Fanfics Brasil - The silent promise. Stay with me

Fanfic: Stay with me | Tema: Gintama


Capítulo: The silent promise.

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“Gintoki...” – Dizia Otose com uma expressão mais séria.


“Agora não, velha.”


Ele estava tão cansado que não conseguia esconder sua preocupação com as crianças. Gintoki não tinha planos de voltar para casa para descansar e sim de tratar do veneno e dos ferimentos antes que piorasse. Tentou subir a escada ignorando a senhora, sendo rapidamente puxado para trás.


“Agora sim. Deixe-me ajudar.”


Observando aquele rosto, o albino percebeu que agora não era a melhor hora para se pagar de durão diante da tal situação que se encontrava. Ele se rendeu ao seu pedido, voltando degraus abaixo e sendo levado ao bar. Otose tirou uma caixa de primeiros socorros de baixo do balcão enquanto era assistida. O albino estava demonstrando pequenos sinais de “apagões” toda vez em que piscava, era uma guerra consigo mesmo para se manter acordado.


Ela sentou-se na outra banqueta ficando frente a frente com ele. Começou a cuidar dos ferimentos pelo corte em seu rosto, mantendo o silêncio do local. Ele não expressava dor, mesmo que ela provocasse, como se já estivesse acostumado com isso.


“Me dê o seu braço.”


Quando o segurou as coisas mudaram: passou o algodão com álcool sobre o ferimento o albino não conseguiu se segurar e acabou soltando um pequeno gemido de dor.


“Desculpe, mas você vai ter que aguentar.”


“Não tem problema.”


“E então, não irá dizer o que aconteceu?”


Ele não a respondeu, ao invés disto virou-se com a cabeça para o lado, evitando contato visual. Ela percebeu que algo estava errado quando viu aquele rosto aflito. Novamente colocou o algodão em cima do ferimento, fazendo-o resmungar outra vez.


“Onde está a Kagura? Vocês não tinham saído para fazer um serviço?”


“Ela foi capturada...” – Sua expressão mudou para uma mistura de angústia e preocupação, a tonalidade da voz foi diminuindo gradualmente até murmurar. - “Assim como o Shinpachi.”


“E você pretende ir nesse estado, não é?”


“...” – Ele assentiu com a cabeça encarando os olhos da senhora. – “Não tenho tempo para esperar meus ferimentos se fecharem.”


“Entendo...” – Começou a costurar o ferimento. – “Não irei impedi-lo, mas quero lhe pedir um favor.”


“Diga.”


“Peça ajuda. Seu atual estado não irá aguentar muito se for sozinho.” – Cortou a linha e fitou aquele braço ferido. – “Não quero perder você também...”


Por um momento o albino ficou sem jeito diante ao olhar da senhora, aquilo tocou o seu coração de uma forma inexplicável. Foi a primeira vez que ele sentiu que sua vida era importante para alguém. Ele tinha consciência que se fosse sozinho, com o braço direito ferido, teria baixas chances de voltar com vida. Suspirou e concordou com Otose, que deu uma leve risada aliviada.


Quando terminou de fechar todos os seus ferimentos, ela o deixou sozinho enquanto foi à cozinha. Foi questão de minutos para que o albino apagasse ali mesmo, com seu rosto em contato direto com a madeira do balcão. O veneno teve o seu efeito similar a aquele usado durante a sua fuga na antiga fábrica, mas dessa vez não foi tão impactante, fazendo com que o albino conseguisse descansar.


“Embora não mereça, eu preparei uma gemada para você.” – Dizia voltando para o bar com uma garrafa em mãos. – “E não reclame de estar sem álcool- “


Quando viu a cena, ela esqueceu por um momento de todas as reclamações que tinha para fazer, soltando um “oh” quando o viu mais relaxado. Um sorriso genuíno apareceu em seu rosto, colocando a garrafa sobre o balcão e buscando um lençol para cobri-lo, um típico relacionamento de mãe e filho.


“Isso vai dar uma forte dor no pescoço...” – murmurou ajeitando o lençol em seu corpo e deixando-o a só.


-X-


Hijikata, agora atuando junto com Fumiko, começou a trabalhar com os casos de Yoshiwara enquanto Yamazaki tomava conta do navio cargueiro junto de outros policiais. O fato de Fumiko, desde que foi proclamada líder, sempre anotar relatórios facilitou a investigação. Ele se impressionou com a sua organização e leitura de cada caso, chegando até mesmo elogia-la.


“Você escreve os relatórios muito bem.”


“A-ah, obrigada.”


“Já trabalhou como policial alguma vez?”


“Não, eu sempre tive vontade de ser uma...”


“E por que não tentou?”


“Bom, desde que eu era criança fui trazida para cá quando o Housen ainda governava, desde então sempre trabalhei na Hyakka.” – Ela sorriu. – “Embora os cargos são diferentes, a função é a mesma, não é?”


“Aparentemente sim.”


“Nunca imaginei que a Tsukuyo-dono me escolheria como líder da patrulha leste, por isso tento me dedicar com cada detalhe.”


“Ah, entendo.” – Hijikata voltou a analisar os relatórios. – “A propósito, o que aconteceu com a criança amanto que vocês capturaram?”


“A Tsukuyo está cuidando do caso. Ela não disse nada sobre.”


“Quero ver aonde isso vai chegar...”


 “Eu também.”


Os dois começaram uma releitura de relatórios com direito a provas pregadas em um mapa da cidade, contendo fotos e evidências. Um dos primeiros relatórios sobre a droga de Yohalo chamou a atenção da jovem mulher, voltando a um assunto que ficou guardado na gaveta por longo tempo.


“Vocês tiveram uma divisão de amantos na polícia?”


“Não, desde que a Shinsengumi assumiu a polícia.”


“E antes disso?”


“Não sei, éramos meros caipiras.”


“Ah sim...” – Murmurou pensativa. – “Por acaso há alguma coisa sobre a antiga polícia?”


“Talvez você encontre algo na biblioteca central.”


“Certo, irei dar uma olhada.”


Ela o deixou para começar uma nova busca. Sabia que havia algo de errado com a descrição do amanto responsável por dopar a cortesã com a droga, faltava uma palavra-chave para resolver o enigma e alcançar o seu objetivo. Por outro lado, o policial se sentiu no mesmo lugar, sem novos resultados ou respostas. Era muito frustrante.


-X-


Enquanto caminhava sob os raios solares de Yoshiwara com o seu kiseru, Tsukuyo sentiu uma brisa fresca batendo de maneira bruta, deixando-a atenta. Alguma coisa, como um instinto ou um calafrio, sinalizava para a loira que ainda estava sendo observada por alguém, tanto que deixou uma kunai em mãos para reagir caso fosse atacada. Ela nunca se sentiu tão vulnerável em Yoshiwara, causando nervosismo e tensão em seus músculos.


Ela tentava ignorar a situação, tanto que se escondeu diante de um beco a espera do inimigo aparecer, o que não ocorreu. Estava paranoica? Talvez. Em meio aos seus questionamentos notou a quão fraca se tornou desde que descobriu a sua gravidez e quando fez a sua promessa a Lucca, já não se reconhecia mais como líder da Hyakka. Suspirou e tentou de novo, voltando ao seu trajeto inicial e voltando para sua casa, onde Hinowa a esperava para o almoço, ainda desconfortável.


Chegou mais rápido que o seu tradicional, batendo a porta rapidamente. Quando Hinowa ouviu o barulho foi rapidamente recepciona-la, vendo aquele seu rosto apreensivo com a nuca apoiada na porta de madeira. Tentou disfarçar limpando a garganta e ajeitando a sua postura.


“Aconteceu algo, Tsukuyo? Você não me parece bem.”


“Nada.” – Começou a caminhar. – “Onde está o Lucca?”


“Dormindo no quarto do Seita.”


“Certo, irei dar uma olhada nele.”


“Tsukuyo...” – A loira interrompeu sua caminhada quando ouviu o tom de voz de Hinowa soar mais preocupado.


“Hum?”


“Está tudo bem mesmo deixá-lo aqui?” – A moça de cabelos negros evitava contato visual. – “Não quero parecer inconveniente, mas ele trabalhava para o inimigo e eu tenho medo do que possa acontecer.”


“Não se preocupe Hinowa, estarei de olho nele.” – Voltou a caminhar, fazendo os seus passos ecoarem no chão de madeira.


“Certo...” – Murmurou com um tom preocupado.


-X-


O albino abria os olhos lentamente com olheiras aparente enquanto resmungava de dores em seu pescoço por conta da posição nem um pouco confortável que dormiu. Em meio aos resmungos, observou a luz do sol colidindo com o vidro da janela que anunciava o novo dia. Ao levantar-se, o lençol deslizou sob o seu corpo, caindo diretamente no chão.


Ao agachar para pega-lo, entrou em um pequeno momento de reflexão, o qual lembrou-se de da cena de Otose segurando o seu braço e murmurando aquela frase: ‘Não quero perder você também.’, não intencionalmente ele fez uma promessa que consistia em voltar vivo e agora era tarde para voltar para trás. Coçou a nuca e bebeu a tal gemada, colocando o lençol sobre o balcão e saindo do bar rumo à Shinsengumi.


‘Está sem álcool...’


*


Ao chegar lá, não poderia faltar a calorosa recepção da Shinsengumi, o qual Kondou o avistou primeiro, acenando e correndo em sua direção entusiasmado.


“Ei Yorozuya, o que você faz aqui?”


“Preciso falar com o vice comandante idiota.”


“O Toshi? Bem ele está-...”


“Estou bem aqui.” – Dizia-o parado atrás do albino. – “Foi atropelado por um caminhão ou o quê?”


“Há, como você é engraçado.” – um sorriso irônico.


Em instantes o albino foi guiado à uma sala isolada. Era um escritório simples, dominado pelo tom arenoso com uma pegada oriental e uma mesa de centro com uma garrafa de chá a espera de ser servida. Quando o policial fechou a porta, todo o barulho externo sumiu, fazendo a quietude dominar em um pequeno intervalo de tempo.


“E então? O que queria conversar comigo?” – Sentou-se de frente para o Albino.


“Talvez precisamos adiar a invasão.”


“Por que? Mal possuímos informações sobre o inimigo.”


“Eu sei, eu sei...” – Gintoki resmungava. – “Mas não posso arriscar esperar.”


“O que está acontecendo exatamente?”


“Shinpachi e Kagura foram capturados.”


“Por quem?”


“Um corvo alienígena.” – Fitou os olhos do policial. – “Provavelmente o ‘Rey’ o envio.”


“Faz mais sentido.” – Suspirou. – “E você tem ideia quem e onde podemos encontrar o Rey?”


“Creio que na antiga fábrica. O ponto chave da droga se localiza lá, possivelmente ele vai estar também.”


“E você sabe ao menos quem é?”


“Não. Estou apenas deduzindo que é aquele amanto-líder que estava atrás de mim.” – Continuou a afirmar. – “As informações se coincidem com a sua descrição.”


“Nós não sabemos se as informações são verídicas.”


“Mas precisamos arriscar!” – Bateu na mesa de maneira bruta, fazendo a bandeja do chá estremecer. – “Por favor...”


Foi a primeira e a única vez que o viu implorando algo diretamente a ele. Hijikata sabia da importância das crianças para o Albino e encontrá-lo nessa situação o deixou incomodado em recusar.


“Iremos hoje à noite, vou separar tropas para invadir.” – Cruzou os braços vendo o rosto do albino levemente aliviado. – “Até lá, bole um plano.”


“Certo.”


-X-


Durante o decorrer da semana que passou, Tsukuyo teve dificuldades em dormir, perdendo até as contas de quantas noites passaram-se em claro, e é claro que isso causaria um estremo cansaço mais tarde. Ela nunca foi do tipo que tira soneca no período da tarde, mas dessa vez ela teve questão de tirar um tempo a mais em seu sofá, tentando relaxar. Embora fosse desconfortável, era uma pequena terapia para sua mente exausta, o qual conseguia por sua mente em ordem no silêncio do local.


Uma fisgada no seu coração a incomodava: era uma falta da sua outra metade, fazia tempo que não tinham um papo singelo frente-a-frente como faziam antigamente, mas parecia que um sentimento de culpa a dominava por ter se afastado em vez de contar a verdade. Seus olhos choravam silenciosamente sem derramar as suas lágrimas e o peito doía. Ainda dava tempo? Ela se perguntava a todo instante e algo a respondia que sim, nunca seria tarde para dizer a verdade.


Deitou-se de barriga para cima, vendo os minutos se passarem como o filme do Titanic, seus cabelos loiros espalhavam-se pela almofada enquanto fechava os olhos e entrar em um estado de reflexão antes de pegar no sono, mas foi interrompida quando ouviu passos de uma criança, sentando-se no chão ao seu lado.


“Aconteceu algo, Lucca?”


“Nada, só queria ficar ao seu lado.” –  Tsukuyo sentou-se quando notou o seu tom de voz entristecido.


“Está se sentindo sozinho?”


“Urrum.” – Murmurou. – “Eu me sinto como se não fosse bem-vindo aqui...”


Isso fez com que a loira se recordasse da conversa anterior que teve com Hinowa mais cedo. Ela sabia que Hinowa nunca trataria alguém mal, o máximo que poderia ocorrer era dela deixar isso transparecer em seu rosto.


“Não se preocupe, Lucca.” – Suspirou. – “Independente da sua origem, todos são bem-vindos aqui como uma família.”


“Eu... Eu faço parte dessa família?”


“É claro que sim.” – Ela sorriu com um olhar de ternura. – “Agora você faz parte de nós, e eu estarei aqui junto com você nessa jornada.”


“O-Obrigado...” – Ele a abraçou sem pensar duas vezes, um sentimento único de acolhimento partindo de ambos.


Um vozerio iniciou-se vindo da entrada da casa, cerca de três pessoas estariam conversando enquanto ouvia-se a porta sendo fechada de fundo, uma era a voz meiga de Hinowa, a outra era uma voz mais infantil, provavelmente era Seita, e a terceira voz era um pouco áspera e descontraída que inconscientemente a deixava feliz só de ouvir.


‘Essa voz...’


“Tsukuyo, temos visitas!” – Hinowa gritava da entrada enquanto se aproximava.


“Visitas?”


Quando o viu entrar no cômodo não conseguiu disfarçar a felicidade de vê-lo, o rosto corou e seu coração palpitava mais forte, arregalou os olhos quando viu aquele rosto relaxado de sempre, pois ela finalmente viu Gintoki depois de tanto tempo. Por outro lado, o albino também arregalou os olhos quando a viu com o seu novo traje que valorizava ainda mais o seu rosto, para ele Tsukuyo estava exuberante. Lucca notou a diferença no comportamento de ambos, começando a iniciar os seus questionamentos.


“Gintoki...?!” – Tsukuyo perguntava levantando-se. – “O que você faz aqui?”


“Eu precisava falar com você, tem um minuto?”


“Quem que é, mamãe?”


“Mamãe?” – Ela dizia sem jeito.


“Mamãe?!” – Gintoki olhava confuso para Tsukuyo. – “Que história é essa? Por que diabos tem uma criança amanto aqui?”


“Bom... é que eu estou cuidando dele.” – Limpou a garganta. – “Gintoki, esse é o Lucca.”


“Espera aí...” – Encarou o rosto da criança por alguns segundos de forma reflexiva.


“Hehe...” – A criança ria sem jeito.


“Vem comigo.”


“Ei espera...!”


Ele não disse nada ou se expressou diante a eles, apenas a puxou para o quarto, deixando-os para trás. Tsukuyo cambaleava a cada passo enquanto tentava se soltar de suas mãos. O som da porta do quarto se fechando ecoava pela a casa, o trio se encarava trocando olhares confusos com a tal atitude do albino. Hinowa sentia um mal pressentimento batendo na porta de casa, algo que ela não sabia explicar. Era como se alguma coisa estivesse prestes a acontecer, e que todos se prepararam para enfrentar as consequências que estavam por vir.



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Autor(a): Kayomii

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