosa. Então, lentamente voltou a olhar para Jean, acenando que ‘sim’ com a cabeça. Ele sugou o ar de susto, arregalando os olhos e tremeu. Então, passou seus polegares no rosto dela, a acariciando com delicadeza. Jean respirou fundo, como se tomasse coragem. Baixinho, perguntou:
- V-Você… Se casaria… Comigo?
Sentindo seu corpo inteiro tremer, Mikasa arregalou seus olhos. Os dois se encaravam profundamente, e Jean podia sentir a pulsação rápida de Mikasa em suas mãos. Ela engoliu em seco e devagar, também foi concordando com a cabeça, respondendo:
- S-Sim… C-Casaria.
Jean não acreditou em seus ouvidos, e acabou perguntando, enquanto piscava muito rápido:
- O-O quê?! O que você disse?! - ele sentiu seu queixo tremer - V-Você realmente quer se casar… Comigo?
Mikasa molhou os lábios e, desta vez, segurou os braços de Jean, os apertando com carinho. Respirou fundo, tentando controlar os batimentos de seu coração e repetiu:
- S-Sim, Jean… E-Eu quero - ela deu um pequeno sorriso, muito acanhada.
Ele ficou tão perplexo que cobriu a boca com as duas mãos. Então, seus ombros começaram a sacudir, porque ele desatou a rir e chorar ao mesmo tempo. Jean segurou nos braços de Mikasa, a sacudindo de leve, enquanto ela tentava segurar o riso e sentia seus olhos marejarem.
- É-É SÉRIO?! - exclamou Jean, agora com lágrimas descendo por suas bochechas - Por favor, me diga que isto não é uma brincadeira!
Mikasa riu, baixinho, enquanto fungava e sentia seus olhos começarem a embaçar pelas lágrimas.
- S-Sim! - respondeu ela, confirmando com a cabeça - Eu estou falando sério!
Jean novamente cobriu a boca com as mãos, dando uma volta completa em torno de si, agora passando a mão pelo rosto, sentindo que seu coração iria sair pela boca. Então, ele voltou a pegar no rosto de Mikasa, analisando cada detalhe e percebendo que lágrimas agora também escorriam pela sua face. Ela se apoiou nos braços dele e se encararam profundamente, com um grande sorriso.
Os dois então olharam para os lábios do outro e lentamente, fecharam os olhos, com Jean se aproximando de seu rosto. Quando seus lábios se encostaram, sentiram um tremor por todo o corpo e seus corações pareceram queimar. Movimentaram suas bocas para um beijo. Mikasa nunca imaginou sentir algo assim em toda a sua vida. Ouvia seu coração pulsar em seus ouvidos e percebeu que ambos ela e Jean tremiam um pouco, tamanha emoção sentiram naquele momento.
Quando menos percebeu, Mikasa segurou no rosto de Jean e então, entrelaçou os braços em seu pescoço. Jean pensou que seu coração iria explodir a qualquer momento, por finalmente estar sentindo o doce gosto da mulher que amou durante toda a sua vida. Suas respirações se tornaram intensas e ele a abraçou com paixão, a segurando por trás de seus belos cabelos negros e suas costas.
Os dois afastaram seus lábios e encostaram suas testas. Ficaram assim por algum tempo, se balançando devagarinho.
- Eu te amo, Mikasa - sussurrou Jean, com um sorriso - Eu sempre te amei…
Mikasa deu um sorriso triste. Ela sabia disso. Todos sabiam (bom, aparentemente, menos Connie).
Por apenas um segundo, sentiu uma amargura em seu coração, ao se lembrar de tantas vezes em que fora grosseira ou de poucas palavras com Jean, ou por simplesmente o ignorar por completo.
Porém, esta sensação foi logo embora, pois agora, um sentimento do mais profundo amor preenchia seu peito e então, Mikasa respondeu:
- Eu… Também te amo, Jean.
Por muitos anos de sua vida, nunca imaginou que falaria estas palavras para outro homem, que não fosse o Eren. Porém, agora, as falava com total honestidade e sinceridade.
Ele sorriu, com uma lágrima descendo por seu olho e lentamente a puxou pelo rosto, lhe dando um selinho longo e muito macio, que fez o coração de Mikasa falhar por um instante. Jean começou a analisar seu o rosto, guardando cada detalhe em sua memória, e passou seu polegar na cicatriz que ela tinha na bochecha.
- E-Então… Quer dizer que… Nós estamos… Noivos?! - perguntou ele, ansioso.
Mikasa ficou um pouquinho vermelha e olhou para ele de baixo, com um sorrisinho acanhado.
- E-Eu acho que sim, não é?
Jean sorriu de orelha a orelha e lhe deu mais um selinho, fechando seus olhos. Então, entrelaçou seus dedos nos dela, a olhando com a mais pura expressão de felicidade.
- Vamos contar para os outros! - disse ele. Mikasa sorriu de volta, concordando com a cabeça, e começaram a andar em direção à casa de Armin e Lara.
E foi assim que eles, de acordo com Connie, de repente decidiram ficar noivos.
Quando Jean e Mikasa terminaram de contar, Lara e Armin estavam sorrindo muito, extremamente felizes com a novidade. Connie estreitava os olhos, analisando o novo casal, coçando a cabeça, pensativo e intrigado. Armin, Lara, Mikasa e Jean aguardaram pacientemente o cérebro de Connie processar todas as informações. Então, lentamente, seu semblante foi se tornando para algo de pura alegria, e ele exclamou:
- Ah! Agora, eu entendi! Agora, eu saquei! Agora, todas as peças se encaixaram! - então, ele franziu o cenho, cruzando os braços - Mas, espere um pouco… Tecnicamente, foi a Mikasa quem te pediu em casamento primeiro, Jean! Já que foi ela quem te convidou para morarem juntos!
Todos olharam para Mikasa, que arregalou os olhos e ficou roxa, tamanha vergonha sentiu, pois não havia pensado por este lado. Todos riram, enquanto ela cobria o rosto com as mãos e Jean a abraçava de lado, afagando seu ombro e beijando-lhe o topo da cabeça.
Então, todos se abraçaram, parabenizando os recém-noivos, dizendo que estavam muito contentes por finalmente terem se acertado. Em determinado momento, Armin denunciou que foi Lara quem teve a ideia de juntá-los em dupla durante a patrulha, arrancando risadas de todos. Lara negava tudo veemente, dizendo que aquilo era coisa da cabeça de Armin.
Após se zoarem mais um pouco, Connie pediu licença para ir ao banheiro. Então, Jean puxou Armin para um canto, enquanto Mikasa timidamente se virava para conversar com Lara a sós.
- Lara… - disse ela, abraçando a si mesma, parecendo tensa - E-Eu estou me sentindo um pouco… Perdida… O que eu preciso fazer agora?
Lara riu, baixinho, e segurou nas mãos da amiga, a tranquilizando.
- Mikasa… Você não precisa fazer absolutamente nada! Continue apenas sendo você mesma, que já é o suficiente para o Jean!
Mikasa lhe deu um sorriso encabulado, agradecendo. Lara então a puxou para um abraço apertado, dizendo que Mikasa poderia conversar sempre que quisesse, que ela estaria à disposição para ajudar no que fosse preciso. Sentindo-se aliviada, Mikasa agradeceu novamente.
Enquanto isso, a poucos metros delas, Jean fazia a mesma pergunta para Armin, que também sorriu e apertou o ombro do amigo. Por um instante, Armin olhou para Lara, com um sorriso contemplativo no rosto e respirou fundo. Em um breve momento, ela o olhou de volta e lhe deu uma piscadinha. Ele virou-se novamente para Jean.
- O que você precisa fazer agora, é continuar amando Mikasa cada dia mais. Simples assim. Fazendo isso, todo o resto flui naturalmente - ele lhe deu um sorriso. Olhando timidamente para Mikasa, Jean passou a mão atrás de seu pescoço e respondeu:
- Eu juro que vou fazer isso. Não quero decepcioná-la.
- É assim que se fala! - respondeu Armin, lhe dando tapinhas nas costas - Agora, me faça um favor e me passe a chave de fenda? O Connie colocou um parafuso no lugar errado aqui na geladeira.
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Quando faltavam quatro dias para o casamento, Lara e Armin estavam no ateliê/biblioteca de sua casa, terminando de organizar tudo.
Lara arrumava suas tintas e lápis de cor na sua nova área de trabalho, enquanto Armin colocava todos os seus livros na estante. De vez em quando, olhavam para o outro, com um sorriso doce, e então voltavam a trabalhar.
Quando estava próximo ao entardecer, os dois terminaram de arrumar o local e colocaram as mãos na cintura, contemplando com orgulho o trabalho feito. Em silêncio, cada um deles foi andando pelos outros cômodos da casa, se certificando de que já estava tudo certo e organizado. No fim, acabaram se encontrando na sala de estar, de frente para a lareira que construíram. Se entreolharam, um pouco boquiabertos.
- N-Nós… Acabamos? - perguntou Armin, ainda olhando ao redor, procurando alguma coisa que estivesse fora do lugar.
Um pouco incrédula, Lara fazia a mesma coisa, dando uma volta em torno de si.
- Môzinho… E-Eu acho que… Sim!
Lentamente, o sorriso dos dois começou a se abrir e então, desataram a rir, se abraçando forte e se balançando. Ainda abraçados, eles olharam ao redor de novo, somente para se certificar de que tudo estava realmente pronto.
Estava tudo em seu devido lugar. Haviam comprado móveis simples, mas de boa qualidade, e a vertente artística de Lara contribuiu para que ela decorasse o local de maneira estilosa. Havia pintado alguns quadros de paisagem do vale, que decoravam as paredes. E o senso de organização de Armin rendeu que tudo funcionasse de maneira harmônica.
Quando finalmente se deram conta de que um de seus maiores sonhos havia se realizado e que estava ali, construído ao redor deles, Armin e Lara se entreolharam com um imenso sorriso no rosto e se abraçaram novamente. Não conseguiram deixar de chorar um pouquinho. Juntos, encostaram seus lábios, num selinho longo e macio, e continuaram abraçados por mais um tempo, se balançando devagar e contemplando sua nova casinha, com seus corações jubilando de felicidade.
♦♦♦
Os dois iriam se casar no próximo domingo, às quatro horas da tarde, com a festa durando até às nove horas da noite. Então, no sábado, eles estavam arrumando suas malas para a lua de mel, na sala de estar da casa de Hange e Levi, pois iriam pegar um trem para a região de Toscana na segunda-feira, na hora do almoço.
Kuchel e Hannah tiravam uma soneca da tarde. Deitados em sua cama, aos cochichos e sussurros, Hange tentava convencer um Levi nervoso de que seria bom que eles conversassem com Armin e Lara sobre a “primeira vez” deles, na noite de núpcias, porque achava importante que, como pais, dessem alguns conselhos. Levi já estava vermelho de vergonha com a possibilidade de ter que conversar sobre isso com Armin, mas Hange tinha razão. Se os pais soubessem como falar sobre estes assuntos com seus filhos, e os filhos também soubessem como escutar os pais, o mundo com certeza seria um lugar melhor e menos problemático.
Felizmente, no que pudemos ver até aqui, Hange e Levi eram excelentes pais, assim como Lara e Armin também eram ótimos filhos, o que concluímos de que uma conversa sobre este assunto com os futuros marido e mulher, seria muito saudável.
Ainda um pouco relutante de vergonha, Levi seguiu Hange até a sala, onde Armin e Lara checavam em sua lista se faltava algum item para colocarem nas malas de viagem. Hange limpou a garganta e os dois se viraram.
- Podemos dar uma palavrinha com vocês, a sós? - perguntou ela, com um sorriso - Filha, venha comigo até o seu quarto. Armin, vá com Levi para o seu, também.
Lara e Armin se entreolharam, um pouco confusos. Porém, eram espertos o suficiente para terem uma noção de que assunto os aguardava e ficaram vermelhos. Obedeceram e então, Hange e Lara se trancaram no quarto, enquanto Levi e Armin se trancaram no outro.
Com a chegada do dia do casamento, era inevitável que este assunto passasse pelas cabeças de Lara e Armin, rendendo os dois ficarem muito corados quando por exemplo, terminaram de arrumar o quarto onde iriam dormir, ajeitando a cama com os lençóis e as fronhas. Eles se entreolhavam de maneira nervosa, tentando disfarçar o constrangimento de que, muito em breve, os dois estariam ali, se unindo naquela cama.
Lara estava muito encabulada quando sua mãe, sentada ao seu lado, deixou bem claro que iriam falar sobre a noite de núpcias. Ao ver o estado da filha, Hange adquiriu uma postura mais relaxada e começou a dar alguns conselhos de como Lara poderia se sentir ao se ver finalmente sozinha com Armin.
Como sabia que sua mãe era uma completa sem vergonha para falar sobre estes assuntos, Lara lutou contra a sua timidez e, já que estavam ali mesmo, aproveitou e tirou todas as suas dúvidas que tinha sobre o assunto, principalmente sobre a parte em que sabia que poderia sentir dor.
- Eu também tive esse medo, filha - respondeu Hange, segurando suas mãos com carinho - E é completamente normal. Na minha vez, seu pai foi muito carinhoso comigo e no final, eu não senti absolutamente nada. É claro que senti um leve desconforto no começo, mas logo passa, porque também é normal. Não se assuste se você sangrar um pouco, tá bom? Pois pode acontecer com algumas mulheres. Mas, do jeito que conhecemos Armin, tenho certeza de que ele será tão gentil como o seu pai foi comigo, e também tenho certeza de que será maravilhoso para vocês. É claro que, não serão profissionais no começo, mas com o tempo, vão pegando prática. Não precisa ser perfeito, apenas bom e confortável para os dois - Hange passou a mão no queixo e deu uma risadinha atrevida - Se bem que, eu e o Levi éramos muito bons nisso desde o começo, hehehe!
Lara revirou os olhos.
- Mãe, por favor, me poupe desses detalhes.
Hange deu de ombros, fazendo um biquinho metido. Porém, ao ouvir as palavras de sua mãe, foi como se um Titã de quinze metros saísse das costas de Lara, pois estava com muito medo de que sua primeira vez fosse um completo desastre, e a agradeceu do fundo do coração pelos conselhos e dúvidas tiradas.
Já no quarto de Armin, o clima era outro e um silêncio constrangedor caía sobre ele e Levi. Já fazia algum tempo que os dois estavam sentados na cama do rapaz, sem dizer uma palavra. Levi abria e fechava a boca, na tentativa de dizer alguma coisa, mas falhava miseravelmente. Até que em um momento, ele respirou fundo, procurando manter a compostura e lentamente, disse:
- Apenas… Seja gentil com ela, porque provavelmente, Lara estará mais nervosa do que você. Não precisam fazer nada com pressa, porque afinal, agora terão o resto da vida para isso.
Armin olhava para as próprias mãos, as esfregando de nervosismo. Assim como sua noiva, ele também tinha suas dúvidas e queria muito perguntar algumas coisas para Levi.
- E-Eu… - começou Armin, pressionando os lábios - Tenho muito medo de machucá-la.
Levi assentiu.
- Que bom que você tem esse medo. É sinal de que a ama.
Armin deu um sorrisinho tímido. Passou a mão atrás do pescoço.
- S-Será que vamos conseguir de primeira?
Levi passou a mão no queixo, pensativo.
- Olha… Sendo muito sincero, pode ser que sim, pode ser que não. Hange me disse que tem casais que não conseguem na primeira vez, mas que isso é muito normal, também, e vocês não devem se preocupar com isso. Mais tarde, podem tentar de novo - ele deu um sorrisinho otimista, que Armin retribuiu, assentindo com a cabeça.
Os dois ficaram em silêncio novamente. Então, Armin lentamente se virou para Levi.
- Pai… - disse ele, um pouco nervoso - Eu queria saber se… É bom mesmo?
De início, Levi empertigou as costas e arregalou um pouco os olhos. Mas, ao ver que Armin estava fazendo uma pergunta sincera, começou a dar uma leve risada. Pegou no ombro do genro, o apertando de leve.
- Por que você acha que tem tanta gente no mundo?
Ao ouvir a resposta, Armin não conseguiu deixar de rir. Após isso, o clima entre os dois pareceu se amenizar bastante e ele aproveitou para tirar mais algumas dúvidas que tinha, que Levi respondeu a todas, da melhor maneira que pôde, coitado...
Quando os quatro terminaram de conversar, Levi e Hange voltaram para o seu quarto, enquanto Lara e Armin voltaram para a sala. Ao se encontrarem em frente das malas ainda abertas no sofá, os dois se entreolharam e ficaram muito vermelhos, engolindo em seco. Sem querer, ao mesmo tempo, deram um sorrisinho otimista. Continuaram a arrumar as malas em silêncio por alguns minutos, ainda um pouco constrangidos, mas aos poucos, foram voltando ao normal.
Apesar de estarem muito felizes, Lara e Armin foram dormir com um pequeno sentimento de melancolia nos corações, pois sabiam que esta seria a última vez que dormiriam na casa de Levi e Hange, e o tempo em que os quatro (mais Kuchel e Hannah) moraram juntos foi maravilhoso e lhes traziam belas lembranças.
Já com seus pijamas, antes de entrarem em seus quartos, Armin e Lara se encontraram no corredor para darem boa noite. Eles se abraçaram forte, enfiando o rosto no pescoço do outro. Armin pegou no queixo de Lara e se aproximou para lhe dar um longo selinho. Então, disse, baixinho:
- Amanhã, a essa hora, não precisaremos mais nos separar para irmos dormir - ele sorriu, e Lara também o fez.
- Já vou te avisando de que quero ser a conchinha menor - disse ela, que ficou um pouco corada, deixando Armin também vermelho, mas no fim, os dois acabaram rindo e dando mais um selinho.
Armin observou Lara entrar em seu quarto. Antes de fechar a porta, ela o olhou pela frestinha ainda aberta, com um doce sorriso. Armin retribuiu, piscando lentamente, enquanto sentia seu coração se aquecer.
- Te amo - sussurrou ele.
Lara também lhe deu uma piscadinha e respondeu, baixinho:
- Eu também te amo. Até amanhã.
- Até amanhã… - respondeu Armin, ainda sorrindo - Senhora Arlert.
Autor(a): NathaliaCroft
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Vocês não tem noção o quanto eu chorei escrevendo esse capítulo. Lara e Armin se tornaram personagens muito especiais para mim. Eles me ensinaram muita coisa ♥ Então, espero do fundo do coração que vocês gostem, que é um capítulo muito especial! Preparei uma trilha sonora qu ...
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