Fanfics Brasil - Capítulo 2 - Graduation Scarlet Dynasty - Klaroline

Fanfic: Scarlet Dynasty - Klaroline | Tema: The Vampire Diaries e The Originals


Capítulo: Capítulo 2 - Graduation

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Seis anos antes 


Caroline


Não sabíamos o que fazer. Estávamos no meio da nossa formatura, o evento mais esperado de todos por mim - só perdendo, talvez, para a cerimônia de casamento - e Damon tinha sido infectado por veneno de lobisomem por aquele caçador, Vaughn, membro daquela sociedade antiga e louca de caçadores de vampiros, a fraternidade The Five.


E esse era o Damon. Sabia ser imprudente, arrumar problemas para todos nós e acabar com a minha felicidade com maestria. Ok, a culpa não era dele, eu sabia disso. Não era sua culpa ter um imortal sociopata de mais de 2 mil anos, Silas, tentando obrigar a nossa amiga bruxa a baixar  um bendito véu mágico e trazer de volta a "vida" todas as criaturas sobrenaturais do universo. E não é como se eu estivesse na torcida para que ele morresse. Só não é a minha pessoa favorita nesse mundo, nem para ser meu amigo nem para ser o amor épico da minha melhor amiga. Confesso. Talvez eu gostasse só um pouquinho que ele pagasse pelos crimes, mas só o suficiente para receber o troco pelo o que fez comigo.


Eu sei, parece egoísta eu estar pensando nisso enquanto ele corre perigo de vida. E tudo isso por causa daquela maldita Cura que não serve para nada. Pelo menos para mim não serve. Nunca externei isso com medo do julgamento dos meus amigos, mas o vampirismo me agrada, para mim ele não é uma maldição, mas uma dádiva. Abracei a morte como minha melhor amiga, pois ela veio para me tornar uma versão muito melhor de mim mesma. Mas não para eles e, principalmente nesse momento, não para o Stefan. Para ele o vampirismo estragou Elena e a Cura era a solução de seus dilemas com a ela. A única pessoa que me entendeu sem eu sequer precisar contar meus segredos foi ele, o mais louco, mas também o mais perspicaz. Klaus...


Pensado exclusivamente no sucesso dos meus amigos, agora eu estava discando um bilhão de vezes o número do celular justamente dessa pessoa para quem eu nunca ligaria por vontade própria. O nosso odiado Híbrido Original, de mais de mil anos, com tendências homicidas. Ele era o único que poderia salvar o Damon sem que ele precisasse tomar a cura. Mais uma vez o destino sacaneado a nossa cara, nos fazendo depender logo de quem menos gostaríamos. O problema era que ele não atendia aquela merda de celular e Damon estava morrendo enquanto Alaric, do outro lado da linha, berrava com Stefan. Talvez devêssemos levá-lo direto até Klaus, pois parecia improvável que conseguiríamos a atenção dele sem obrigá-lo. O que estavam esperando para arrasta-lo para o castelo mal assombrado eu não saberia dizer. Talvez tivessem medo de terem as cabeças arrancadas por aparecerem sem avisar. Klaus era desses. Arrancaria o coração de alguém só por importuna-lo na sua tarde solitária de afoga mágoas. Eu já estava pronta para me oferecer a levar Damon eu mesma até Klaus. A mim ele não negaria nada.


– Eu adoraria mais que qualquer coisa sair daqui antes de Vaughn voltar a vida, mas Damon não tomará a cura. Ele a quer para Elena - Disse o fantasma de Alaric, bem nervoso, pelo o que eu pude notar. É claro que eu podia ouvir quase tudo do outro lado da linha do celular de Stefan, graças à audição super aguçada, mais uma das diversas graças da vida vampírica.


– Aguente mais um pouco, Caroline está ligando para Klaus de novo – Disse Stefan, aflito. Obviamente que ele não queria que Damon tomasse a Cura, não sabemos direito o que mais ela poderia representar para um vampiro de quase 150 anos além de uma simples cura para o vampirismo. Mas, tampouco ele gostaria que o irmão morresse. Esse era o Stefan. Benevolente mesmo com quem não merecia. E ele ainda tinha esperanças de Klaus atender aquela porra de telefone e vir ajudar o irmão. Mas, é claro que ele não atendia, porque aquele filho-da-puta não fazia nada por alguém que não representasse algum benefício próprio.


Eu balancei a cabeça para Stefan para indicar a falta de resposta de Klaus. E agora eu estava realmente assustada. Porque, lá no fundo, eu ainda também tinha esperanças de que Klaus faria algo decente e salvaria Damon. Ou que, pelo menos, ele atenderia uma ligação minha. Eu supostamente era alvo de seu interesse. Estava até acostumada a ter meus anseios prontamente acatados por ele. Não deveria me atender no primeiro toque? Me senti ligeiramente desapontada por Klaus não estar de vigília ao lado do celular esperando uma ligação minha ou por não ter salvado meu contato com uma música especial. E eu não queria que Damon morresse, claro que não. Não porque eu gostasse dele, mas porque Stefan e Elena sofreriam. E eu aprendi a conviver com ele, fui obrigada a engolir esse crápula na tentativa de fazer a minha parte na felicidade dos meus amigos.


– Stefan, já passamos desse ponto nas outras ligações - continuou Alaric do outro lado da linha - O que você quer que eu faça, permaneça aqui e o assista morrer ou que eu o force a tomar a Cura? Vamos sair daqui agora! Klaus não deve estar longe. Vamos até ele. STEFAN?!


-Vamos até Klaus! Vamos esperar por esse maldito dentro da casa dele. Não é hora de termos medo dele - Disse Elena exasperada, enquanto puxava Stefan pelo braço.


Mas não houve tempo para respostas ou decisões. De repente eu senti meu cérebro entrar em chamas, como se cada neurônio meu estivesse pronto para explodir. Coloquei as minhas mãos em volta da minha têmpora e apertei com força, como se aquilo fosse realmente fazer alguma diferença. Ninguém sabia de onde aquilo estava vindo, até que apareceu na nossa frente aquele grupo de doze bruxas que eu havia assassinado. Ótimo. Agora a minha formatura estava completa. Encerrada com chave de ouro. E a chave de ouro seria uma chacina em plena luz do dia, no meio de um monte de humanos, em que eu acabaria como mais um corpo na estatística das mortes por "ataque de animal" que só Mystic Falls era capaz de ter com maestria. Formatura e velório no mesmo dia. Só nós conseguíamos essa proeza.


- Você se lembra de nós, Caroline ? – Disse a bruxa líder do bando, ao que parecia, com uma das mãos apontada para a minha cabeça. Perfeito. Eu iria morrer de um aneurisma no dia da minha formatura com o cérebro explodido por uma vadia louca com sede de vingança. Tudo bem que eu a matei a sangue frio o bando dela, mas ...


De repente a dor parou e a bruxa caiu bem na minha frente, sem a cabeça. Arrancada por um ... chapéu de formatura ...?! Puta merda! Que diabos tinha acontecido?


- Tem muito mais desses por aí. Quem é o próximo ? Eu posso fazer isso o dia todo.


Meu coração deu um estalo incomum ao ouvir essa voz. Eu reconheceria esse sotaque a centenas de quilômetros. Não sei exatamente o que eu senti ao virar e vê-lo, mas não pude deixar de sorrir. Foi involuntário. Ele me causava isso, sentimentos conflituosos. Ultimamente eu estava gostando demais da companhia dele para meu próprio bem. Mas, é claro que eu estava feliz e, principalmente, aliviada em vê-lo. Afinal de contas, nós não morreríamos mais nas mãos daquelas bruxas e Damon não estava mais condenado à morte pelo veneno de lobisomem. Estávamos salvos. Estranho isso, mas a presença dele me causava uma inusitada sensação de conforto e de segurança. O que começou como a ameaça da nossa vida, terminou na minha salvação. E agora, por mais repugnante que fosse, eu gostava de ser o alvo de todas as suas atenções.


- Então, o que vai ser ? - Continuou Klaus, com toda a sua típica arrogância - Vão ficar aqui e esperar pela morte? Eu não costumo perguntar antes de matar, então se considerem sortudos por eu estar com muita boa vontade e com muita paciência hoje - Ele ficava tão sexy quando entrava no modo vampiro milenar mais foda do mundo. Era impossível não se sentir atraída por isso.


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Klaus


Eu estava sentado no sofá da sala de estar da minha mansão, bebendo meu whisky favorito e pensando na morte. O telefone não parava de vibrar e eu nem me dei o trabalho de checar quem me ligava com tanta insistência. Eu não estava com saco para atender ninguém. Provavelmente era um daqueles remelentos de Mystic Falls querendo alguma coisa e eu não estava de bom humor para fazer favores. Na verdade eu nunca faço favores. E se fosse um dos chatos dos meus irmãos, mais um motivo para eu sumir do mapa por enquanto. Era isso ou eles terminariam de novo com adaga no peito, de volta às férias no caixão. Rebekah e Elijah eram os favoritos ao prêmio. O que será que estavam fazendo em Mystic Falls que andavam tão ocupados para desaparecerem assim? Não tinha nada que prestasse naquele fim de mundo.
Estava me perguntando o que eu ainda fazia naquela cidadezinha decadente e pacata, que não tinha nada para me oferecer. Tenho mais de mil anos, já andei pelo mundo, sei reconhecer um bom lugar com uma boa cultura e aquele lugar não tinha nada. A única coisa que tinha de interessante nela e que me trouxe aqui foi aquela maldita Doppelganger. Eu queria quebrar a ligação e criar meu exército de híbridos. Mas, aquela chatinha se transformou em vampira e não me serve de mais nada. Talvez ela tomasse a cura e se tornasse útil novamente. O ideal seria eu matá-la, para que ela não se tornasse um problema para mim que nem Katerina se tornou. Mas, nunca se deve desperdiçar o sangue mágico das Cópias. Sempre há um feitiço crucial em nossas vidas que envolve as malditas Doppelgangers.


A verdade era que infernizar a vida dos moradores de Mystic Falls era uma distração para mim, uma espécie de diversão. E eu não queria ficar sozinho. Ter companhia que me odiasse era melhor que ficar sozinho. Meus outros dois irmãos, Finn e Kol, foram mortos por aqueles habitantes idiotas de Mystic Falls. Apesar de não ser o fã número um de Finn, ainda foi ultrajante perdê-lo para aqueles merdinhas insignificantes. E perder Kol foi a gota d`água. Meu irmão mais novo, apesar de pentelho, ainda tinha de mim o que eu poderia chamar de afeto fraternal, se é que eu fosse capaz disso. Aquele povinho pagaria pelo crime hediondo, ah se não pagaria. Supostamente eu ainda tinha Elijah e Rebekah. Mas, meu irmão Elijah era o rei da chatice com aqueles discursos sobre unir a família, sobre nos amarmos, sobre sermos leais uns aos outros. Argh. Só de ouvir eu já tinha vontade de enfiar uma estaca nele ou de pô-lo de volta no caixão para ele calar a boca e descansar por mais alguns séculos. E a minha little sistah. Essa não poderia ser mais patética e ridícula com o seu drama de se tornar humana e ser feliz. E ela sempre estragava meus planos. Ela tinha o dom de fuder com a minha vida. Depois achava que estava errado eu querer colocar uma adaga no seu coração para silenciar aquela matraca. Eu não fazia ideia de onde os dois estavam agora. E nem queria saber também. A casa era um santuário quando eles sumiam. Mas, eles eram meus favoritos, tinha que admitir. Meus fiéis companheiros nessa jornada longa e sangrenta. Me aturavam mesmo quando eu não merecia. Talvez as únicas pessoas no planeta que eram capazes de permanecer ao meu lado mesmo depois de todas as minhas faltas. Além deles, eu não conseguia pensar em mais ninguém do meu passado mais achegado. A não ser...


Rippah. Stefan Salvatore. Um suposto aliado. Um tempo atrás éramos grandes amigos. Eu cheguei a considerá-lo um irmão, mas o filho-da-puta se uniu aos amiguinhos imbecis para me destruir. Admito que doeu a sua traição. Por isso me vinguei dele, fiz o que pude para acabar com a sua sanidade mental e com sua fachada de bom mocinho. Eu conhecia muito bem a sua natureza. Assassino Estripador. Ele se deleitava no mar de sangue e de corpos esquartejados. Seria um desperdício manter esse seu lado adormecido. Ele era como eu, gostava de caçar, de brincar com a comida. Era ridículo vê-lo bancar o doméstico só para comer a puta da Doppelganger. Foi o cúmulo ele tentar me matar depois de todo o nosso histórico de parceria. Mas eu não posso ser destruído. Não há vitória para aqueles que tentam cruzar o meu caminho. Eu sou a criatura mais poderosa do mundo. Ninguém pode contra mim. O mundo funciona de acordo com a minha vontade. E acho que a essa altura eles já perceberam isso. Foi um atrevimento da parte deles arrumar briga comigo. Tudo para defender a vadia da doppelganger, quem o Stefan diz amar. O amor é super-estimado por essas criaturinhas deploráveis. Amar é uma fraqueza. E Stefan está aprendendo da pior forma ao ter que aturar seu irmão comer a sua namoradinha chata da porra.


E pensando em gente entediante e errada nesse mundo, Tyler também tentou me destruir, aquele lobisomem patético sem um pingo de vergonha na cara. Little bitch. Ficou até contra os amiguinhos por causa da sua sede de vingança. Tentou virar meu exército de híbridos contra mim. Mas todos acabaram se fudendo. Matei todos. Mas, não matei o Little bitch, mas o mandei  para bem longe dali, para a casa do caralho. Se voltasse, iria perder a cabeça. E ele ainda teve a coragem de achar que eu estava errado por matar a mãe dele. Se achou no direito de me enfrentar, ainda mais depois que eu fui atrás da sua bela e ingênua namorada. Caroline...


Com esse pensamento, me levantei de repente do sofá, fui até a mesinha de centro e larguei o copo ali, onde havia um envelope perolado de convite de formatura, para ser mais específico. Eu li aquele convite uma dezena de vezes. Era sobre a graduação de Caroline. Aquela garota conseguia me perturbar. Mexer com a minha razão, abalar as minhas estruturas. Eu fazia coisas por ela que normalmente a minha lógica e meus pensamentos desprezavam. Estava eu indo para o meu quarto me arrumar apenas para ir a um evento ridículo de humanos e sem a menor importância para mim. Mas, era importante para ela. E eu viraria o mundo do avesso só para ela ter o que lhe é importante, o que ela queria. Ela poderia me pedir qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, que eu estaria de prontidão para atendê-la. Isso me deixava possesso, pois isso lhe garantia certo poder sobre mim, coisa que eu não estava acostumado, a ceder, a permitir que me dominassem. Mas, eu fazia de tudo para esconder isso dos outros. E as vezes até conseguia, mostrando certa frieza em público, mas falhando miseravelmente quando ela me encarava nos olhos. E ela fazia questão de explanar que me odiava, que eu era insuportável e indigno de ser amado. Mas, por alguma razão, eu achava que ela dizia aquelas coisas apenas para encobrir a nossa conexão. Sim, conexão. Porque ela se parece comigo em muitas coisas, ela só não admite. Ela é ambiciosa, anseia por coisas grandes na vida, coisas que eu posso oferecer. Por isso eu não entendo porque essa insistência dela de permanecer em Mystic Falls. Ela não é pobre de espírito, gosta do melhor. Eu sabia que ela amava o que o vampirismo fez com ela e o que ele poderia lhe proporcionar no futuro. Sempre jovem, sempre forte, sempre bonita e auto-confiante. Ela precisa entender que o que ela quer está pelo mundo, não naquela cidadezinha. Ela precisa entender que ela está livre, que o vampirismo é libertador. Ela não está mais presa a essas patéticas convenções humanas. Mas, de qualquer jeito, ela ainda preza e participa dessas coisinhas estúpidas e eu estou indo para uma delas agora apenas para encorajá-la a buscar seus objetivos. Apenas porque quero vê-la feliz, quero olhar o seu rosto angelical e sorridente enquanto recebe o diploma bobo e sem valor real algum para alguém como ela.


Subi as escadas apressado, com receio de me atrasar ainda mais. Eu não gostava de falta de pontualidade, era falta de decoro social. Mas, ficar fantasiando me tomou mais tempo do que eu previa. Tomei um banho rápido, vesti um terno preto e me olhei no espelho enquanto apertava a gravata. Primeiro dei uma risada. De mim mesmo. Me sentindo um completo retardado. Como eu poderia, eu, híbrido de mil anos, estar indo a uma formatura de jovens recém saídos da puberdade apenas por causa dela? Mas, depois eu sorri. Apenas com o pensamento de que eu a veria novamente. E em uma situação genuinamente alegre para era. Fiquei feliz só de imaginar aquele belo sorriso, que contorcia o seu rosto numa expressão fofa e enrugava o dorso do seu nariz repleto de sardinhas discretas. Me peguei imaginando esses absurdos e me achei um pateta, caindo de paixão por uma vampira recém-criada. Eu me recusava a dizer que isso era amor, pelo menos em voz alta. Porque seria patético eu fazer isso. E não era amor mesmo, era uma paixonite sem precedentes. E nem percebi isso acontecendo. Não percebi o quão vulnerável eu estava ficando perto dela. Eu odiava qualquer coisa que me deixasse vulnerável. E Caroline era uma delas. Por alguma razão estranha no universo, eu me importo com ela. Sei lá o que isso significa, como faria isso dar certo, mas eu queria ficar com ela. Sempre segui meus instintos bem apurados e nunca me falharam. Quando cruzei com o caminho de Caroline, eu senti algo que ia além do meu entendimento, me guiando até ela como um perfeito magnetismo. Era uma estrada nova e cheia de segredos, mas estou curioso para saber o que vem além da curva.


Saí da casa um pouco nervoso, ansioso para descobrir se ela só me convidou por educação ou se realmente desejava a minha presença. Ela fazia isso comigo, me deixava inseguro e aquém do meu verdadeiro eu, como se eu perdesse a identidade do híbrido vilão e me tornasse uma marionete fraca.


Enquanto eu dirigia, pensava exatamente no que eu faria hoje, no que eu diria para ela. Eu tinha tomado uma decisão com o único intuito de fazê-la feliz. Porque era isso que importava no final das contas, que ela fosse feliz. E eu ficava repetindo isso para mim mesmo o tempo todo, para que eu não voltasse atrás com a minha decisão. Nós éramos imortais e eu teria paciência com Caroline. Um dia ela estaria pronta. Uma bebê vampira tem muito ainda o que aprender. E quando ela aceitasse por inteiro o seu destino, eu estaria lá para ajudá-la a ser maior do que ela acredita que pode ser.


Quando eu cheguei lá, ouvi de longe, graças a minha super audição, uma movimentação estranha, gemidos de dor. Supus que alguma merda estava acontecendo, em se tratando dessa cidade, era o que se esperar, ainda mais com essa historinha desse Silas querendo que a bruxinha baixasse a tal do véu. Agora temos o próprio inferno na Terra. Todos os sobrenaturais que eu matei estão andando por aí, livres e soltos. E não são poucos. A minha trilha de mortos é maior que a quantidade de grãos de areia do oceano. Não digo que esses habitantes de Mystic Falls só fazem merda? E Caroline ajudou a completar o ritual. A doida resolveu matar aquelas doze bruxas de última hora e selou o nosso destino trágico. E foi exatamente isso o que eu vi através das arquibancadas. As doze bruxas mortas estavam atacando Caroline, o Rippah e a vagabunda Doppelganger. Não pensei duas vezes. Elas não poderiam tocá-la em hipótese alguma, eu não permitiria. Peguei uns chapéus de formatura que estavam espalhados por ali, corri na minha velocidade vampírica e taquei um chapéu em direção à cabeça da puta que estava executando o feitiço contra Caroline. A infeliz caiu no chão feito bosta sem a maldita cabeça. E eu estava enraivecido com a audácia, como que se atrevem atacá-la num lugar onde eu estou? Talvez, se eu não tivesse chegado, Caroline e Stefan estariam mortos. Ah, tinha a doppelganger também, mas ela podia morrer.


- Tem muito mais desses por aí. Quem é o próximo ? Eu posso fazer isso o dia todo – A minha vontade era de arrancar a cabeça e o coração de cada um daqueles desgraçados. Eu adoro um massacre, é quase um esporte para mim. Mas, eu estava na formatura de Caroline e não transformaria aquele dia importante para ela num banho de sangue. Eu teria que buscar força e autocontrole do além para não desfigurar aqueles patifes.


- Então, o que vai ser? – Continuei, me esforçando para não acabar com eles - Vão ficar aqui e esperar pela morte? Eu não costumo perguntar antes de matar, então se considerem sortudos por eu estar com muita boa vontade e com muita paciência hoje – E isso era verdade. É raro eu ser paciente. Era uma pessoa de sorte alguém que cruzava o meu caminho num dia de paciência. E hoje era um dia desses, apenas por Caroline.


Então, eu olhei para ela e não pude deixar de sorrir. Estava meio corada pela agitação e o clima de quase morte, mas, estava perfeita, como sempre. E as bruxas, bem, uma a uma foi saindo dali. E não poderia ser diferente. No final das contas, se me obrigassem a tanto, o final seria o esperado. Mais cabeças rolando.


- Klaus – Stefan se manifestou primeiro. Caroline permanecia quieta. Atípico dela. Normalmente ela fala até demais – Estávamos ligando para você direto, a Caroline estava ligando. Se não nos atendesse, iríamos até você agora mesmo. Precisamos que você nos ajude. Damon foi infectado com veneno de vampiro – Ele falava exasperado, morrendo de medo pelo irmão idiota. Eu não disse que estavam ligando porque queriam alguma coisa? Agora eu tinha que salvar o estúpido do Damon Salvatore, que sempre faz merda e os outros que têm que limpar a sujeira. Stefan tentava não parecer desesperado na minha frente, mas falhava visivelmente. Estávamos falando do seu precioso irmão. Eu estava com o que deveria ser a cara de um cínico, com um sorrisinho torto e debochado. Eu adorava vê-los implorando, mostrando claramente que eu sou o mais poderoso. E eu nem me importo com Damon. Aquele ali já poderia ir para o inferno e já seria tarde.


- Stefan – Falou a doppelganger, ansiosa até demais. Ah, é claro. Eu tinha esquecido que ela também dá para o outro irmão Salvatore. Patético. – Liga para ele e manda ele ir para casa que já vamos para lá com o Klaus – Ela me olhou firmemente. Como assim? Eu ainda não concordei que daria o meu sangue para aquela besta. Mas, no fim das contas eu sabia que faria isso. Porque era o que Caroline esperava de mim. Mas, eu não perderia essa chance de tripudiar.


- O que te faz pensar que eu salvarei Damon, hein, doppelganger?– Falei num tom de deboche e em retorno recebi três pares de olhares incrédulos e raivosos. Mas só me importei com um deles. Revirei os olhos e suspirei pesadamente e eles entenderam exatamente como deveriam. Eu estava silenciosamente concordando em ir até a mansão e dar o meu sangue para aquele patife.


- Ok, eu vou ficar aqui e terminar de arrumar as coisas. Eu não sou a pessoa favorita de Damon, mesmo. Não preciso ir – Finalmente Caroline abriu a boca para falar alguma coisa - Vou pedir para o Matt me ajudar. Mas, me liguem, me mantêm informada – Então ela olhou para mim meio que me dando um alerta para eu não fazer besteira. E mesmo assim, sorriu. Um sorriso entre carinhoso e agradecido. Um sorriso de anjo. Eu sorri de volta sem falar nada. Ainda não era o momento da nossa conversa, graças a essas antas de Mystic Falls. E mais uma vez atrapalhavam a minha vida e meus planos com Caroline. Resignado, segui Stefan e Elena, olhando para trás, verificando os passos de Caroline. Odiava ter que deixá-la logo em seguida a minha chegada, especialmente nas circunstâncias atuais de incertezas e risco de morte. Ela andava apressada para longe de nós, me deixando angustiado.


- Caroline - A chamei, sem me conter. Ela se virou de repente, me olhando surpresa - Melhor não ficar sozinha, love. Doze bruxas podem ser o menor dos seus problemas. Venha conosco - Ela arqueou as sobrancelhas petulante, me fazendo sorrir.


- Bonnie foi levantar o véu - Ela apontou para a amiga, que já estava longe - Está tudo bem. Além dessas, não tem ninguém contra mim. Você pode ir tranquilo ser o herói por um dia - Sendo assim, ela me deu às costas, me deixando parado olhando seus cabelos balançarem enquanto caminhava quase correndo.


Suspirei contrariado e foquei na minha tarefa inconveniente. Quanto antes eu terminasse isso, antes estaria livre com Caroline de novo.


Eu fui na minha caminhonete preta, enquanto Elena foi com Stefan naquele carro horroroso dele dos anos 50. Chegamos na mansão Salvatore em poucos minutos. Entrei na casa e fui direto pegar um copo de whisky como se a casa fosse minha. Stefan não tinha o direito de falar nada. Eu estava fazendo um favor ao ajudar o irmão dele. Me sentei no sofá e sorri para o meu ex-amigo. A doppelganger se sentou no outro sofá, provavelmente querendo me avitar. E Stefan sentou do meu lado também com um copo de whisky na mão. Ele levantou o copo num gesto semelhante ao de um brinde e sorriu de modo cínico para mim. Sentia falta do Stefan debochado. Era mais divertido que essa anta doméstica que ele tentava ser.


Logo depois chegou Damon sendo meio carregado por aquele professorzinho de merda que se achava um caçador de vampiros e que a minha mãe fez o favor de matar. Não antes, é claro, de transformar o pateta num Mikael 2.0 e fazê-lo tentar me matar. Damon olhou pra mim com um sorriso retardado no rosto, como se estivesse achando graça daquilo tudo. Ele era um panaca perdedor, mas era um psicopata que nem eu e, às vezes, era divertido trabalhar com ele.


- Ora, ora, ora se não é o vampiro mais malvadão da história sendo o herói do dia. Só falta você roubar o cabelo de herói do meu irmão Tefinho – Falou a mula, que nem se aguentava em pé, mas tinha fôlego para me azucrinar. Eu estava começando a perder a paciência.


- Vamos logo com isso porque não estou afim de ficar aqui e brincar de casinha com vocês, a doppelganger e com o projeto de caçador – falei me levantando do sofá, virando o resto do whisky de uma vez só e indo em direção ao Damon, que foi posto deitado ao lado de Elena. Levantei a manga do braço direito, mordi meu próprio pulso, derramei um pouco do meu sangue no copo onde eu estava bebendo e entreguei a ele. Elena assistia preocupada e Stefan permanecia calado – Como não precisam mais dos meus serviços, estou indo embora. Se precisarem de novo, não me chamem – Caminhei em direção à porta e ouvi Stefan pedindo um obrigado sem vontade alguma. Me agradecer por alguma coisa deveria ser um martírio para eles. Apenas dei um sorriso meio cínico, acenei com a cabeça e saí daquele mausoléu o mais rápido possível. Mal podia esperar para estar com ela de novo.


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Caroline


Eu estava tentando me distrair, refrescar a mente depois de tudo o que aconteceu, empilhando as becas e os chapéus de formatura quando eu ouvi alguém chegando, e só pelo cheiro eu soube quem era. Porque eu havia sentido aquele perfume um pouco mais cedo, uma mistura de alguma fragrância sofisticada e loção pós barba. Minha pele se arrepiou e involuntariamente, traguei o ar para senti-lo mais. Em outras várias ocasiões quando compartilhamos momentos de cumplicidade e de inédita amizade, eu até me permitia avaliá-lo mais de perto, admirando suas peculiaridades. Observando e registrando seu estilo de vida. Então, não pude deixar de sorrir. Ultimamente eu estava gostando da presença dele, o que era contraditório, porque ele é um psicopata impenetrável. Mas, em alguns momentos, ele me parecia apenas um garotinho assustado. Às vezes eu achava que ele era uma causa perdida, e em outras eu acreditava que se ele tomasse o caminho certo, ele poderia ter a sua redenção. Nunca vou esquecer do dia em que essa comparação se sacramentou profundamente no meu entendimento: "Qualquer um que é capaz de amar, é capaz de ser salvo".


- Eu te ligo umas centenas de vezes e você nem atende e de repente aparece na minha formatura arrancando cabeças? – Eu falei sorrindo, sem me importar com mais nada. Apenas com a presença dele.


- Eu não estava muito a fim de atender, love, não queria ninguém me chateando com detalhes mórbidos sobre O Outro Lado. Mas, eu já estava a caminho. Recebi o seu convite de formatura. Muito sutil – Ele falou sorrindo, com a sua típica ironia. Com a expressão um pouco hilariante. Eu soltei uma pequena gargalhada. Era incrível como ele conseguia ser tão humano e suave quando queria. E eu fiquei presa naqueles olhos verdes, sem saber por quê - Eu presumo que você esperava por algum dinheiro. Até escrevi um cheque para você.


- Isso ou um mini frigobar - Respondi, entrando na brincadeira. Eu gostava desses momentos, em que ele era outro ser.


- Na verdade, eu estava considerando em te levar para viajar. Para onde você quisesse. Umas passagens para Europa, quem sabe. Um dia eu disse que te levaria. Mas, eu sabia qual seria a sua resposta.


Eu olhei para ele meio incrédula e com um pouco de pena. Ele estava sério, mas com a expressão suave. É claro que ele sabia que a minha resposta seria não. Totalmente inapropriado e fora de contexto eu sair pelo mundo numa viagem exploratória com o vampiro que infernizou a vida dos meus amigos, matou a tia da minha melhor amiga, matou a mãe do meu namorado e expulsou ele da cidade. Uma pessoa impiedosa e um tanto sádica. Arruinar a vida alheia lhe conferia prazer, um que eu jamais poderia partilhar ou conviver. Bem, isso não era totalmente verdade. Naquele mesmo dia ele disse "Eu mostrei bondade, perdão e piedade. Por causa de você, Caroline. Foi tudo por você". E mais um elo na nossa conexão se fomentava, por mais que eu tentasse escapar. Então, eu olhei para ele meio curiosa e ele continuou:


- Então eu optei por algo que eu sabia que você aceitaria - Me preparei para o tiro no meu próprio pé - Tyler agora é livre para voltar para Mystic Falls. Ele é o seu primeiro amor e eu pretendo ser o último. Leve o tempo que for.


E eu não acreditava no que eu estava ouvindo. Tyler poderia voltar, ele estava livre? Bem, ele não estava exatamente preso ou condenado, mas não podia voltar para casa, para seus amigos, para mim. E agora, por um milagre, Klaus estava fazendo algo decente e Tyler poderia ser feliz novamente. Tyler tentou se vingar de Klaus por ele ter matado os seus companheiros e Klaus teria matado ele também se eu não tivesse insistido pelo contrário. Eu sabia que lá no fundo Klaus ainda tinha um pouco de luz. Mas, o problema, era que essa luz ainda era muito fraca para ser o suficiente para ofuscar a escuridão. E quanto a ele pretender ser meu último amor...Essa me pegou de surpresa. Ele estaria mesmo disposto a esperar pelo o que poderia nunca acontecer? Aceitaria me ver com outros e engolir isso esperando, de um jeito dramático, que um dia eu retribuísse o afeto? Fiquei sem palavras. Klaus despreza o amor. Talvez ele nem havia percebido o que tinha falado, pois basicamente deu a entender que me amava ou que estava aberto a me amar se eu desse a ele uma chance. E eu acho quase impossível eu amá-lo um dia. Mas, eu resolvi ficar quieta, não dizer nada que pudesse irrita-lo e o fizesse voltar atrás. E ele parecia tão sereno, tão decidido das suas palavras. Quem não conhecia ele, poderia jurar que ele realmente era esse príncipe encantado, que fazia declarações poéticas e inusitadas.


Então ele beijou o meu rosto, bem perto do cantinho da minha boca. E eu não sei explicar, mas aquilo me fez sentir vibrações pelo corpo. Era fato que ele era lindo e charmoso. E o sotaque dele era bem provocante. E ter alguém assim falando bem pertinho do rosto não é exatamente o fator que faz o autocontrole prevalecer. Porém, esses sentimentos foram repelidos para o fundo, trancados a sete chaves. Seria uma vergonha se eu cedesse, ainda mais por que acabei de receber a notícia de que meu namorado estaria de volta em breve.


- Parabéns, Caroline – Ele falou - Agora, vamos sair daqui. Antes que doze híbridos raivosos decidam procurar uma grande briga - Ele sorria livremente, tão leve de uma forma que eu só vi uma vez, na festa de Miss Mystic Falls, quando ele roubou meu discurso e rimos como dois adolescentes num encontro comum entre duas pessoas que se gostam.


É claro que eu não pude deixar de sorrir. Ele estendeu o braço e eu aceitei, colocando o meu envolta do dele. Caminhamos estranhamente confortáveis na presença um do outro em direção à saída do estádio e ele me perguntou:


- Como você pretende comemorar a sua formatura ? Se você não tiver nenhum plano, eu estava pensando em irmos tomar um drink. A não ser que seus amigos tenham preparado uma festa. Pensei que você faria um grande evento particular. Eu ri, era verdade. 


Eu parei para pensar. Oferta tentadora. Muito tentadora. Mas, eu estava em dúvida. Não havia combinada nado com o pessoal, mas, eu pensei que talvez eles fossem querer fazer alguma resenha. Mas, depois de toda a situação de quase morte, talvez cada um só quisesse ficar no seu canto. E Klaus fez aquela carinha de cachorro abandonado que sempre me convencia. Acabei agindo por impulso:


- OK. Aonde você quer ir? Desde que seja na cidade e não em outro país... – Eu nem percebi que tinha aberto a boca para falar. Mas, já tinha saído, então...


- Bem, essa cidade não é exatamente um campo minado de diversão. As opções são bem limitadas. Nós podemos ir para a minha casa ou para o Mystic Grill. Só consigo ver um pouco de diversão nesses dois lugares. Mas, é claro que a sua companhia já é diversão o suficiente - Ele falou sorrindo amigavelmente - Ou podemos ser mais ousados e pegarmos a estrada para uma cidade próxima mais divertida. Conheço uma que fica bem viva na madrugada, iluminada com muitos risos alegres e jazz alto por onde você passar na orla do mar - Que lugar era esse? Fiquei curiosamente tentada, pois parecia de bom gosto e bem atraente. E eu nunca tinha saído de Mystic Falls. Sacudi a cabeça. Tá louca, Caroline? Até parece que eu iria numa viagem de carro por aí com esse doido. Se Tyler ficasse sabendo disso...E é claro que eu não iria para a casa dele. Um abatedouro. Só me restava o bar. Anti-climático e sem graça. Esperava mais da minha formatura.


– Mystic Grill - Eu falei sorrindo para ele, tentando esconder minhas batalhas internas, e ele sorriu de volta. Eu sabia que não deveria ir. Eu sentia o sinal vermelho piscando dentro da minha cabeça. Mas, eu ignorei isso e fui mesmo. Estar com ele, ultimamente, era estranhamente confortável. E, afinal, não era nada demais, só uma conserva fiada num bar. Não estava fugindo com ele para outra cidade ou para outro país para trair meu namorado foragido.


Chegamos ao bar e sentamos para beber. Eu peguei leve na bebida, enquanto ele também, visivelmente, se continha no whisky. Não iria me dar ao luxo de ficar bêbada na frente dele. Ele ainda era um demônio disfarçado de cordeirinho. Eu não poderia confiar nele totalmente, me expondo de tal forma que ele pudesse explorar as fraquezas de alguém afetado pelo álcool. Não que ele fosse me forçar a fazer algo, ele jamais cruzaria essa linha comigo, mas eu poderia confessar alguma segredo escandoloso, dizer o quanto ele me atraía mesmo quando eu estava comprometida. Isso só iria piorar a situação entre nós, pois se já era difícil controlar meus impulsos com ele pensando que eu não sentia nada em retorno, imagina se soubesse. Por isso, não sabia ao certo o que estava fazendo ali. Eu queria ficar perto dele, de fato. Queria ouvi-lo falar mais de si, dos seus sentimentos, dos seus desejos. Queria conhecê-lo melhor. Mas, preferia não tentar cavar mais fundo. Preferi fingir para mim mesma que não havia nada de mais em estar ali com ele agora. Só iríamos conversar. E, diga-se de passagem, ele era uma boa companhia, pelo menos quando não estava arrancando a cabeça de alguém ou querendo arrancar a sua. Seu tagarelar de aristocrata era interessante demais para ignorar. Quando ele entrava no seu modo cultural refinado era fascinante, eu era atraída que nem mosca para a luz. Ainda mais se somado ao fator sotaque britânico. Observei seus lábios vermelhos enquanto se mexiam pronunciando aquelas palavras meio aveludadas pela sua voz extremamente sexy.


- Então, Caroline, quais são seus sonhos, suas expectativas para a sua vida? Imagino que o tema "formatura" tenha trazido uma série de questionamentos como esses – Perguntou ele suavemente, com aquele sotaque de matar. Eu olhei para ele e me vi presa naqueles olhos verdes. Ele realmente parecia interessado em saber. E negar para ele uma resposta quando ele pergunta com tanto carinho era impossível. Eu tinha que me esforçar para não ser levada por aqueles olhos. Era fácil isso acontecer. Esse era o perigo da coisa toda. Então, eu resolvi responder e quebrar aquele silêncio pesado que começou ao simplesmente eu parar para admirar o charme dele. Ele percebeu, é claro, mas não disse nada, só ficou parado ali, esperando a minha resposta enquanto mantinha um sorrisinho torto.


- Bem, eu quero ir para a faculdade de Jornalismo, terminá-la. Depois encontrar um emprego legal, que me permita exercer aquilo que adoro. Imagina só se eu fosse uma Âncora - Pode parecer pouco para você, mas cada conquista simples pra mim significa muito. Eu valorizo cada evento humano importante. Porque eu sou imortal, daqui há um tempo isso talvez não faça mais sentido para mim e eu não quero perder nada, não quero deixar nada para trás, para não haver arrependimentos - Eu respondi empolgada até demais. Então, tentei me conter. Me senti uma ridícula por estar falando essas coisas para um vampiro de mais de mil anos, mas Klaus nunca me deixava sentir assim, pelo contrário, sempre mostrava verdadeiro interesse nos meus projetos, por mais infantis que eles fossem, me incentivando a correr atrás deles pois me achava capaz. De alguma forma, era fácil demais contar pra ele quais eram os meus desejos mais profundos, pois ele os respeitava como ninguém mais.


- Bom, eu espero que você consiga tudo o que você disse que quer. Tudo o que digo é verdade, a sua felicidade é o que mais me importa e farei o que puder para você obtê-la. E do jeito que você é, ser uma jornalista de renome não será nenhuma dificuldade. Mas, me parece que você tem potencial para fazer muito mais do que pensa. E quando você estiver pronta para querer muito mais da vida, mais do que ficar presa em certos ideias humanos, eu vou estar lá para te mostrar o caminho da glória, prometo - Ele falou isso com um sorrisinho irônico e convencido que no início me irritou por ele estar insinuando que o que eu quero não é realmente válido. Mas, depois, eu entendi o que ele estava querendo dizer, e eu não pude de deixar de sorrir com isso. Talvez ele estivesse certo, com seus olhos de águia e bem experientes, era capaz de enxergar bem longe. Talvez meu caminho fosse muito mais brilhante do que eu esperava ser. Então, como saber quais trilhas pegar para chegar a esse destino supostamente glorioso? Pois, sim, se existe essa possibilidade de eu atingir a glória eterna, eu quero saber como fazê-lo. Mas, ainda meu coração não me direcionava para isso, ainda estava fincado nos meus sonhos de adolescente e seria frustrante não atingir nada do que almejei a vida toda. Mas, ficava tentada, no mínimo curiosa, para saber o que mais Klaus tinha em mente a respeito de uma suposta trajetória minha potencialmente mais digna. E ao que parecia, ele desejava que fosse ao seu lado. Então, me peguei imaginando como seria estar no topo junto do Híbrido Original.



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Autor(a): anajadde

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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