Fanfic: O Guardião | Tema: ( AyA )
Alfonso: Ei, Anahi! Espere!
Ela seguia para o carro e, quando se virou, o viu correndo em sua direção. Singer disparou para ele. Erguendo uma pata de cada vez, parecia estar tentando preparar Alfonso para uma série de lambidas amigáveis. Alfonso evitou isso. Por mais que gostasse de Singer, era um pouco nojento ficar coberto de saliva, mas acariciou o cão. Como Anahi, falava com Singer como se ele fosse uma pessoa.
Alfonso: Sentiu minha falta, grandalhão? Sim, sim, também senti a sua. Deveríamos fazer alguma coisa juntos (Singer ergueu as orelhas, parecendo interessado, e Alfonso balançou a cabeça) Não, nada de frisbee hoje. Eu quis dizer outro dia.
O cão não pareceu se importar com isso. Quando Alfonso voltou a andar na direção de Anahi, Singer se virou e caminhou atrás dele, empurrando-o de brincadeira. Alfonso quase caiu sobre a caixa de correio antes de recuperar o equilíbrio.
Alfonso: Acho que você precisa passear mais com seu cachorro. Ele está muito agitado.
Anahi: Só está agitado porque viu você. Como vai? Não temos nos visto muito ultimamente.
Alfonso: Estou bem. Só tenho trabalhado demais (Ao responder, Alfonso não deixou de notar que os olhos dela estavam muito verdes hoje. Como jade)
Anahi: Eu também. Como foi a outra noite, com Henry e Emma?
Alfonso: Divertida. Gostaria que você tivesse ido, mas... (Alfonso deu de ombros como se aquilo não tivesse importância, embora Anahi soubesse, pelo que Christopher dissera, que devia ter. Contudo, ele a surpreendeu, mudando logo de assunto) Tive algumas boas notícias. Sabe a banda que estava tocando naquela noite? Ocracoke Inlet? Quando eu já estava indo embora, Drew me perguntou se eu poderia substituir o guitarrista deles, que vai ter que ir a um casamento em Chicago no dia da próxima apresentação deles no Clipper.
Anahi: Puxa, isso é ótimo. Quando vai ser?
Alfonso: Daqui a algumas semanas. Sei que é só uma vez, mas deve ser divertido.
Anahi: Tocar para uma casa cheia?
Alfonso: É claro. Por que não? Conheço a maioria das músicas e a banda não é muito ruim.
Anahi: Não era o que você dizia antes.
Alfonso: Eles nunca tinham me convidado para tocar.
Anahi: Ah, você tinha inveja deles, não é? (Ela se arrependeu verdadeiramente assim que disse isso, mas Alfonso não pareceu notar).
Alfonso: Inveja, não. Talvez me sentisse apenas humilhado. E quem sabe onde isso poderá levar? Talvez seja exatamente do que preciso para conseguir algo mais regular.
Anahi: Bem (disse sem querer diminuir o entusiasmo dele) fico feliz por você ter conseguido isso.
Por um momento nenhum dos dois disse nada.
Alfonso: Então, o que você tem feito? Quero dizer, sei que tem saído com Christopher,mas não temos nos falado muito. Há algo de especial acontecendo?
Anahi: Não, não muito. Singer está me deixando louca, mas isso é normal.
Alfonso: Singer? O que ele anda fazendo?(Anahi lhe falou sobre o comportamento recente de Singer e Alfonso riu).
Alfonso: Talvez ele precise de um tranquilizante ou algo do gênero.
Anahi: Quem sabe? Mas, se ele não parar, vou comprar uma casa de cachorro e colocá-lo para fora.
Alfonso: Olhe, ficarei feliz em ajudar com Singer quando você quiser. Posso levá-lo à praia e, quando voltar para casa, ele estará exausto. Não terá energia para rosnar, latir ou seguir você durante o resto do dia.
Anahi: É bem provável que eu aceite sua oferta.
Alfonso: Espero que sim. Adoro o grandalhão (Ele estendeu a mão para acariciar o cachorro) Não é, Singer? (Singer recebeu o carinho de Alfonso com um latido amigável) Quais são as últimas notícias de Maite?
Maite era um assunto recorrente nas conversas entre eles.
Anahi:Ela me contou sobre o encontro que teve no sábado (Alfonso torceu o nariz).
Alfonso: O homem com quem estava no Clipper?
Anahi: Você o viu?
Alfonso: Sim. Era um sujeito repulsivo. Com dente de ouro e tudo. Pensei que ela tinha chegado ao fundo do poço com o homem do tapa-olho, mas acho que estava enganado (Anahi riu).
Anahi: Gostaria de tê-lo visto. Mabel disse exatamente a mesma coisa (Então Anahi começou a lhe contar o que Maite dissera sobre Cobra. Alfonso gostou particularmente da parte do Ed DeBoner, embora não entendesse por que aquela parte incomodava Maite e os outros defeitos dele, não. No final,Anahi também estava rindo).
Alfonso: Afinal de contas, o que há com Maite? Ela não consegue ver o que todos veem? Quase sinto pena dela.
Anahi: Pelo menos você não tem de trabalhar com ela. Embora, para ser sincera,isso torne as coisas divertidas no salão.
Alfonso: Aposto que sim. A propósito, Emma falou para você ligar para ela. Pelo menos foi o que Henry disse.
Anahi: Vou ligar. Você sabe o que ela quer?
Alfonso: Não. Provavelmente quer lhe dar uma nova receita ou conversar sobre as coisas de que vocês duas costumam falar.
Anahi: Nós não falamos sobre receitas. Falamos sobre coisas boas.
Alfonso: Em outras palavras: fofocam.
Anahi: Isso não é fofocar. Nós só nos mantemos a par dos acontecimentos.
Alfonso: Bem, se você souber de algo bom, me ligue, está bem? Ficarei em casa a noite toda. E talvez possamos programar alguma coisa para eu ficar com Singer, pelo menos um pouco. Pode ser neste fim de semana? (Anahi sorriu).
Anahi: Combinado.
"Estou feliz por ter feito isso, pensou Alfonso", sentindo-se bastante satisfeito consigo mesmo.
Era verdade que aquela não tinha sido exatamente a conversa mais intelectual ou íntima, mas lhe garantira que Anahi ainda gostava de falar com ele. Os dois fizeram piadas e riram juntos, e isso contava para alguma coisa, não é? Claro que sim! Ele havia feito tudo certo, mantido a conversa leve e evitado assuntos constrangedores. O melhor de tudo é que se sentia confiante em que eles se falariam de novo mais tarde, depois de ela conversar com Emma. Sua cunhada sempre dizia algo que valia a pena repetir e, no caso pouco provável de não dizer, toda aquela coisa de “ficarei feliz em ajudar com Singer” era praticamente uma garantia de que Anahi ligaria para ele.
Alfonso se recusava a pensar em Christopher. Sempre que a imagem dele,ou dele com Anahi, ou daquele estúpido medalhão,lhe vinha à cabeça, ele se forçava a afastá-la. Christopher podia estar em uma posição privilegiada, mas Alfonso não deixaria isso estragar seus pensamentos sobre Anahi agora.
E a maior parte da sua estratégia estava dando certo. Alfonso continuou de bom humor durante o resto do expediente, a volta para casa e no jantar. Na verdade, a alegria durou até que ele estivesse deitado na cama, assistindo ao noticiário noturno. Quando percebeu tristemente que o telefone não havia tocado.
Para Alfonso, o resto da semana foi torturante. Anahi não telefonou nem apareceu na oficina para cumprimentá-lo. Embora ele pudesse ter ligado e no passado nunca tivesse hesitado em falar com ela, simplesmente não estava preparado para fazer isso. Até onde sabia, Anahi não havia telefonado porque estava com Christopher, e ele não suportava a ideia de ir à casa dela apenas para ouvi-la explicar que não podia falar porque “tinha companhia”. Ou porque “estava se arrumando para sair”. Ou porque “estava bem no meio de alguma coisa”. E, se por acaso Anahi não estivesse em casa, ele passaria o resto da noite se perguntando aonde ela fora e não conseguiria pregar o olho. Como se não bastasse Anahi não ter telefonado naquela semana e Christopher ter aparecido todos os dias (e provavelmente todas as noites também!), na sexta-feira Alfonso a viu saindo do salão no meio da tarde. Apesar de não saber para onde ela estava indo, tinha quase certeza de que sabia por que estava saindo cedo. "Christopher", pensou. Tentou não se importar; disse a si mesmo que não havia motivo para isso.
Por que deveria se importar com o que eles estavam fazendo? Sua noite já estava programada: havia cerveja na geladeira, uma locadora de filmes na esquina e uma pizzaria a apenas trinta minutos dali. Passaria bons momentos. Não, ótimos momentos. Relaxaria no sofá a tensão da semana, talvez ouvisse música antes de assistir ao vídeo e ficaria acordado a noite toda se quisesse. Por um momento, imaginou como isso seria e logo seus ombros se curvaram. Sou patético, pensou. Minha vida seria capaz de levar pessoas saudáveis a entrar em coma.
Mas o pior era que, apesar de sua determinação de não se importar, ele ficara sabendo para onde Christopher e Anahi tinham ido. Não por ela, mas por gente que mal conhecia, em fragmentos de conversas ouvidos aqui e ali pela cidade: na mercearia, no restaurante e até mesmo na oficina. Subitamente parecia que pessoas que Anahi só conhecia de vista e com quem se encontrara por alguns minutos numa tarde qualquer sabiam muito mais do que ele. Na manhã de segunda-feira, Alfonso demorou quase vinte minutos para reunir energia e sair da cama.
Ao que parecia, Christopher tinha buscado Anahi numa limusine com champanhe e eles foram jantar em Raleigh. Depois assistiram a uma apresentação ao vivo de O fantasma da ópera, sentados nas cadeiras da frente do centro cívico. Como se aquilo não bastasse e não fosse especial o suficiente para impressioná-la, Christopher e Anahi também tinham passado o sábado juntos, perto de Wilmington. Passearam de balão antes de fazerem um piquenique na praia.
Como diabos ele competiria com um homem que fazia coisas desse tipo?
"Aquilo é que era fim de semana", pensou Anahi. Christopher bem que poderia dar a Bob algumas aulas sobre como impressionar uma mulher. Não, ele poderia dar palestras sobre o assunto.
Na manhã de domingo, enquanto olhava seu reflexo no espelho, ela ainda não podia acreditar. Não tinha um fim de semana como aquele havia... bem, nunca tivera um fim de semana como aquele. Era a primeira vez que Anahi ia ao teatro e, quando estavam na limusine e Christopher enfim lhe dissera para onde iriam, ela havia achado que provavelmente gostaria do programa. Sua ideia de musicais se baseava em filmes de uma geração anterior, como O vendedor de ilusões e Oklahoma!. No fundo, achava que assistir a um espetáculo em Raleigh, em vez de em Nova York, seria como assistir a uma peça de teatro de uma escola secundária. Como estava errada!
Anahi ficou encantada com tudo: os casais em trajes noturnos tomando vinho no jardim antes de o espetáculo começar; o silêncio da multidão quando as luzes se apagaram; as primeiras notas vigorosas da orquestra, que fizeram com que ela se sobressaltasse; o romance e a tragédia da história; o virtuosismo das interpretações e as canções, algumas tão lindas que a
deixaram com os olhos marejados. E as cores! Os adereços e trajes muito coloridos, o uso de focos de luz intensa e sombras assustadoras, tudo combinando para criar um mundo no palco estranhamente surreal e muito vivo.
Toda a noite parecera uma fantasia, concluiu. Nada daquilo era familiar e, durante algumas horas, ela havia se sentido como se tivesse entrado em um universo paralelo, no qual não era uma cabeleireira de uma cidade pequena, o tipo de garota cujo grande feito da semana era algo trivial, como tirar uma marca de sujeira ao redor da banheira. Não, aquele era outro mundo, um lugar ocupado por habitantes de comunidades fechadas e exclusivas, que analisavam cotações de ações nos jornais enquanto a babá arrumava as crianças para a escola. Mais tarde, quando ela e Christopher saíram do teatro, não teria achado estranho se tivesse visto duas luas no céu. Não, ela não estava se queixando. Lembrou-se de que na limusine, a caminho de casa,sentindo o cheiro almiscarado de couro e as borbulhas de champanhe fazendo cócegas em seu nariz , havia pensado: então é assim que as pessoas privilegiadas vivem. Entendo perfeitamente por que elas se acostumam com isso.
O dia seguinte também fora uma surpresa, não só pela diversão, mas por ter sido bem diferente do anterior. Eles saíram de dia em vez de à noite, foram passear num balão movido a ar quente, andaram por ruas animadas e fizeram um piquenique na praia. Foi um repertório completo de programas em apenas dois dias, como recém casados aproveitando as últimas horas da lua de mel.
Anahi, que na época tinha 8 anos, assentiu, perguntando-se onde ficava o parquinho com o balanço e por que nunca o vira. Anos depois, enfim percebera o que a mãe quisera dizer e, ao olhar para Christopher segurando seu pé, lembrou-se dessa expressão. Christopher a balançava?
Anahi sabia que deveria balançar. Deus sabia que ela provavelmente não encontraria ninguém melhor, pelo menos não em Swansboro. Christopher tinha todas as qualidades de um homem adequado, mas mesmo agora, depois de quatro encontros românticos e de terem passado muito tempo juntos, subitamente Anahi percebeu que ele não a balançava. Isso a deixou com a sensação de estar presa no fundo de uma piscina, mas não podia negar que, fosse o que fosse que unisse os casais: química, magia ou uma combinação de ambas. Seja lá o que fosse, não existia entre eles. Christopher não lhe provocava os arrepios no pescoço que ela havia sentido quando Rodrigo pegara pela primeira vez em sua mão. Não a fazia ter vontade de fechar os olhos e sonhar com um futuro juntos. E Anahi tinha certeza de que não passaria o dia seguinte num estado de enlevamento romântico. Os encontros que Christopher planejava eram fabulosos, porém, por mais que Anahi quisesse que fosse diferente, a única certeza que tinha em relação a ele era a de que parecia um homem bom... o tipo de homem perfeito para qualquer mulher. "Às vezes isso acontece" dissera sua mãe.
Ao escovar os cabelos diante do espelho, Anahi considerou isso. Talvez. Então, pousando a escova, pensou: "sim, deve ser isso. Só precisamos nos conhecer melhor. E em parte a culpa é minha. Eu que estou na defensiva". Embora ela tivesse falado durante horas com Christopher, a maior parte de suas conversas tinham sido superficiais. Sim, um sabia das coisas óbvias a respeito do outro. Mas Anahi não tinha ido muito além. Sempre que o passado havia surgido na conversa, dera um jeito de evitá-lo. Não chegara nem a falar para Christopher quão difícil fora seu relacionamento com a mãe, quão inquietante fora ver homens entrando e saindo da casa dela a qualquer hora e como se sentiu desolada saindo de casa ainda tão jovem. Nem do medo que sentia quando vivia nas ruas, sobretudo tarde da noite. Ou do que sentiu após a morte de Rodrigo, quando se perguntou se algum dia encontraria forças para seguir em frente.
Essas eram lembranças difíceis, que deixavam um sabor amargo quando verbalizadas. Parte de Anahi ficava tentada a dividi-las com Christopher, para que ele a conhecesse de verdade. Mas não fez isso. Por algum motivo não conseguiu. E notou que Christopher não falou muito sobre si mesmo. Também tendia a evitar o passado.
Porém, no fim das contas, não era a isso que tudo se resumia? A capacidade de se comunicar, se abrir, confiar? Isso estava presente no relacionamento com Rodrigo, mas Anahi não conseguia se lembrar do que surgira primeiro: os arrepios na nuca ou todas aquelas outras coisas.
O toque do telefone interrompeu suas reflexões. Quando foi atendê-lo, Singer a seguiu até a sala de estar.
(Alfonso se retesou. Santo Deus, o Benny! Ah, hoje estava sendo um dia e tanto) E Blansen ainda precisa do caminhão.. Você vai aprontá-lo, certo? É parte do meu contrato com o pessoal da ponte, por isso é importante.
Autor(a): machadobrunaa
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Maite não podia acreditar. Não queria acreditar. Toda aquela história a deixava nauseada, principalmente a atitude desinteressada de Anahi. Limusine? Champanhe? A peça... O fantasma da ópera ou qualquer que fosse? Passeio de balão? Piquenique na praia? Maite não queria mais ouv ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 52
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leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:43
dá andamento nessa tbm pfvr
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leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:26
pq sumiu dessa fic aqui?
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leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:12
postaaaaaaaaaaa mais pfvr
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leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:31:57
Pelo amor de deus não abandona a fic não. Estou muito ansioso
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leandroportinon Postado em 22/01/2023 - 01:42:36
Voltaaaaaaa pfvr
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leandroportinon Postado em 22/01/2023 - 01:42:22
'-' não vai mais postar? sumiu daqui
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leandroportinon Postado em 15/01/2023 - 23:38:43
Quero saber a continuação!
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leandroportinon Postado em 15/01/2023 - 23:38:22
voltaaaaaaa
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leandroportinon Postado em 12/01/2023 - 15:02:14
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leandroportinon Postado em 12/01/2023 - 15:01:56
Estou muito nervoso, ansioso pra saber o que vai acontecer.