Fanfics Brasil - Capítulo Seis - Cadeados na consciência Re:Zero - Segunda Face

Fanfic: Re:Zero - Segunda Face | Tema: Re:Zero


Capítulo: Capítulo Seis - Cadeados na consciência

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1/3 Julgamentos nada compreensíveis


(???) "Me desculpa, sei que está bravo, mas não tem o que eu possa fazê'–"


Certas vezes na vida, nossa consciência se auto deprecia por coisas fúteis que provavelmente seriam motivos de piadas no futuro.


(???) "Mas, se eu pudesse te fala' uma coisa, seria pra levanta' a cabeça, esquece isso cara–"


Certas vezes na vida, as pessoas se culpam por um ato ou ação que estavam fora do seu alcance. Pode dizer a vontade no rosto dessas pessoas "Não foi sua culpa", mas nada vai resolver.


(???) "Cê' me dá uns nervos por fica' desse jeito todo–"


Certas vezes na vida, o motivo de continuar, mesmo com a mente nublada de pensamentos ruins, é aleatório. As pessoas acordam e presenciam o presente que estão vivendo simplesmente do nada.


(???) "Cacete, mas que moleza de merda–"


Uma moleza não compreensível.


Vamos chamar isso tudo de "Anomalia do Pós Trauma" ou simplesmente "APT". Diferente dos mecanismos que nossa mente trás com um acontecimento traumático (PTSD), vamos falar sobre a resolução desse assunto.


Como dito antes, é aleatório, porém, funcional.


Isso tudo mostra como nossa própria mente brinca conosco, o tempo todo.


O motivo disso? Deve ser seus antepassados te julgando por roubar os lugares deles.


Ou pior ainda, alguém que não queria que você existisse no mundo, saindo totalmente fora da árvore genealógica da família.


Mas, será que existe realmente alguém que te odeie tanto assim?


2/3 Não devemos enganar nosso coração


(???) "Você... Está bem?"


Aquelas palavras foram o suficiente para trazer a mente conturbada de Tazuma de volta ao mundo. Provavelmente, qualquer um que falasse com ele nesse estado o traria aos pensamentos normais novamente.


Mas, por obra do destino, foi uma pessoa consideravelmente carinhosa e gentil (apenas na aparência).


Limpando os lábios com a língua, ele sentiu o gosto do sal vindo do suor. Não era um gosto ruim, mas não queria provar de novo.


Percebendo no estado que estava, ele olhou em volta, como se fosse uma criança perdida na multidão. Tocando com os dedos sobre o rosto, ele massageou as bochechas, sentindo que estava sob o controle do seu corpo novamente, não estando mais no "ataque de loucura" que se encontrava momentos atrás.


(???) "Ei, melhor você responde' a senhorita seu camponês estranho–"


Ouvindo essas palavras irritadas, ele moveu os olhos até fixar na moça de cabelos rosa-claros, vestindo seu traje masculino de mordomo, parecendo como um servo que servia ao seu mestre obedientemente.


Mesmo com essas aparências que seriam o suficiente para classificá-la como "fofa", sua expressão esbanjava uma raiva profunda, mas do quê?


Não sabia, mas considerou que sua feição normal seria daquele jeito. Um desperdício de fofura natural, tudo por conta dos traços irritados que formavam linhas em sua testa.


Aliás, os olhos verdes fixados em Tazuma o deixavam desconfortável, provavelmente ela estava julgando sua pessoa.


(???) "Vai se fazê' de bobo? Fica' somente no silêncio é um ato desrespeitoso–"


(???) "Klaudia"


Frio e direto, a mulher de aparência elegante e bonita chamou (o que provavelmente seria) o nome de sua companheira.


Seus olhos azulados como cristais estavam travados na empregada/mordomo mulher. Apenas com o olhar, uma pressão seria jogada em cima de Klaudia.


Contorcendo um pouco os lábios, ela manteve suas bochechas rígidas, arrumando totalmente a postura (que antes estava prestes a sacar o que seria sua espada pessoal), ficando realmente como uma serva obediente.


(Klaudia) "Perdoe minhas ações afrontosas, em nenhum momento queria demonstra' hostilidade ao senhor"


Curvando, ela colocou sua mão sobre o peito, mostrando um sinal de respeito, mesmo que fosse só por conta do chamado de sua "possível" dona/mestra.


(Tazuma) "Ahn– Não precisa disso, eu que fui desrespeitoso mesmo, não responder uma pergunta de preocupação realmente foi minha culpa.


Percebeu que a mulher à sua frente apertava levemente o peito, ainda mantendo a cabeça baixa.


(???) "Klaudia, já pode levantar sua cabeça. Acho que o moço iria querer que você levanta-se também"


(Klaudia) "Não ligo para o que os outros pensam, sigo somente suas palavras Kogane-sama"


Levantando a cabeça, ela voltou sua mão a bainha da espada, provavelmente não confiava nenhum pouco em Tazuma, mas não queria mostrar seus sentimentos verdadeiros à mestra, ficando nessa pose ereta com classe.


(Kogane) "Não diga assim, acho que ele te acharia mais fofa se mostrasse seu rosto normal


(Klaudia) "O que–? K-kogane-sama, não precisa dizê' essas coisa' para um fracasso como eu"


Ficando com suas bochechas levemente avermelhadas, a serva relaxou sua postura, voltando rapidamente com os pés alinhados e a coluna reta quando respondeu sua mestra.


Tazuma percebeu um leve tremor em seus dedos, mas não queria entrar muito no relacionamento que as duas tinham.


(Kogane) "Bom, agora voltando a falar sobre você... Parecia que estava beeeeem assustado, aconteceu alguma coisa pra te deixar assim?"


(Klaudia) "Perdoe meus comentários Kogane-sama, mas acho que esse senhô' está embriagado"


(Tazuma) "MAS NEM FERRANDO, EU ODEIO ÁLCOOL!"


Apontando para si mesmo, ele gritou para a empregada/mordor, que respondeu a declaração com um simples desviar de olhos.


Na carruagem, a mulher de cabelos roxos deu uma pequena risadinha, cobrindo sua boca pequena com a mão direita.


Aquilo fez o coração do jovem palpitar levemente, mas qualquer um que estivesse nessa situação, provavelmente teria o coração reagindo dessa maneira também.


(Kogane) "Acho que as falas de Klaudia não seriam para machucar os sentimentos dos outros. Mesmo sendo um pouco dura às vezes, ela realmente tem um coração gentil"


(Klaudia) ". . ."


Que situação estranha, porém legal de se ver.


A visão que Tazuma tinha do mundo era bem severa, principalmente por conta da recepção "calorosa" que teve nos primeiros dias.


Então, ter um servo e um mestre se dando relativamente bem aos olhos das pessoas, faria seus cabelos se arrepiarem, essa era a opinião que tinha construído.


'Caramba, então Klaudia é fofa por natureza' Foi o que o garoto pensou, enquanto relaxou os ombros rígidos, mostrando sua velha expressão gentil, com destaque nos olhos de peixe-morto


Então, colocando as mãos na cintura, ele inclinou sua cabeça para o lado, expondo um sorriso pequeno.


(Tazuma) "Agradeço pela pergunta e pela preocupação, mas estou bem. Acho que saí só um pouco do controle"


(Klaudia) "Realmente, Kogane-sama é muito generosa perguntando a um bebum como ele está"


(Kogane) "He he he– Bom, mas já que o moço diz que está tudo bem, tenha um ótimo dia" Disse acenando com sua mão pálida.


(Klaudia) "Realmente, muito generosa"


Observando a mulher de cabelos rosados resmungar algumas palavras repetidas enquanto voltava para carruagem, ele soltou um suspiro.


Sim, ele estava em um mundo alternativo, e ver essas cenas o surpreendiam toda hora.


(Tazuma) "Para as senhoritas também, agora, eu vou indo–"


Antes de finalizar sua frase, ele sentiu uma dor aguda no peito, como se alguém tivesse cravado uma faca em seu coração e puxado para fora no mesmo instante. Os pelos corporais voltavam a se arrepiar novamente, como um gato assustado.


Tudo aquilo contribuiu também para uma intensa dor de cabeça, como se houvesse um martelo batendo repetidamente em seu crânio.


Essa dor ele sentiu apenas algumas vezes, mas nunca de uma forma tão forte assim. Pensou em até mesmo por um momento acabar com a própria vida, mordendo a língua, mas só foi um pensamento entre os vários que refletiam em sua mente naquele instante.


Era doloroso e irritante tudo aquilo que estava acontecendo ao seu corpo, principalmente por não saber o que diabos estava causando aquilo.


Enquanto essas dores alcançaram seu corpo todo, ele caiu ao chão de joelhos, sentindo o baque forte ao cair em todo seu corpo.


Achou que iria vomitar, ou até pior, cuspir sangue.


Sentia seus órgãos internos se contorcendo lentamente, como se alguém girasse uma manivela para eles rodarem no seu interior.


Era uma cena que daria pena em que visse. Se é claro, alguém poderia entender o que estava acontecendo com ele.


Olhando aquela cena, ambas as mulheres se assustaram.


A primeira a esboçar um ar de preocupação foi a mestra bonita, levantando seus olhos grandes em um enorme espanto, mostrando totalmente sua pupila azulada que agora não tinha as pálpebras pálidas para cobrir.


Em seguida, a empregada/mordomo ficou estática, não entendo exatamente o que acontecia com o garoto.


Na realidade, ninguém saberia o que exatamente ele estava passando.


(Tazuma) "AAAAAHHH"


Abrindo a boca, ele gritou, mostrando a língua de fora, enquanto a saliva caía na lateral dos seus lábios. Queria agora realmente vomitar, mas a garganta não permitia.


Desesperado, ele colocou ambas as mãos no pescoço, apertando firmemente, machucando a pele branca com as unhas.


O mundo estava caindo ao seu redor e sua visão estaria ficando turva a cada segundo que se passasse.


Se ficasse cego, não iria ter que quebrar a cabeça para descobrir o motivo.


(Kogane) "KLAUDIA!"


(Klaudia) "Entendido–"


Voltando a se movimentar apenas com o chamado de sua mestra, a empregada/mordomo pulou da carruagem, deixando as rédeas no lugar que estava sentada.


Pousando no chão, ela deu passos rápidos até alcançar o jovem que se estrangulava, colocando ambas as mãos sobre as dele, tentando impedir que ele realizasse essa ação.


(Tazuma) "Ghh–"


Queria entender o que estava acontecendo.


O medo e o desespero voltaram a cravar em sua mente, mas junto, uma intensa raiva veio.


Por que essas coisas estavam acontecendo de novo? Seria algum tipo de maldição ou doença


Não sabia responder, e não conseguia pensar em uma resposta certa para responder também.


Realmente, estava em uma situação complicada.


(Klaudia) "Kogane-sama, posso usar um pouco mais de força?"


(Kogane) "F-força?! É claro, impeça ele já!"


A corrente de ar que entrava e saía de seus pulmões estava fechada a alguns segundos.


Como um humano normal, aquilo faria o mesmo perder a consciência em poucos segundos e desmaiar.


Para Tazuma, aquilo seria ótimo, pois todo esse sofrimento era chato e irritante.


Sem saber o por que foi mandado para aquele mundo, ele sofria aleatoriamente.


(Klaudia) "Me perdoe depois senhor!"


Depois dessas palavras, ele sentiu uma grande força sobrepôr suas mãos, que seriam retiradas do seu pescoço em um piscar de olhos, sendo jogadas para baixo, batendo com a palma contrária sobre a coxa.


Aquilo permitiu que respirasse novamente, mesmo com dificuldade.


O seu pescoço agora estaria com marcas de dedos e unhas, como se alguém tivesse realmente tentado o estrangular.


(Kogane) "Klaudia, coloque esse senhor na carruagem, vou curá-lo agora mesmo!"


(Klaudia) "Kogane-sama–! Acho que esse senhô' não deveria–"


(Kogane) "Apenas faça já!"


Apontando para a serva de cabelos rosados, a mestra saiu da pequena janelinha que apoiava, ficando com a cabeça dentro da carruagem.


(Klaudia) "Realmente... Muito gentil"


Desviando o olhar estreito, ela fixou as pupilas no jovem que acabou de ter outro colapso


(Tazuma) "Bluh–"


Infelizmente, sua mente não aguentou tudo aquilo, fazendo o garoto desabar no chão, dobrando seus joelhos, claramente em uma posição desconfortável para desmaiar.


Ele era um humano normal, não tinha poderes ou muito menos habilidades incríveis para suportar uma loucura que acabou de cometer.


Se pelo menos esse mundo explicasse para ele como as coisas eram, ele ficaria calmo.


Mesmo antes de desmaiar, em sua consciência apenas a irritação ficou.


E mesmo depois de desmaiar, tendo sua mente jogada ao limbo enquanto dormia, a raiva ainda continuava.


3/3 Problemas que não se resolvem


Subconsciente.


Poderia dizer que ele foi mandado para esse local depois de desabar de um colapso interno.


Diferente do que foi visto e sentido em outras vezes que apagou de repente, desta vez ele não conseguia sentir que estava em um lugar sombrio.


Finalmente, agora ele estava descansando, como uma pessoa normal. Sem preocupações ou emoções enquanto estava "dormindo".


Era isso que ele pensava. Não achou que teria morrido apenas com aquilo.


Mesmo não confiando nas suas próprias habilidades, ele não achou que morrer seria uma opção viável naquele momento.


Dizendo para si mesmo internamente, ele realmente não queria morrer, como qualquer outro ser humano normal.


A morte seria um pouco estranha nesse ponto.


Porém, também não sabia em que hora uma pessoa deveria morrer.


Em toda sua vida até aqui, várias pessoas morrem de diversas formas, não?


Assassinatos, acidentes, conflitos e doenças.


As pessoas morriam dessas e de mais outras diversas formas aleatoriamente.


Então, quem deveria julgar em qual hora alguém deveria morrer?


Não obteve resposta, mesmo que perguntasse a si mesmo esse tempo todo.


Aliás, durante tudo isso, uma grande calmaria passava em sua consciência, como se tudo que ele sentiu anteriormente fosse totalmente apagado da sua memória.


Agora estava pensando de forma racional, ou era o que acreditava.


. . .


Estranhas.


. . .


As últimas pessoas que viu eram estranhas


. . .


Por que eram estranhas?


. . .


Na verdade, por que somente uma era estranha para ele?


. . .


Sentindo a consciência vacilar, ele lembrou brevemente de uma pessoa na qual ele gostava.


. . .


Miyo, esse seria o nome dela?


. . .


. . .


. . .


Estranho.


Prévia para o próximo capítulo: Onde eu acordo é sempre novidade


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Autor(a): dk_autor_e_aprendiz

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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