Fanfics Brasil - Capítulo: 7 O Guardião

Fanfic: O Guardião | Tema: ( AyA )


Capítulo: Capítulo: 7

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      O Sailing Clipper era um bar típico das cidades pequenas litorâneas: pouco iluminado e com cheiro de mofo, cigarro e bebidas alcoólicas envelhecidas, popular entre os trabalhadores, que se amontoavam ao redor do balcão. Encostado à parede oposta, o palco destacava-se mais alto que a pista de dança um pouco torta, que quase nunca ficava vazia quando as bandas tocavam. Dezenas de mesas que tinham gravadas as iniciais de quase todos que já haviam entrado pela porta estavam dispostas ao acaso, com cadeiras que não combinavam ao redor. O grupo no palco, Ocracoke Inlet, se apresentava no Clipper com frequência. O dono do estabelecimento, um homem com uma perna só chamado Joe Torto, gostava da banda porque tocava canções que deixavam as pessoas bem humoradas e com vontade de ficar mais tempo, o que era bom para os negócios, pois elas bebiam mais. Eles não tocavam nada de original, ousado ou que não pudesse ser encontrado em jukeboxes em bares de todo o país, e era exatamente por isso que Alfonso achava que todos gostavam tanto deles. Gostavam de verdade. Quando se apresentavam, a casa ficava cheia, o que não acontecia com as bandas em que ele tocava.          

     Contudo,Alfonso nunca fora convidado a tocar com eles, embora conhecesse bem a maioria de seus integrantes,mesmo sendo uma banda de segunda categoria, esse pensamento o deprimia. A noite toda fora deprimente. Droga, toda a semana, na verdade. Alfonso estava arrasado desde segunda-feira, quando Anahi tinha ido buscar suas chaves e mencionara, casualmente, que sairia com Christopher no sábado, em vez de ir jantar com eles. Passava o tempo todo resmungando para si mesmo sobre a injustiça daquela situação e alguns clientes até comentaram sobre isso com Henry. O pior é que Alfonso não teve coragem para falar com Anahi durante o resto da semana, pois, se falasse, ela insistiria em saber o que o estava incomodando. Não estava pronto para lhe dizer a verdade, mas vê-la passar na frente da oficina todos os dias fazia com que se lembrasse de que não tinha a menor ideia do que fazer.
      É claro que Henry e Emma eram ótimos e ele gostava de passar o tempo com eles. Mas Alfonso sabia que era uma peça sobressalente nesse trio. Eles tinham a companhia um do outro para ir para casa. Alfonso, por sua vez, não tinha companhia nenhuma, exceto o rato que corria por sua cozinha de vez em quando. Eles tinham um ao outro para dançar; Alfonso era obrigado a ficar metade do tempo sozinho à mesa, lendo rótulos de cerveja que arrancava das garrafas. E quando Emma o convidava para dançar, o que fizera esta noite, ele abaixava a cabeça e pedia a Deus que ninguém o visse dançando com sua irmã... Irmã. Cunhada. Os detalhes não faziam diferença num momento como este.
      Quando ela o convidava para dançar, ele se sentia como se sua mãe tivesse se oferecido para ir com ele ao baile de formatura porque ele não conseguira arranjar uma acompanhante. Não era assim que as coisas deviam ter sido esta noite. Era para Anahi estar lá. Devia dançar com ele,sorrir enquanto tomava uma bebida, rir e flertar. E teria sido assim,não fosse Christopher... Christopher. Alfonso o odiava.

       Não o conhecia. Nem queria conhecê-lo. Não lhe interessava. Franzia a testa só de pensar no nome dele,e fizera isso a noite toda. Observando o irmão atentamente, Henry terminou sua cerveja Coors e pôs a garrafa de lado.

 

 

Henry:  Acho que você devia parar de beber essa cerveja barata. Parece que ela está lhe dando gases.
 

 

       Alfonso ergueu os olhos. Henry estava sorrindo e esticava o braço para pegar a garrafa de Emma. Ela tinha ido ao banheiro e, considerando as filas sempre longas com uma multidão como aquela, Henry sabia que poderia demorar um pouco, até já pedira outra garrafa para substituir a dela.

 

 

Alfonso: Estou bebendo o mesmo que você.

 

Henry: É verdade, mas você deve saber que alguns homens lidam com isso melhor do que outros.

 

Alfonso: Sim, sim... pode falar à vontade.

 

Henry: Nossa, você está de mau humor hoje.

 

Alfonso: Você ficou me azucrinando a noite toda.

 

Henry: Considerando o modo como tem agido ultimamente, foi bem merecido. O jantar foi ótimo, eu passei a noite fazendo brincadeiras para ver se você participava da conversa e Emma fez o que pôde para você não ficar sentado sozinho o tempo todo, como se tivesse tomado um bolo de uma mulher.

 

Alfonso: Isso não tem a menor graça.

 

Henry: Não é para ter. Só estou falando a verdade. Pense em mim como sua consciência. Quando precisar de respostas, me procure. Você precisa relaxar. Está deixando isso estragar a noite.

 

Alfonso: Olhe, estou fazendo o melhor que posso, está bem?

 

Henry: Ah (disse erguendo uma das sobrancelhas)  Eu sei. Sinto muito. Acho que todos os suspiros profundos foram imaginação minha.

 

 

     

       Alfonso arrancou o resto do rótulo de sua garrafa e o amassou, fazendo uma bolinha.

 

 

 

Alfonso: Você é uma piada, Henry. Deveria ganhar a vida nos palcos de Las Vegas. Eu mesmo faria suas malas, pode acreditar (Henry se recostou na cadeira).
 

Henry: Ora, vamos. Eu só estou me divertindo um pouco.

 

Alfonso: Sim, à minha custa (Henry ergueu as mãos, parecendo inocente).

 

Henry: Só tem você aqui. Quem mais posso azucrinar? (Alfonso o encarou e depois desviou os olhos)  Está bem... me desculpe, mas preste atenção: O fato de ela ter saído com Christopher não significa que você perdeu sua chance para sempre. Em vez de se lastimar, encare isso como um desafio que talvez possa inspirá-lo a convidá-la para sair.

 

Alfonso: Era o que eu estava planejando.

 

Henry: Era?

 

Alfonso: Sim. Depois que conversamos na segunda-feira, decidi fazer exatamente o que você disse. E faria esta noite (Henry o estudou).

 

Henry: Bom. Estou orgulhoso de você ( Alfonso esperou que ele dissesse mais alguma coisa, mas Henry permaneceu em silêncio).

 

Alfonso: O que foi? Acabaram as piadas?

 

Henry: Não há nenhum motivo para fazer piadas.

 

Alfonso: Não acredita em mim?

 

Henry: Acredito, sim. Acho que tenho que acreditar.

 

Alfonso:  Por quê?

 

Henry: Porque vou ver você fazer isso.

 

Alfonso: Como?

 

Henry: A sorte está do seu lado, maninho.

 

Alfonso: Do que você está falando? (Henry ergueu o queixo na direção da porta).

 

Henry: Adivinhe quem acabou de entrar?

 

 

        

         Christopher estava ao lado de Anahi, perto da porta, enquanto ela esticava o pescoço
procurando um lugar para se sentarem.

 

 

 

 

Christopher: Não achei que estaria tão cheio (gritou ele para se fazer ouvir apesar do barulho) Tem certeza de que quer ficar?

 

Anahi: Ah, vamos! Vai ser divertido. Você vai ver.

 

 

 

 

        Embora tivesse concordado com um sorriso rápido, Christopher duvidava. O lugar lhe parecia um refúgio para os que bebiam a fim de esquecer os problemas, pessoas desesperadas pela companhia de um estranho. Era o tipo de ambiente que passava a ideia de que todos ali, acompanhados ou não, estavam disponíveis. Nem ele nem Anahi se encaixavam num lugar como este.

        No palco, a banda voltara a tocar e as pessoas trocavam de lugar na pista, umas entrando e outras saindo para descansar. Christopher se inclinou para Anahi e ela sentiu a respiração dele em seu ouvido.

 

 

 

Christopher: Vamos beber alguma coisa antes de encontrarmos um lugar (sugeriu ele,Anahi assentiu).

 

Anahi:  Certo. Vá na frente. O bar é logo ali (Espremendo-se entre as pessoas,ele estendeu a mão para Anahi. Ela a pegou sem hesitação. Quando chegaram ao bar, Christopher não a soltou e ergueu a outra mão para chamar o atendente...)

 

 

 

 

Emma: Então é ele, hum? (perguntou ela).

 

 

 

 

         Com 38 anos, Emma era uma loura de olhos verdes cujo temperamento alegre mais do que compensava o fato de não ter uma beleza clássica. Baixa e com o rosto redondo, vivia fazendo dietas sem sucesso, embora Alfonso e Henry não soubessem por que ela se dava esse trabalho. As pessoas gostavam de Emma não por motivos superficiais, mas por quem ela era e pelas suas ações. Fazia trabalho voluntário regularmente na escola dos filhos e todas as tardes,às três horas, abria as portas de sua casa para que as crianças do bairro tivessem um lugar onde se reunir. E elas se reuniam. Durante horas a casa de Emma ficava parecendo uma colmeia, com crianças entrando e saindo atraídas pelas pizzas caseiras que ela fazia quase todos os dias.
Henry a adorava e se considerava feliz por tê-la ao seu lado. Eles eram bons um para o outro. Como costumavam dizer, ficavam ocupados demais rindo juntos e não sobrava tempo para brigar. Como Henry, Emma adorava provocar e, quando começavam, parecia que um incitava mais o outro.Depois de algumas bebidas,então,eles eram terríveis.Como tubarões adultos que se alimentavam dos mais novos.
         Infelizmente, Alfonso sabia que neste momento era apenas um filhote de tubarão nadando na frente da boca aberta da mãe. Bastou um olhar para o brilho faminto nos olhos deles para que Alfonso tivesse vontade de se esconder... Henry assentiu.

 

Henry: Sim, é (Emma continuou olhando).

 

Emma: Ele é mesmo impressionante, não é?

 

Henry: Acho que Mabel usou a palavra... sexy (Emma ergueu um dos dedos, como se Henry fosse um advogado e tivesse acabado de dizer algo importante num tribunal.

 

Emma: Sim... sexy. Muito sexy. Quero dizer, de um modo estranho e cativante.

 

 

 

       Alfonso cruzou os braços e afundou na cadeira, perguntando a si mesmo se a noite poderia ficar pior.

 

 

 

 

Henry: Concordo plenamente (disse ele, avaliando Christopher e Anahi que ainda esperavam as bebidas no bar) Eles formam um lindo casal.

 

Emma: Sem dúvida se destacam na multidão (concordou Emma).

 

Henry: Parece um daqueles artigos de revista sobre os casais mais glamourosos do mundo.

 

Emma: Eles deveriam estrelar um filme juntos.

 

Alfonso: Parem com isso. Já entendi. Ele é maravilhoso, o Sr. Perfeito.

 

 

 

         Henry e Emma encararam Alfonso com um brilho divertido nos olhos.

 

 

 

Henry: Não estamos dizendo isso,Alfonso. Só que ele parece ser...

 

 

 

 

      Emma estendeu a mão por sobre a mesa e acariciou o ombro de Alfonso.

 

 

 

Emma: Além disso, não há nenhum motivo para perder a esperança. A aparência não é a única coisa que importa (Alfonso olhou para eles. Henry se inclinou na direção de Emma).

 

 

 

Henry: Acho que você deveria saber que meu maninho está tendo dificuldade em
lidar com tudo isso. E, pela expressão dele, acredito que não estamos ajudando.

 

Emma: Não? (perguntou com ar inocente).

 

Alfonso: Seria bom se vocês dois parassem de me perturbar. Fizeram isso a noite toda.

 

Henry: Mas você é um alvo fácil quando está assim (Emma deu uma risadinha).

 

Emma: Ficar de cara amarrada dá nisso, sabia?

 

Alfonso: Henry e eu já discutimos esse assunto.

 

Emma:  E você não fica nem um pouco bonito com essa cara (continuou ela, ignorando o comentário dele) Entenda isso como o conselho de uma mulher que sabe o que diz. A menos que você queira perder para um homem como esse, é melhor mudar seu jeito antes que seja tarde demais. Se continuar agindo como agiu a noite toda, pode desistir agora mesmo.

 

 

   

       Alfonso pestanejou diante da franqueza dela.

 

 

 

 

Alfonso: Então devo agir como se não me importasse?

 

Emma:  Não, Alfonso. Aja como se você se importasse e quisesse o melhor para ela.

 

Alfonso: Como farei isso?

 

Emma: Seja amigo dela.

 

Alfonso: Mas eu sou amigo dela.

 

Emma:  Não, neste momento não é. Se fosse, ficaria feliz por Anahi.

 

Alfonso: Por que eu deveria ficar feliz por Anahi estar com ele?

 

Emma:  Porque (disse Emma como se a resposta fosse óbvia) Isso significa que ela está pronta para começar a procurar o homem certo e todos sabemos quem é esse cara. E duvido muito que seja aquele ali ( Ela sorriu e tocou de novo no ombro de Alfonso) Acha mesmo que o estaríamos azucrinando se não acreditássemos que as coisas entre vocês dois irão dar certo?
     

 

       Por mais que ela o provocasse, naquele momento Alfonso soube por que Henry a amava tanto. E por que ele também a amava. Como irmão,é claro...

      As bebidas de Anahi e Christopher finalmente chegaram,uísque para ele e uma Coca Light para ela. Depois de pagá-las, ele guardou sua carteira e olhou para o lado, na direção do homem sentado no final do bar. O homem estava mexendo sua bebida e parecia absorto em si mesmo. Mas Christopher esperou e, um instante depois, olhou para Anahi. Durante todo o tempo em que eles esperaram as bebidas, o homem apenas ficara mexendo no copo, como se tentasse não ser notado. Contudo, dessa vez Christopher o viu olhando e o encarou sem piscar, até que o homem desviou os olhos.

 

 

Anahi: Para quem você está olhando? (Christopher balançou a cabeça).

 

Christopher: Ninguém. Só estava pensando em outra coisa por um segundo (Ele sorriu).

 

Anahi: Pronto para ir para a pista de dança?

 

Christopher:  Ainda não. Acho que preciso terminar minha bebida primeiro...

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                  Continua...



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Autor(a): machadobrunaa

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 52



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  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:43

    dá andamento nessa tbm pfvr

  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:26

    pq sumiu dessa fic aqui?

  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:32:12

    postaaaaaaaaaaa mais pfvr

  • leandroportinon Postado em 25/02/2023 - 01:31:57

    Pelo amor de deus não abandona a fic não. Estou muito ansioso

  • leandroportinon Postado em 22/01/2023 - 01:42:36

    Voltaaaaaaa pfvr

  • leandroportinon Postado em 22/01/2023 - 01:42:22

    '-' não vai mais postar? sumiu daqui

  • leandroportinon Postado em 15/01/2023 - 23:38:43

    Quero saber a continuação!

  • leandroportinon Postado em 15/01/2023 - 23:38:22

    voltaaaaaaa

  • leandroportinon Postado em 12/01/2023 - 15:02:14

    Volte logo

  • leandroportinon Postado em 12/01/2023 - 15:01:56

    Estou muito nervoso, ansioso pra saber o que vai acontecer.


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