Fanfic: All For Us | Tema: Harry Potter
O primeiro contato que Elizabeth teve com a Patinação no Gelo fora aos sete anos, quando o seu tio Keith a levou para assistir à competição mundial.
Desde a primeira performance, Lizzie criou, quase que instantaneamente, um fascínio por aquela prática esportiva, que fora capaz de deixá-la sem fôlego até o final de toda àquela competição. Mas apesar de ter apreciado as inúmeras apresentações realizadas, uma patinadora em específico chamou a sua atenção.
O nome da esportista era Elizaveta Shcherbakova, uma atleta russa que naquela sessão havia conquistado a medalha de ouro. Contudo, a posição de campeã da participante não fora o fator determinante para impressionar Mcguire, mas sim a mescla perfeita entre os diversos saltos realizados, a música triunfante e os feitiços produzidos durante a apresentação.
Após compartilhar com o tio, o quão apaixonada ela havia ficado por àquele esporte, esse prometeu à sobrinha que ele a levaria em todos os torneios de patinação seguintes, além de informar que ela, no futuro, poderia competir pelo seu colégio em um campeonato interescolar.
Então, antes de ingressar em Ilvermorny, Lizzie, com a ajuda de seu tio, aprendeu a patinar, estudou todos as regras e saltos que faziam parte do esporte, mesmo que por imposição do próprio torneio, a garota só poderia competir a partir do quinto ano.
Infelizmente, toda àquela dedicação no período pré-escolar e todos os treinos realizados como estudante foram inúteis, já que suas performances para a seletiva do time estudantil não receberam uma pontuação justa, devido a uma sabotagem arquitetada por Emma Gold que era filha do professor responsável pelos esportes no colégio.
Elizabeth até pensou em reivindicar o score com o próprio diretor de Ilvermorny, mas quais as chances que ela teria em peitar o professor responsável por aquele processo? E mesmo que houvesse a possibilidade de recontagem, Lizzie sabia que a sua vida se tornaria ainda mais difícil ao conseguir esse feito.
Afinal, se a jovem já era odiada por causa de uma mentira, imagina como a tratariam caso houvesse a recontagem de pontos e a filha do treinador perdesse o seu “merecido” primeiro lugar.
(...)
Os estudantes, que haviam se interessado por fazerem parte do time oficial de patinação, aguardavam em fila para serem chamados a entrar na sala da treinadora Amanda Thorn, e assim poderem efetivar a inscrição para a seletiva do time de Hogwarts.
Mcguire, que já seria a próxima a ser chamada, não conseguia manter o corpo parado, devido à grande ansiedade que a dominava por completo. Suas mãos suadas ficavam arrumando o uniforme incessáveis vezes sem qualquer necessidade e um de seus pés batia no chão em alta frequência. Isso sem contar as unhas, que naquela altura do campeonato já estavam todas ruídas. Para Lizzie, àquele momento não se tratava apenas de uma simples inscrição, mas sim da retomada de um sonho que a acompanhava desde criança.
Dois estudantes, que estavam atrás de Elizabeth, perceberam o comportamento incomum da jovem e a questionaram se estava tudo bem.
-Estou bem sim. – Respondeu a sonserina, ao encará-los sem jeito – É que quando eu fico nervosa, o meu corpo fica parecendo um liquidificador.
-Liquidificador? – Questionou o aluno da Grifinória, confuso.
-É coisa do mundo dos trouxas. – Respondeu, Lizzie – Aliás, o meu nome é Elizabeth Mcguire. – Disse, estendendo uma das mãos, a fim de cumprimentar os dois alunos.
-O meu é Yuna Higuchi. – Afirmou a garota corvina, apertando a mão da sonserina.
-E o meu é Nathan Malinin. – Disse o grifinório, em seguida.
-E vocês vão se inscrever para dupla ou individual? – Questionou, Elizabeth.
-Dupla. – Respondeu a jovem – É a segunda vez que a gente participa e... – Dizia a garota, antes de ser interrompida pela voz da treinadora que pediu ao próximo candidato que entrasse em sua sala – ...acho melhor a gente se falar depois.
-Isso, depois a gente se fala. – Disse Elizabeth, antes de caminhar até a sala e adentrar ao recinto.
-Nome completo e idade. – Pediu a treinadora Amanda Thorn, assim que a sonserina deu o primeiro passo para dentro do local.
-Elizabeth Mcguire, 17 anos. – Respondeu, ao se aproximando da mesa da mulher que escreveu o nome e a idade de Lizzie em seu pergaminho de inscrições.
-Já participou de alguma seletiva antes? – Questionou, agora olhando para a jovem que já estava há poucos metros de distância.
-Sim, mas não fui classificada para o Torneiro. – Respondeu, seriamente.
-E quais os saltos que você consegue realizar? – Perguntou.
-Todos os duplos, os triplos e... – Respondia a garota, antes de ser interrompida por uma pergunta da mulher.
-O axel também? – Perguntou com uma sobrancelha levantada, em sinal de dúvida a respeito daquela resposta.
-Sim. – Respondeu Lizzie, de supetão.
-Olha Mcguire, essa fase de inscrições não é eliminatória. – Pontuou a treinadora – Então, não precisa mentir a respeito dos saltos que você consegue fazer.
-Mas eu não estou mentindo. – Elizabeth se defendeu – Eu consigo fazer o triplo axel e nas últimas férias eu comecei a treinar um quádruplo também.
-De qual salto? – Questionou, ainda desconfiada.
-O salchow. – Respondeu a aluna.
-E quais as habilidades mágicas, que você consegue realizar durante a performance? – Questionou, a professora.
-Eu consigo trocar as cores da minha roupa e criar imagens de coisas ou animais. – Respondeu, Mcguire.
-Com ou sem varinha?
-Sem. – Respondeu, Lizzie.
-Muito bem. – Disse a professora, ainda com um cenho sisudo – Nós teremos uma reunião na sexta-feira com todos os inscritos, na pista de patinação no subterrâneo do castelo. – A mulher fez uma pausa, ao voltar a sua atenção à lista de inscritos – Nos vemos lá.
Assim que a conversa fora finalizada, Elizabeth saiu do recinto e trocou algumas palavras com a dupla, que anteriormente havia falado, até que eles fossem chamados para entrar na sala da treinadora.
No instante seguinte, Elizabeth pôde perceber a presença de Noah, que se encontrava no final daquele corredor e devido a isso, ela caminhou no sentido contrário ao que ele estava. Porém, o corvino a seguiu para que pudessem ter uma conversa a sós, já que todas as vezes em que ele a procurou, a jovem estava acompanhada de seu namorado, Sirius Black.
-Liz, a gente pode conversar? – Questionou o rapaz, que havia se aproximado completamente de Mcguire.
-Não. – Respondeu, sem ao menos olhar para a cara do garoto.
-Por favor. – Pediu, antes de pegar gentilmente na mão de Lizzie – Pelos velhos tempos.
-Se eu fosse levar em consideração os velhos tempos, eu teria que lançar uma maldição imperdoável em você. – Rebateu, desencostando a sua mão da de Noah.
-Olha, eu sei que agi errado, mas... – Dizia, antes de ser interrompido por Elizabeth, que enfim o encarou.
-Agiu errado? – Disse, irritada – Você foi é um cuzão comigo.
-Liz, eu sinto muito. – Afirmou o rapaz, se colocando à frente de Elizabeth.
-Me deixa em paz. – Pediu, antes de se desvencilhar do corvino que ainda tentou reiniciar o diálogo com a ex namorada, mas que fora interrompido pela voz do zelador Argo Filch.
-Algum problema, srta? – Questionou o homem carrancudo, que se aproximava dos dois estudantes com a sua gata no colo.
-Nenhum, Filch. – Respondeu, se colocando ao lado do funcionário – Mas ainda bem que você apareceu, eu preciso te entregar aqueles doces do Brasil que você gosta. – Informou empolgada, já caminhando para longe de Noah na companhia de Argo.
-A srta se lembrou de mim? – Perguntou o zelador, surpreso.
-Mas é claro, eu nunca me esqueço de um amigo.
(...)
James e Lilian haviam trocado muitas cartas durante o período de férias.
Nelas, os dois estudantes puderam se aproximar como nunca antes, já que dessa vez Potter focou em retomar a amizade com a garota e não apenas flertar com ela, como era o de costume. Afinal, o aluno havia percebido que a sua insistência em sempre tentar conquistar Evans, a afastava dele.
Além de ter percebido o quão equivocado era o seu comportamento, James também decidiu mudar de estratégia para que pudesse ter uma boa convivência com a jovem, pois mesmo que não conseguisse uma chance com Lilian, ainda assim ele teria a sua amizade.
-Potter, vamos logo para a reunião que a McGonagall marcou para os monitores, antes que a gente se atrase. – Afirmou Evans, ao chegar do lado de James na mesa de refeições.
-Claro, Lily. – Concordou já se levantando, antes de seguir a estudante para fora do Salão Principal – O Remus já deve estar lá, antes que você me pergunte.
-Falando nele, espero que a diretora não nos coloque de plantão em dia de lua cheia. – Comentou Evans, olhando para os lados no intuito de se certificar de que ninguém estava por perto – O Remus precisa do máximo de ajuda nesse dia.
-Você e a Raven não precisam se preocupar com isso, nós três damos conta de cuidar dele. – Afirmou James – Além do mais, nós não queremos que vocês corram o perigo de serem pegas pelo ministério, por se tornarem animagos ilegais.
-Já está decidido, Potter. – Rebateu Evans, convicta – Nós quatro vamos ajudar com as transformações do Remus.
-Quatro? – Questionou, confuso – Você contou a respeito do Aluado para mais alguém? – Perguntou, preocupado.
-Na verdade, não. – Respondeu, ao interromper a caminhava que faziam – Lembra quando eu te disse que descobri que ele era um lobisomem, por causa de uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas? – Perguntou, recebendo um afirmativo do colega – Então, eu estava mentindo.
-Então como você descobriu? E o mais importante, quem são as outras pessoas que sabem do segredo do Remus?
-Bom, tudo aconteceu quando eu, a Lizzie e o Henry estávamos pegando alguns ingredientes para a Raven, na sala de poções. – Explicou, antes de olhar novamente para os lados para ter certeza de que ninguém estava escutando a conversa – Na volta, nós vimos você, o Sirius e o Severus e resolvemos segui-los.
-Não precisa nem continuar, Lily, eu até sei como vocês descobriram. – Mencionou – Mas como o Thompson e a Mcguire reagiram a respeito disso?
-Assim como eu, eles não têm qualquer preconceito pelo Remus ser um lobisomem e querem muito ajudar. – Respondeu, Evans.
-Acho que antes de mais nada, nós devemos falar com o próprio Remus e depois decidimos essa coisa de ajudar. – Disse o grifinório.
-Você tem razão. – Concordou, antes de tomar coragem para revelar o que mais ela havia visto naquele episódio – Eu também ouvi o que você disse para o Severus naquela noite.
-Lily, eu sei que você deve me odiar pelo que nós tentamos fazer com ele, mas... – Dizia, antes de ser interrompido por Evans.
-Eu não te odeio, James. – Confessou a garota, sem jeito – E depois de tudo o que eu ouvi você falando para o Snape naquele dia e das trocas de cartas que nós tivemos durante as férias, eu pensei bem e talvez... – Dizia Lilian, antes de ser interrompida pela voz de Minerva que se aproximava dos jovens com pressa.
-Sr. Potter e Srta. Evans, por favor, não se atrasem para a nossa reunião de monitores. – Ordenou a diretora, antes de se afastar dos estudantes de sua casa, ainda com pressa.
-Nós já estávamos indo, Mine. – Gritou James, para que McGonagall pudesse escutá-lo – Mas pode continuar o que você estava dizendo, Lily. – Pediu, empolgado.
-Amanhã a gente conversa a respeito desse assunto, James. – Informou, caminhando no sentido em que a diretora da Grifinória havia ido.
-Ah não, Evans. – Reclamou, antes de chegar ao lado da amada – Eu não vou conseguir dormir direito, se você não me falar, o que estava falando antes.
-Vai conseguir sim. – Afirmou, encarando o rapaz com atenção – Até porque, você me disse que esse ano iria focar nos estudos e se você não dormir direito, não vai conseguir prestar atenção às aulas. – Rebateu a jovem.
-Isso não vale. – Reclamou, antes de rir da situação – Mas tudo bem, é você quem manda.
-Ainda bem, que você sabe, Potter. – Afirmou Evans, sorrindo.
(...)
Sentada ao lado de Sirius, em um corredor não muito movimentado do castelo, Elizabeth tomava coragem para contar a ele, a respeito da desagradável conversa que ela tivera com Noah mais cedo, após a sua inscrição à seletiva de patinação no gelo.
-Aconteceu alguma coisa? – Questionou Black, que havia estranhado o comportamento absorto da namorada.
-Aconteceu. – Respondeu, antes de virar o rosto para encarar o rapaz – O Noah veio falar comigo, depois que eu fiz a minha inscrição para a seletiva.
-E o que aquele filho da puta te disse? – Perguntou, já agitado pelo que havia escutado.
-Ele pediu para conversar comigo, mas eu não dei trela e logo o Filch apareceu para me ajudar a sair de perto dele. – Informou, Mcguire.
-Eu nunca pensei que ficaria feliz em ouvir qualquer coisa, a respeito do Filch. – Mencionou, ainda agitado – Mas aquele cuzão do Noah que se prepare, porque assim que eu esbarrar com ele, eu vou arrebentar aquela cara de sonso.
-Sirius, se você usar da violência contra dele, você vai se dar mal e pode até ser expulso. – Alertou Lizzie – E ele vai continuar aqui em Hogwarts, como se nada tivesse acontecido.
-Mas eu não posso aceitar ele te enchendo o saco. – Rebateu.
-Eu sei, mas com o tempo ele vai cansar de tentar falar comigo e tudo vai se resolver. – Argumentou.
-E até isso não acontecer, eu vou ter que aceitar ele ficar te cercando, igual a um cachorro no cio? – Questionou, fazendo Elizabeth rir com o seu comentário – Isso não tem graça.
-Tem sim. – Disse rindo – Porque o único cachorro da história é você.
-Nossa, como você é engraçada. – Rebateu, rolando os olhos em sinal de frustração – Espera, eu já sei o que posso fazer, para tentar impedir aquele filho da puta de te encher o saco.
-E o que você vai fazer? – Perguntou, curiosa.
-Vou me aliar ao inimigo.
Autor(a): Beatrice do Prado
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