Fanfic: De um jeito diferente | Tema: Harry Potter
POV HERMIONE
ALGUNS DIAS DEPOIS...
– Me deixe ir com vocês – suplicou Gina pela milionésima vez sentando em sua cama enquanto me olhava pentear os cabelos.
– Não – neguei – Eu não quero que você vá e nem seus pais.
– Mas eu quero ir também. Posso ajudar – ela resmungou com um enorme bico nos lábios. Eu ri internamente olhando-a pelo reflexo do espelho. Ela parecia uma linda criança mimada daquele jeito.
Olhei-me atentamente no espelho, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo alto. Suspirei cansada antes de me virar para olhar a ruiva emburrada sentada em posição de lótus na cama. Gina não podia ser mais adorável.
– É uma missão da Ordem, e você é menor de idade – eu falei lentamente como se estivesse explicando para alguém de seis anos – Pode ser perigoso.
– Justamente. Tenho que estar lá para proteger você - ela choramingou - E pare de falar assim comigo, não sou uma criança.
Eu sorri gentilmente enquanto me sentava ao seu lado. Peguei suas mãos entre as minhas antes de encarar aqueles lindos olhos azuis.
– Eu sei Gin, mas você não pode ir – eu disse – Olha, prometo chegar o mais rápido possível. Sã e salva.
Ela bufou irritada, mas assentiu com um aceno de cabeça, cruzando os braços na frente do corpo.
– Você fica mais linda quando está emburrada – eu falei me aproximando mais.
Vi um pequeno sorriso crescer no canto de seus lábios e a expressão fechada se suavizar.
– Eu só queria estar lá com vocês – Gina disse, voltando a fazer aquele adorável bico.
– Eu sei, mas você não tem idade para isso – falei acariciando suas mãos com o polegar.
– Falando assim você faz parecer que sou quase um bebê. Odeio ser a mais nova, isso não quer dizer nada. Estive na batalha do Ministério e também na batalha de Hogwarts ano passado. Já estive bem próxima de Tom Riddle, apesar de odiar lembrar disso – a ruiva disse ofegante – Acho que sou capaz de ir a uma missão para buscar Harry.
– Sei que quer ajudar – eu disse compreensivamente – Pense assim… Precisamos de alguém aqui para tomar conta da Sra. Weasley, ela vai estar muito nervosa e preocupada com todos. Sua mão precisa de você aqui.
Ela me olhou com a cara fechada, dizendo-me silenciosamente que não era aquilo que queria.
– Por favor, Gina. Por mais que sua carinha emburrada seja adorável, ainda prefiro seu sorriso.
Ela me deu um sorriso forçado e voltou para a carranca que estava.
– Não vai sorrir para mim? – eu perguntei me aproximando.
– Não estou afim.
– Okay então.
No segundo seguinte eu estava em cima dela, fazendo cócegas em sua barriga enquanto seus gritos se misturavam com ataques de risos, ressoando por todo o quarto.
– HERMIONE PARA!
– Sorria para mim – eu pedi, atacando qualquer parte exposta de seu corpo.
– Okay, tudo bem – ela cedeu.
E lá estava o sorriso mais lindo que eu já havia visto em toda a minha vida, mas logo sumiu, dando lugar a uma careta emburrada típica dos Weasley.
– Satisfeita? – ela perguntou mal-humorada, mas eu sabia que estava brincando.
– Por enquanto sim – eu disse antes de beijar seus lábios levemente.
Era para ser um beijo rápido e simples, mas Gina agarrou meu pescoço, puxando-me para mais perto do seu corpo. Ofeguei quando senti sua língua buscar a minha, e seu corpo estremecer quando finalmente a encontrei.
– HERMIONE, JÁ ESTAMOS INDO – eu ouvi Rony gritar meu nome do lado de fora do quarto.
– TUDO BEM, JÁ ESTOU DESCENDO – eu respondi na mesma altura.
Olhei para Gina que agora me encarava com uma expressão triste.
– Eu acho que tenho que ir – eu sussurrei.
– Parece que sim – ela disse no mesmo tom.
Mas nenhuma de nós fez qualquer movimento para sair da posição que nos encontrávamos. Eu não queria sair e parecia que ela também não, mas depois de poucos segundos, Gina suspirou em frustração, o que me fez sair de cima dela. Arrumei minhas roupas e ajeitei os cabelos para parecerem apresentáveis e não como alguém que tinha acabado de dar uns amassos.
Gina se aproximou e enlaçou seus braços em meu pescoço, puxando-me para mais perto.
– Não quero que você vá – ela disse.
– Eu também queria poder ficar, mas eu volto.
– Promete?
– Prometo, vou estar aqui antes mesmo que sinta minha falta – eu disse sorrindo.
Ela se aproximou e pressionou seus lábios contra os meus, em um beijo casto, mas que não deixava de ser intenso. Afastamo-nos depois de um tempo, dei-lhe um beijo na testa e sorri.
– Você me acompanha? – eu perguntei enquanto pegava minha varinha e a guardava no cós da calça.
Peguei sua mão e entrelacei nossos dedos, dando um leve aperto. Saímos do quarto e descemos os lances de escadas até a cozinha, mas antes Gina me deu um olhar triste antes de soltar nossas mãos juntas, entrando logo em seguida no pequeno cômodo.
Eu não esperava ver todas aquelas pessoas espremidas na minúscula cozinha dos Weasley. Em um canto afastado Fred e Jorge cochichavam algo que ninguém mais escutava e davam risadinhas esporádicas, provavelmente sobre nada realmente interessante. No outro canto oposto estavam Gui e Fleur abraçados, parecendo estar em um mundo só deles. Sentados na mesa estavam Remus Lupin, Tonks, Olho-Tonto Moody, Sr. Weasley e Hagrid. Mas o que mais me chamou a atenção foi um homenzinho carrancudo que parecia não querer estar ali.
– Quem é aquele? – eu sussurrei para Rony que estava parado próximo as escadas.
– Mundungus Fletcher. Olho-Tonto que o trouxe – ela disse no mesmo tom. – Mantenha um olho nele, não me parece muito confiável.
Assenti minimamente, pelo menos não era a única que havia percebido aquilo.
– Finalmente Srta. Granger. Só estávamos a esperando – resmungou Moody.
– Desculpe Senhor. Estava resolvendo uma coisa – eu disse em voz baixa.
– Tanto faz. Obrigada Molly – ele falou enquanto pegava uma xícara de chá que a Sra. Weasley lhe oferecia – Acho que já estamos prontos para repassar o plano. Remus, por favor.
Lupin levantou e tirou seis frascos do bolso interno de seu sobretudo marrom. Todos continham uma mistura na coloração verde musgo. Meu rosto se contorceu com a lembrança do gosto daquela poção. Eu sabia muito bem o que era aquilo
– Isso é uma poção polissuco, preparada cuidadosamente por Remus – Moody falou calmamente enquanto bebericava seu chá – Se alguma coisa der errada culpem a ele.
– Hey – reclamou Lupin – Não vai dar nada de errado.
– Okay – o ex-auror disse com descaso – O que vocês terão que fazer é beber isso com alguma parte do corpo do menino Potter e tentar não morrer durante o trajeto até aqui. Entenderam?
Olhei para Gina no instante em que Moody falou sobre morrer e vi todo o seu sangue sumir de seu rosto. Por um segundo jurei que ela poderia desmaiar naquele instante. Esperei que ela encontrasse o meu olhar e tentei a todo custo dizer que tudo ficaria bem.
– Hermione, Rony, Fleur, Fred, Jorge e Mundungus – chamou Lupin – Vocês estão certos de que querem fazer isso? Pode ser perigoso.
– Harry é nosso outro irmão. Só não é ruivo como a maioria – Fred disse – Claro que estamos prontos – E Jorge acenou em concordância.
– Arry sauvé mi irmãzinha, il est mínimo qui posso fazer – Fleur disse com um enorme sorriso em seu forte sotaque francês.
– Por mim tudo bem – disse Rony ao meu lado calmamente dando de ombros.
– Se eu tivesse outra opç... – Mundungus começou a dizer alguma coisa.
– Cala a boca, Fletcher. Ele está de acordo – disse Olho-Tonto Moody com uma cara fechada para o homenzinho que se encolheu.
– Hermione? – o Professor Lupin chamou por meu nome.
Olhei para Gina ao meu lado e a vi acenar minimamente em aceitação.
– Claro. Harry é meu melhor amigo não tem nem o que pensar – eu disse com um pequeno sorriso.
– Então acho que estamos prontos – Lupin disse.
Olho-Tonto se levantou, agradeceu o chá da Sra. Weasley e encaminhou-se para fora da cozinha. Vi pelo canto do olho, Molly abraçar os filhos e lhes dar mil e uma recomendações. O cômodo foi se esvaziando gradativamente até que sobrou apenas eu, Gina e Rony.
– Vamos Mione? – perguntou meu amigo perto da porta de saída.
– Claro, eu só vou falar uma coisa com Gina. Pode ir na frente – disse sorrindo.
Ele acenou com a cabeça e saiu para o terreno dos Weasley.
Virei-me para onde Gina me encarava e sorri para a carinha preocupada e assustada da minha namorada.
– Vem aqui – eu sussurrei estendendo a minha mão em sua direção.
Ela andou até mim e eu envolvi seu corpo em um abraço forte, enterrando meu rosto no pescoço alvo dela.
– Vai ficar tudo bem – eu disse.
– Eu realmente espero que sim.
Dei um beijo em seu pescoço e me afastei.
– Eu prometo.
Ela sorriu e nós finalmente saímos da cozinha.
– Quero todos aparatando em Little Whitning quando eu disser três – disse Moody.
Dei uma última olhada em Gina e corri para perto de Rony.
– No três. Um... Dois... TRÊS – gritou Moody.
E a última coisa que vi antes de aparatar foi a preocupação estampada claramente nos olhos azuis de Gina. E então o turbilhão de cores me tomou.
Autor(a): stefpina
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