Fanfic: Lara (Long-Fic Levihan, Armin Arlert X OC) | Tema: Attack on Titan/Shingeki no Kyojin

A vida de casados fez muito bem para Lara e Armin.

Normalmente, pessoas que se casam jovens, são censuradas por outras, recebendo críticas e opiniões (que nem mesmo pediram) como: "vocês estão estragando suas vidas!”, ou “coitados, não vão mais poder aproveitar a juventude!”, ou “esperem só até as brigas começarem!”, ou coisa pior.

Porém, o que essas pessoas não sabem é que, quando você se casa com a pessoa correta, é aí que você realmente consegue aproveitar sua vida ao máximo, pois poderá viver os melhores momentos na companhia da pessoa que te faz mais feliz no mundo inteiro.

Armin e Lara não foram diferentes.

Assim como acontecia com Levi e Hange, a cada dia que Lara acordava e olhava que Armin estava ao seu lado na cama (e vice-versa), se amavam mais.

Até mesmo quando os meses foram se passando, desde o dia em que se casaram, e a rotina começou a entrar em suas vidas, não deixavam de sentir uma imensa alegria ao estarem na companhia um do outro.

Eram sempre muito carinhosos. Tomavam banho juntos na banheira ou na ducha, e gostavam de colocar alguns futons que compraram na frente da lareira para comerem marshmallows e fazer amor até não aguentarem mais.

Lara adquiriu um costume que assustava Armin, o de morder a nuca dele, pois ela brincava que havia um pequeno ser humano morando ali dentro, e que Armin era um Titã. Isso fazia com que frequentemente, ele levava um grande susto e arrepios pelo corpo todo ao sentir sua nuca sendo mordida pela doida da sua esposa.

Em compensação, toda vez que Armin passava por Lara, lhe dava um belo de um tapa na bunda, arrancando gritos altos de susto vindos da parte dela (isso quando Lara não saía correndo atrás dele com o pano de prato, para tentar chicoteá-lo. No fim, tudo acabava em um maravilhoso beijo apaixonado, pois no fundo, ela gostava muito do gesto do marido).

É claro que entravam em atrito por uma coisinha ou outra (o que é normal para qualquer ser humano), mas, procuravam resolver tudo através de um bom diálogo, coisa muito rara hoje em dia. Entretanto, não tinham lembranças de brigarem feio por algum motivo e, nas vezes em que sentiam que iriam iniciar alguma discussão mais acalorada, por qualquer coisa que fosse, procuravam fazer um excelente exercício que muitas pessoas acabam se esquecendo: respirar fundo e se colocar no lugar do outro. 

É clichê falar isso? Com certeza.

Mas, as pessoas fazem? Não!

Então, fica aqui a minha recomendação.

Quando por exemplo, Armin ficava muito estressado com alguma coisa que acontecia no trabalho, ao invés de Lara encher o seu saco, dizendo que ele estava chato e ranzinza, ela respirava fundo e pacientemente o pegava pelas mãos, o levando até a cama e dando-lhe uma caprichada massagem nas costas, enchendo-o de beijos, sem nem ao menos ele ter pedido.

Resultado: Armin se sentia amado e amava sua esposa ainda mais por isso.

Outro exemplo, quando Lara estava na TPM e morrendo de cólica deitada na cama, ao invés de Armin dizer que ela estava chata e irritadiça, ele respirava fundo e a surpreendia, lhe trazendo seus remédios e alguns chocolates, acariciando seus cabelos e dando suaves beijos em seu rosto até ela pegar no sono.

Resultado: Lara se sentia amada e amava seu esposo ainda mais por isso.

É difícil fazer essas coisas? Lógico que sim.

Mas, não é impossível.

Pelo visto, Jean e Mikasa andaram observando o que Lara e Armin faziam para se dar tão bem como casal, que começaram a fazer igual, rendendo o seu noivado estar cada dia melhor.

Eles também começaram a construir a casinha deles, onde nos dias de folga, Armin e Lara iam ajudá-los de muito bom grado.

À essa altura, Sasha já não conseguia mais vir ajudar tanto, por causa da rotina do trabalho, dos cuidados com Ben, além de também ajudar no restaurante de Niccolo, quando tinha um tempo livre.

Connie também já não conseguia ajudar muito, pois seu namoro com a prima de Onyankopon estava indo tão bem, que ele tomou mais um pouco de vergonha na cara e a pediu em casamento, rendendo que agora ele tinha que usar seu tempo livre para construir sua própria casa, com a ajuda da família de Onyankopon, pois iam morar perto.

Então, o resultado disso foi que Lara e Armin, e Mikasa e Jean, se tornaram muito mais próximos, o que foi excelente para os quatro, pois se davam muito bem. Eles eram constantemente vistos trabalhando no terreno de Jean e Mikasa, e quando terminavam mais um dia de trabalho, Armin e Lara os convidavam para comer pizza em sua casa, o que rendia sempre noites muito agradáveis para todos.

Porém, os dias de folga de Lara e Armin não eram só para ajudar na casinha de Mikasa e Jean, não mesmo.

Como prometido, eles ainda continuavam levando Kuchel no parquinho sempre que tinham oportunidade, agora com Hannah indo, também, pois ela já estava conseguindo engatinhar. Lara ficava com ela na caixinha de areia, enquanto Armin empurrava Kuchel no balanço e tentava a separar das brigas que arranjava com outras crianças.

Como bons pais que eram, Hange e Levi nunca interferiam na vida de Lara e Armin, evitando dar qualquer palpite que fosse que pudesse dar a entender que queriam mandar nos dois, por ser algo que eles mesmos odiariam que fizessem consigo.

Sempre que tinham oportunidade, Armin e Lara passavam na casa de Levi e Hange para vê-los com as crianças. E, todos os domingos, sem falta, almoçavam juntos, ora na casa de um, ora na casa de outro.

Você se lembra que Levi iria pensar se levaria Hange para viajar? Pois bem, ele pensou e acabou cedendo, marcando de viajar com Hange para Toscana, também, já que era um lugar onde eles pelo menos teriam uma noção do que fazer, depois que Lara e Armin lhes contaram tudo de maravilhoso que fizeram por lá, o que deixou Hange enlouquecida para conhecer os lugares, principalmente para andar de balão.

Porém, antes de viajarem, Levi e Hange precisavam saber se as crianças iriam ficar bem em sua ausência. Então, começaram a fazer alguns testes, deixando Kuchel e Hannah dormirem por alguns dias na casa de Armin e Lara, para ver se elas iriam chorar ou não.

Quando construíram sua casa, Lara e Armin já tinham em mente que suas irmãs/cunhadas iriam dormir lá em algum momento, então, deixaram um quartinho com uma beliche reservada para as duas, com alguns brinquedos.

A primeira noite que as meninas foram dormir na casa deles foi um pouco difícil. Kuchel foi a que deu mais trabalho, apesar dela sempre demonstrar que morria de vontade de fazer aquilo. Ela acordou chorando no meio da madrugada, despertando Hannah, também.

Kuchel jurava que havia visto um Titã debaixo da beliche (pois Levi e Hange haviam lhe contado sobre a história deles em determinado dia, não com o intuito de assustar, mas sim, de ensinar), rendendo que agora ela estava apavorada e Hannah, assustada com o pavor da irmã.

Por fim, as duas não conseguiram dormir de jeito nenhum no quarto delas, tendo que Armin e Lara ter que deixá-las dormir em sua cama de casal, o que foi um pouco desconfortável para os dois, já que Kuchel era muito espaçosa. Armin acordou com o pé dela quase enfiado em sua boca, ao ponto que Lara levou muitos chutes em suas costelas. Hannah, pelo contrário, dormiu agarradinha à irmã mais velha (Lara) num sono bem pesado e tranquilo.

Depois de muitos dias de testes, as duas finalmente conseguiram dormir sem problemas na casa da irmã/cunhado e Hange e Levi sentiram que poderiam viajar com mais tranquilidade.

Enquanto os dois viajavam, as meninas passavam o dia no Quartel. Inicialmente, Lara e Armin pensaram que o Sargento Hans não iria autorizar as duas crianças a ficarem ali, mas, para a total surpresa dos dois, ele foi o que mais gostou de vê-las todos os dias daquela semana de viagem de seus pais, rendendo Hans, Kuchel e Hannah serem pegos no flagra enquanto brincavam na área de treinamento do Quartel.

Levi e Hange voltaram de viagem e ficaram completamente indignados ao perceberem que as meninas não demonstraram nem um pouquinho de saudades deles durante sua ausência (Hannah, temos que admitir, demonstrou um pouco sim, ficando chorosa por alguns momentos, mas, como ela ainda não falava, não saberei dizer se ela queria o pai ou a mãe).

Os seis tiveram uma noite de macarronada muito agradável, enquanto Hange animadamente contava sobre a viagem, e Levi escutava sua eufórica esposa falar sobre sua experiência na Toscana, achando graça.

A primeira coisa que Hange demonstrou foi a sua total decepção de não serem recebidos nos hotéis com caixas de chocolate, vinho ou suco.

- Eu devia ter escrito na carta da reserva que estávamos em lua de mel! - reclamou ela, comendo indignada uma garfada de macarrão - Cheguei toda empolgada e não tinha nada lá no quarto! - Hange fez um biquinho.

Mesmo que Levi ficou fazendo um pouco de frescura sobre como viajar era cansativo e que dava trabalho, no fundo, ele gostou muito de visitar lugares novos, principalmente de conhecer a estátua de Davi (apesar de ter achado uma total sem vergonhice ele estar posando completamente nu).

Os meses foram passando e Jean e Mikasa se casaram. Numa certa noite, enquanto Armin e Lara jantavam em casa, brincaram que deveriam abrir uma agência de viagens para Toscana, porque Mikasa e Jean também foram passar sua lua de mel naquela região. Eles gostaram muito de tudo o que Lara e Armin contaram sobre lá e estavam um pouco apreensivos em visitar um lugar que não conheciam, por isso acharam melhor irem para um local que, pelo menos, já tinham ouvido falar bastante sobre.

À essa altura, Hannah já tinha aprendido a andar e a falar, e para o completo desespero de Hange e Levi, a primeira palavra que a menina disse foi “gato” e vou explicar o porquê.

Kuchel havia sonhado que tinha um gatinho de estimação e, a partir daquele dia, não parava de falar em como queria um gato. Ela falou tanto essa palavra, que Hannah acabou repetindo.

Levi não queria um gato de jeito nenhum, a passo que Hange gostou muito da ideia, porque desde que Lara tinha seus dez anos de idade, na época em que foram naquele Festival, Hange disse que se um dia eles fossem adotar um bichinho, que fosse um gato. Após Levi perceber que iria praticamente declarar guerra contra sua esposa e filhas, caso negasse o pedido, acabou tendo que ceder, mas alegando firmemente de que ele não tiraria um cocô sequer daquele animal pulguento.

Resumo da ópera: eles adotaram um gatinho preto de olhos verdes, que tinha somente o cotoco do rabo, onde as meninas decidiram chamá-lo de Banguela, por ele ter alguns dentinhos faltando.

Porém, Banguela gostou tanto de Levi, que simplesmente não parava de segui-lo para onde quer que ele fosse. No começo, Levi não gostou nem um pouco, mas ao perceber que o bichinho era apaixonado por ele, decidiu dar-lhe uma chance, deixando Hange, Kuchel e Hannah muito revoltadas, porque o Banguela só queria saber de ficar no colo de Levi, que, com o passar do tempo, ficou com as pernas e braços sangrando, do tanto que Banguela o confundia com um arranhador.

Lara e Armin também cogitaram em adotar um gatinho, mas como passavam o dia inteiro fora de casa, acharam que seria uma judiação deixar o bicho sozinho o dia inteiro, então, se contentavam em brincar com Banguela toda vez que iam visitar Hange e Levi.

O tempo foi passando e desde que Armin e Lara voltaram de Toscana, combinaram de sempre separar um dinheirinho todo mês para eles fazerem uma viagem. Então, quando finalmente completaram um ano de casados, fizeram uma incrível viagem para um país chamado Noruega, que ficava em uma região muito fria do planeta.

Decidiram ir para este país, pois queriam diversificar um pouco do clima mais mediterrâneo em que viviam. Foi uma viagem simplesmente fantástica para os dois e combinaram que, durante suas vidas, iriam fazer de tudo para sempre poderem viajar para alguma região diferente e conhecer novas culturas. Chegaram à conclusão de que, mesmo quando tivessem seus filhos, iriam os levar juntos, pois gostariam que suas crianças também pudessem ter a oportunidade de conhecer lugares tão maravilhosos.

Falando em filhos, Hange deu um grande susto em todos quando em um certo almoço de domingo, acabou soltando que suspeitava que estava grávida do “Serumaninho III”, onde Levi quase caiu para trás da cadeira, tamanho susto que levou. Porém, acabou sendo um alarme falso, deixando Lara um pouco tristinha, pois gostaria da possibilidade de talvez ter um irmãozinho menino.

Dali cerca de dois meses, numa certa noite de sábado, quando Lara e Armin comiam pizza na casa de Jean e Mikasa, no momento em que estavam tomando sorvete de sobremesa, notaram que Mikasa parecia um pouco ansiosa. Após Jean, Lara e Armin insistirem para que ela desembuchasse logo o que a estava deixando nervosa, Mikasa timidamente declarou que fazia mais de um mês que não menstruava e que estava sentindo muitos enjoos e tonturas.

Seus sintomas eram óbvios.

- VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA?! - perguntaram os três ao mesmo tempo, se inclinando para frente na mesa.

Após ela acenar que ‘sim’ com a cabeça, a casa virou um completo caos. A pressão de Jean com certeza baixou, porque ele ficou branco como um papel e literalmente caiu da cadeira, desfalecido no chão, deixando Mikasa muito preocupada. Armin correu até o amigo, dando tapinhas em seu rosto, enquanto Lara dava pulinhos no lugar, sacudindo as mãos, exclamando:

- EU VOU SER TITIA! EU VOU SER TITIA!

Jean finalmente se recuperou do seu leve desmaio, e quando viu sua esposa desesperada em cima dele, o sacudindo, desatou a chorar como uma criança, a puxando para um abraço, enquanto soluçava o quão feliz estava por saber que iria ser pai. Lara e Armin se entreolharam com um sorriso e se abraçaram de lado, vendo os dois amigos se levantarem do chão e Jean começar a beijar a barriga de Mikasa, que afagava seus cabelos, agora parecendo muito aliviada por finalmente ter contado que estava grávida.

Assim como Armin fez com Sasha, ele agora deixou Mikasa fazendo trabalho interno no Quartel, para evitar que ela saísse nas patrulhas e perseguições de bandidos, para não correr o risco dela e do bebê se machucarem. Durante os meses em que ficou gestante, ela melhorou muito em suas habilidades no bordado, rendendo lindos trabalhos artesanais, como toalhas e mantinhas para seu futuro bebê. Lara pintou uma parede da cor creme no quarto do bebê, com várias nuvens coloridas e estrelas, arrancando algumas lágrimas de emoção de Mikasa.

Jean era um completo pai babão, não parando de mimar sua esposa por um segundo sequer, comprando tudo o que ela desejava comer e sempre estando por perto, mesmo que fosse para ajudá-la a ir ao banheiro, que ficava literalmente do lado da mesa de trabalho de Mikasa.

Quando ela já estava em seu nono mês de gestação, Lara e Armin estavam, como de costume, jantando na casa dela. Jean alegremente lhe servia mais um pedaço de pizza, que ela apoiava o prato na barriga, se deliciando com o queijo puxento. Jean a olhava com uma expressão do mais puro afeto e seus olhos brilhando.

Enquanto Lara e Armin conversavam com os amigos que, dentro de poucos meses, completariam dois anos de casados e, para comemorarem, iriam viajar para um país chamado Egito, Mikasa de repente arregalou os olhos e deu um gritinho, derrubando o prato de pizza no chão. Todos a encararam, preocupados. Jean imediatamente se aproximou. 

- O que foi, meu amor?! - exclamou, passando a mão no rosto dela - Você está bem?!

Com o pedaço de pizza ainda na boca, ela olhou de Jean para o chão. Ele seguiu seu olhar e os dois arregalaram os olhos ao ver uma poça de água logo abaixo.

Jean deu um grito.

- S-S-SUA BOLSA!!! ESTOUROU!!!

Lara e Armin se entreolharam, os dois com uma expressão de total espanto.

- IMANI! AGORA! - exclamou Lara, e Armin correu para a porta. Conseguiram ouvir o barulho dos pneus do carro derrapando pelo gramado.

Jean parecia pior do que Mikasa. Ele dava voltas em torno de si, completamente perdido, enquanto quase arrancava os cabelos.

- E agora?!?! - exclamava, desesperado - Lara, o que eu faço?!?!

- Se recomponha, homem! - retorquiu ela, enquanto levantava Mikasa da cadeira, que à essa altura, já começava a dar alguns pequenos gritos de dor - Se você desmaiar, eu não vou acudir você!

Jean arregalou os olhos e deu seu melhor para procurar manter a calma.

- Está bem! - respondeu ele, ofegante e muito vermelho - O que eu faço?!

Lara lhe deu toda a orientação do que precisava, enquanto levava Mikasa para o quarto. Minutos depois, Armin finalmente chegou com a parteira. Assim como fez com Levi, Imani enxotou Jean do quarto, que estava literalmente chorando em cima da esposa, enquanto Mikasa dava um alto grito de contração (ele sim, Lara acreditou que desmaiaria se presenciasse o parto completo).

Armin guiou um cambaleante Jean para a sala de estar, enquanto fechava a porta atrás de si, abafando os gritos de Mikasa. Ele teve que dar um copo de água com açúcar para tentar acalmar o amigo, que olhava desesperadamente para Armin.

- Como você consegue ficar tão calmo?!?! - perguntou Jean, com os olhos vermelhos - Estou quase tendo um treco aqui!!!

- É que eu já passei por isso duas vezes, quando a Kuchel e a Hannah nasceram - respondeu Armin, calmamente, apertando o ombro de Jean, que tomava mais um grande gole d’água.

- Mas, é porque elas não são suas filhas! - respondeu Jean, indignado - Quero só ver como você vai ficar quando for a vez da Lara!

Armin arregalou os olhos e sentiu um certo frio na barriga ao pensar no assunto. Chegou à conclusão de que talvez Jean tivesse razão. Armin podia ser uma pessoa calma e centrada, mas nada prepara um homem para o dia do nascimento de seu bebê.

Quando estava concluindo este pensamento, Mikasa deu um grito tão alto, que Jean engasgou com a água que estava tomando, e Armin teve que bater em suas costas.

Então, silêncio.

- ARMIN!!! - exclamou Jean, o sacudindo - Por que não estou ouvindo nada?! O que está acontecendo?!

- Espere um pouco… - Armin levantou um dedo, se inclinando para frente, como se quisesse ouvir melhor - Só um pouquinho…

Então, um choro ardido se ouviu.

- Pronto! - exclamou Armin, agora dando um enorme sorriso para Jean - Nasceu, amigão! Você é oficialmente papai!

Jean abria e fechava a boca, piscando rapidamente. Armin tirou o copo d’água de suas mãos e colocou na mesinha que ficava na frente do sofá.

- E-E-E-Eu… - Jean gaguejou - E-Eu sou… Papai?

Armin riu, dando tapinhas em suas costas, enquanto ouviam o choro do bebê vindo do quarto.

- Sim! Alegre-se!

Jean lentamente virou-se para o amigo e aos poucos, um enorme sorriso se formou em seu rosto, e lágrimas desceram pelos seus olhos. Ele puxou Armin para um grande abraço, sacudindo os ombros e soluçando de felicidade. Armin retribuiu o abraço, ele mesmo sentindo algumas lágrimas caírem.

- Parabéns, Jean! - ouviram a voz de Lara. Os dois amigos levantaram seus olhos, a encarando. Jean pulou do sofá, atônito. Lara sorriu. Estava um pouco descabelada.

- É uma menina! - exclamou, abrindo os braços - A Mikasa e a bebê estão bem!

Jean tapou a boca com as duas mãos, esfregando-as no rosto. Ele lentamente caiu de novo no sofá. Armin dava um enorme sorriso, secando algumas lágrimas.

- U-Uma… Uma… Uma… Menina? - ele olhou para Lara, ainda boquiaberto - E-Eu sou pai de uma menininha? - Jean lentamente começou a sorrir, deixando lágrimas caírem de seus olhos novamente.

- Sim! - riu Lara, ela também emocionada - Você não quer vê-la?

Jean levantou-se num pulo.

- E-Eu posso?!

- Claro! - Lara lhe deu passagem - Imani já terminou de limpar as duas. Pode ir ver sua esposa e sua filha - ela sorriu.

Ainda parecendo incrédulo, Jean lentamente foi se encaminhando para o quarto. Encontrou com Imani na porta, que lhe parabenizou pela linda menina, dizendo que as duas estavam com uma saúde excelente. Armin sinalizou para Lara que iria levar Imani para casa.

Lara observou Jean caminhar a passos lentos até Mikasa, ainda boquiaberto. Ele não sabia se olhava para sua esposa ou para o pequeno pacotinho que estava em seus braços. Os agora longos cabelos de Mikasa estavam molhados de tanto suor, com sua franja colada na testa. Ela olhava Jean se aproximando com um enorme sorriso e lágrimas nos olhos.

- Olha, amor… - disse Mikasa, inclinando o pacotinho um pouco para cima - Vem ver a nossa pequena…

Jean sentou-se ao lado da esposa, contemplando sua filhinha com fascínio.

Ela era uma completa mistura de seu pai e sua mãe.

Tinha os olhinhos puxados de Mikasa, sua boca pequena e seu queixo pontudo, enquanto tinha o nariz e a cor dos cabelos de Jean.

Mikasa sorria para seu marido, com os olhos brilhando.

- Quer segurar? - perguntou ela, gentil.

Ainda com a mesma expressão de fascínio, Jean olhou para Mikasa.

- E-Eu… Posso?!

Ela acenou que ‘sim’ com a cabeça, lentamente entregando a pequena bebê nos braços do pai, que a contemplava como se fosse o tesouro mais maravilhoso do mundo inteiro. Lágrimas escorriam pela sua face e ele começou a rir, enquanto a bebê dormia tranquilamente em seus braços.

- O-Oi, meu amor… Sou eu… Seu papai... - sussurrou ele, analisando todos os detalhes do rostinho da filha. Ele virou-se para Mikasa, que sorria, e deu-lhe um terno beijo em sua testa.

- Como vamos chamá-la? - perguntou Jean, voltando a olhar para a bebê.

Mikasa inclinou a cabeça e piscou lentamente, também olhando para sua filha.

- Naomi.

Jean virou-se, curioso. Ela lhe deu um sorriso triste.

- Era o nome da minha mãe. Elas têm os mesmos olhos… - Mikasa suspirou - Me lembro até hoje…

Jean sorriu e pressionou seus lábios contra os de Mikasa, num selinho carinhoso. Então, voltou-se para a bebê, sorrindo.

- Seja bem-vinda ao mundo, Naomi.

Lara observava a cena encostada na porta, com lágrimas descendo por suas bochechas e um grande sorriso no rosto. Então, sentiu algo muito forte em seu coração, como se um calor diferente crescesse dentro dele. Nunca havia sentido isso antes. Pensou que devia ser por causa da emoção do momento, então, acabou ignorando esta sensação.

Minutos depois, Armin voltou e os quatro amigos ficaram contemplando a pequena Naomi com muita felicidade, dizendo que agora ela iria alegrar suas noites da pizza.

Cerca de duas semanas depois, Lara e Armin estavam tomando café da manhã num domingo. Conversavam sobre como Naomi era uma bebê muito fofa e como Kuchel, Hannah e Ben estavam ansiosos para poderem visitá-la logo.

Armin acariciava as mãos da esposa, que o olhava com carinho, enquanto tomavam seu café mocha com pães. Lara, porém, não estava com uma aparência muito boa e ele sentiu que suas mãos suavam.

- Amor? - perguntou Armin, se aproximando e pegando em seu rosto delicadamente - Você está bem? Estou te achando um pouco abatida…

Lara respirou fundo, fazendo uma careta.

- Me desculpe, môzinho - ela passou a mão no rosto - Eu não sei… Faz alguns dias que eu estou me sentindo um pouco cansada…

- Você está trabalhando demais, amor - ele acariciou seu rosto - E quando chega em casa, ainda fica praticando pintura - Armin deu um sorriso triste - Você já evoluiu muito desde que voltamos de Toscana.

Lara lhe deu um sorriso gentil, agradecendo. Ela então engoliu em seco e sentiu seu coração começar a disparar, com suas mãos suando frio. Armin percebeu na hora que ela perdeu completamente a cor.

- Amor! - exclamou ele, assustado, segurando Lara, que começou a ficar meio zonza na cadeira - Lara! Fala comigo! - ele lhe deu um leve chacoalhão.

Lara abriu os olhos, piscando rapidamente, se apoiando em Armin.

- Môzinho… - disse ela, baixinho - Por favor… Me leve até o banheiro…

Ele a ajudou a se levantar da cadeira e se encaminharam até o banheiro da suite. Chegando lá, Armin observou Lara se ajoelhar na frente do vaso sanitário, levantar a tampa e simplesmente, começar a vomitar. Armin sentiu um calafrio percorrer seu corpo inteiro e se agachou ao lado dela.

- Lara! - ele segurava os cabelos da esposa para não sujarem, enquanto ela continuava a vomitar - Meu Deus, amor! O que você tem?! - Armin tinha uma expressão de muita preocupação em seu rosto.

Ainda em silêncio, Lara sinalizou para que ele a ajudasse a se levantar e juntos, foram até a pia, onde ela lavou a boca e escovou os dentes, se apoiando na cuba. Seu rosto estava completamente branco e ela ofegava, cansada.

- Amor! - chamou Armin, mais uma vez, aflito - Por favor, me diga, o que está acontecendo com você? Será que comeu alguma coisa que te fez mal no café da manhã?

Lara olhava para si no espelho da pia e deu um pequeno sorriso cansado. Começou a rir, baixinho. Armin ficou mais confuso ainda, abrindo e fechando sua boca, sem emitir som algum. Lara olhou para ele, ainda com o sorrisinho no rosto.

- É melhor você se sentar, môzinho…

Ainda sem entender, ele fechou a tampa do vaso sanitário e obedeceu, sentando-se.

- Bem que eu senti uma coisa diferente no dia em que a Naomi nasceu… - Lara murmurou para si - Agora, eu entendi...

Armin tinha a mais pura expressão de confusão no rosto, balançando a cabeça.

- O que você está dizendo? - perguntou, franzindo o cenho.

Lara lhe deu um sorriso cansado, pois ainda não se sentia bem.

- Môzinho… Acho que precisamos adiar nossa viagem para o Egito, por enquanto...

- Por quê?

- Porque… - agora ela sorria gentilmente - Eu estou grávida.