Fanfics Brasil - Capítulo: 23 O Guardião

Fanfic: O Guardião | Tema: ( AyA )


Capítulo: Capítulo: 23

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       Do outro lado da cidade,Christopher estava em pé ao lado da bandeja de produtos químicos no quarto escuro. Um brilho vermelho iluminava seu rosto enquanto ele observava a imagem surgir devagar no papel fotográfico. O processo ainda lhe parecia misterioso,fantasmas e sombras escurecendo e se tornando reais. Tornando-se Anahi.
      Os olhos dela cintilavam no recipiente raso, brilhavam em tudo ao redor. Sempre voltava para a fotografia, a única constante em sua vida. Olhar para a beleza da luz e das sombras refletidas nas imagens trazia uma sensação de objetivo, lembrando-o de que ele controlava seu próprio destino.
       Christopher ainda estava feliz com a outra noite. Sem dúvida a imaginação de Anahi estava solta. Mesmo agora, ela provavelmente se perguntava onde ele estaria, o que estaria pensando, o que faria depois. Como se ele fosse algum tipo de monstro, o bicho-papão dos pesadelos da infância. Sentiu vontade de rir. Como uma coisa tão terrível o fazia se sentir tão bem?
       E Alfonso, atacando como a cavalaria. Tão previsível! Christopher quase riu naquele instante. Alfonso não representava nenhum desafio. Anahi por sua vez... Tão emotiva! Tão corajosa! Tão viva!
       Estudando a fotografia à sua frente, Christopher observou novamente as semelhanças entre Anahi e Analia. Os mesmos olhos. Os mesmos cabelos. O mesmo ar de inocência. No momento em que ele entrou no salão, achou que as duas podiam ser irmãs.
       Ele balançou a cabeça, sentindo a lembrança de Analia atraí-lo. Eles haviam alugado uma residência nas Bermudas para a lua de mel, não longe dos grandes resorts. A residência era silenciosa e romântica, com ventiladores de teto, móveis de vime branco e uma varanda com vista para o mar. Tinha uma praia particular onde podiam passar horas sozinhos ao sol, apenas os dois. Ah, como ele havia ansiado por isso! Tirara dezenas de fotografias dela naqueles primeiros dias.
       Christopher adorava a pele de Analia, lisa e macia, brilhante com uma camada de óleo. Mas no terceiro dia sua pele havia começado a ficar bronzeada e ela estava deslumbrante com o vestido de algodão branco. Naquela noite, ele não queria nada além de tomá-la nos braços, despi-la lentamente e fazer amor com ela sob o céu. Mas ela queria dançar. No resort. "Não", dissera ele, "vamos ficar aqui. É nossa lua de mel". "Por favor", pedira ela. "Por mim. Fará isso por mim?".
       Eles foram e o resort estava barulhento e cheio de bêbados, e Analia estava barulhenta e bebendo. Ela começou a ficar com a fala arrastada e mais tarde cambaleou ao ir ao banheiro. Esbarrou num homem jovem e quase derramou a bebida dele. O homem tocou no braço dela e riu. Analia também riu.


       Christopher ferveu de raiva ao observá-los. Aquilo o constrangeu e o enfureceu. No entanto, disse a si mesmo que a perdoaria. Analia era jovem e imatura. Mas ela teria que prometer que não faria aquilo de novo.
       Naquela noite, quando eles voltaram para casa, ele havia tentado falar com Analia e ela não o ouvira.


 


 


Analia: Eu só estava me divertindo (dissera) Você poderia ter tentado se divertir também.


Christopher: Como eu poderia, se a mulher com quem acabei de me casar estava flertando com estranhos?


Analia: Eu não estava flertando.


Christopher: Eu vi (gritou)


Analia: Pare de agir como um louco.


Christopher: O que você disse? O que você disse? (Berrou ele irado)


Analia: Ai... me solte... você está me machucando... (reclamou)


Christopher: O que você disse?


Analia: Ai... por favor... Ai! (reclamou chorando)


Christopher: O que você disse? (perguntou berrando outra vez)


 


       


 


          "No fim, ela o desapontara", pensou ele. "E Anahi o desapontara também".
No supermercado, no salão, no modo como desligara o telefone na cara dele.Christopher estava começando a perder a esperança, mas ela se redimira no bar. Não tinha sido capaz de ignorá-lo, não conseguira simplesmente se afastar.
"Não", pensou ele, "ela teve que falar comigo". E, embora suas palavras tivessem sido raivosas, ele sabia o que Anahi realmente estava sentindo. Ela se importava com ele, pois a raiva e o amor não eram dois lados da mesma moeda? Uma grande raiva não era possível sem um grande amor... e ela havia demonstrado uma grande raiva. Esse pensamento o deixou feliz.
          Christopher saiu do quarto escuro e foi para o quarto de dormir. Na cama, entre a profusão de câmeras e lentes, procurou o celular. Sabia que o telefone de sua casa poderia ser rastreado, mas precisava ouvir a voz de Anahi esta noite, mesmo que apenas pela secretária eletrônica. Quando a ouvia, podia ver os dois no teatro de novo, as lágrimas nos olhos dela, e ouvia a respiração de Anahi se acelerar enquanto o Fantasma decidia se deixava sua amada ir embora ou se ambos deveriam morrer. Christopher discou o número e fechou os olhos, na expectativa. Mas em vez da voz familiar de Anahi, ouviu uma gravação da companhia telefônica. Desligou e ligou de novo, dessa vez com mais cuidado, mas ouviu a mesma mensagem gravada. Ele olhou para o telefone. "Ah, Anahi", perguntou-se, "por quê? Por quê?"


 

 

 

 

 

*********************************************************************************

         

 

 

 

 

        Depois do tumulto do mês anterior, a semana seguinte foi surpreendentemente tranquila para Anahi. Ela não viu Christopher em lugar algum. Na segunda-feira também não aconteceu nada e ela torcia para que a terça não fosse diferente.
        Parecia que não seria. Seu telefone era uma prova de que números fora da lista e não divulgados eram um modo eficaz de evitar telefonemas indesejados. Embora fosse um alívio não se preocupar com isso, Anahi havia começado a pensar que poderia enterrar o telefone no quintal, porque era óbvio que nunca mais, pelo resto da vida, ninguém lhe ligaria apenas para conversar. Somente quatro pessoas,Mabel, Alfonso, Henry e Emma, tinham seu número e, como ela passava o dia inteiro com Mabel e a noite inteira com Alfonso, eles não tinham por que ligar. Em todos os anos que o conhecia, Henry nunca havia telefonado, o que tornava Emma a única pessoa que poderia pensar em usar o telefone. Mas depois de saber como as ligações haviam assustado Anahi, Emma parecia estar lhe dando um descanso, sem querer sobressaltá-la.
        Anahi admitia que no início aquilo não havia sido tão ruim. Era bom poder cozinhar, tomar banho, folhear uma revista ou se aconchegar em Alfonso sem ser perturbada, mas, depois de uma semana, se tornara um pouco irritante. É claro que ela poderia usar o telefone e fez isso, mas não era a mesma coisa. Como ninguém ligava, ninguém podia ligar, Anahi começou a se sentir como se tivesse sido transportada de volta no tempo. Estranho o que uma semana tranquila faz com a perspectiva de uma pessoa.
        O fato é que a semana tinha sido tranquila. De verdade. Normalmente tranquila. Anahi não tinha visto ninguém nem parecido com Christopher, nem mesmo a distância, e estava atenta a ele quase o tempo todo. E, é claro, havia Alfonso,Mabel e Henry. Anahi tinha espiado pelas janelas do salão em ambas as direções uma dúzia de vezes por dia. Quando dirigia, às vezes entrava numa rua diferente e parava, olhando pelo retrovisor para ver se alguém a estava seguindo. Examinava estacionamentos minuciosamente e ficava de frente para a porta quando estava na fila do correio ou do supermercado. Quando chegava em casa e Singer ia na direção do bosque, ela o chamava de volta para vasculhar a casa. Enquanto ele percorria os cômodos, Anahi esperava do lado de fora, com a mão no spray de pimenta que comprara no Walmart. Minutos depois Singer voltava abanando o rabo e babando, parecendo feliz como uma criança numa festa de aniversário. "O que você ainda está fazendo aí na varanda?", parecia perguntar. "Não quer entrar?"
 

        Até o cão notava que ela estava um pouco paranoica. Mas como dizia o velho ditado, é melhor prevenir do que remediar. E havia Alfonso. Ele não a perdia de vista por mais de alguns minutos, exceto quando ela estava no trabalho. Embora fosse ótimo tê-lo por perto, em alguns
momentos isso era um pouco sufocante. Fazia algumas coisas melhor quando Alfonso não estava bem ali.
       No âmbito legal, havia uma certa confusão. A policial Jennifer tinha aparecido na semana anterior e conversado com os dois. Ela ouvira sua história e dissera que não hesitassem em telefonar caso voltasse a acontecer algo fora do comum. Isso fez Anahi se sentir melhor, o que, por sua vez, também fez Alfonso se sentir melhor, mas até agora eles não haviam tido motivo para telefonar. Além disso, o promotor público havia desistido do processo e, embora tivesse deixado aberta a possibilidade de instaurá-lo no futuro, por hora Alfonso não corria perigo. O promotor disse que fez isso não por achar que Alfonso fosse inocente, mas porque Christopher não aparecera para prestar um depoimento formal. E também não tinham conseguido entrar em contato com ele. "Que estranho", pensou Anahi, ao saber disso.
      Mas oito dias de nada, absolutamente nada, haviam encorajado Anahi. Não que ela fosse boba a ponto de se esquecer do possível risco, "nunca serei uma dessas convidadas de programas de TV considerada uma idiota por toda a plateia por não ter visto que isso ia acontecer", disse a si mesma, mas ocorrera uma mudança sutil sem que ela estivesse particularmente consciente disso. Na semana anterior, esperara ver Christopher. Esperara vê-lo à espreita em algum lugar e havia se preparado para isso. O que iria fazer dependeria das circunstâncias, é claro, mas ela não hesitaria em gritar, correr ou, se preciso, soltar Singer para cima dele. "Estou pronta para tudo", repetia para si mesma, "basta você dar um passo. Qualquer sinal de problema e se arrependerá, Sr. Franklin".
      Até que tanto tempo olhando, prestando atenção, sem encontrar nenhum traço dele, aos poucos reduziram sua determinação. Embora ainda mantivesse bastante cautela, Anahi chegara ao ponto em que não esperava vê-lo. Por isso, quando Alfonso mencionou que Steven Sides deixara uma mensagem pedindo que ele passasse em seu escritório para uma breve reunião depois do trabalho, Anahi lhe disse que estava cansada e ia para casa sozinha.

 

 

 

 

Anahi: Só não deixe de vir para cá quando terminar (disse ela) E, se for se atrasar, por favor, me ligue, está bem?

 

 

       

 

 

      Singer saltou do jipe assim que Anahi estacionou. O cão havia rodado o terreno, afastando-se cada vez mais com o focinho no chão, quando ela o chamou. Erguendo a cabeça, ele a olhou do outro lado do quintal. "Venha aqui", parecia dizer. " Você não me leva para passear há um tempão". Anahi saiu do carro.

 

 

 

 

 

Anahi: Não. Não podemos ir agora. Talvez mais tarde, quando Alfonso chegar (Singer continuou onde estava) Sinto muito, mas realmente não quero ir para lá, sabe?

 

 

 

 

 

         Mesmo a distância, Anahi viu as orelhas de Singer se abaixarem. " Venha". Anahi cruzou os braços e olhou ao redor. Não viu o carro de Christopher, tampouco o vira quando estava dirigindo. A menos que ele tivesse planejado andar a pé alguns quilômetros, não estava ali. O único carro estacionado na rua ostentava o nome da imobiliária que vendia os lotes, junto com o nome da corretora, Edna Farley.
         Edna era uma frequentadora assídua do salão. Apesar de ser cliente de Mabel, com o passar do tempo Anahi passara a conhecê-la. Rechonchuda e de meia-idade, era gentil como todos os corretores são,alegre e entusiasmada, com uma tendência a distribuir seu cartão de visita no salão, mas também um pouco avoada. Quando estava animada, o que era praticamente o tempo todo, parecia não perceber o óbvio e sempre estava um passo atrás na conversa. Os outros já haviam mudado de assunto e Edna ainda discutia o anterior. Às vezes Anahi achava aquilo irritante, mas tolerava com uma atitude de “ainda bem que ela é cliente de Mabel e não minha”.
        Singer balançava o rabo de um lado para outro, como um aceno. "Por favoor?" Anahi não queria ir, mas não levava Singer para passear havia muito tempo. Ela olhou novamente para a rua. Nada. Christopher andaria alguns quilômetros na remota possibilidade de ela levar seu
cão para passear?
        "Não", concluiu Anahi. Além disso, Singer estava com ela, e não era nenhum chihuahua. Tudo o que ela tinha que fazer era gritar e o cão atacaria como um louco.
         Ainda assim Anahi não gostava disso. Agora o bosque a apavorava. Havia muitos lugares para alguém se esconder. Muitos lugares para observar e ser observado. Oferecia muitas oportunidades para Christopher se ocultar atrás de uma árvore, esperar ela passar e surgir por trás, com os galhos estalando sob seus pés...
        Mais uma vez Anahi sentiu-se dominada pelo pânico e se forçou a afastá-lo. Nada vai acontecer, repetia. Não com Singer por perto, não com Edna percorrendo os loteamentos. Não sem o carro dele na área. Ele não estava lá. Então por que não levar o cão para passear?
Singer latiu como se tentasse chamar sua atenção. "E aí?"

 

 

 

 

 

Anahi: Está bem (disse ela por fim) Mas não podemos ficar muito tempo. Parece que está vindo uma tempestade.

 

 

 

        Antes mesmo de ela terminar de falar, Singer havia se virado e entrado no bosque, desaparecendo atrás de um grupo de árvores. Anahi demorou cinco minutos para perceber que estava sussurrando para si mesma.

 

 

 

Anahi: Nada vai acontecer (dizia) É totalmente seguro aqui.

 

 

 

 

   

         "E era", refletiu, "tinha que ser, mas é melhor rever os conceitos, não é?
Porque, por algum motivo, isso não parece certo". Então Anahi os reviu e novamente chegou à conclusão lógica de que Christopher não estava à espreita. Mas isso não ajudou, e ela começou a ficar ofegante. Aquilo não estava sendo uma caminhada relaxante no bosque.
          Anahi seguiu apreensiva, afastando galhos das árvores que haviam crescido demais. A folhagem ficara mais densa desde a última vez em que estivera ali, ou pelo menos era o que parecia. No passado, ela podia ver feixes de luz passando por entre a copa das árvores, mas como o sol abaixara e as nuvens estavam da cor de cinzas de carvão, o bosque parecia mais escuro que o normal.
          Aquilo era estúpido. Estúpido, estúpido, estúpido. Se tivessem o número do seu telefone, aqueles programas de TV provavelmente lhe ligariam amanhã. "Por que você não tomou mais cuidado?", perguntaria o apresentador. "Porque", responderia ela, tocando levemente em seus olhos, "eu sou uma idiota".
          Anahi parou a fim de escutar, mas não ouviu nada além do gorjeio distante de um pássaro. Virou-se de um lado para outro, olhou para a frente e para trás e não viu nada estranho. Nada.

 

 

 

 

Anahi: É claro que é seguro (sussurrou para si mesma) Ok garota, você se meteu nisso, agora fique calma. Posso não ver Singer, mas ele está por perto. Só vou deixá-lo andar um pouco, daqui a alguns minutos iremos para casa e tudo voltará ao normal. Poderei tomar uma taça de
vinho para relaxar, mas, puxa vida, sou humana. Afinal de contas, Singer adora isso...

 

 

 

 

       A distância, ouviu Singer latir e seu coração disparou o suficiente para embaçar sua visão. "Está bem", pensou, mudando de ideia, "acho que essa é uma mensagem bastante clara..."

 

 

 

 

Anahi: Singer! Vamos! (gritou) Vamos voltar! Está na hora!

 

 

 

 

 

 

 

        Ela esperou e ouviu, mas Singer não veio. Em vez disso, latiu de novo, mas não foi um latido zangado. Pareceu um latido de cumprimento, amigável. Anahi deu um passo na direção do som e parou. "Não vá", pensou, até reconhecer outro barulho. Uma voz. Alguém estava falando com Singer. Quando reconheceu a voz, Anahi deu um suspiro de alívio. "Edna Farley..."
        Anahi andou depressa, seguindo a trilha sinuosa, até ver a água da Intracoastal. Aqui a floresta se abria e ela avistou Edna acariciando a cabeça de Singer. O cão estava sentado com a boca aberta. Quando ouviu Anahi entrando na clareira, se virou. "A vida é assim", parecia dizer. Um pouco de passeio, um pouco de amor... O que poderia ser melhor? Edna também se virara.

 

 

 

 

Edna: Anahi! (gritou) Achei que você estivesse vindo nesta direção. Como vai? (Anahi andou até ela).

 

Anahi: Oi, Edna. Estou bem. Só estava dando uma caminhada.

 

Edna: Está um belo dia para isso. Ou melhor, estava, quando chegamos aqui. Mas agora parece que vai chover (A essa altura, Anahi havia se aproximado).

 

Anahi: Chegamos? (perguntou).

 

Edna: Sim, meu cliente está olhando alguns dos lotes mais afastados. Estão à venda há algum tempo, mas ele parece bastante interessado. Torça por mim.

 

 

 

 

 

       

        Enquanto Edna falava, Singer de repente se levantou e foi para o lado de Anahi, com os pelos do pescoço eriçados, e começou a rosnar. Anahi sentiu o coração bater com força ao se virar na direção em que Singer estava olhando. Seus olhos demoraram um instante para se adaptar e ela deu um suspiro penoso. Em segundo plano, podia ouvir Edna falando.

 

 

 

 

 

 

Edna: Ah, aqui está ele (Antes que Anahi pudesse se mover, antes que pudesse pensar em fazer algo além de olhar, Christopher estava ao lado de Edna. Ele enxugou a testa e sorriu para ela, fazendo Edna corar um pouco).

 

Christopher: Você tem razão. Aqueles lotes também são bons, mas acho que prefiro os deste lado.

 

Edna: Ah, sim. Você está certo (disse Edna) E a vista da água deste lado não tem preço. Sabe, eles não estão fazendo mais nenhum calçadão. É um ótimo investimento (Edna riu, mas nenhum deles estava prestando atenção nela agora)  Ah, onde estão as minhas boas maneiras? Gostaria de lhe apresentar uma amiga...

 

Christopher: Oi, Anahi. Que bela surpresa (Anahi não disse nada; tudo o que conseguiu fazer foi permanecer em pé. Singer continuava a rosnar, mostrando os dentes. Edna parou no meio da frase).

 

Edna: Ah, vocês dois já se conhecem? 

 

Christopher: Pode-se dizer que sim. Não é, Anahi? (Anahi tentou se acalmar. "Seu... desgraçado, pensou. Como sabia que eu estava aqui? Como sabia?").

 

Edna: Ei, Anahi, o que há com Singer? Por que ele está tão irritado? (Antes que ela pudesse responder, Christopher olhou para Edna).

 

Christopher: Edna... você trouxe as dimensões dos lotes como lhe pedi? E os preços? Acho que eu deveria dar uma olhada nisso enquanto estou aqui (À palavra preços, os olhos de Edna brilharam).

 

Edna: É claro que sim. Está tudo no carro. Vou buscar. Tenho certeza de que você ficará satisfeito. Os preços são bem razoáveis. Voltarei em alguns minutos.

 

Christopher: Pode ir com calma. Não estou com pressa (Um momento depois Edna caminhava na direção da trilha, cambaleando como um pino de boliche prestes a cair. Quando ela desapareceu, Christopher sorriu para Anahi) Você está linda... Senti sua falta. Como tem passado?

 

 

 

 

 

         Foi então que Anahi percebeu, com uma súbita e aflitiva urgência, que eles estavam sozinhos, e isso bastou para fazê-la cair em si. Deu um passo para trás, agradecendo a Deus por Singer estar entre eles.

 

 

 

 

 

Anahi: O que está fazendo aqui? (Ele deu de ombros, como se soubesse que ela faria essa pergunta).

 

Christopher: Esse é um ótimo investimento. Acho que seria um bom lugar para eu me estabelecer. Um homem precisa de um lugar para chamar de lar. E poderíamos ser vizinhos (Anahi ficou pálida. Ele sorriu) Você gostaria disso, Anahi? Que eu morasse bem perto de você? Não? (Como Anahi não dizia nada, ele continuou) Eu só queria falar com você. Você mudou o número de telefone e não vai mais a lugar nenhum sozinha. O que mais eu poderia fazer?

 

 

 

 

 

 

          Anahi recuou mais um passo. Singer ficou onde estava, como se desafiasse Christopher a se aproximar dela, com as patas traseiras tremendo, pronto para atacar.

 

 

 

 

 

Anahi: Eu não quero falar com você (disse ela, odiando sua voz chorosa) Por que não consegue entender isso?

 

Christopher: Não se lembra dos nossos encontros? (perguntou, com voz suave. Ele parecia quase melancólico e de repente Anahi achou toda aquela cena surreal) Nosso tempo juntos foi especial. Por que você não quer admitir isso?

 

Anahi: Não há nada para admitir (Ela deu outro passo para trás).

 

Christopher: Por que está agindo assim? (Ele pareceu magoado, intrigado) Alfonso não está aqui agora. Somos só nós dois (Anahi olhou de relance para o lado, para o início da trilha. Estava na hora de sair dali).

 

Anahi: Se você fizer algum movimento na minha direção ou tentar me seguir, vou gritar. E dessa vez não conterei Singer (Ele deu um sorriso gentil, como se tentasse explicar algo a uma criança).

 

Christopher: Não há motivo para ter medo. Você sabe que eu nunca a machucaria. Amo
você (Anahi pestanejou. "Ele me ama?")

 

Anahi: Do que você está falando? (conseguiu dizer, as palavras saindo com mais força do que havia esperado).

 

Christopher: Eu amo você (repetiu ele) E podemos recomeçar agora. Iremos ao teatro de novo. Sei que você gostou. Se não quiser, poderemos ir aonde preferir. Não importa. Vamos apenas considerar essa paixão por Alfonso um erro, está bem? Eu a perdoo.

 

 

 

 

 

         Enquanto ele falava, Anahi continuava a recuar, os olhos se arregalando a cada palavra dele. O que mais a assustava não eram as palavras dele, mas o olhar de total sinceridade em seu rosto. Christopher deu um sorriso tímido.

 

 

 

 

 

Christopher: Aposto que você não contou a Alfonso que me deixou passar a noite na sua casa. Como acha que ele se sentiria em relação a isso? (As palavras dele a atingiram quase como um golpe físico. Ele viu sua reação e, percebendo que estava certo, estendeu a mão) Vamos a um lugar tranquilo comer alguma coisa (Anahi recuou, tropeçando numa raiz exposta e quase perdendo o equilíbrio).

 

Anahi: Não vou a lugar nenhum com você (disse, contrariada).

 

Christopher: Não faça assim. Por favor. Eu a farei feliz, Analia (Por um segundo Anahi se perguntou se tinha ouvido direito, mas sabia que tinha).

 

Anahi: O que? Do que está falando? 

 

Christopher: Eu te amo, Analia (disse ele emocionado,estava prestes a chorar e isso atormentou Anahi).

 

Anahi: Quem é Analia? Do que está falando? (perguntou muito nervosa).

 

Christopher: Você, você meu amor, Analia,minha esposa, só minha, eu te amo tanto (disse com lágrimas nos olhos. Anahi o olhou em desespero).

 

Anahi: Você... é... louco (disse nervosa) Você é completamente louco (Dessa vez, as palavras o fizeram parar).

 

Christopher: Você não devia ter dito isso (falou ele, a voz adquirindo um tom ameaçador) Não devia dizer coisas que não sente (Pelo canto do olho, Anahi viu Edna entrando de novo na clareira).

 

Edna: Estou chegando (gritou ela alegremente) Estou chegando... (Christopher ainda encarava Anahi quando Edna os alcançou. Ela olhou de um para o outro) Alguma coisa errada? (ele enfim desviou o olhar de Anahi).

 

Christopher: Não. De modo algum. Só estávamos tentando descobrir quantas casas poderiam ser construídas aqui. Acho que Anahi preza a privacidade dela (Anahi mal o ouviu responder).

 

Anahi: Tenho que ir (disse de repente, afastando-se. Christopher sorriu).

 

Christopher: Adeus, Anahi. Vejo você por aí.

 

 

 

 

 

     

         Anahi se virou e começou a sair da clareira. Singer continuou lá por um momento, como se para se certificar de que Christopher não a seguiria, e depois foi atrás dela. Quando saiu do campo de visão deles, Anahi começou a correr, cada vez mais rápido. Esbarrou nos galhos ao longo da trilha, sua respiração pesada e acelerada. Caiu uma vez e se levantou depressa, ignorando a dor no joelho.
        Ouvindo um barulho, olhou rapidamente para trás; não havia nenhum sinal de Christopher. Começou a correr de novo, forçando suas pernas a continuarem a se mover e sentindo os galhos espetarem seu rosto à medida que avançava com dificuldade. "Quase lá, quase lá..."
        Minutos depois, estava contendo as lágrimas quando Alfonso entrou na casa. Ele a abraçou enquanto Anahi chorava. Depois de lhe contar o que havia acontecido, ela finalmente se recuperou o suficiente para perguntar por que ele voltara tão cedo. O rosto de Alfonso estava branco e sua voz saiu num sussurro:

 

 

 

 

 

Alfonso: Meu advogado disse que não me deixou nenhuma mensagem.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                 Continua...

 

 

 

 

 

O que está acontecendo hein? Que confusão é essa? A coisa tá ficando doida...

 

 

leandroportinon e mariamarta: A coisa está complicando. Alfonso deveria se controlar, mas em momentos como esses as vezes não conseguimos né,somos humanos. Anahi é impessoal mesmo kkkkkkkkk mas acho que o tipo de vida que sempre teve, tudo que passou a fez assim, as cicatrizes das feridas que nos fazem, as vezes nos mudam e muitas vezes nos tornam mais distantes, coisas que passam... Muito obrigada por vocês acompanharem minha fic e por comentarem, isso é bastante inspirador, obrigada mesmo, Beijão aí para vocês...

 

 

 




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Autor(a): machadobrunaa

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 52



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  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:43

    dá andamento nessa tbm pfvr

  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:26

    pq sumiu dessa fic aqui?

  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:12

    postaaaaaaaaaaa mais pfvr

  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:31:57

    Pelo amor de deus não abandona a fic não. Estou muito ansioso

  • leandroportinon Postado em 22/01/2023 - 01:42:36

    Voltaaaaaaa pfvr

  • leandroportinon Postado em 22/01/2023 - 01:42:22

    '-' não vai mais postar? sumiu daqui

  • leandroportinon Postado em 15/01/2023 - 23:38:43

    Quero saber a continuação!

  • leandroportinon Postado em 15/01/2023 - 23:38:22

    voltaaaaaaa

  • leandroportinon Postado em 12/01/2023 - 15:02:14

    Volte logo

  • leandroportinon Postado em 12/01/2023 - 15:01:56

    Estou muito nervoso, ansioso pra saber o que vai acontecer.


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