Fanfics Brasil - Capítulo 3 - Dropped Veil Scarlet Dynasty - Klaroline

Fanfic: Scarlet Dynasty - Klaroline | Tema: The Vampire Diaries e The Originals


Capítulo: Capítulo 3 - Dropped Veil

12 visualizações Denunciar



 


Klaus e Caroline


Como alguém pode ser tão cínico? O charme dessa criatura pode muito em seus efeitos. Para qualquer um que não conhece a sua história pesada, invariavelmente é levado pelo seu sotaque, pronunciado deliciosamente por aqueles lábios vermelhos... Caroline, contenha-se! Mas, eu não! Ele ainda é um demônio. Eu não posso me deixar enganar por causa de umas covinhas bonitas na bochecha. Nem sei ao certo se eu deveria estar aqui com ele. Pelo menos aqui comigo eu sei onde ele está e o que está aprontando. E não por aí açoitando ou destruindo a vida de alguém. Ainda acredito que há muito tempo existiu um Klaus com sentimentos humanos. Ou que talvez ainda há chance para um conserto. Mas, por Deus, nunca vi uma pessoa tão fodidamente quebrada. Freud ficaria louco se tentasse entender essa alma, se é que vampiros têm alma. E se esse for o caso, a questão é se Klaus ainda tem uma...Nosso assunto sobre minha formatura me deixou pensativa e me fez entrar nesse clima de silêncio introvertido enquanto eu observava atentamente cada expressão, cada movimento com o corpo que Klaus apresentava ao falar. Por alguns instantes ficamos ali presos na bolha, com os olhos pregados um no outro, sem conseguirmos dizer mais nada, apenas sentindo a atração fluir pelos nossos corpos...


– Umas das coisas que eu mais lamento sobre o vampirismo é não podermos ler os pensamentos alheios – eu disse a ela, fazendo-a dar um leve sobressalto em surpresa. Caroline estava estranhamente calada. O que é atípico dela. Geralmente ela fala pelos cotovelos. Mas, quase sempre eu não me importo. Quase. Eu não gosto quando ela para de falar na minha frente, por que eu sei exatamente para aonde os seus pensamentos estão indo. Ela é uma pequena julgadora. Aposto minha estaca de Carvalho Branco que ela estava avaliando o quão válido é o nosso pequeno passeio.


– Silas pode ler pensamentos. E podemos entrar na mente de outro vampiro se ele estiver muito fraco – Que susto! Fui pega no flagra, eu sei. E ainda bem que ele mudou de assunto, pois não estava disposta a discutir sobre os meus planos. As decisões sobre a minha vida eram apenas minhas, portanto eu faria o que quisesse, sem me deixar envenenar pelo discurso fantasioso dele.


– Silas não se considera um vampiro, love. Ele repudia essa expressão sendo usada para nomeá-lo – Eu disse com um sorriso arrogante. E ela fez uma cara de cinismo e incredulidade ao mesmo tempo.


– Você jura? Não foi o que me pareceu. Ele drenou todo o estoque de sangue do hospital. Beber sangue para sobreviver me parece coisa de vampiro – Respondi com sarcasmo. Eu sabia o que ele estava tentando dizer sobre o desgraçado do Silas, mas não iria ceder. Nunca! – A definição de vampirismo dele é um pouco distorcida, então.


– É verdade, love, é coisa de vampiro – eu disse a ela com um sorriso torto. Não quero discutir com ela. Ainda mais sabendo quão cabeça dura ela pode ser - Mas, ler a mente de alguém é muito íntimo. Só se a pessoa permitir...Não gosto dessa invasão quando se trata de pessoas com quem me importo. Por exemplo, nunca leria a sua mente sem permissão e muito menos tentaria te hipnotizar. A hipnose também é uma forma de agressão e eu jamais faria nada para te ferir - Senti um leve arrepio na espinha, seja por ele declarar que se importa comigo desse jeito tão provocador ou porque suas palavras me fizeram lembrar do inferno que Damon me fez passar enquanto estava sob seu domínio mental. Levando em conta que estávamos numa conversa civilizada, não traria isso à tona agora.


–  Eu nunca tentei - Mantive a compostura, para me desviar das suas confissões - Nunca quiseram ler a minha, então não sei como é. E sobre Silas, até onde eu sei, você estava conspirando a favor dele. Enganou Elijah e Rebekah para lhe entregar a cura. Bem típico de você, não é mesmo, trair seus irmãos – Falei meio áspera. Ele me deu um olhar frio e raivoso. Eu sabia que não deveria dizer essas coisas. Estávamos silenciosamente com a bandeira branca da paz erguida e eu não queria irritá-lo. E me parecia ingratidão depois do que ele fez por Tyler. Por mim. Mas, eu não posso esquecer tudo o que ele fez de terrível só por causa de um gesto descente, posso? Era automático acusá-lo, ficar na defensiva. Eu fazia isso sempre quando percebia o perigo da sua presença me dominando com o seu charme. Era uma medida de segurança, instinto de sobrevivência.


– Foi para me defender, Caroline. Ele estava me condenando ao inferno. E assim seria até que eu lhe desse a cura. Você deve se lembrar muito bem do que ele estava fazendo com a minha mente. Foi você quem me resgatou de sucumbir de vez – Fiquei meio puto com esse comentário dela. Por quê fazê-lo agora? Que ela não consegue manter as suas observações venenosas dentro daquela boca grande eu já sabia. Mas, sempre me deixa puto quando ela o faz. Especialmente quando ela conhece muito bem as circunstâncias envolvidas – Vamos mudar de assunto, love. Não vamos chegar a lugar algum com isso – Uma música bonita e lenta, parecida com um jazz dos anos vinte, tocava em segundo plano. Me surpreendeu que uma música dessas estivesse tocando naquele barzinho caído, mas aceitei a melodia de bom grado, me animando um pouco. Levantei e lhe estendi uma mão num convite – Vamos dançar? Parece uma coisa nossa, lembra? Do baile.


Eu estava de braços cruzados, olhando emburrada para ele. Nem sei por quê eu estou irritada. Klaus costuma ter esse efeito sobre mim. Ele costuma me tirar do sério por motivo nenhum. Olhei para a mão estendida dele e resolvi aceitar. Afinal, eu aceitei vir até aqui com ele. Agora não dava mais para voltar atrás... Ele pegou a minha mão e me conduziu até perto das caixas de som, num canto do bar, próximo a uma grande mesa de sinuca. Não tinha mais ninguém dançando e eu me senti ridícula por sermos os únicos. Eu quis protestar, mas mudei de ideia ao olhar nos olhos dele. Ele me encarava com um brilho inocente e um sorriso sapeca. Com uma expressão anos-luz de distância do Klaus serial killer. Ao senti-lo tão perto de mim, com as suas mãos sobre meu corpo, não deu para controlar a quentura que percorreu as minhas veias. Meu coração acelerou e senti minhas mãos pegajosas. Envergonhada, torci para ele não perceber nada com seus sentidos apurados.


Caroline me olhava meio na defensiva, mas, aos poucos, foi amolecendo. Eu a puxei para mais perto e coloquei delicadamente uma mão em sua cintura, esperando sua permissão ou recusa. Ela endureceu por um momento, mas não me afastou. Só tinha nós dois acompanhando a música, dançando. E por uns instantes entramos na nossa bolha particular. Caroline não sabe que ela existe, mas ela está lá, nos tragando do mundo, nos alienando. Olhei para seu rosto enrijecido e quis me aproximar, beijar as sardinhas discretas no dorso do seu nariz. Mas, eu não seria doido de fazer isso, pois assustaria a fera para bem longe, provavelmente terminando em tragédia, onde eu acabaria sem os olhos.


– Para alguém que, aparentemente, planejava em ir a minha formatura, você chegou bem atrasado. Pensei que você fosse um exemplo de educação social, um gentleman. – Resolvi falar alguma coisa, para cortar esse silêncio constrangedor que pairou que nem uma nuvem negra sobre as nossas cabeças.


– Eu estava ponderando. Não tinha certeza se era uma boa ideia aparecer por lá. Tendo em vista todo o seu desprezo e repulsa por mim – Estalei com sarcasmo.


– Hum. Mas, eu te convidei, não foi? Pelo menos foi no timing perfeito. De certa maneira, foi bom você ter aparecido. Nos salvou de uma morte iminente e certa. Inclusive a do Damon. Embora eu tivesse minhas dúvidas se você o salvaria. Você não é do tipo que salva o dia, como um típico mocinho. – Falei com um tom de escárnio. Fiz a melhor cara de cinismo que eu poderia fazer.


– Ah, isso é mentira sua, Caroline. Se você não acreditasse que eu salvaria aquele babaca, você não teria me ligado um bilhão de vezes – Taquei na cara dela, com triunfo, sentindo a vitória por causa da cara emburrada que ela fez.


Argh, seriously! Eu estava pronta para dar uma resposta à altura. Mas, alguém, cuja voz eu conhecia muito bem, chamou pelo nome de Klaus. Os seus olhos quase saltaram das órbitas de surpresa. Eu olhei temerosa e confusa. Ele não deveria estar aqui agora. E Bonnie!?


– Niklaus! Ora, se não é o meu irmão mais velho favorito – Vindo em nossa direção, Kol sorria abertamente para mim, com todos os seus dentes a amostra. Qualquer um que não o conhecesse diria que ele é um belo moço jovem e simpático, apenas saudando a família. Contudo, eu sabia perfeitamente que esse sorriso era de natureza sádica. Meu irmão mais novo, filho de uma puta, literalmente, levantava os braços numa indicação de um abraço. Um abraço falso. Eu não sabia se eu ficava feliz ou puto em vê-lo. Kol significa problemas. Nem sempre foi assim, ele era um dos meus favoritos e senti muito a sua morte. Mas, demonstrações de afeto não era o meu forte. E os tempos mudaram. O que ele fazia aqui, agora? A essa altura a bruxinha já deveria ter fechado os portões do inferno, levantado aquele maldito véu! E a presença dele significa que tudo ainda estava uma bagunça.


– Você não deveria estar morto, brincando de casinha com os outros fantasmas? – Eu disse com um ar zombeteiro.


– Ora, que jeito nada caloroso de receber o seu irmão de volta, Niklaus. Você deveria estar pulando de alegria e não com cara de enterro. O velório já passou – Ele falou ampliando o seu sorriso, mas com uma leve sombra de mágoa – Ao que parece eu voltei para ficar. Não vou a lugar algum por um bom tempo. Seria bom você avisar aos seus amiguinhos – Ele falou, dessa vez olhando para Caroline e mais sombrio. Ela se manifestou ao meu lado, com a voz vacilante:


– Como assim? Bonnie disse na hora da formatura que estava tudo certo, que era só levantar o véu – Eu estava com uma sensação ruim. Nada disso estava correto, se encaixava. E se kol estava aqui, todos os outros sobrenaturais também estavam. Ou talvez ele foi o único a ficar, deu um jeito de escapar. – Eu vou ligar para ela.


– Ora, ela mentiu. Eu me lembro de você, loirinha. Do baile da minha mãe e naquele dia no bar, não é Nik? – Ele sorria maldosamente para mim e para Caroline. Eu já estava perdendo a paciência. – Não se dê o trabalho de ligar para ela, anjinho, eu já posso te adiantar o que houve. Sua amiguinha está morta. Bem, tecnicamente, ela morreu. Mas, como todos os sobrenaturais estão vagando por aí em carne e osso enquanto a barreira não é posta de volta no lugar, ela está "viva" – Ele terminou, com uma diversão negra na voz. Caroline tremia ao meu lado, com os olhos arregalados, totalmente em choque. A bruxinha também só fazia merda. Agora, por culpa dela teríamos muita bagunça para arrumar.


– Eu não acredito nisso – Eu disse quase num sussurro. Minha melhor amiga não poderia estar morta. Esse desgraçado só poderia estar louco! Eu sentia calafrio e espasmos pelo corpo. Eu precisava encontrar Bonnie – Eu vou até ela. Preciso ver o que houve – Me adiantei freneticamente em direção à porta, mas fui parada abruptamente. Klaus me segurava pelo braço, mas controlava a sua força.


– Você só pode ter perdido o juízo, Caroline. Estamos no meio de um caos. Todos os nossos inimigos estão por aí esperando para nos matar. Inclusive as doze bruxas que você assassinou com muita proeza – Eu cuspi asperamente para ela. Caroline poderia ser bem imprudente e sem noção do perigo às vezes. Me irritou que ela pudesse ser tão altruísta e inconsequente com o próprio bem estar justamente quando era necessário o oposto. Então, sem muito tato, quis impedi-la, sem muito sucesso, pois eu sei que às vezes não sou muito delicado e isso sempre a afasta de mim. Mas, a verdade é que me doeria na alma se algo de ruim acontecesse com ela.


– Nem em sonho que você vai me prender aqui. Estamos falando da minha melhor amiga – Devolvi com raiva, prestes a atacá-lo se fosse necessário. Eu sabia que nada eu poderia fazer se ele decidisse me manter aqui. Mas, eu não cairia sem brigar. Não deixaria minha amiga lá fora, em perigo, em hipótese alguma. Nos encaramos por uns segundos, os dois soltando fogo pelas ventas. Então, de repente, ele me soltou. Se afastando sem desviar os olhos dos meus. Klaus raramente me tocava, e quando o fazia, era porque tinha perdido o controle de alguma forma. Ele deveria saber que se cruzasse alguma linha perigosa comigo, qualquer amizade estava acabada.


– Faça o que você quiser. Se você morrer, eu não vou me importar – Falei com frieza para ela. Mentindo, é claro, mas disfarçando bem. Pelo menos eu achava - Você não deveria ir, Caroline. Se for verdade o que ele fala da bruxinha, no que você poderia ajudar no feitiço?


– Não se trata disso - Falei entredentes - Às vezes só do que as pessoas precisam é de um ombro amigo e acolhedor. Ela deve estar sozinha, com medo. Mas, você não consegue entender isso, não é? Nunca pensei que você fosse capaz de se importar com alguém, mesmo – devolvi com um ódio mortal para ele. Klaus me olhou com mistura de sentimentos, uma fusão de mágoa e rancor. Eu sabia, lá no fundo, que eu estava jogando pesado, e senti um pouco de culpa, não gostei de ser eu a responsável por ferir seus sentimentos. Mas não quis me importar com isso agora. Eu apenas queria ver Bonnie. Dei às costas e saí na minha velocidade vampírica.


- Você sempre dá bola fora com essa loira, não é Niklaus? Parece que nunca em séculos tentou ficar com uma mulher. Qual o seu problema?


– Mas que merda você está fazendo aqui no Mystic Grill, kol ? – Desviei os olhos das costas de Caroline, tentando conter a minha raiva e decepção. Sei que não sou nada ortodoxo, mas toda vez que ela decidia jogar isso na minha cara, me atingia como nunca antes nos meus séculos de existência. Tentando suprimir meus vergonhosos sentimentos humanos, me virei de cara feia para meu irmão mais novo.


– Tenho uns assuntos pendentes com Elena Gilbert e achei que umas brincadeirinhas com Matt Donovan seriam incentivos o suficiente para ela. – O filho da puta falou sorrindo, puxando uma cadeira para sentar e pondo os pés em cima de uma das mesas - Mas, não acho o garçom em lugar algum. Talvez devêssemos procurar por Rebekah, quem sabe assim encontramos ele – Ele falou maldosamente.


– Temos muitos problemas para nos preocuparmos agora, Kol. Acho que você pode deixar a sua vingança para depois – Acrescentei puto da vida. Será que ele não percebia o que tudo isso significava para nós? Onde estaria Elijah ou Rebekah nesse momento delicado? Fui em direção à saída do bar, tentando chegar até o meu carro o mais depressa possível e Kol me seguiu.


– Nossa, Niklaus sendo contra a vingança, isso é novidade! Foi preciso o inferno se estabelecer na Terra para ele esquecer a vingança! – O desgraçado falou agitando os braços para o ar e depois batendo palmas. Me imputeci de vez e me atirei contra ele, o jogando contra a parede de trás do bar.


– Me dê um bom motivo para eu não te mandar para o inferno novamente! – Falei com o rosto bem próximo do dele.


– Eu já estou morto, irmãozinho. Você pode me matar cem vezes e eu estarei de volta – Ele disse rindo ironicamente.


– Mas, pelo menos, eu vou silenciar você por algumas horas – devolvi com um sorriso sádico.


– Ah, é. Tinha esquecido que você adora silenciar os seus irmãos. Mas, geralmente, você usa outros métodos. - Ele respondeu com sarcasmo e eu não poderia mais conter o meu temperamento se continuássemos nesse embate. Eu o soltei e, o ignorando completamente, peguei meu celular e disquei para Elijah. Ele atendeu no segundo toque.


– Porra, Eijah, onde você se meteu? – Falei rosnando para o meu irmão mais velho, depois de Finn.-


Qual o problema dessa vez, Niklaus ? - Elijah perguntou serenamente do outro lado da linha, como se falássemos sobre o tempo. Nem sempre ele tinha paciência para as minhas picuinhas.


– Vá para casa. Temos assuntos sérios para tratarmos.


E você poderia adiantá-los para mim, por favor? Já que são tão importantes assim – Acrescentou o meu irmão chato do caralho.


– Não, merda! Vamos discutir isso em particular. E tente localizar Rebekah. É do interesse dela também. – Sem esperar por alguma resposta, desliguei o telefone na cara dele. Então, segui para o meu carro novamente.


– Finalmente teremos mais uma reunião de família, hein, Niklaus. – Disse a besta do Kol – Já te falei que esses sempre foram os meus momentos favoritos ? - O ignorei e entrei no meu carro. E sem nenhum convite, ele entrou pelo lado do carona. Continuei a ignorá-lo e dirigi em direção a minha mansão. Não havia tempo para sentir felicidade com o retorno do meu irmão mais novo. Só havia espaço para o medo do que o futuro reservava.


———————————————————


Caroline


Dirigia a toda velocidade em direção ao local onde Bonnie disse que estaria. Enquanto isso, tentava ligar para todos, mas ninguém me atendia. O celular de Stefan e de Matt davam caixa postal, e de Elena e de Damon chamavam e ninguém atendia. Puta merda! Eles resolveram justo agora sumirem do mapa. Mas, eu não podia esperar por eles. Se Bonnie realmente estivesse morta (e era insuportável a ideia), ainda poderia existir a chance de salvá-la e eu não poderia perder tempo. Estacionei num ponto da floresta perto da estrada, caso precisássemos fugir. Estava com os nervos á flor da pele. Com medo de minha melhor amiga estar realmente morta e alerta, à espera de qualquer sinal ou barulho suspeito. Adentrei àquela caverna estranha e segui à procura da minha amiga. Caminhei silenciosamente por um tempo até que ouvi algumas vozes. Ativei a minha super audição até que pudesse reconhecê-las. Bonnie conversava com a voz chorosa com mais alguém, com Jeremy...


Eu corri até eles e vi que os dois choravam. Os dois se assustaram ao me ver. Bonnie ficou horrorizada em me encontrar ali.


- Caroline ! O que você faz aqui ? – Ela me perguntou com a voz alterada e os olhos arregalados. E eu não pude me conter; corri até ela e a abracei forte. Mas que merda...?!.Então, num baque de realidade terrível, eu tive a confirmação dos meus piores medos.


– Não, não, não... não pode ser verdade! Bonnie, me diz que você não está realmente morta! Por favor, Bonnie ...! Eu suplicava com soluços em seus braços, num abraço que eu não podia sentir da mesma forma. Ela estava ali, mas era estranho. Era como se eu estivesse abraçando algo diferente.


- Caroline, eu sinto muito – Ela me respondeu, chorando também. Eu podia ouvir Jeremy soluçando baixinho perto de nós – Eu não estarei sozinha. Minha família vai estar lá. Vai ficar tudo bem.


– Como você pode dizer uma coisa dessas?! Como que vai ficar bem? – Eu disse quase gritando, num estado meio histérico. Jeremy veio até a mim e me abraçou, mas o abraço dele foi mais vistoso. Ai, está tudo errado. Não entendo mais nada – Você está vivo ? – Olho para ele meio confusa, ainda muito atordoada.


- Sim, Caroline, Bonnie me trouxe de volta. Foi uma troca. Por isso ela morreu. Os espíritos se irritaram com ele por tentar driblar a morte. Só uma vida paga outra – Ele me respondeu meio triste, obviamente nada animado com a troca.


- O que vamos fazer sem você, Bonnie?! – Eu disse abraçando ela de novo, choramingando .


– Car, não fique assim. Já disse que vai ficar tudo bem. Eu sempre encontrei um jeito, não? Vou conseguir de novo. Sou uma Bennet. Nada é para sempre no mundo sobrenatural - Ela me disse afagando os meus cabelos, tentando me consolar. Mas, isso seria impossível. A dor da sua perda era insuportável. Não sabia até quando o véu ficaria "caído", até quando eu a teria comigo aqui.


– Precisamos contar aos outros. Você não vai simplesmente ficar aqui escondida nessa caverna, Bon – Eu disse enquanto me afastava de seus braços e tentava limpar as minhas lágrimas com as costas da minha mão, fungando fortemente - Vamos, agora - Segurei na sua mão e tentei puxar Bonnie na direção da saída da caverna.


– Você ficou maluca, Caroline? Eu não posso fazer isso. Meus amigos estão finalmente felizes. Há quanto tempo eles não tem um momento assim – Ela disse com uma expressão de incredulidade para mim. Felizes? A maluca era ela.


– Estamos no meio de um inferno sobrenatural, com a nossa amiga morta e você acha que estamos felizes? – Atirei contra ela , apontando meu dedo indicador para mim mesma e para Jeremy – Bonnie Bennet, você vai voltar comigo e contar a todos o que houve! – Falei com ela no meu tom autoritário mais do que conhecido. Ela olhou para mim com indignação, mas derrotada.


– Ainda acho que não é uma boa ideia, Caroline. Todos vão surtar. Podemos poupa-los de sofrimentos desnecessários. Eu já disse que vou encontrar uma brecha. Vamos manter em segredo, pelo menos por enquanto.


– E até quando você esperava esconder isso de todos se não encontrar nenhuma solução? – retruquei com a voz cheia de emoção contida – Não acha que quando começassem a serem atacados não iriam notar nada de estranho? Não somos estúpidos. Logo iriam sacar que algo estava errado com você – Continuei exasperada – Vamos sair logo daqui, antes que nos achem e recomecem os ataques.


– Por favor, Caroline, eu não quero estragar as coisas. Não quero adicionar mais essa morte às costas dos meus amigos. Diga a Elena que eu fui viajar, passar o verão com a minha mãe – Bonnie falava quase que em súplica.


– Não, não ! – Eu gritei para ela – Ela precisa saber, Bon, todos eles precisam saber! Não seria justo! Se fosse ao contrário, o que você escolheria? Não ficaria irritada por escondermos de você a verdade, por te negar a chance de se despedir? – Eu não iria ceder - Você ficou chateada com a Elena, e com razão, quando ela mandou hipnotizarem o Jeremy para ele deixar a cidade. Agora, é a sua vez de não passar por cima das escolhas dos outros - Lágrimas voltavam a ameaçar escorrer dos meus olhos e eu me contive ao máximo para não explodir. Ela me olhava cansada, sem mais energia para brigar comigo. Jeremy entendeu a deixa.


– Vou ligar para Elena – Falou Jeremy


– Eu já tentei, mas ela não me atendia de jeito nenhum – Disse meio amarga – Tentei ligar para todos, mas não consegui falar com ninguém.


– Como você soube que tinha algo errado comigo, Car? – Perguntou Bonnie com a testa enrugada e eu respondi apenas.


– Kol.


–-----------------------


Klaus


Eu entrei na minha sala que nem um furacão. Cadê aquele puto do Elijah que não chegava? Kol se jogou no sofá da sala, cruzando os braços atrás da cabeça, me olhando cinicamente, mas não fez nenhum comentário. Bom para ele. Ainda bem que às vezes ele tinha bom senso. Eu não estava com humor ou paciência para ouvir as suas gracinhas. E se ele me irritasse iria acabar sem o coração por algumas horas. Fui até ao bar da sala e me servi de duas doses de Bourbon, meu whisky favorito. Bebi em silêncio, rodando pela sala, inquieto, andando em círculos que nem um tigre enjaulado. Fui em direção à lareira e fiquei olhando para ela, totalmente envolvido com os meus pensamentos, tentando encontrar alguma forma de nos livrarmos dessa situação. Ouvi um barulho vindo do corredor e me virei para olhar. Finalmente! Eu sorri com sinceridade para o meu irmão mais velho e senti uma alegria verdadeira ao vê-lo.


– Elijah! – Disse Kol, e num pulo ele saltou do sofá e foi abraçar nosso irmão mais velho. Senti uma pontada de inveja e ciúme da situação. Kol parecia genuinamente feliz em ver Elijah. Essa era a mágica do meu irmão mais velho. Ele conseguia o respeito e admiração de qualquer pessoa que cruzasse o seu caminho. O santo Elijah! Minha família é totalmente quebrada e desorientada. E eu tenho a nítida sensação de quem ainda nos mantém juntos é meu irmao mais velho com todo aquele ideal fantasioso de sempre e para sempre.


– Brother – Eu disse indo em direção a ele – nós temos sérios problemas. Não achou Rebeka?


– Não – Ele disse com a cara intrigada e alarmada – O que houve, Niklaus? Poucas são as coisas que despertam o seu interesse. E por que Kol está aqui ? Você não deveria estar do "outro lado"?– Ele disse se virando para o nosso irmão.


– Pensei que você ficaria feliz em me ver, irmão. – Kol retrucou em tom ácido.


- Não me interprete mal, irmão. Só estou tentando entender a situação - Elijah respondeu gentilmente.


– A bruxinha Bennet foi mal sucedida no processo ao fechar os portões do inferno e agora ela está morta. Ao que parece, pelo o que Kol me contou, eles tiveram uma breve conversa e ela lhe explicou que não pode mais usar magia, porque os espíritos estão com raiva dela por alguma coisa que ela andou aprontando. E a sua morte só acrescenta na sua impotência. – Eu disse com desprezo. Ela morreu por ser estúpida. Nem me importo com a morte dela. Apenas quero que essa bagunça seja arrumada. Só no que sua morte me pinicava era o efeito que isso teria em Caroline.


– Até onde me lembro, Niklaus, você estava bem ansioso para entregar a cura a Silas e ver o véu derrubado – Elijah disse com toda a sua calma e elegância. Não poderia ser mais irritante e patético.


– Os interesses mudam de acordo com as circunstâncias, brother – Falei com um sorriso irônico – Naquela época Silas me atormentava para lhe entregar a cura. Me condenando ao sofrimento e à agonia. Agora que ele parece ter me esquecido, não preciso mais ver o inferno na terra. Pense em todos os nossos inimigos se unindo para nos destruir. E por mais inconvenientes que esses outros possam ser, existem dois inimigos que eu sei que nenhum de vocês gostaria de ver novamente.


– Mama e papa – Disse Kol com tom satírico. E eu sorri para ele sem humor algum e olhei de volta para Elijah.


– E o que você espera que façamos, Niklaus? – Disse Elijah – Todos esses sobrenaturais já estão mortos. Não podemos matá-los, não de maneira permanente, pelo menos. E não somos bruxos ou conhecemos algum outro que possa realizar o feitiço. E, devido a minha experiência, eu acredito que só quem canalizou a energia dos massacres do triângulo que pode realizar esse feitiço.


– Ora, brother, é por isso que estamos reunidos aqui. – Disse sério – Eu acredito que três originais, e espero que em breve quatro, possam encontrar alguma solução. Somando serão quatro mil anos de acúmulo de informações em que eu acredito que iremos encontrar algo.


– Ora, irmãozinho. Que falta de consideração esquecer de mim ou deixar de me incluir na conta. Estou magoado – Eu não acredito no que meus olhos estavam vendo. Até esperava por isso, mas não agora. – Acredito eu que você fez os cálculos erradamente. Serão cinco mil anos de acúmulo de informações. Embora eu deva admitir que ainda estou em dúvida se ajudo vocês ou se ajudo os nossos pais a acabarem de vez com vocês – Finn falava da entrada da sala, ao lado da saída para os corredores. Ele nos olhava com desprezo e com um certo tédio. Eu suspirei profundamente. Essa noite iria ser bem longa.


———————————————————


Caroline


Eu dirigia em silêncio em direção à mansão Salvatore. Bonnie estava sentada ao meu lado no banco do carona e Jeremy atrás. Eu já tinha conseguido parar de chorar. Mas, eu estava muito calada. E todos sabem que isso nunca é um bom sinal. Eu me sentia abatida e doente. O que era estranho, vampiros não ficam doentes. Mas, eu sabia, não era aquele tipo de doença que dá na carne, era na alma, no coração. Estacionei em frente à casa e tentei mais uma vez ligar para Elena. Ela não atendeu. Então, fui direto para a porta tocar a campainha. Damon me atendeu, e, pela cara dele, acho que ele já sabia que tinha algo errado.


– Damon! – Eu disse meio frenética. Bonnie e Jeremy estavam ao meu lado – Elena e Stefan estão ? – Eu perguntei e ele sacudiu a cabeça. Nós entramos. E, dando uma olhada desconfiada no perímetro da casa, ele entrou também.


– Alaric – Eu disse exasperada. - Você também ainda está aqui. Que bom, pelo menos isso. Sempre há um lado bom - Eu tentando ver o copo meio cheio no apocalipse era patético. Ele me deu um aceno com a cabeça e depois se sentou no sofá, com um copo de whisky na mão. A essa altura, até eu queria whisky.


– O que está havendo, Bonnie? – Damon falou com o tom da voz algumas oitavas acima – Vaugh veio aqui berrar não nossa porta – Ele apontou para o corpo estirado no chão. E seu coração ao seu lado – Já o matei dezenas de vezes e gostaria de saber por que ele ainda não sumiu do meu radar – Damon falou com o seu típico sarcasmo. Bonnie estava abrindo a boca para falar quando Elena entrou na sala completamente exasperada. Mais essa.


– Connor está me perseguindo – Ela disse sem fôlego – Ele quer que eu entregue a maldita da cura para Silas – Ela olhava para nós com indagação – Por que Connor está atrás de mim, Bonnie? Ele já não deveria ter sumido? E Silas não virou pedra? Por que ele iria precisar da cura? – Ela olha surpresa para Jeremy e Alaric e fala – Por que vocês ainda estão aqui ? É real, estão de volta? - Ela falava agitada, passando a mão desesperadamente pelos braços de Jeremy, sem conter a felicidade - Mas, e o feitiço, Bonnie?


Minha cabeça já estava doendo pelo tamanho da confusão. Mais uma vez Bonnie fica paralisada, pois sempre tudo caía sobre as suas costas. Quando ela abre a boca para falar, Stefan e Lexi entram na sala. O mistério já era demais pra mim. Se ela não contasse logo, eu explodiria abrindo a matraca. Me joguei no sofá e comecei a chorar, mas ninguém pareceu notar. Stefan entrou com uma cara de assustado e Lexi parecia preocupada.


– Silas se "desempedrou" – Stefan disse com uma cara chocada. Lexi sentou ao meu lado e me abraçou. Finalmente alguém me notou – Não sei o que está acontecendo. Ele deveria permanecer petrificado. Bonnie, por que está todo mundo aqui? – A pergunta do século. Ele falou intrigado. Depois acrescentou com sarcasmo – Vocês não vão acreditar qual é a verdadeira face de Silas. – Isso despertou o meu interesse e me fez parar de chorar um pouco.


– Ele me disse que eu sou a doppelganger dele – Stefan acrescentou com tom sátiro. Hein?! Alaric cuspiu a bebida, enquanto Damon se aproximava do irmão com a cara mais tosca que um dia já fez, mas chocado demais para falar – Ele é igual a mim, ou melhor, eu sou igual a ele. Se acham que eu enlouqueci - Ele disse isso ao ver nossas expressões - Perguntem a Lexi, ela também viu. Ela foi comigo jogar o caixão no rio. Eu esperava que a qualquer momento ela fosse desaparecer, mas isso não aconteceu - Stefan continuou - Então, Silas se revelou do nada. Mas, a princípio, com a cara da Elena.


– Ah, você só pode estar brincando comigo. O universo sempre fudendo com a nossa vida – Damon disso totalmente incrédulo, enquanto todos olhavam embasbacados para Stefan – E por que pelos sete infernos ele está vivo novamente e a barreira não foi lacrada?


– Porque eu morri e não pude concluir o feitiço – Bonnie finalmente falou.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): anajadde

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Klaus – Finn! Meu precioso e insubstituível irmão! - Falei levantando o copo para ele em forma de brinde e certamente com um sorriso cínico na cara - Nunca foi a minha intenção te excluir da nossa pequena reunião de família. Apenas eu tinha certeza de que você não estaria nem um pouco inclinado a voltar a ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 0



Para comentar, você deve estar logado no site.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais