Fanfic: Tsukuyomi | Tema: Naruto, Tragédia
Notas do Autor
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Capítulo Único - To'oborni
Eram novos tempos, diziam todos “tempos de paz”!
Todos celebravam a conquista, todas as nações agora unidas em uma só festividade:
Haviam derrotado Madara! Conseguiram selar Kaguya e de vez acabar com os Otsutuskis!
A vitória inflamava os corações que antes estavam temerosos por suas vidas e de suas famílias, e agora sem enchiam de esperanças num futuro agora com todos unidos, um futuro para seus filhos e netos.
Todos elevavam suas vozes para ele, o ninja mais amado do país do fogo.
O ninja que antes fora relegado a crescer sozinho, sendo isolado por portar o chakra mais poderoso em seu interior, o chakra da raposa de nove caudas, isolado e temido por ser um Jinchuuriki!
Todos clamavam por ele, o ninja aspirado pelo Sannin Lendário, o qual trouxe trazer paz a todas as nações. Sim ele! O ninja carismático, de coração puro e sentimentos altruístas, de palavras firmes e sinceras, que a cada dia mostrava a todos o seu nindo, mostrava como se manter forte, e ao mesmo tempo, ser suave, enxergando o melhor em todos, mesmo naqueles que pouco tinham a nos oferecer.
Estavam em festejos esperando o filho do relâmpago amarelo de Konoha e da Uzumaki pimenta vermelha, aguardavam em ansiedade a sua recuperação, daquele que fora lutar para trazer de volta seu amigo-irmão junto a ele, e fazê-lo retornar ao seu ninho, às suas raízes, aos seus amigos e ao seu lar.
Clã Hyuuga
Enquanto o ambiente lá fora era de festança e comemorações, naquele recém-construído galpão estavam os de olhos tão claros quanto a lua, olhos que enxergavam o mais profundo de um ser, todos unidos em reconstruir suas paredes e seus clãs, lá também estavam eles, mas neste momento estavam em padecimento, estavam em luto pelos seus.
Hinata ajudava sua ama Natsu no que podia, ela tentava não pensar muito em tudo o que havia acontecido e no resultado daquela odiosa guerra. Ajudava nos preparativos, pois todos seriam velados naquela tarde, todos aqueles que deram suas vidas pelo bem da humanidade, todos que deram suas vidas para que eles pudessem ter um futuro, para que pudessem existir!
Ela só ouvia os pedidos e executava, seu coração e sentimentos estavam em sofrimento. Ela sabia que seu primo estava ali, no meio das preparações para o grande enterro, onde todos seriam homenageados e lembrados com seus nomes entalhadas em uma linda pedra, para que lembrassem do quanto haviam dado em prol da sobrevivência de cada homem, mulher, idosos e crianças.
Hinata não parava, para lá e para cá, ajudando nas comidas, na limpeza, e até onde podia tentou ajudar na construção dos novos pavimentos dos lares recém-construídos.
Seu coração ardia por saber que não pôde salvar seu amado irmão, que ele se colocara em sua frente para preservar sua vida e vivê-la plena, como o mesmo havia dito. Que ele salvou a todos, renovando as esperanças e as motivações para continuarem na luta contra Kaguya em defesa da humanidade.
Ela ajudava a todos com palavras carinhosas e de acalento, dizendo o quanto os que se foram deviam estar orgulhosos por darem suas vidas e que estas vidas foram entregues para que pudéssemos hoje escrever o nosso futuro, o nosso amanhã. Mas o que a maioria não percebia era que para ela, essas palavras eram vazias, pois o coração dela ainda sangrava com a perda.
E apesar de todo o cansaço e exaustão, de toda dor da perda, ela ainda só conseguia pensar em como seu amado estava. Ela soubera que chegaram no hospital com ele e o amigo muito machucados, que o combate havia sido intenso e quase fatal a ambos.
Chegaram até seus ouvidos que haviam sido encontrados pelo Rokudaime e pela kunoichi-médica e sua amiga, onde fez os primeiros-socorros, e foi por isso que, mesmo machucados, eles conseguiram libertar os que se encontravam presos no poderoso genjutsu do Tsukuyomi Infinito, salvando a todos.
Mas, o que poucos souberam, era que os ferimentos eram graves, que o primeiro socorro prestado por Sakura fora só paliativo, e que eles precisavam de atendimento rápido; e por esse motivo, logo após a libertação de todos daquele “falso final feliz”, Naruto e Sasuke foram levados às pressas para o hospital de Konoha, para serem tratados rapidamente.
Ainda divagando em seus lamentos e preocupações, Hinata ouviu que a chamavam com urgência na frente do clã, onde ela se dirigiu imediatamente. Lá pôde observar que era sua amiga médica quem a esperava, e notou seu semblante sério e carregado, que suas mãos tremiam e sua respiração estava acelerada.
— Sakura-chan! Que bom te ver! Pensei em ir até o hospital saber mais notícias de Naruto-kun… e de Sasuke-san… — Hinata comentou angustiada e ansiosa, não dando tempo para a médica falar.
— Oi Hina, como estão todos aí dentro?
Hinata percebeu que a amiga desviou o assunto, mas como sempre educada e atenciosa respondeu:
— Ahhh então… estamos reconstruindo né, tentando seguir nossas vidas assim como todos. E também estamos nos preparando para a grande homenagem de hoje… daqueles que se foram — disse, segurando para não desabar na frente da amiga.
— Certo, certo… — Sakura falava, mas não conseguia olhar a amiga nos olhos, pois sabia que ela notaria…
— Então… Naruto-kun está bem?
— Houve complicações… — resolveu ser direta.
— Complicações? Ele está muito machucado? Mas não há de ser nada né… amiga, ele tem a Kurama, aquela quantidade imensa de chakra, não é?
— É… e-eu… eu preciso que… você venha comigo, pode vir agora?
— Agora? — provavelmente estavam precisando de sua ajuda com o tratamento, já que ela também havia se especializado nos tratamentos de cura através da manipulação do chakra — pensou. Hinata ainda olhou para trás e viu as pessoas passando e se esbarrando dentro de seu clã tentando ajudar, umas as outras, ponderou decidindo o que era mais urgente no momento… — Ok Sakura, irei com você… — disse, encostando a porta e saindo em direção ao hospital junto com a amiga, que diferente de um dia comum, hoje estava calada… e isso era muito estranho, mas ela pensou ser o cansaço das batalhas e do trabalho exaustivo que a iryōnin estava tendo após a grande guerra e os milhares de feridos.
Hinata naquele momento pensava somente em chegar logo ao hospital e encontrar seu amado, mesmo que estive todo machucado ou em tratamento se recuperando, ela só queria vê-lo e quem sabe, ainda hoje declarar o seu grande amor a ele.
(...)
Chegando próximo ao hospital, Hinata percebeu uma certa aglomeração, ela viu Ino abraçada a Sai que parecia a consolar, e próximos estavam Kiba e Shino. O Inuzuka assim que a viu arregalou os olhos cutucando o amigo, que ficou em alerta.
— Kiba, Shino! — chamou Hinata enquanto se aproximava — Aconteceu alguma coisa com a Ino? — Hinata olhava a cena triste pensando que ela deveria ter perdido algum parente na guerra, assim como todos ao redor.
— Hinata… vo-você está bem? — o amigo a olhava com preocupação.
A Hyuuga achou ser pela perda de Neji toda a inquietação do amigo. Eles sabiam do amor que havia crescido entre os dois, tornando-os praticamente irmãos sem distinções de classes.
— Estou sim Kiba… a dor ainda é muito grande, mas meu primo não iria gostar de me ver triste e deprimida por aí, ele deu a sua vida para que eu pudesse viver, então será isso que irei fazer, viver uma vida dedicada a sua memória! — respondeu sincera, sorrindo levemente.
— Hina… não…
— Kiba! — Shino o interrompeu — Hinata está certíssima, viver acima de toda a dor, se dedicar e não desistir, esse é o seu nindo, certo?
Hinata balançava a cabeça concordando, enquanto olhava de um para o outro.
— Hinata vamos, preciso que me acompanhe… — a rosada chamou-a baixinho.
— Me deem licença meninos, tenho que ajudar Sakura-chan na recuperação do nosso herói! — virou ainda sorrindo, sem perceber os olhos assustados de todos ali presente.
Já dentro do hospital, nos corredores, Hinata incomodou-se com o silêncio praticamente sepulcral de Sakura, e não suportando questionou-a: — Sakura, alguma coisa errada com você?
A mesma estancou. Com os olhos baixos e as mãos remexendo-se nervosamente, percebeu que não tinha como fazer rodeios com um assunto tão sério.
— Sim, tem algo errado — falou enquanto olhava em seus olhos — Mas não é comigo…
Hinata percebeu os olhos da amiga trêmulos e marejados, sua boca se apertava tentando segurar o que parecia ser um choro… Ela sentiu em seu peito um aperto, fazendo-a levar as mãos até o local na tentativa de amenizar a sensação, seu coração desacelerou enquanto a respiração começava a faltar…
— Sakura…
— Hina… eu tentei… — começou a kunoichi, enquanto as lágrimas agora escorriam livremente — Juro que tentei de tudo…
— O que quer dizer amiga… algo aconteceu com Sasuke-san? Ele está muito ferido? — em negação, perguntou ainda tentando entender.
— Sasuke-kun está em recuperação, ainda não acordou mas não corre mais risco, apesar da grande perda de sangue.
— Ah que alívio Sakura! Me deixou preocupada… agora só precisamos nos concentrar em Naruto, para que ele se recupere logo e podermos todos homenageá-lo pelo seu grande feito! — virou-se, retornando a caminhar.
— Não amiga… — falou, vendo Hinata parar sem se virar a ela — Não há mais o que fazer… — viu a mesma retornando a encará-la com os olhos tão escancarados que pareciam saltar — E-ele… se foi Hina…
Sakura deu alguns passos em direção a Hyuuga, vendo-a balançando a cabeça de um lado para o outro nitidamente em negação. Suas mãos se espremiam, deixando seus pequenos e delicados dedos arroxeados.
— Amiga… — a rosada ergueu os braços na tentativa de abraçá-la, mas ouviu um soluço engasgado sair dos lábios dela, em seguida a mesma ativou seu byakugan — o que deixou Sakura em alerta — e antes mesmo de conseguir alcançá-la em seu abraço, a mesma virou-se e saiu correndo a procura do chakra tão conhecido.
— Não… não… não! — nada do chakra de Naruto ou de Kurama, não conseguia detectar o chakra dele… — Não pode ser… estão mentindo! — foi quando sentiu o chakra do ninja renegado próximo dali.
Ainda em disparada, quando deu-se ao final do corredor com uma porta, a qual atravessou sem bater, lá se dispunham, lado a lado, vários leitos, que se encontravam vazios, menos por dois que ocupavam o final do corredor. Foi onde conseguiu enxergar o laranja, tão visível e chamativo de sua roupa e o loiro de seus cabelos. Ela desativou seu doujutsu, mas sua vista continuou embaçada, não percebia mas o líquido aquoso escorria de seus olhos livremente, suas pernas tremiam e seu coração batia descontroladamente, era difícil até mesmo para o ar entrar em seus pulmões tamanha dificuldade em manter-se imperturbável.
— Na-Naruto… — aproximou-se lentamente observando ao redor, seu rosto estava pálido e os lábios, ahhh os lábios que tanto sonhara em selá-los aos seus, agora estavam arroxeados, suas mãos imediatamente seguraram as dele, sentindo a textura fria e gélida e a calidez de suas mãos — Naruto… Naruto-kun? Está me ouvindo…
Sem perceber, chacoalhava-o enquanto o chamava… — Naruto! — dessa vez falou mais alto, foi quando ouviu a amiga chegar ao seu lado.
— Ele não pode te ouvir Hina… — ouvia a amiga relatando — Eles se machucaram muito e eu fiz os primeiros socorros, mas foram tão teimosos e quiseram antes de vir para o hospital libertar todos do Tsukuyomi Infinito, que só após se certificarem que estavam todos libertos, caíram desmaiados de exaustão.
— Sakura! Fala com a Kurama — Hinata de repente segurava nos ombros da amiga — O chakra dela pode curá-lo, vamos amiga, não pode perder tempo! — falou, ela viu que a Hyuuga respirava irregularmente, tremendo e gesticulando, Sakura soube identificar os sinais.
— Hinata, você não está me ouvindo… — segurou forte em suas mãos a encarando — Quando eles estavam batalhando a Kurama deu o pouco de chakra que restava dela para que Naruto ganhasse a batalha, eles mesmos me contaram quando cheguei lá e vi todo aquele sangue dos braços destroçados. Eu fiz somente estancar a hemorragia local, para logo levá-los ao hospital, mas Naruto não quis me ouvir, ele disse que se não sobrevivesse, não haveria ninguém para libertar a todos! Ele pensou em todos nós antes dele mesmo! Ele nos salvou Hina!
— Não não não… — ela balançava a cabeça tentando assimilar tudo aquilo que parecia uma história de tragédia… somente uma história… — E-Eu… ainda preciso declarar meus sentimentos a ele Sakura! Ele não pode ter ido após eu tê-lo esperado por ele esse tempo todo!
— Amiga, ele não sabia! Naruto achou que somente o chakra dele — o tão forte chakra dos Uzumakis — Achou que iria ser suficiente pra libertar todos nós e ainda curar suas mazelas. Mas o que ele não percebeu foi a gravidade dos seus ferimentos, já havia uma hemorragia interna a qual nem mesmo eu notei no primeiro momento, foi só quando chegamos aqui que as coisas ficaram caóticas… — Sakura relatava ainda com as lembranças muito vívidas em sua mente, quando viu sua amiga subir na cama onde estava o corpo de Naruto e segurar em seus ombros, sacudindo-o:
— Naruto… acorda vai hm… vamos eu preciso te contar um segredo sabia? Mas não será mais um segredo se você acordar ok? — chamava-o entre soluços embargados enquanto continuava tentando acordá-lo — Vamos Naruto-kun… não quer ouvir meu segredo hum? Sim meu segredo! Que guardei somente pra ti, acorda meu amor… acorda pra mim sim?!
A amiga viu Hinata deitar-se ao lado de seu amado, enquanto enlaçava seu pescoço.
— Sim você ouviu? Meu amor… foi o que disse… Você é o meu amor, de toda uma vida… — as lágrimas corriam sem controle enquanto seu peito era cada vez mais comprimido e golpeado por uma dor torturante, que a deixava cada vez mais sem ar — Na-Naruto… volta pra mim… abre esses olhos… tão azuis como o céu… céu que me inspirou a viver com seu… nindo… — Hinata não se importava mais com regras, ou padrões, e nem mesmo a sua timidez a fez parar, e segurando no rosto de seu amor, do seu bem-querer, encostou seus lábios aos dele, sentido o quão rígido e frios os dele estavam, e quando a realidade apresentou-se à sua frente, tudo ruiu. Naquele momento Hinata escutava somente burburinhos, as vozes pareciam abafadas e ela só conseguia ouvir um fino zumbido, fazendo ela sentir-se cada vez mais e mais dispersa, sua mente apenas estava desconectada, como se estivesse em um mundo paralelo, totalmente oco, completamente vazio, sem ruídos… sem ninguém… Todos os seus sentidos encontravam-se voltados para sua dor… dor essa tão escruciante que pareciam lhe rasgar as terminações em seu coração pouco a pouco, despedaçando-o lentamente, tornado-a seu martírio. E era por isso que a dor era mais intensa, porque tudo acontecia em slow motion, como um genjutsu, fazendo ela ser seu próprio colapso. Queria que tirassem só de uma vez, como um bandaid sendo puxado rapidamente para amenizar a dor… Queria somente não sentir mais nada, ou estar unicamente junto dele… da sua fonte de sua inspiração, do seu ânimo para levantar todas as manhãs confiante e com o coração fortalecido, para aguentar todos os treinamentos que lhe eram impostos, todas as regras e deveres que seu clã determinava. Porque ele era a vontade do fogo que aceitou em seu íntimo, ele era a razão para se manter de pé e a cada dia seguir o seu nindo, era sua força de viver. Ele era o seu Sol! E sem perceber lentamente a escuridão veio… abraçando-a.
(…)
— Tem certeza que ela está bem? — ouviu o que parecia a voz de sua irmã sussurrando.
— Logo deve passar o efeito da injeção de calmante que precisar aplicar nela, que já estava a beira de um colapso nervoso… — identificou a amiga médica explicando.
Hinata ouvia as pessoas a sua volta num ciciamento, impedindo que entendesse completamente o que falavam… mas gradualmente sua audição foi se tornando melhor.
— Quanto tempo para ela ficar boa? — a voz de seu pai fez seus olhos arregalarem, olhou ao redor e pode ver que estavam conversando de costas a ela, próximo à porta.
— Hiashi-sama… sobre ela melhorar…
— Pode falar Sakura… diga o que precisamos fazer para minha onee-chan sentir-se melhor? — desta vez foi sua irmã quem perguntou. Hinata pode perceber o quão angustiada estava sua voz.
— Hana sua irmã teve um surto muito forte, ela está emocionalmente desestabilizada, suas emoções é que estão no controle no momento, o que posso recomendar é uma consulta urgente com um psiquiatra e agendamento do acompanhamento com um psicoterapeuta, para que ela possa começar o tratamento com anti-depressivos. Mas ela precisa passar com um especialista na área para ver quais os melhores métodos para o caso dela.
Colapso? Psiquiatra? Quando aconteceu isso… não se lembrav… — fora quando as últimas terríveis horas voltaram em sua memória, como uma onda, quebrando em si e destruindo as já poucas reservas em seu interior, deixando a mostra todas as suas emoções e o abismo em que estava avançando — Naruto… — gemeu, enquanto sua mão subia até seu coração que estava em pungente dor.
Todos voltaram-se para observar a face da agonia e padecimento à sua frente, a Hyuuga nesse momento entregava-se ao choro, mas diferentemente agora, não era um choro de dúvida ou de não aceitação, mas sim um choro de perda, de devastação, de… vazio.
Sakura só pode oferecer neste ínterim o que mais sua amiga precisava, de acolhimento e afago, de carinho e de deixá-la somente sentir aquela perda e que somente o tempo e a ajuda de todos para fazê-la aceitar melhor.
Ao fundo, Hanabi e o pai choravam juntos abraçados cientes do tamanho da dor que a tão bondosa kunoichi estava sentindo.
(…)
Horas depois, e fortemente medicada, Hinata chegava ao cemitério e também no local de homenagem aos “grandes soldados” da Grande Guerra, sendo amparada por sua irmã, e logo atrás acompanhavam os membros do clã Hyuuga. Sakura ainda havia sugerido que ela não fosse ao enterro, que ela esperasse melhorar e depois fosse visitá-los. Nunca! Ela precisava ao menos ver, para a realidade fazê-la sentir, já que no momento o único sentimento era de vazio e desespero.
Konoha os aguardava, assim como também os amigos que vieram de longe, de outras aldeias, desconsolados com a perda do amigo e destemido shinobi. Esperavam por ela, a herdeira Hyuuga, sabiam que o atraso estava relacionado ao delicado estado que se encontrava a princesa do byakugan, pois não era segredo para muitos os sentimentos que ela nutria pelo Uzumaki. Mesmo com o relativo atraso, a chegada da kunoichi tão respeitada e amada, era aguardada por todos com compadecimento e tristeza, mas nesse momento Hinata era somente uma lembrança da fortaleza que já fora. Ombros retraídos, olhos baixos e desfocados, mãos trêmulas e respiração ofegante, sua irmã a todo momento dizendo palavras de conforto tentava amenizar a situação que poderia ser chamada de caótica. Muitos ao redor chorando pelos seus entes perdidos: mães, pais, irmãos, filhos e filhas, que lutaram pelo bem maior, para a humanidade não perecer. Todas sentindo a dor de não poder mais ver seu ente querido, não poder mais escrever um futuro junto a ele.
E Hinata não sentia-se diferente, só que sua dor estava mascarada pelo efeito da quantidade de remédios que tinham lhe ministrado, sentia-se em estado de suspensão, como se estivesse vivenciando tudo fora de seu corpo, podia mexê-lo, sim podia; mas não sentia nada, conseguia visualizar tudo de outra perspectiva, como num jogo, comandado o personagem de outro plano. Ouvia os choros, as lamentações, os dizeres dos líderes homenageando aos que partiram, mas tudo não passava de sons distantes. Com a visão nublada, percebeu os caixões sendo fechados e levados para sua última morada.
Tentou falar, chorar, pois queria se despedir, era seu irmão lá, e também era… o seu amor, mas somente não sentia, como se algo a tivesse quebrado por dentro e não existisse mais nada, apenas um vazio imenso, uma escuridão que se alojava pouco a pouco, segundo a segundo, em cada fibra de seu corpo, no ar que exalava de seus pulmões, no sangue que pulsava em suas veias, e não menos, no seu próprio chakra que sentia esvaindo-se, como se evaporassem junto com sua vontade de continuar…
As homenagens e discursos se seguiram até o pôr-do-sol, pouco a pouco as pessoas se despediam voltando para suas casas, e para suas vidas, que mesmo sem aqueles que amavam, sabiam que tinha que continuar. Hinata olhava aquela belíssima imagem — na qual antes sempre se deslumbrava — mas neste momento era somente um sol qualquer se pondo, não havia mais calor nem brilho… foi quando ela sentiu aquele chakra conhecido próximo dali, seu corpo todo tremeu e sua respiração acelerou, sem se dar conta, seu doujutsu foi ativado e ela vasculhava ao redor procurando o portador do seu imenso furor, e num impulso se viu correndo em direção as árvores próximas dali, ela não ouviu Hanabi e seu pai que a chamavam assustados.
— O que… o que você faz aqui? — gritou olhando em direção aos galhos de uma das poucas árvores centenárias que restaram após a luta contra Pain.
Ele desceu daquele lugar que pensou estar bem oculto, encarando aquela que lhe causava terríveis pesadelos desde que acordou e soube da morte de seu amigo.
— Me diga! Com que direito está aqui Uchiha?! — ela berrava e avançava em direção ao moreno já em posição de luta, destacando seus taijutsu tão avançado.
Sasuke recuou alguns passos pois não queria nenhum conflito nesse momento… agora seu coração sangrava e doía pela perda do seu melhor amigo.
— Hinata… o… Naruto…
— Não fala! Não fala o nome dele! — ela esbravejava e sua respiração acelerava junto — O que está fazendo aqui?
— Eu… vim prestar minhas homenagens ao meu amigo…
— AMIGO??!!! Ha ha ha ha! — ela ria cheia de sarcasmo — Agora é seu amigo é?! Agora que você o matou é seu AMIGO??!! — com gana ela saltou em direção ao ninja, posicionando sua palma da mão para um golpe certeiro, mas neste momento ela foi impedida por seu pai e sua irmã que a seguraram, um de cada lado.
— Hinata! Já chega! — Hiashi falou enérgico com sua filha, tentando parar aquela possível luta sem sentido.
— Pai! Ele… — engasgada, tentando segurar o chorro — Ele matou Naruto-kun… o meu Naruto! Pai… — Hinata parou de tentar soltar-se, o que fez Hiashi abraçá-la enquanto ouvia seu choro dolorido.
— Hinata… me perdoe… — Sasuke ainda tentou se aproximar para uma possível conversa, no seu rosto se via a expressão de dor e culpa.
— Nunca! — a Hyuuga o olhava ainda abraçada ao pai — Você matou meu sonho! Você matou meu sol! Traga ele pra mim… e eu te perdoo! Ouviu?! Traga ele pra mim! — disse voltando a agarrar-se àquele abraço, na tentativa daquela dor parar… — Traga ele…
Hinata não disse mais nada, pois Hanabi não aguentava mais ver sua irmã naquele estado, então pressionou os tenketsus certos próximos ao seu pescoço, onde fez a mesma cair num sono profundo.
— Hiashi-sama…
— Chega Uchiha… já houve muitos tormentos para um único dia — declarou, enquanto pegava sua musume em seus braços, encaminhando-se em direção a sua casa.
Hanabi, que não conseguiu se controlar, também chorava vendo no estado em que sua irmã estava, olhou para Sasuke e o viu cabisbaixo, com os punhos fechado tentando disfarçar o quão trêmulos estavam.
— Desculpe minha onee-chan Sasuke… ela não sabe o que está fazendo neste momento, seu estado…
— Não! — o ninja cortou — Ela sabe sim… ela… tem razão… — falou, desaparecendo logo em seguida numa névoa de folhas.
(…)
Três meses…
Há exatamente três meses não conseguia enxergar mais o brilho do sol, nem sentir o perfume das flores que costumava prensar, nem a alegria de toda manhã abrir os olhos e pensar nele, na sua vontade de viver, no seu desejo de melhorar e cada vez se tornar mais forte. Porque, não poder observá-lo, mesmo que de longe, torcer por seu sucesso, por sua alegria… se emocionar todas às vezes que suas conquistas eram comemoradas juntos aos seus amigos, sem ter ele ao seu entorno, para que pudesse continuar sorrindo e sentindo aquele sentimento que aquecia seu peito, que lhe dava todos os dias um motivo para sorrir e sonhar, sem isso… ela não tinha mais nada.
Nada… era esse o sentimento… Nada tinha mais sabor, nem seus queridos rolinhos de canela que costumava deixar sua boca salivando… Nada tinha mais cor nem beleza, até seu jardim, com seus girassóis e lírios que se dedicava diariamente, não sentiam mais suas mãos delicadas que cuidava com carinho e empenho para que nunca morressem… Nada tinha mais brilho como fazia todas as manhãs quando olhava pela janela, vendo o sol já em sua magnitude, brindando seu dia com a lembrança dele e enchendo-a de energia e ânimo para mais um dia enfrentar suas obrigações e batalhas… Nada mais tinha seu suspiro, onde todas as noites, antes de dormir, a lua brindava sua noite e embalava seu descanso, onde ele estava nos mais belos e românticos de seus sonhos.
Sua “vida” agora se resumia a acordar e cabisbaixa, levantar e tomar seu café-da-manhã — que a cada dia era menor — tomar seu banho, onde já não incluíam mais os cuidados com seus cabelos e pele, vestir-se com aquilo que encontrasse à sua frente, sem escolha e sem nenhum apreço e voltar a deitar-se, rezando para que o dia se fosse rapidamente e ela pudesse entrar no mundo dos sonhos, na espera de ao menos lá encontrar com seu amado.
— Sakura, precisamos fazer alguma coisa! — na parte inferior da casa, estavam a médica e Hanabi, degustavam um chá enquanto discutiam opções para Hinata voltar a ser a pessoa cheia de vida que era antes.
— Hana… estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance… — a kunoichi com sua feição desgastada e cansada de tantas tentativas da amiga voltar a viver, conversava já sem esperanças com a desesperada Hyuuga.
— Não… precisamos fazer mais, não posso desistir da minha onee-chan… — abraçada a iryōnin, Hanabi chorava desconsolada, ela não podia simplesmente desistir, tinham que tentar mais.
— Não estamos desistindo dela, Hana, mas os vários tratamentos que já fizemos não surtiram efeito. E veja, usamos os melhores medicamentos, ela passou pelos mais qualificados terapeutas, mas ela não responde! Não é que o tratamento está errado ou incompleto, é ela, a Hina que não quer melhorar… Não sabemos mais o que fazer…
Naquele mesmo dia…
Já havia anoitecido há um tempo, mas nem por isso o sono vinha, a cada dia que passava a dificuldade para dormir aumentava, eram somente alguns cochilos entre a madrugada e o dia. E este era o motivo para estar desesperada, porque era nos sonhos — para sua tristeza não em todos — que sonhava com ele… E eram nesses, os míseros momentos que sentia seu coração voltar a bater, e sua vida voltar a iluminar-se, então ela acordava… e junto voltava a escuridão abraçando-a novamente, o desespero, a saudade e a falta de tudo o que incluía ele, faziam-na voltar naquele looping de entrega e desesperança. Já não aguentava mais, seu corpo todo estava em declínio, a dor começava a ficar insuportável, não mais que sua alma, que sentia estar em estilhaços, o ar constantemente faltava e as mínimas forças que lhe restavam iam escoando de seu organismo pouco a pouco…
Um clarão seguido por um estampido fez Hinata olhar pela janela, logo após vários clarões e deu-se início a uma chuva grossa e intensa, relâmpagos rasgavam o céu e esse foi seu gatilho, a qual fez ela levantar-se com o coração disparado, e sem pensar, num impulso pulou sua janela e saiu correndo sem rumo sentido as gotas frias em seu rosto, o vento agora muito forte e gélido em sua pele, sua fina camisola começou a encharcar-se rapidamente e sua pele sentiu e arrepiou-se, mas internamente ela não sentia absolutamente nada do que acontecia no exterior, porque no seu âmago somente a dor da perda dele era o que ela sofria… e quando se deu conta, estava enfrente a tão conhecida e frequentada academia ninja… a formadora dos mais novos shinobis… mas a direção que Hinata seguia era contrária…
E lá ainda estava… aquele balanço… o balanço que o viu desde menino, vivendo isolado por todos, discriminado e porque não dizer, rechaçado por muitos… o balanço que ela sentava à noite, após todos irem para suas casas, e ela ficava lá compartilhando o sentimento dele, tentando dividir suas dores e sua solidão… ela não conseguia falar com ele pela sua timidez, mas orava todos os dias para que seu ninja preferido encontrasse a felicidade e realizasse suas conquista… pedia a Kami que o protegesse e mesmo que não fosse com ela, orava que ele conseguisse uma família que o cercasse de amor e carinho, que ele não sentisse nunca mais a solidão…
Desta vez ela não conseguiu sentar naquele balanço, era um martírio saber que nunca mais o veria naquele se balançando ali, que não veria suas orações sendo realizadas e seus sentimentos quem sabe sendo alcançados por ele… ela não conseguia mais… não conseguia suportar aquele vazio, aquela escuridão que se tornou tudo ao seu entorno… porque ele era a sua vontade de viver… ele era a sua luz!
Então ela só se agachou ao lado daquele balanço e chorou… chorou como nunca pensou que faria… deixou sua dor sair e alcançar seu exterior… sentia seu corpo tremer e sacudir em sofrimento… e foi assim que ela ficou ali… entre dores e aflições, choro e desespero… só se entregando aquele momento e aquela terrível dor que não conseguia deixar ir…
— Na… Naruto…
(…)
Três dias depois…
Algumas horas após o início daquela tempestade, Hanabi que já havia se despedido de Sakura, após conversarem sobre outros possíveis tratamentos para sua irmã, subiu e foi ver como a mesma estava, e quão grande foi o susto ao não encontrá-la ali. Depois disso fora só desespero e choro, todos foram acordados e em agonia saíram debaixo daquela tempestade a procura da gentil Hyuuga que todos respeitavam e amavam… Demorou um bom tempo para a encontrarem, seus sinais vitais estavam tão fracos e seu chakra tão tênue, que dificultou o seu resgate… E lá estava ela, ainda agachada ao lado daquele balanço… ainda sob a forte chuva… mas já não chorava mais… pois assim como suas lágrimas… sua esperança também haviam acabado.
Hinata foi levada as pressas ao hospital de Konoha, ela deu entrada com hipotermia, onde sofreu duas paradas cardíacas, mas graças ao empenho da amiga médica e das orações de todos, conseguiram estabilizar seu quadro. Agora estava já há dois dias internada, pois seu estado era grave, uma anemia profunda foi adquirida com a má alimentação e pela sua entrega. Hanabi não saia de perto, sempre falando palavras de carinho e amor, tentado fazê-la voltar a ter vontade de viver, seu pai, seus amigos mais próximos e até aqueles não tão presentes, todos passaram um pouco lá, sentavam ao seu lado e conversavam, mesma não vendo resposta nenhuma dela. Hinata pouco abria seus olhos, sua alimentação agora era intravenosa assim como seus medicamentos, e as esperanças de todos aos poucos iam mirrando.
Hanabi olhava seu pai, sentando ao lado de seu onee segurando sua mão, ele conversava, contava histórias de quando era criança, chegou até a contar histórias de sua mãe e o quão eram felizes naquela época, mas o pouco que conseguiram da Hyuuga foi um suspiro longo.
— Sakura… alguma melhora na condição dela? — Hana estava encostada no batente da porta, junto com a kunoichi, ambas arrasadas.
— Desculpe Hana… — a rosada abraçou a menor em prantos — Eu… eu não sei mais o que fazer… já usei todos os meus recursos… mandei mensagem à todas as vilas se conheciam algum método, remédio, ou seja lá o que for para ajudar… mas nada foi de realmente valia…
— Sakura… a culpa não é sua! Não fique assim… — Hana também chorava, mas conforme os dias foram passando ela começou a compreender sua irmã — Hoje eu consigo… pelo menos um pouco, compreender a atitude de minha irmã…
— Hana…
— Sim, eu compreendo… porque mesmo sem conhecer minha mãe, sem conviver com ela eu ainda sinto a dor de não tê-la conhecido, não poder ter lembranças com ela, de não ter conhecido seu amor… mesmo assim dói.
— É verdade, eu me lembro um pouco, era pequena e Hinata sofreu muito a perda dela… mas ela sempre foi tão forte e dizia que precisava cuidar da irmãzinha… que agora era sua responsabilidade…
— É por isso… — a Hyuuga chorava olhando para sua irmã tão magra e fraca naquela cama… — Por isso que entendo… todo o amor que ela dedicou a ele, toda a força que ela ganhou por se inspirar nele, os sentimentos que ela desenvolveu por seguir ele e seus ideais… e agora ele se foi… e tudo isso se foi junto…
Ambas silenciosamente concordaram que era um amor transcendental… disso não tinham dúvidas…
Já de madrugada, Hana, após insistir muito, conseguiu convencer seu pai a ir para casa descansar um pouco.
— Sakura, daqui a duas horas no máximo eu volto, preciso levar meu pai, fazer ele comer alguma coisa e descansar, senão será mais um doente e isso eu não iria aguentar.
— Fica tranquila, eu vou ficar com ela… e se caso precisar fazer algum atendimento, deixarei uma enfermeira 24 horas com ela, não se preocupe…
Hinata sentiu um calor em seu rosto, então muito devagar conseguiu virar e uma enorme claridade entrava pela janela, uma luz brilhante e quente, fazendo-a fechar os olhos…
— Meu… sol? — disse fracamente.
— Não Hyuuga…
Ela voltou-se para aquela voz e agora podia ver melhor o moreno ao seu lado, ele estava sério e com olheiras, mas seus cabelos agora estavam mais curtos, e ele vestia uma jaqueta verde em cima de suas roupas negras, representando sua nova patente de shinobi. Também pode perceber uma prótese em seu braço esquerdo.
Hinata conseguiu esboçar um leve sorriso: — Jounin? — sussurrou.
— Sim… agora sou um shinobi em recuperação — sorriu envergonhado…
— Huh… quem… poderia… imaginar… — ela ofegava a cada palavra.
Inesperadamente ela viu Sasuke ajoelhar-se ao lado de sua cama e segurar em suas mãos: — Me perdoe Hinata… se eu soubesse… — a mão dela ergueu e em choque ele a viu estapear seu rosto, deixando-o espantado.
— Não me peça perdão… — ela agora acariciava seu rosto e olhou-o profundamente em seus olhos — Somente siga o nindo dele… Eu te perdoo Sasuke.
O Uchiha não aguentou e em prantos chorou agarrado ainda na mão da kunoichi mais bela, gentil e de coração puro que ele havia conhecido.
Hinata voltou a olhar para a janela, estava tão lindo o sol hoje… que podia vê-lo sorrindo e acenando para ela…
— Eu o amo mais ainda… sabia? — viu o moreno erguer seu rosto molhado pelas lágrimas. — Sinto… seu amor chegar até mim… — contou sorrindo.
Num ímpeto, Sasuke se pôs de pé e respirando ansiosamente perguntou: — Você quer vê-lo novamente? — então ele pôde ver o brilho voltar aos olhos dela.
E tomando sua decisão, ele foi até o armário que ficava próximo à cama e de lá trouxe uma manta bem grossa, com calma e delicadeza envolveu o corpo da kunoichi completamente erguendo-a em seus braços e sem olhar para trás abriu um portal atravessando por ele.
Hinata precisou de alguns instantes ainda para se acostumar a escuridão do local, até que o moreno acendesse uma tocha, foi onde ela percebeu estarem em uma caverna, de posse agora de uma luz, Sasuke continuou adentrando cada vez mais fundo…
Ela só conseguia ouvir a respiração acelerada do moreno e viu seu doujutsu ativado procurando algo, então ele parou e olho-a desativando seu jutsu ocular dando lugar a um olhar preocupado.
— Eu… eu fui designado… a exterminar todo e qualquer resquício que sobrou em nosso mundo, daquela árvore maldita, que quase exterminou a todos nós — respirou fundo olhando para frente, fazendo com que a Hyuuga também olhasse.
— Esta é a última raiz ativa encontrada, junto haviam alguns zetsus brancos, mas estavam todos sem vida.
Por um tempo somente o silêncio era ouvido… Ambos compreendendo o significado dele ter a levado até ali.
— Sasuke… — Hinata olhou-o agradecida respirando com dificuldade…
— Eu… eu… prometo… vou proteger a todos… — respirou fundo — Dedicarei minha vida a essa vila… eu…
— Está tudo bem… — e olhando-o com carinho, disse suas últimas palavras: — Torne–se o próximo Hokage…
O Uchiha arregalou os olhos e balançando a cabeça assentindo, deu alguns passos a frente, e logo abaixo das raízes da árvore divina ele a deixou, dando alguns passos para trás viu aquelas raízes brancas que mais se assemelhavam a tiras, enrolando lentamente as pernas da kunoichi, e enquanto a circundavam, ele ainda pôde observar os lindos e raros olhos se fechando enquanto sussurrava: — Obrigada…
(…)
Durante alguns minutos sentiu somente frio e a escuridão ao seu redor, pensou então que não era merecedora… mas inesperadamente uma luz começou a surgir a sua frente, a princípio fraca, e que aos poucos foi aumentando e ganhando calor e brilho, aquecendo tudo ao seu redor… foi quando ela ouviu aquela doce… gentil… e tão amada voz:
— Hinata…
“Porque eu te amo tanto que quero morrer antes que você” (Tto'oborni).
Notas Finais
Autor(a): Carlinha
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